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5º RESUMÃO TEORIA GERAL DO PROCESSO PENAL 1/2018 INTRODUÇÃO Processo Penal: É o ramo do direito público que se ocupa da forma e do modo (processo) pelos quais os órgãos estatais encarregados da administração da justiça concretizam a PRETENSÃO PUNITIVA por meio da PRETENSÃO PENAL e consequente punição dos culpados. PRETENSÃO PUNITIVA: é a pretensão do estado para aqueles que violaram as leis, sejam punidos. PRETENSÃO PENAL: é a atividade que o estado desenvolve para perseguir o acusado. -Direito de punir É genérico e impessoal → Surge com a necessidade de regular a vida do cidadão (é uma das atividades essenciais do estado) em sociedade por meio de normas objetivas sem as quais a vida em comunidade seria impossível. ● Direito objetivo: conjunto de normas que exterioriza a vontade do estado quanto à regulamentação das relações sociais, entre indivíduos, entre organismos do estado ou entre uns e outros. ● Direito subjetivo: é a possibilidade de comportamento autorizado ou não vedado pela norma objetiva. → Toda violação às normas objetivas constitui um ilícito jurídico, variando a sanção de acordo com o bem jurídico tutelado ou no grau em que se lesa ou põe em perigo a paz social. → O direito de punir nasce a partir da necessidade da retribuição, evitando a iniciativa da vingança privada. → Conceito: Segundo José Frederico Marques: O Jus puniendi pode ser definido como “o direito que tem o estado de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou a ação ou omissão descrita no preceito primário, causando um dano ou lesão jurídica”. Obs.: o direito de punir só pode realizar-se, através do processo penal (due process of law). → A Constituição Federal de 1988 aduz, no seu artigo 5º , que ninguém será punido sem o devido processo legal. Assim, o processo penal exerce a importante função de propiciar a concretização do jus puniendi. -Lide penal → A prática de um delito nasce o litígio entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade do acusado. Esse litígio, transposto para o processo penal, se transforma em lide, que consiste em um conflito de interesses entre a acusação e a defesa: uma parte requer a punição, a outra resiste a essa pretensão. uis puniendi x uis libertatis Baseando-se nesta necessidade, surge o contrato social, o qual se trata na verdade de um jus puniendi estatal. Ocorre que, além do jus puniendi, o Estado tutela também o jus libertatis do indivíduo. A missão do direito penal é proteger os valores fundamentais, tais como a vida, a saúde, a liberdade, etc, . -Processo penal como instrumento A pretensão punitiva do Estado somente pode ser implementada através de um processo. Nesse sentido: “E de que maneira consegue o Estado tornar efetivo o seu direito de punir, infligindo a pena ao culpado? Também por intermédio do processo. Daí as regras prevista no art. 5., XXXIX, XXXV, LIII e LIV, da Magna Carta: “não há crime sem lei anterior que o defina”; “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”; ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”; e, finalmente, “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” -Processo penal como garantia O que garantiria que uma pessoal não seria injustamente presa? Que a mesma não sofresse do Estado punição indevida? A resposta é simples: o processo penal. → Trata-se de instituto complexo, formado por vários atos previstos em lei e concatenados de forma a gerar ao final a solução da crise na relação jurídica de direito material penal. → O processo penal é devido a todos que compõe a sociedade, assim como, a estrangeiros que estejam no País. → Esse direito como se vê, é público e subjetivo, não encontrando distinção relacionada à raça, cor, sexo, idade, posição social ou cultural, conforme previsto expressamente, no artigo 5., da Constituição Federal. -Processo x Procedimento O processo passou então a ser o meio, o instrumento através do qual se obtém a prestação jurisdicional, o caminho formado por atos processuais que obedecem uma regra e que vão culminar em uma sentença. Já o procedimento configurou-se como o modo em que se executa estes atos processuais. PROCESSO → procedimento + relação processual autor, juiz e réu -Finalidade do processo → devido processo legal A finalidade do processo é solução de um conflito de interesses, qual seja o do Estado de punir e o do réu de não ser punido. Através do processo se faz justiça. → Mas para que seja realizada a tão esperada justiça é necessário que sejam respeitadas várias regras de natureza princípio e lógica e de natureza normativa. Exatamente nesta premissa se encontra o “devido processo legal”. “Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei (due processo of law – CF, art. 5., LIV). No âmbito processual garante ao acusado a plenitude de defesa, compreendendo o direito de ser ouvido, de ser informado pessoalmente de todos os atos processuais, de ter acesso à defesa técnica, de ter a oportunidade de se manifestar sempre depois da acusação e em todas as oportunidade, à publicidade e motivação das decisões, ressalvadas exceções legais, de ser julgado perante o juiz competente, ao duplo grau de jurisdição, à revisão criminal e à imutabilidade das decisões favoráveis transitadas em julgado SISTEMAS PROCESSUAIS É um conjunto de regras e princípios constitucionais que funcionam como estrutura organizada dentro do ordenamento jurídico e estabelecem diretrizes a serem seguidas para aplicação do direito ao caso concreto. São os sistemas processuais penais existentes no mundo: 1. Inquisitivo; 2. Acusatório; e 3. Misto. SISTEMA INQUISITIVO SISTEMA ACUSATÓRIO 1 - ORIGEM Sentença inquisição Magna carta iluminismo 2 - PRINCÍPIOS UNIFICADOS O juiz é o gestor das provas As partes são gestoria das provas, juiz não produz prova 3 - FUNÇÕES DO PROCESSO Presumida na pessoa do juiz Destruídas 4 - ATOS DO PROCESSO São sigilosas São públicas, mas admite exceção 5 - FIGURA DO RÉU É objeto de investigação É parte e sujeito de direito 6 - GARANTIAS Não há réu, mas tem direito ao contraditório e ampla defesa Todas as garantias inerentes ao devido processo legal 7 - PROVAS Taxativos- a confusão é a rainha das provas Todos as provas têm valor relativo sujeitos ao convencimento motivada 8 - PRESUNÇÃO O réu é presumido culpado O réu presumido inocente 9 - JULGADOR Parcial Imparcial Misto → que reúne os dois sistemas acima mencionados: o processo acontece dividido em duas fases (na primeira de forma inquisitiva e na segunda – a fase de julgamento – no formato acusatório). Conclui-se que o sistema adotado no Brasil é o acusatório. Isso porque, em suma, a funções de acusar e julgar pertencem a órgãos distintos. Além disso, no Brasil, nota-se que vigora um sistema lastreado pelos princípios constitucionais vigentes, como o contraditório, a ampla defesa, a publicidade e a imparcialidadedo juiz. SUJEITOS PROCESSUAIS 1. PRINCIPAIS 2. ACESSÓRIOS Assistente Auxiliares de justiça Terceiros interessados Terceiros não interessados 3. JUIZ FUNÇÕES - Funções jurisdicionais - Poderes de polícia administrativa - Funções anômalas { - Fiscalizar o princípio da obrigatoriedade; Requisitar inquérito policial e Arquivar inquérito policial. AUTOR: Ocupa o polo ATIVO da relação processual MINISTÉRIO PÚBLICO: Definição legal art. 127, caput, CF Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. No processo penal - instituição de caráter público que representa o Estado. FUNÇÕES DO MP: I. Exclusividade para propor ação penal público, art. 129, I, CF Art. 129, I, CF: São funções institucionais do Ministério Público: I. promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; Exceção - art. 5º, LIX, CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal II. Controle externo da atividade policial - art. 129, VII, CF Art. 129, I, CF: São funções institucionais do Ministério Público: VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; III. Requisitos de investigação - art. 129, VIII, CF Art. 129, I, CF: São funções institucionais do Ministério Público: VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; PRINCÍPIOS - Unicidade e indivisibilidade - Independência - Autonomia funcional e administrativa - Cargos - Chefia de investigação QUERELANTE → AUTOR Hipóteses de atuação: → Ação Penal Privado Exclusiva - art. 100, CP Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. → Ação Penal Privada Subsidiária - art. 5º, LIX, CF Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO - É o sujeito acessório - art. 268 a 273, CPP Interesse - obter indenização; Intervenção Voluntária a qualquer momento do processo, antes do trânsito em julgado; Intervenção de 5 dias antes do julgamento - art. 430, CPP ATIVIDADES - art. 271,CPP QUERELADO → RÉU Réu Acusado - art. 259 e seguintes CPP Capacidade - 18 anos Pessoa jurídica? Imunidade parlamentares | Diplomáticas DIREITOS BÁSICOS . PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO Art. 1º. A lei processual penal se aplica apenas no território nacional -Extraterritorialidade penal Exceções: Não são hipóteses de aplicação do CPP fora do território nacional, mas sim de não aplicação do CPP em determinados processo. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO Art. 2º. “Tempus REgit Actum” A lei processual penal tem aplicação imediata aos atos processuais ainda não praticados o ato já produzidos com base na lei anterior são considerados válidos. Exceções: Lei que altera o prazo processual; Lei que estabelece novas condições de admissibilidade de recurso; Normas de garantias
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