Buscar

orientacao estudo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: material didático de apoio
TEXTO 1
MUNDO DO TRABALHO E ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: do século XIX até o início do século XXI
ANTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Modo de produção feudal: Nobres, clero (famílias nobres)e camponeses. Inteligência distribuída por Deus: nobres (inteligência para administrar) e camponeses (inteligência para trabalhar). Não existia liberdade de escolha profissional.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Organização do trabalho: Trabalho braçal e administrativo. Ideário da revolução francesa: Liberdade, igualdade, fraternidade. 
Desigualdades sociais explicadas/justificada com base em teorias que defendiam que a inteligência era inata. 
MODOS DE PRODUÇÃO QUE SINGULARIZARAM DIFERENTES MOMENTOS HISTÓRICOS
MODO DE PRODUÇÃO TAYLORISTA ou administração científica: Desenvolvido pelo engenheiro estadunidense Frederik Taylor no início do século XX).
Extraído de:https://www.google.com.br/search?q=Imagens+modo+de+produção+taylorista,+fordista+e+
- Funções dos gestores e dos operários: Gestores: maximizar a produtividade através do controle do tempo que cada operário demandava para execução de cada tarefa. Operário: eram considerados prolongamento da máquina. Neste caso, o pensamento reflexivo poderia interferir de forma negativa. Por conseguinte, era defendido que os menos inteligentes se adaptariam melhor as exigências do trabalho, caracterizado como monótono, parcelado e mecânico. Caberia, portanto, selecionar e treinar “o homem certo para o lugar certo” (Psicologia Industrial).
 Naquele período, embora existisse a escolha profissional, não era considerada a vontade/interesse do indivíduo. Este tinha sua função determinada em função dos resultados obtidos na seleção. 
MODO DE PRODUÇÃO FORDISTA: termo criado por Henry Ford (em 1914) nos Estados Unidos.
Extraído de:https://www.google.com.br/search?q=Imagens+modo+de+produção+taylorista,+fordista+e+
O modelo taylorista é aperfeiçoado pelo empresário Henry Ford que maximizou o controle do tempo na execução das tarefas e a produção em massa criando tecnológicas específicas (semiautomatização), como por exemplo, a esteira rolante. Com esta engenhoca: “as peças desfilavam diante dos trabalhadores colocados, lado a lado, na linha de montagem, unindo tarefas individuais sucessivas, fixando uma cadência regular de trabalho e reduzindo o transporte entre as operações”. (MERLO; LAPIS, 2007, online).
- De forma resumida é possível afirmar que: o modelo fordista se caracteriza por: Produção em massa (linha de produção) e racionalização da produção capitalista (técnicas organizacionais que articulam produção e consumo em massa). 
- A semiautomatização das máquinas aumento a produção de mercadorias. Em função desse aumento, Ford compreendeu que se o consumo dessa mercadoria fosse viável para o operário poderia aumentar o lucro, criando o consumo de massa. 
- Com o desenvolvimento da tecnologia a produtividade não dependia apenas do controle do tempo e avaliação das aptidões exigidas para o cargo (tanto para os gestores quanto para os operários). Esta dinâmica inaugura o ciclo da Psicologia Organizacional.
Função da Psicologia Organizacional: selecionar o homem certo para o lugar certo e propor estratégias voltadas para a eficiência e produtividade.
- A psicologia organizacional, diferente do que ocorria na psicologia industrial, defendia que fatores psicossociais estão relacionados com a produtividade. Assim, os processos de orientação e seleção profissional passaram a considerar os fatores motivacionais, os processos grupais e os tipos de lideranças, além da testagem psicológica direcionada para a avaliação das aptidões. 
Emergência da escola das relações humanas: movimento em oposição ao taylorismo e consequente desumanização nas relações de trabalho, sendo veiculada a partir de 1920. 
- O indivíduo deixa de ser visto como uma peça da máquina e passa a ser considerado como um todo, isto é um ser humano, com os seus objetivos e inserção social própria (CHIAVENATO, 1999). 
- Defendiam que a felicidade do operário estava diretamente vinculada à sua produtividade. Neste sentido, ocorreu a valorização do treinamento e, consequente, capacitação do trabalhador para assegurar a felicidade no trabalho. Foram desenvolvidas técnicas motivacionais e de mediação para atenuar conflitos entre gestores e operários. 
- O processo de orientação profissional estava diretamente vinculada à “felicidade no trabalho”.
- A eclosão da 1ª e 2ª Guerras mundiais: avaliação dos militares e impulsionou a criação de testes psicológicos que foram também adotados para os processos de orientação profissional. 
A crise do capitalismo e a emergência do “Estado do Bem Estar Social”
Extraído de:https://www.google.com.br/search?q=Imagens+modo+de+produção+taylorista,+fordista+e+
- Nos anos de 1930 eclodiu uma grave crise econômica nos países industrializados. Esta crise foi decorrente da superprodução de bens de consumo que engendrava o modelo fordista de produção caracterizado por uma produção e consumo em massa (conforme já salientado). Para a superação da crise, ocorre a intervenção do estado na economia, inaugurando-se o que passou a ser conhecido como o Estado do Bem Estar Social.
- Estado do Bem Estar Social: Políticas públicas voltadas para a garantia do emprego, habitação, educação, ganhos em função da produtividade, a previdência social e o seguro desemprego (no Brasil, embora estivesse previsto na Constituição de 1946, foi introduzido em 1986 e aperfeiçoado em 1990). Implicava na intervenção máxima do Estado para a garantia da produção e do consumo de massa (até mesmo do desempregado em função do seguro desemprego). 
- A partir de 1970: falência do Estado + lutas sindicais diante do trabalho parcelado, repetitivo com rígida disciplina e controle do ritmo. = inviabilizando o compromisso fordista entre Estado e empregado, inaugurando o modo de produção toyotista. 
Modo de produção Toyotista/toyotismo:
- Criado por Taichi Ohomo (Japão, anos de 1970) para solucionar a crise do capital. Inicialmente implantado na fábrica de automóveis Toyota: estendeu-se pelo mundo inteiro. 
- Estratégia: Fábrica mínima= lucro máximo. Trabalhador/colaborador: gerente de si mesmo. 
Flexibilização e polivalência. 
Extraído de:https://www.google.com.br/search?q=Imagens+modo+de+produção+taylorista,+fordista+e+
Fábrica mínima: no que tange aos equipamentos e aos cargos. Tal modelo acarretou na diversificação das tarefas, polivalência, proatividade, contratação mínima de trabalhadores em função do desenvolvimento da tecnologia, trabalhador envolvido com os objetivos da empresa. Discursos alarmantes de falência, fusão: dedicação total associada à discursos sobre o capital humano: valorização e novas formas de controle (medo da demissão, o controle é exercido pelo próprio trabalhador). Nesse contexto o tempo livre é entendido como tempo de capacitação, para o desenvolvimento de novas competências ou para ocupar novos cargos. 
- Inaugura o ciclo da psicologia do trabalho e da saúde do trabalhador. 
-Orientação profissional no modo de produção toyotista: inserção e reinserção no mercado de trabalho.
- Reinserção no mercado de trabalho para atender as permanentes mudanças. Neste caso Orientação profissional também apoia processos de promoção e recuperação da saúde e, portanto, de prevenção. 
Inserção no mercado: norteada por diferentes abordagens, tais como a clínica e desenvolvimentista com ênfase na participação ativa do orientando propiciando o autoconhecimento, a busca de informações profissionais e a capacidade e/ou maturidade para a escolha profissional. Críticas direcionadas para as abordagens psicométricas. 
Texto indicado: SPARTA, Mônica. O desenvolvimento da orientação profissional no Brasil. Rev. bras.orientac. prof, São Paulo , v. 4, n. 1-2, dez. 2003 . Disponível em: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?s.
TEXTO2 
SIGNIFICADO DO TRABALHO[1: Texto extraído do “Material do Acervo”. SAI/2015]
Significado do trabalho:Um rápido exame do uso do termo trabalho na nossa linguagem cotidiana deixa explícitos dois grandes eixos de significados com componentes avaliativos claramente antagônicos. Tais eixos refletem, certamente, as grandes tradições (histórico-filosófico-religiosas) que modelaram a dimensão avaliativa/ afetiva com que nos reportamos ao "trabalho" na atualidade.
SIGNIFICADO DO TERMO TRABALHO: O primeiro eixo (trabalho: esforço incomum (dar trabalho) e/ou sacrifício (termo latino: tripalium (instrumento para torturar; tripaliare (martirizar com otripalium) , Vincula o trabalho à noção de sacrifício, de esforço incomum, de carga, fardo, algo esgotante para quem o realiza. Trabalho como sinônimo de luta, lida, lide. "Dar trabalho" significa algo que implica esforço, atenção, que causa transtorno ou preocupação. Nesse eixo, trabalho associa-se, também, à noção de punição, como está no Antigo Testamento (punição pelo pecado original), de onde decorre o sentido de obrigação, dever, responsabilidade. 
Há um segundo eixo avaliativo, com uma clara valorização positiva, que vê o trabalho como a aplicação das capacidades humanas para propiciar o domínio da natureza, sendo responsável pela própria condição humana. Acompanha a noção de empenho, esforço para atingir determinado objetivo. Trabalhar algo, significa,também, fazer com cuidado, esmerar-se na execução de uma ação, de uma tarefa.
Trabalho sob uma perspectiva psicológica: Em uma perspectiva psicológica admite-se que a experiência cotidiana dos indivíduos constitui a base sobre a qual eles constroem suas percepções e conhecimentos acerca do mundo que os cerca. Tal construção, embora de base individual, é um processo eminentemente social, por se dar no interior de um conjunto partilhado de crenças, valores e significados que definem o contexto cultural no qual as interações entre indivíduos e grupos ocorrem. 
De uma maneira ampla, o trabalho pode ser compreendido como todo esforço do ser humano, físico ou psíquico com a finalidade de transformar, incluindo atividades como lazer e outras de natureza não remunerada. É por meio do trabalho que o ser humano medeia sua relação com a natureza, transformando-a e sendo transformado por ela. (Bordenave, 1999, apud Zanelli; Silva; Soares, 2010). 
Diferença entre Trabalho e Emprego *Não são sinônimos: muitos têm trabalho, mas não tem emprego.
Como vimos anteriormente, o trabalho exerce uma capacidade transformadora. O trabalho é mais antigo que o emprego. Ele existe desde o momento em que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor. Por outro lado, o emprego é algo recente na História da Humanidade. O emprego é um conceito que surgiu com o capitalismo, e se ampliou no período da Revolução Industrial. Com o emprego, surge a liberdade de escolha entre “ser empregado”, ou não, diferentemente do que acontecia com os servos, escravos ou soldados. 
Em outros períodos da História, o trabalho era realizado de maneira diferente, como a escravidão e a servidão. Na Grécia, o trabalho era feito pelos escravos, já na Idade Média, os servos trabalhavam para um determinado senhor feudal. Nesse caso, eles apenas trabalhavam, mas não tinham um emprego. O emprego só se propaga com o capitalismo, quando o trabalhador passa a vender sua força de trabalho (Física ou Mental) em troca de um salário.Na sociedade atual, somos reconhecidos a partir do trabalho que realizamos. Não há como sobreviver sem nossa força de trabalho.
OP NO MUNDO ATUAL.
ESTÁGIOS DA OP: Informativo: oferta de informações sobre as profissões, suas perspectivas e exigências; Psicométrico: não atribuía tanta importância à realidade de mercado, e sim às características pessoais para o sucesso em determinado campo profissional. Clínico: enfatizava o papel ativo do indivíduo, atribuindo-lhe potencial e recursos para a auto compreensão e auto direção, sendo que o papel do orientador era facilitar o reconhecimento e o desenvolvimento desse processo. Político e Social: incluía como fator relevante o contexto sociopolítico do processo de escolha profissional, considerando configurações sociais passadas, presentes e futuras.
Essas etapas apresentavam aspectos afins: em todas elas, Orientação Profissional é considerada como “o processo pelo qual o indivíduo é ajudado a escolher e a se preparar para ingressar e progredir em uma ocupação”.
Ou seja, o processo visava a harmonizar a inclusão do indivíduo no mercado de trabalho e a favorecer um desenvolvimento profissional em etapas previsíveis e sequenciais. A partir dos anos 90, novos paradigmas e novos contextos se impõem devido à nova realidade de contínua ruptura e imprevisibilidade. Agora, a OP passa por um novo estágio: a Era de Kairós.
Era de Kairós: A palavra Kairós, na mitologia grega, significa tempo descontínuo, não linear e imprevisível (onde os eventos ocorrem de maneira pouco previsível). Contrapõe-se à época da Administração Científica (época de Chronos, que significa tempo linear, contínuo e previsível, onde os eventos ocorrem em linha sucessória)
Estamos vivendo agora etapa, uma 5ª etapa onde descortina-se um campo mais amplo e complexo, e introduz-se uma realidade que, na prática, aumenta as dificuldades da OP: a reorganização da sociedade atrelada às novas relações de trabalho (baseadas no modelo de qualificação da mão-de-obra), tem feito surgir novos espaços de intervenção, de reflexão e de trabalho para a OP.
O espaço de trabalho da OP não se atém mais a apenas um momento da vida (jovens no final do ensino médio). Atualmente, é necessário orientar adultos empregados, desempregados, aposentados, entre outros. A transformação do mercado de trabalho e das organizações (downsizing, foco no cliente e na qualidade, etc), a globalização, a inovação tecnológica, e o acesso facilitado à informação em escala mundial, são alguns dos novos desafios à OP moderna. 
O papel que o orientador profissional desempenha é o de resgatar o indivíduo das tendências de valor de uso (vínculo alienado) dando sentido à relação do indivíduo com seu trabalho, assim como o de lhe devolver as atividades que produzem efeitos sobre o mundo (modificações da natureza, objetos novos, produtos culturais, relações sociais, etc.), e que são seguidas por um reconhecimento próprio.
É necessário enfatizar o sentido dos vínculos construtivos para si e para os demais, de modo que o indivíduo se sinta criando, preparando e reconhecendo melhor a realidade e os outros seres humanos.
Por fim, cabe ao orientador, nesse novo papel, auxiliar no desenvolvimento de uma identidade interiorizada (capacidade de pensar de modo coeso e em um continuum temporal). 
Como essa ideologia afeta a OP: É preciso desenvolver novas estratégias que não surjam como modelos estáticos, mas que se reelaborem e se rearticulem a todo o momento com as demandas e as realidades que se apresentam.
A OP deve dar maior ênfase não à teoria ou à técnica, mas à busca do desenvolvimento de aportes diferenciados, adequados a populações específicas, revelando modos mais sensíveis de abordar o problema da escolha profissional, e subordinando-a ao diagnóstico que aponte qual teoria e qual técnica seriam mais relevantes no trabalho com essa ou aquela situação. 
MUDANÇAS NA CARREIRA E NA EDUCAÇÃO:A palavra Carreira deriva originalmente do latim via carraria, que significava “estrada para carros”, e só após o século XIX, foi definida como “trajetória profissional” – uma propriedade estrutural das organizações ou das ocupações, implicando a noção de avanço, com perspectiva de progressão vertical na hierarquia organizacional.
Hoje, essa estrutura já não se mantém. A noção de carreira segue um modelo serpentino, podendo mesmo dar-se na horizontalidade. Dessa forma, nem sempre a mudança é um movimento de ascensão: é apenas um deslocamento de posição.
Assim, para se instrumentalizar na nova realidade, o sujeito deverá ser responsável por sua própria formação, para garantir sua sobrevivência no mundo do trabalho. O ensino torna-se, então, o seu principal aliadona possibilidade de crescimento e sobrevivência profissional. 
A OP é (também) procurada, hoje, por pessoas com necessidade de atualização, além de se questionarem constantemente a respeito de habilidades e qualificações necessárias em um mercado cujo modelo de profissional é o de um sujeito superqualificado. 
Novos espaços de intervenção: novos campos da OP: Escolarização como GARANTIA DE INCLUSÃO (?)no mundo do trabalho; Orientação profissional na grade curricular; Orientação profissional em cursinhos para a população de baixa renda; Criação de centros de carreira nas universidades; Orientação e planejamento de carreira; Sindicatos e órgãos de classe; Desemprego e grupos de reflexão de Inclusão Social; Políticas públicas;
Novos espaços possíveis para a OP: Programas de TV; OP pela internet; Publicações de autoajuda.
A OP é, hoje, um campo que transcende em muito as teorias e as técnicas de cada orientador, pois nela convergem todos os conflitos de ordem social, institucional e psicológica que marcam a realidade dos jovens e dos trabalhadores nesse momento histórico.
Nesse momento em que o aspecto social passa por uma transformação vertiginosa, a apreensão da realidade torna-se essencial, embora difusa, e muitas vezes, confusa. Nosso trabalho, muitas vezes, começa por classificar o que é realmente importante para o indivíduo que precisa escolher. Isso faz com que o campo da OP comece a se ampliar. 
TEXTO 3
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: caracterização e principais objetivos 
Caracterização: A Orientação Profissional é uma intervenção psicológica, cujo objetivo é abordar a relação homem-trabalho, nas suas mais diferentes concepções, seja no que diz respeito à escolha dos estudos a seguir, aos conflitos que surgem no desempenho do papel profissional ou ainda à reorientação ou ao planejamento de carreira. 
No contexto brasileiro, a Orientação Profissional é compreendida como a ajuda para a tomada de decisão em momentos específicos, tais como: a passagem de um ciclo educativo a outro; a transição dos estudos ao mundo do trabalho; mudança de ocupação ou emprego ou preparação e adaptação para a aposentadoria. A intervenção ocorre, portanto, em momentos críticos da trajetória profissional de pessoas e grupos (MELO-SILVA; LASSNCELL; SOARES, 2004). Nestes contextos, o processo poderá ser coordenado por Psicólogos e Pedagogos. 
Atualmente, a Orientação Profissional tem como desafio a melhor maneira de preparar o Orientando para suas opções de vida num mundo em mudanças. Prepará-lo melhor significa aguçar a percepção sobre suas próprias facilidades e dificuldades pessoais e sobre as circunstâncias externas a ele. Desta forma, a Orientação Profissional não se limita apenas à escolha profissional, vai muito mais além. Deve mostrar as novas tendências do mercado de trabalho tendo em vista a empregabilidade do Orientando.
PARA REFLEXÃO: 
No processo de escolha existe um conflito de quem se quer ser (identidade pessoal) mediante algo que se deseja fazer (profissão), ou seja, integrar sua identidade pessoal (ser) com a profissional (fazer).
Quando falamos de escolhas, também estamos falando de perdas pelas coisas deixadas para trás, sem a possibilidade de escolha. Em geral, aquilo que deixamos de escolher provoca mais angústia do que o fato de escolher alguma coisa. Muitas vezes, o problema maior está aí, em saber perder, em saber aceitar as limitações de não poder ter tudo ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.
OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
- Sensibilizar o Orientando para a necessidade de conhecer os fatores básicos de uma boa escolha profissional, que são: autoconhecimento, informação ocupacional e levantamento de dados sobre o mercado de trabalho.
-Estimular o autoconhecimento, com foco no reconhecimento de aspectos da personalidade e no conjunto de talentos, habilidades e capacidades.
-Conscientizar o Orientando de todos os fatores que interferem na escolha de sua profissão.
-Facilitar o acesso às informações sobre profissão e esclarecer as exigências do mercado de trabalho, como a empregabilidade.
-Ajudar o Orientando na resolução de conflitos inerentes ao seu momento de vida, podendo ter um caráter terapêutico de acordo com a necessidade do caso.
-Desmistificar falsas imagens e preconceitos relacionados aos papéis profissionais e possibilitar ao Orientando adquirir uma visão realista da díade formação profissional-ocupação funcional.
-Auxiliar o Orientando a fazer opções, possibilitando decisões através da discussão e análise das várias alternativas viáveis a ele.
FATORES QUE INTERFEREM NA ESCOLHA PROFISSIONAL
- Fatores Políticos: Referem-se especialmente à política governamental e seu posicionamento perante a educação, em especial o ensino médio, ensino profissionalizante e superior.
- Fatores Econômicos: Referem-se ao mercado de trabalho, à globalização e à informatização das profissões, à falta de oportunidades, ao desemprego, à dificuldade de tornar-se empregável, à falta de planejamento econômico, à queda do poder aquisitivo da classe média e todas as consequências do sistema capitalista neoliberal no qual vivemos.
- Fatores Sociais: Dizem respeito à divisão da sociedade em classes sociais, à busca da ascensão social por meio do estudo (curso superior), à influência da sociedade na família e aos efeitos da globalização na cultura e na família.
- Fatores Educacionais: Compreendem o sistema de ensino brasileiro, a falta de investimento do poder público na educação, a necessidade e os prejuízos do vestibular e a questão da universidade pública e privada em uma forma mais geral.
- Fatores Familiares: Impõem à família uma parte importante no processo de impregnação da ideologia vigente. A busca da realização das expectativas familiares em detrimento dos interesses pessoais influencia na decisão e na fabricação dos diferentes papéis profissionais.
- Fatores Psicológicos: Dizem respeito aos interesses, às motivações, às habilidades e às competências pessoais, à compreensão e conscientização dos fatores determinantes. 
Extraído de: https://www.google.com.br/search?q=Imagens+orientação+profissional+atual&biw=973&bih=615&tbm=isch&tbo=u&sour
- PARA O DESENVOLVIMENTO DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL utilizamos como pilares três referenciais teóricos: Parsons, Bohoslavsky e Moreno. A seguir são descritos, de forma resumida, os principais aspectos abordados por cada teórico. 
O PRIMEIRO é Frank Parsons (1854-1908) que no início do século passado, apontava que o profundo autoconhecimento era a chave que abriria as portas do mercado de trabalho para aqueles que se prepararam para escolher uma profissão.
Parsons é conhecido como o Pai da Orientação Profissional. Although he was educated as an engineer at Cornell University , he wrote several books on social reform movements and articles related to women's suffrage , taxation , and education for all. Engenheiro e advogado lecionou história, matemática e francês em escolas públicas. Foi professor de direito na Universidade de Boston e criou o primeiro serviço de Orientação Profissional de que se tem notícia. Entre 1905 e 1908, desenvolveu sua teoria, organizou um curso e treinou professores para serem conselheiros em Orientação Vocacional.
Segundo Parsons, a Orientação Profissional deve levar o Orientando a:
• Olhar para dentro de si, à sua volta e para a família. Pesquisar o próprio nome. Perceber seu lugar na família e melhorar a autoestima. •Observar os outros e respeitá-los. Perceber, aceitar e valorizar as diferenças. 
• Perceber o grupo e trabalhar em equipe, sendo solidário e cooperativo. Aprender a falar e a ouvir dando espaço e voz para que todos se manifestem. 
• Observar os pais ou responsáveis com atenção ao papel que estes representam na sua vida, percebendo a função complementar, além de pedir ajuda para continuar a amadurecer até atingir a idade adulta. • Relembrar suas características pessoais, suas habilidades, seus gostos e descobrir que estes são fatores importantes para a escolha da profissão.O SEGUNDO é Rodolfo Bohoslavsky, que afirma que é preciso conhecer a fundo as várias profissões. Para o autor, é preciso conhecer: qual é o objetivo com que as várias profissões realizam sua tarefa; qual é a finalidade social destas; qual é o papel dos diferentes profissionais dentro do contexto socioeconômico e quais são as técnicas e instrumentos empregados. E também essencial conhecer a demanda do trabalho existente na comunidade, quanto a esses especialistas e, ao mesmo tempo, distinguindo-a da demanda, qual a real necessidade da comunidade em relação a esses especialistas; quais são os lugares em que se realizam tais trabalhos, dentre outras possibilidades. 
Rodolfo Bohoslavsky, psicólogo argentino e importante teórico da Orientação Profissional, publicou em 1971, o livro “Orientação Vocacional – a estratégia clínica” que, desde então, passou a exercer grande influência nos trabalhos desenvolvidos por brasileiros.
Segundo Bohoslavsky, a Orientação Profissional deve levar o Orientando a:
• Tomar contato com as profissões mais relevantes na região em que se vive e saber por que elas são importantes naquela comunidade/sociedade. • Saber a diferença entre profissão, função e ocupação, de maneira a procurar se preparar profissionalmente, segundo a demanda do mercado de trabalho. 
• Conhecer todas as possibilidades de cursos profissionalizantes e superiores existentes na região, incluindo como é o curso, para que serve e como é a profissão a que ele se refere. • Entender que há um longo caminho a ser percorrido até tornar-se profissional. • Considerar a ideia de que vale a pena batalhar para ter uma profissão.
O TERCEIRO é Jacob Levy Moreno, que propõe o adestramento da espontaneidade, onde o aprender a ser espontâneo pressupõe um organismo apto a manter um estado flexível, de um modo mais ou menos permanente, de forma que o sujeito possa usar esse recurso para ampliar as suas possibilidades ao desejar assumir novos papéis. 
TEXTO 4
PRINCIPAIS MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
As concepções e orientações teóricas existentes em orientação profissional assinalam práticas diversas, que se constituem em diferentes perspectivas de conceber os objetivos e o próprio objeto do trabalho, bem como as técnicas e instrumentos a serem utilizados.
Os referenciais teóricos referentes à Orientação profissional/vocacional podem ser alocados em duas categorias: o método Estatístico/Psicométrico e o método Clínico.
MÉTODO ESTATÍSTICO (OU PSICOMÉTRICO OU MÉTODO CENTRADO NO RESULATADO): principais características
Tal modalidade de intervenção recebe influência da psicotécnica norte-americana e da psicologia diferencial de princípios do século XX, que concebem a inteligência como inata, estável e passível de ser medida. Impulsionada pela psicometria, esse método perdurou por muitos anos (até, aproximadamente os anos de 1970 do século XX), com exclusividade, fundamentando todos os trabalhos de orientação vocacional realizados na época. 
Os princípios teóricos da abordagem psicométrica refletem a concepção de que o sujeito que procura a orientação vocacional, dada a dimensão e o tipo de conflito que enfrenta, não tem condições de tomar decisão sozinho sobre a carreira a seguir, necessitando da assistência do psicólogo
Nessa perspectiva, os psicólogos adotam papel ativo, realizando intervenções de aconselhamento e decisão, a fim de diminuir a ansiedade do cliente. Para isso, o psicólogo investiga/avalia as aptidões e os interesses do orientando com o objetivo de encontrar, entre as diversas carreiras, aquelas mais indicadas (com base nas habilidades/competências e nos interesses)
A modalidade psicométrica concebe que as diversas carreiras requerem aptidões específicas, passíveis de mensuração e constantes ao longo do tempo. Desse modo, as aptidões do cliente podem ser investigadas e medidas através do instrumento fundamental, que é o teste psicométrico. 
O teste psicométrico permite a investigação rigorosa das qualidades do sujeito. De posse dessas informações, cabe ao psicólogo buscar "encaixar" as habilidades do sujeito na carreira que tenha como exigências aquelas habilidades mensuradas no teste.
De acordo com essa modalidade, os interesses do orientando são específicos e desconhecidos pelo mesmo, e podem ser mensurados por meio de testes desenvolvidos para estes fins. A satisfação na carreira dependerá do interesse que se tenha pela mesma, interesse este que caberá ao psicólogo "esclarecer."
O psicólogo, dentro dessa perspectiva, tem como papel principal elucidar o cliente sobre os seus interesses e aptidões, para então formular um conselho, que se constitui numa indicação precisa do caminho que cabe ao jovem seguir para obter sucesso profissional.
EM SÍNTESE: Na abordagem psicométrica (também nomeada por estatística ou atuarial): o psicólogo conhece as aptidões, interesses (utilizando testes psicométricos) e possibilidades no mercado de trabalho. Após essa análise apresenta uma resposta para o orientando. 
MÉTODO CLÍNICO EM ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL (OU MÉTÓDO CENTRADO NO PROCESSO):principais especificidades
O método clínico de atuação em orientação vocacional recebe, desde sua origem, influência significativa da psicanálise (Escola Inglesa e da Psicologia do Ego), da teoria de Donald Super e das técnicas de cunho não diretivo preconizadas por Carl Rogers.
A premissa central desse método parte da ideia de que o sujeito pode e deve chegar a uma decisão sobre a sua escolha, se conseguir resolver os conflitos e ansiedades relacionados com seu futuro profissional. 
O sujeito deve conseguir assumir e compreender a situação de crise que enfrenta, para poder chegar a uma decisão autônoma e responsável sobre seu futuro profissional. Nesta modalidade, o psicólogo assume uma postura não diretiva e se apoia na premissa de que a escolha é uma responsabilidade e direito do cliente, que não cabe a ninguém usurpar-lhe. 
Dentro dessa perspectiva, o psicólogo atua no sentido de esclarecer e informar ao sujeito, colaborando para que o mesmo possa elaborar os conflitos que enfrenta, a fim de estabelecer uma imagem não conflituosa de sua identidade profissional, e chegar a uma decisão pessoal e responsável sobre seu futuro profissional. 
O objetivo do psicólogo é, portanto, o de instrumentalizar a escolha e a construção da identidade profissional pela via do autoconhecimento e da articulação entre aspectos do mundo do trabalho e o universo subjetivo do orientando. Trata-se de uma modalidade cujo principal instrumento é a entrevista. Ela permitirá ao psicólogo a compreensão da problemática do sujeito, e facilitará o seu acesso a uma melhor compreensão de si. 
A entrevista busca investigar/analisar alternativas para que o cliente enfrente conflitos subjacentes à escolha profissional. O enfrentamento do conflito permitirá ao sujeito elaborar perdas, lutos e outras dificuldades, além de ajudar na compreensão da situação que enfrenta, resolvendo as ansiedades subjacentes a fim de estabelecer sua identidade profissional. 
EM SÍNTESE: A MODALIDADE CLÍNICA Propõe auxiliar o orientando para que este tenha uma escolha realística (colaboração não diretiva com o cliente). Auxilia no processo do estabelecimento de uma identidade profissional que não esteja em conflito com a identidade pessoal.
TEXTO 5
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL: Principais instrumentos e técnicas
ENTREVISTA
- É o instrumento mais utilizado em atendimentos individuais. No atendimento em grupo a entrevista individual é utilizada no início e no final da intervenção e, se necessário, durante o processo.
- Na abordagem psicométrica tem como principal objetivo levantar informações sobre o indivíduo para auxiliar o orientador na indicação de uma profissão. Nas abordagens do desenvolvimento e clínica tem como objetivos levantar informações para realização do diagnóstico, auxiliar o orientador no planejamento da intervenção e ser o espaço privilegiado para a realização de tarefas que levem a mudança de comportamento através do desenvolvimento do autoconhecimentoe do conhecimento do mundo do trabalho. 
Importante: Ao longo da entrevista, o orientador não assume uma atitude passiva, mas interage com o orientando de forma mais diretiva do que em uma entrevista psicoterápica.
INSTRUMENTOS PADRONIZADOS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: 
Testes psicológicos, inventários e escalas.
- Constituem ferramentas que auxiliam o orientador profissional no processo de intervenção. A escolha do teste depende da teoria utilizada, das informações que o orientador pretende obter e do uso que o orientador pretende fazer dessas informações.
A UTILIZAÇÃO DOS TESTES NO MODELO CENTRADO NO RESULTADO (ABORDAGEM PSICOMÉTRICA):Tem como objetivo levantar o perfil do indivíduo para a identificação e indicação da profissão mais adequada.Costumam ser usadas baterias de aptidões múltiplas, inventários de interesses e escalas de personalidade
- Baterias de Aptidões: para avaliação de aptidões específicas (raciocínio numérico; raciocínio abstrato; raciocínio mecânico; atenção concentrada; percepção espacial; fluência verbal). Pode ser incluído um teste de inteligência (Fator G). 
- Inventários de Interesses: fazem a relação entre diferentes atividades (figuras, fotos, lista de atividades, títulos de livros) e áreas de interesse (social, burocrática, artística, científica, comercial, agrícola, administrativa), que geralmente são associadas a determinadas profissões.
- Inventários e/ou escalas de personalidade.
Exemplos de instrumentos padronizados de avaliação psicológica utilizados (no Brasil) 
	MATRIZ DE HABILIDADES E INTERESSES PROFISSIONAIS
AUTOR: MAURO DE OLIVEIRA MAGALHÃES
	A Matriz de Habilidades e Interesses Profissionais é uma ferramenta que oferece a possibilidade de articular e visualizar níveis de competência e de motivação percebidos em relação a um conjunto de 72 habilidades de trabalho relacionadas para esclarecer e priorizar preferências por habilidades e áreas ocupacionais; identificar competências estratégicas para o sucesso na carreira; e definir metas de treinamento, desenvolvimento e educação de competências profissionais. Esse modelo propõe que as pessoas e os ambientes de nossa cultura podem estar descritos por meio de seis tipos: Realista (R)/; Investigativo (I)/; Artístico (A)/; Social (S)/; Empreendedor (E)/; Convencional (C)
	AIP (AVALIAÇÃO DOS INTERESSES PROFISSIONAIS AUTOR: ROSANE SCHOTGUES LEVEN¬FUS E DENISE RUSCHEL BANDEIRA
	O AIP surgiu da necessidade de oferecer aos psicólogos que trabalham com orientação vocacional um instrumento eficaz e atualizado na avaliação dos interesses profissionais.
Elegeram-se para o AIP dez campos de interesses que, se percebidos em conjunto, poderão remeter a uma série de profissões a serem consultadas no manual do teste. São eles: A – CFM - Campo Físico / Matemático; B – CFQ – Campo Físico / Químico; C – CCF – Campo Cálculos / Finanças; D – COA – Campo Organizacional / Administrativo; E – CJS – Campo Jurídico / Social; F – CCP – Campo Comunicação / Persuasão; G – CSL – Campo Simbólico / Linguístico; H – CMA – Campo Manual / Artístico; I – CCE – Campo Comportamental / Educacional; J – CBS – Campo Biológico / Saúde.
	EAP (ESCALA DE ACONSELHAMENTO PROFISSIONAL)
AUTOR: ANA PAULA PORTO, FERMINO SISTO E ACÁCIA SANTOS
	A EAP se propõe a disponibilizar aos psicólogos um instrumento que poderá auxiliá-los no processo de busca por alternativas para a opção profissional de pessoas que busquem por essa ajuda, aconselhando-as melhor para a identificação com uma carreira, deixando transparecer que há alternativas e não uma diretriz de mão única.
	TDP (TESTE DAS DINÂMICAS PROFISSIONAIS)
AUTOR: GUSTAVO LISBOA BRAGA E ÂNGELA MARIA FONTES DE ANDRADE
	O TDP foi desenvolvido com base nos princípios semelhantes aos de Kuder, classificando-se as profissões em grandes áreas de interesse. Utilizou-se das mesmas 10 áreas do inventário de interesses de Kuder, sendo acrescidas mais duas áreas: Religiosa e Militar. Ficava composto, assim, por doze áreas, cada qual abrangendo atividades e trabalhos específicos que serão, numa segunda etapa, analisados, explorados, questionados e discutidos em dinâmicas de grupo, visitas a locais de trabalho e a universidades, entre outras atividades.
	BPR-5 (BATERIA DE PROVAS DE RACIOCÍNIO)
AUTOR: RICARDO PRIMI E LEAN¬DRO S. ALMEIDA
	A BPR-5 está organizada em duas formas: A (de 6ª a 8ª série do ensino fundamental) e B (de 1ª a 3ª série do ensino médio e nível superior). É composta por cinco subtestes: Prova de Raciocínio Abstrato – RA; Prova de Raciocínio Verbal – RV; Prova de Raciocínio Espacial – RE; Prova de Raciocínio Numérico – RN; e Prova de Raciocínio Mecânico – RM. 
A BPR-5 auxilia os psicólogos a tomarem decisões sustentadas na avaliação das aptidões e raciocínio geral em diversos segmentos, tais como: orientação profissional, avaliação das dificuldades de aprendizagem e seleção de pessoal.
	BATERIA TSP
AUTOR: CARMEM E. FLORES E ELIZABETH NASCIMENTO (ATUALIZAÇÃO) 
	A Bateria TSP é um instrumento do tipo lápis e papel, composto de nove testes objetivos que avaliam diferentes aptidões. Para avaliação de: resolução de problemas em termos de raciocínio lógico (JULGAMENTO); memorização de nomes, fisionomias e detalhes (MEMÓRIA); rapidez e precisão no manejo e na compreensão de sistemas numéricos, cálculos e códigos - habilidade numérica (NÚMEROS); aptidão para distinguir rapidamente semelhanças e diferenças de natureza não verbal - habilidade perceptual / concentração e perseverança (PRECISÃO e PERCEPÇÃO); relação espacial envolvida em aspectos de motricidade - habilidade espacial (DIMENSÃO); aptidão para visualizar tamanhos, formas e a relação do todo com as partes - percepção espacial (PARTES); aspectos de relações espaciais ligados à capacidade de estimar quantidades - habilidade espacial (BLOCOS); e fluência vocabular simples (FLUÊNCIA).
	EAE-EP (ESCALA DE AUTOEFICÁ¬CIA PARA ESCOLHA PROFISSIO¬NAL) - 2ª EDIÇÃO 
AUTOR: RODOLFO A.M. AMBIEL E ANA PAULA PORTO NORONHA
	A EAE-EP é um instrumento de avaliação psicológica nacional, criado e desenvolvido para a população brasileira, sendo sua aplicação indicada para ocorrer em situações de orientação profissional no âmbito clínico e escolar. A EAE-EP auxilia os psicólogos a tomarem decisões sustentadas na avaliação da autoeficácia por meio de quatro fatores: - Autoeficácia para Autoavaliação; - Autoeficácia para Coleta de Informações Ocupacionais; - Autoeficácia para Busca de Informação Profissional Prática; - Autoeficácia para Planejamento de Futuro. Além desses quatro fatores, a avaliação do EAE-EP se dá por meio de um Escore Geral, que fornece uma estimativa geral da crença da pessoa em sua capacidade para se engajar em tarefas relacionadas à escolha profissional. Tais tarefas envolvem aptidão para avaliar suas características pessoais, habilidades e interesses; coletar informações sobre profissões em diferentes meios; buscar informações sobre o mundo do trabalho por meio de relacionamentos interpessoais; e planejar o futuro profissional, com foco em questões financeiras.
	QUATI (QUESTIONÁRIO DE AVALIA-ÇÃO TIPOLÓGICA) 
AUTOR: JOSÉ JORGE DE MORAES ZACARIAS
	O QUATI, dirigido à população brasileira e à sua cultura, é um instrumento investigativo baseado na teoria Junguiana e em sua tipologia. Pretende definir estilos cognitivos e de comportamento individual, classificando semelhanças e diferenças em determinados grupos, auxiliando na organização de grupos de trabalho, na detecção e solução de conflito nas organizações, no treinamento empresarial e remanejamento de pessoal, na criação de programas de ensino-aprendizagem, na orientação de pais e professores, na orientação vocacional e aconselhamento familiar.
Extraído de: SHINEIDR, Elisabeth. Orientação profissional. Rio de Janeiro: SESES, 2017. (p.70 – 73). 
A UTILIZAÇÃO DOS TESTES NO MODELO CENTRADO NO PROCESSO (abordagens do desenvolvimento e Clínica): O uso de testes é facultativo. Tem como objetivo levantar informações sobre o indivíduo para auxiliar o orientadorna realização do diagnóstico no qual o processo de intervenção será construído.
Importante: antes de selecionar um instrumento de avaliação psicológica deve ser - OBRIGATORIAMENTE - realizada uma consulta ao Sistema de avaliação de testes psicológicos (SATEPSI) do Conselho Federal de Psicologia (satepsi.cfp.org.br/). 
TÉCNICAS NÃO PADRONIZADAS (técnicas expressivas e técnicas plásticas)
 Configuram os principais instrumentos utilizados no processo de orientação profissional em grupo. Podem ser adaptadas para uso em atendimento individual (mas perdem a riqueza proporcionada pela interação).
- Principais técnicas expressivas e plásticas: Dinâmica de grupos, técnicas psicodramáticas, de informação profissional, colagens, simulações de situações profissionais, elaboração de desenhos, dentre outras. 
- São ferramentas que auxiliam no processo de orientação profissional e não o objetivo da realização do processo de intervenção e/ou de avaliação. 
- O uso das técnicas não deve ser feito de forma indiscriminada. Assim, é aconselhável que as técnicas sejam escolhidas de acordo com as demandas do grupo e não determinadas antes do processo de intervenção (relatividade da técnica).
- É importante que o orientador tenha habilidade para escolha e aplicação da técnica: Podem ser utilizadas técnicas de dinâmica de grupo e psicodramáticas conhecidas ou podem ser criadas novas técnicas conforme a necessidade. 
- Objetivo da técnica é sensibilizar os integrantes do grupo para a discussão da questão que se quer trabalhar: O caráter lúdico das técnicas ajuda a despertar a espontaneidade e a autenticidade da fala dos participantes do grupo
- O uso da técnica envolve: a preparação para realização da técnica (explicação do que será feito). O desenvolvimento da técnica (com o objetivo de proporcionar uma vivência no momento presente que leve à reflexão sobre a questão que o orientador pretende trabalhar). A troca de impressões e sentimentos entre os participantes da experiência vivenciada. Avaliação da eficácia (ou não) da utilização da técnica.
TEXTO 6
TEORIAS VOCACIONAIS
Várias teorias em Orientação Profissional surgiram para entender e guiar as escolhas profissionais. Crites (1969) classificou as teorias de escolha vocacional em 3 grandes grupos: Teorias Psicológicas: foco da escolha no indivíduo, nas suas características psicológicasTeorias Não Psicológicas: o ambiente é que levaria o indivíduo a escolher a profissão.Teorias Gerais: teorias interdisciplinares.
AS TEORIAS PSICOLÓGICAS são subdivididas em: Traço-Fator, Evolutivas, Psicodinâmicas, Decisionais e Tipológicas.
A Teoria Traço-Fator, parte do princípio de que as pessoas diferem em suas habilidades, interesses e traços de personalidades e que cada profissão requer indivíduos com aptidões específicas. Esta teoria enfatiza "o homem certo no lugar certo".
Para as Teorias Evolutivas ou Desenvolvimentistas, o indivíduo possui um ciclo de vida e este se desenvolve vocacionalmente durante toda a vida. Critica-se a ideia de "momento de escolha", defendendo-se a concepção de desenvolvimento vocacional. 
As Teorias Psicodinâmicas: consideram que há uma continuidade no desenvolvimento entre as atividades primárias e físicas e as intelectuais complexas e abstratas do organismo. 
As atividades adultas complexas, nesta teoria, mantêm as mesmas fontes de gratificação que as infantis e também que as experiências infantis, nos primeiros seis anos de vida, são decisivas na formação da personalidade e na criação das necessidades que se expressarão mais tarde na conduta vocacional.
Segundo as Teorias Decisionais, a decisão deve ser fruto de uma análise minuciosa dos elementos que intervém no processo. Consiste em identificar as possibilidades oferecidas, analisar as consequências, avaliar e decidir, chegando finalmente a uma escolha. O orientador profissional deve, nesta teoria, ajudar as pessoas a analisarem os dados para estabelecer uma decisão, colidir informações e a determinar empiricamente a utilidade de cada decisão.
As Teorias Tipológicas implicam numa correspondência entre tipo de personalidade e modelos ambientais. Com base na experiência da pessoa, ela elabora formas habituais no desempenho de tarefas que seu ambiente psicológico, social e físico lhe apresenta. Sua herança biológica e social, unida à sua história pessoal, cria uma série característica de capacidades perceptivas e pontos de vista, como metavitais, valores, autoconceitos e métodos típicos, para enfrentar os problemas cotidianos.
Já as TEORIAS NÃO PSICOLÓGICAS são subdividas em teorias: Sociológicas e Econômicas. 
As Teorias Sociológicas enfatizam a importância dos determinantes socioeconômicos e culturais. A família, a raça, a nacionalidade, a classe social e as oportunidades culturais e educacionais são fatores decisivos na determinação da ocupação. O indivíduo ao fazer escolha é determinado principalmente pela expectativa de status da classe social a que pertence.
Nas Teorias Econômicas, o fator determinante da escolha profissional é a vantagem econômica oferecida pela profissão; dessa forma, os indivíduos tenderiam a escolher a ocupação que oferecesse melhores salários e a distribuição dos trabalhadores no mercado de trabalho, seria, portanto, de acordo com a lei da oferta e da procura.
E, por último, as Teorias Gerais, que preconizam que determinantes isolados não são suficientes para explicar a escolha profissional, mas sim reunindo contribuições da Economia, Sociologia e Psicologia. A estrutura social influencia no desenvolvimento da personalidade e define as condições socioeconômicas em que a seleção ocorre (CRITES apud SILVA, 1996).
Além destas teorias, existem outras abordagens, não constantes daquela classificação como: a Estratégia Clínica de Bohoslavsky, a Teoria da Aprendizagem Social e a Abordagem Psicopedagógica em Orientação Vocacional, entre outras. 
DIFERENÇA ENTRE VOCAÇÃO E PROFISSÃO: O termo orientação profissional substituiu o termo orientaçãovocacional. A ideia de vocação é ultrapassada na medida em que se acreditava que o indivíduo já nascia para uma determinada profissão. A orientação profissional, por sua vez, está atrelada ao fato de que esta escolha deve estar pautada no “projeto de vida” de cada um. Assim, os antigos testes vocacionais indicavam habilidades dos jovens e as profissões eram mais delimitadas, ao passo que atualmente as carreiras são multidisciplinares, interconectadas com funções múltiplas e versáteis, o que torna mais complicado para um simples teste indicar a profissão de um adolescente.
TEXTO7 
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL INDIVIDUAL E EM GRUPO: Principais vantagens de cada modalidade.
Orientação profissional individual: desenvolvida, especialmente, no ambiente clínico. O principal instrumento utilizado é a entrevista clínica, a partir da qual o orientador buscará as informações necessárias para auxiliar no processo de escolha profissional do indivíduo. 
Vantagens da modalidade individual: Possibilita o aprofundamento de diversos aspectos que seriam impossíveis de serem trabalhados no modelo grupal. Além disso, podem-se observar, mais a fundo, diversos conteúdos que eventualmente surgem durante o processo de orientação que podem atrapalhar o funcionamento do indivíduo e necessitar de intervenções clínicas. Nesta modalidade, é importante que o contrato de trabalho seja bem estabelecido, não deixando que o foco se perca para outros temas que o do trabalho ou para que a orientação não se torne uma psicoterapia. 
- Orientação profissional em grupo: Inicialmente, deve-se ter claro que o orientador precisa ter conhecimento de psicologia de grupos, necessário para que se possa trabalhar e lidar com os fenômenos grupais que emergem neste tipo de intervenção. Tende a ser adotada com mais frequência em escolas, pré-vestibulares e serviços de atendimento, tendo em vista a concentração da demanda nestes locais. 
1º momento (Encontros iniciais):Objetivos a busca por um conhecimento maior de cada um por si próprio e da formação de umvínculo entre os participantes, ajudando os mesmos a observar as situações (semelhanças e diferenças) de cada um dos membros. 
2º momento (desenvolvimento): Objetivos são abordados os temas referentes as profissões, com exposição dos desejos dos membros e uma orientação sobre as características de cada profissão. 
3º momento (Finalização): Objetivos integração de tudo que foi abordado e aprendido para cada indivíduo. Também é indicado um encontro individual para trabalhar questões específicas de cada participante. 
Vantagens da modalidade grupal: A interação entre os participantes. Neste caso, é preciso observar como se configuram os vínculos entre eles, com a tarefa e com os orientandos e como ocorre o aprendizado no grupo. A possibilidade de feedbacks entre os próprios participantes e, a de aprendizado com as experiências passadas pelos demais. Vantagens financeiras: os gastos com o profissional que a executa serem divididos pelo número de participantes do grupo, se tornando um método ideal para instituições que oferecem esse trabalho ao público que atende. 
TEXTO 8
ABORDAGEM CLÍNICA nas perspectivas de Bohoslavsky e de Torres
A estratégia clínica de Rodolfo Bohoslavsky: foi concebida inicialmente para ser desenvolvida com jovens em situação de escolha profissional. Nesse sentido, concebe a decisão profissional como uma situação típica que o jovem deve enfrentar até chegar a uma opção pessoal e responsável, sendo as entrevistas os principais recursos a serem utilizados pelo psicólogo, numa posição não mais diretiva, uma vez que o indivíduo pode elaborar a própria decisão. Emerge, portanto, da crítica do autor à abordagem estatística. 
O autor caracteriza a orientação vocacional como processo de colaboração não diretiva com o cliente, ajudando-o a estabelecer uma identidade profissional e promovendo o estabelecimento de imagem não conflitava com a sua própria identidade pessoal.
A escolha é um direito do orientando. Para tanto, o psicólogo, além das competências técnicas e sociais, necessita: 
1. Ter uma visão compreensiva e ampla dos problemas da juventude:
2. Estabelecer relações causais entre os diversos fenômenos que ocorrem ao longo do processo. 
3. Distinguir entre problemas vocacionais e demais problemas da personalidade. 
4. Investigar/analisar preocupações e temores do orientando: “escolher uma profissão para o adolescente é viver o futuro no presente”.
Assim sendo, o processo de orientação profissional, baseado na modalidade clínica visa facilitar ao orientando seu autoconhecimento e conscientizá-lo da responsabilidade em suas decisões, enfim, ajudá-lo na construção de uma identidade ocupacional e integração de aspectos das identificações que servem à função defensiva, tornando-as benéficas ao processo de escolha profissional e permitindo a elaboração de conflitos e ansiedades relativas ao futuro.
É denominada de “Modelo de Avaliação Psicológica Centrado no Processo”, o qual se vale, sobretudo, de entrevistas psicológicas, facultando o uso de testes psicológicos. Estes, quando adotados, voltam-se à avaliação de aspectos como maturidade vocacional, indecisão, exploração, bem estar psicológico, influência familiar, dentre outros.
O autor identifica três grandes momentos no processo da orientação vocacional:
1. O da eleição fantasiada que vai da infância até a adolescência. 
2. O da tentativa da escolha profissional durante a adolescência. 
3. O da escolha definitiva e da eleição realista que se desdobra em exploração de uma área de realidade profissional, cristalização de um vínculo com uma área de realidade profissional e social, e da especificação do vínculo com uma área da realidade profissional.
PRINCIPAIS ETAPAS: entrevistas abertas; elaboração de uma hipótese diagnóstica; elaboração de um prognóstico; informação ocupacional.
ENTREVISTA(s) (semidiretiva, semidirigida ou semiaberta):
Inicial: Permite ao psicólogo a compreensão da problemática do sujeito e facilitará o seu acesso a uma melhor compreensão de si. Possibilita: construir um vínculo; apresentar o enquadre; construir um espaço que propicia o autoconhecimento e elaborar hipóteses diagnósticas. Para estas hipóteses devem ser considerados aspectos psicodinâmicos, tais como: índice de maturidade, identificações com o grupo familiar, percepções valorativas do próprio grupo profissional, a problemática vocacional da família, a identificação com determinados grupos profissionais, mecanismos de defesa utilizados (como por exemplo: negação e projeção).
Entrevista Devolutiva: tem o objetivo de discutir e integrar todas as etapas do processo
DIAGNÓSTICO
Tem o objetivo de evidenciar “os fatores intervenientes no processo de escolha, sejam eles de ordem social, educacional, familiar e/ou psicológica, conscientes e/ou inconscientes” e de elaborar um prognóstico de orientabilidade.
O enfrentamento do conflito permitirá ao jovem elaborar perdas, lutos e outras dificuldades, além de ajudar na compreensão da situação que enfrenta, resolvendo as ansiedades subjacentes a fim de estabelecer de maneira autônoma sua identidade profissional.
INFORMAÇÃO PROFISSIONAL:
Pesquisa desenvolvida pelo orientando e discussão do levantamento com o orientador. Cabe destacar que, mais importante do que realizar a escolha por uma carreira específica, seria obter subsídios que permitam ao jovem realizar as diversas escolhas ao longo de seu trajeto profissional.
Nessa perspectiva, o trabalho de Orientação Profissional é caracterizado como uma intervenção psicoprofilática, através da qual busca-se promover o desenvolvimento das potencialidades do sujeito, seu amadurecimento, para que ele possa se realizar profissionalmente.
A Orientação Profissional contempla três esferas institucionais distintas: família, escola e sociedade. Assim, para o autor, o importante seria reforçar a identidade profissional, ou seja, a auto percepção no decorrer do tempo, em termos de papéis ocupacionais, sendo a atividade profissional o conjunto de expectativas do papel assumido e o papel profissional a sequencia pautada de ações apreendidas, executadas por uma pessoa em situação de interação.
O MÉTODO DE (Maria Luiza Camargo) TORRES
Diferencia-se da proposta desenvolvida por Bohoslavsky em função da: fonte teórica, metodologia e pelos recursos técnicos utilizados. Bohoslawsky emprega vários recursos técnicos nas orientações individuais e em grupo. A autora abstém-se da utilização de testes psicológicos e prioriza as entrevistas e o trabalho de cunho individual.
De acordo com Torres (2002), a orientação profissional clínica se divide em 6 etapas, sendo elas: exploração, estudo das possibilidades, a escolha das alternativas, a instrumentalização, escolha propriamente dita e a finalização.
Exploração: o orientador irá buscar informações referentes ao funcionamento do orientando, bem como definir o enquadre do trabalho que será feito. E nesta fase também que se desenvolve o vínculo entre as duas partes da orientação. 
Estudo das possibilidades: o orientando vai fazer o reconhecimento de seus recursos e desejos, bem como das profissões que estão ou não ao seu alcance. Neste momento, o orientador deve ajudar o orientando a criar e observar o leque de possibilidades que ele possui; 
A escolha das alternativas: o orientando irá perceber os prós e contras de cada uma das possibilidades vistas anteriormente e escolher as alternativas nas quais deseja se aprofundar mais, fazendo assim uma pré-seleção.
A instrumentalização: o orientador irá ajudar a suprir a carência de informações sobre as possibilidades pré-selecionadas, instruindo o orientando a fazer entrevistas, conhecer profissionais que trabalhem nas áreas escolhidas, ir a palestras e feiras, entre outros.
 Escolha propriamente dita: o orientando deve ser capaz de assumir uma preferência a partir dos recursos adquiridos no decorrer das etapas anteriores, fazendo assim, uma escolha, em detrimento das demais opções.
Integração: finalização com a integração de tudo aquilo que foi abordadoao longo do processo. 
TEXTO COMPLEMENTAR: leitura facultativa
CONSIDERAÇÕES RELEVANTE SOBREO PROCESSO DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL DESENVOLVIDA POR BOHOSLAVSKY[2: Extraído de: SELIG, Gabrielle Ana; VALORE, Luciana Albanese. Orientabilidade ao longo de um processo grupal com adolescentes: relato de uma experiência. Rev. bras. orientac. prof, São Paulo , v. 9, n. 2, dez. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci. Acessoem: 10 set. 2015.]
[,,,] Ao contrapor à modalidade psicométrica uma nova abordagem da problemática vocacional, Bohoslavsky sustenta sua proposição no uso da estratégia clínica. Entendida como o planejamento de ações que irá subsidiar o trabalho de orientação, fundamenta-se no método clínico (BLEGER, 1984) e, como tal, pressupõe a articulação entre intervenção e investigação, em um processo dinâmico, constantemente sujeito a revisões. Nessa perspectiva, trata-se de investigar a personalidade de quem escolhe, seus conflitos e ansiedades quanto à situação da escolha (Torres, 2001) em paralelo à intervenção; ou seja, ao processo de construção de uma escolha profissional e de um projeto de vida.
O orientador, que atua na modalidade clínica psicodinâmica, tem também a responsabilidade de elaboração de um diagnóstico de “orientabilidade”, como etapa preliminar, ainda que infindável, de um processo de orientação. Criado por analogia ao termo “analisabilidade” utilizado pelos psicanalistas, para o autor, o conceito de orientabilidade relaciona-se à investigação de alguns aspectos que serão descritos a seguir.
Tendo em vista que “toda escolha implica um projeto e um projeto nada mais é do que uma estratégia no tempo” importa analisar como o candidato à orientação maneja a dimensão temporal, sempre considerando que o tempo é instrumentalizado pelas pessoas, estando em constante reconstrução. É importante verificar como o adolescente situa suas colocações, se está centrado no presente, passado ou futuro, ou relacionando a estas dimensões. Quanto ao presente, cabe observar em que momento se encontra frente à situação de mudança: (a) seleção, discriminação das profissões, dos gostos e aptidões pessoais; (b) escolha, estabelecimento de relações estáveis com os objetos; ou (c) decisão, elaboração de lutos (pela adolescência, pelas escolhas fantasiosas, dentre outra s).
 Igualmente relevante torna-se a investigação quanto ao(s) tipo(s) e grau(s) de ansiedade, ao(s) objeto(s) ao(s) qual (ais) está ligada, persistência ou variações e mecanismos defensivos que desencadeia. Também é preciso averiguar que fantasias e temores referentes à autoimagem, ao futuro, à vida universitária, à escola secundária estão vinculados às ansiedades de tipo persecutória, depressiva ou confusa.
Importa também atentar ao tipo de vínculo estabelecido com o(s) objeto(s) carreira(s), bem como às identificações predominantes, isto é, aos comportamentos de conhecimento e de reconhecimento da situação de oportunidade que o orientando está vivendo, aos gostos e interesses manifestados pelas carreiras e às tentativas de reparação que serão satisfeitas através da opção por uma delas. 
Outro aspecto a ser considerado refere-se ao tipo de situação vivenciada em relação à problemática vocacional, a qual pode ser predilemática, dilemática, problemática ou de resolução, sendo que cada uma delas remete ao processo de elaboração dos lutos aí implicados. Por fim, cabe investigar as expectativas (conscientes e inconscientes) quanto ao processo de orientação profissional, na medida em que este propicia a produção e a explicitação das fantasias referentes à vida futura. Neste aspecto, denominado por Bohoslavsky de “fantasias de resolução”, o vínculo transferencial estabelecido com o orientador merece destaque. Associado a isto, é preciso também considerar o processo de deuteroescolha ; ou seja, o modo como o orientando escolheu escolher e isto poderá ser investigado atentando-se, especialmente, à maneira como lida com a situação da primeira entrevista.
- Sobre o diagnóstico de orientabilidade: prática instituída dentre os profissionais da Orientação Profissional(OP) atrelados à modalidade clínica. Oliveira e Holanda (2000), por exemplo, observam que não são todos os orientandos que atingem os objetivos propostos: aprendizado da escolha, conhecimento de si e do mundo ocupacional. Neste sentido, em consonância à proposição de Bohoslavsky, propõem o diagnóstico como parte imprescindível do processo, com a finalidade de evidenciar “os fatores intervenientes no processo de escolha, sejam eles de ordem social, educacional, familiar e/ou psicológica, conscientes e/ou inconscientes” e de elaborar um prognóstico da orientabilidade. A principal função do diagnóstico: investigar se o pedido de orientação encobre a necessidade de um atendimento psicoterápico. 
TEXTO 9
Metodologia da Ativação da Aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica em Orientação Profissional
Objetivo da Metodologia de Aprendizagem: Permitir ao individuo colocar-se como sujeito de aprendizagem, considerando seus aspectos COGNITIVOS, AFETIVOS E SOCIOCULTURAIS. 
A FUNDAMENTAÇÃO DA ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA e permeada por quatro princípios:
Princípios de ativação da aprendizagem. 
Princípios da unidade operatória. 
 Princípios do processo decisório.
Princípios da Gestalt. 
Tais fundamentos são descritos a seguir.
1. Princípios de ativação da aprendizagem: As experiências devem ser vividas. As experiências devem ser tratadas cognitivamente. As experiências devem ser integradas lógica e psicologicamente. Isto significa que o homem é concebido na sua totalidade, com suas motivações, com sua forma singular de conceber o mundo, com suas habilidades intelectuais, suas potencialidades e emoções. 
A ativação da aprendizagem CONSISTE EM EXERCITAR, POR MEIO DE SITUAÇÕES APROPRIADAS, HABILIDADES E ATITUDES. AS HABILIDADES são as operações internas envolvidas no tratamento da experiência. AS ATITUDES são os efeitos cognitivos e afetivos da atividade que se expressam em ações. 
2- Princípios da Unidade Operatória: Habilita o aluno a perceber, a sentir e a pensar para dar sentido ao ato concreto, sem desviar o pensar do ato de fazer.
Princípio da unidade operatória: articulação da ação-reflexão: aprender a compreender condutas. Implica na expansão da consciência e o desenvolvimento do potencial intuitivo criador do aluno, habilitando-o a perceber, a sentir e a pensar para dar sentido ao ato concreto sem desviar o pensar do ato de fazer e do sentir. 
3- Princípios do processo operatório: As TAREFAS integram um conjunto de ações, permitindo estabelecer um vínculo com OS OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS que são os organizadores do processo de aprendizagem. No quadro a seguir são apresentados possíveis exemplos. 
5. Princípios do processo decisório: Aqui devem ser exploradas as seguintes etapas: 
a) Seleção: etapa em que há discriminação e hierarquização dos objetos disponíveis. 
b) Escolha: etapa em que se estabelece relação mais íntima com os objetos possíveis, havendo ambiguidade e ambivalência frente a eles. 
c)Decisão: ação sobre a realidade e elaboração e projetos para apoderar-se do objeto e torna-lo seu. 
5- Princípios da Gestalt: Permite compreender como a pessoa estrutura sua experiência presente para ampliar a percepção de si, em um contato criativo com o meio, favorecendo as condições para o equilíbrio, para a integração e para o crescimento do indivíduo como um todo. 
ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA EM OP visa atender as demandas do momento histórico do individuo para que ele possa aprender a SELECIONAR, A ESCOLHER E A DECIDIR A PROFISSÃO QUE QUER E PODE TER, DE QUE MODO E EM QUAL CONTEXTO.
A utilização DO PLANEJAMENTO POR OBJETIVO PODE SER ADAPTADA PARA ATENDER AS SEGUINTESSITUAÇÕES:Trabalho com uma única pessoa ou com um grupo; Nível de maturidade do indivíduo;Momento do desenvolvimento pessoal; Tempo disponível para a realização do trabalho; Nível socioeconômico do indivíduo ou grupo.
Referência:LEVENFUS, Rosane Schotgues; SOARES, Dulce Helena Penna; Cols. Orientação Vocacional Ocupacional: novos achados teóricos, técnicos e instrumentais para a clínica, a escola e a empresa. Porto Alegre: Artmed, 2002. (Capítulos 8 ). Material didático: capítulo 8 .
TEXTO 10
DONALD SUPER E O DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL
Super (1910 -1994): Estudou com mais profundidade o comportamento vocacional. As questões relacionadas com a orientação vocacional, com a escolha de uma profissão ganham especial importância nas últimas décadas do século XX, em função da mudança no modo de produção (passagem do Fordismo para o Toyotismo). 
Principal diferença da teoria de Super em relação a outros psicólogos que também se dedicaram à temática Orientação Profissional. Para este autor: A escolha de uma profissão, de uma ocupação, não se resume a um momento da vida de uma pessoa, um momento único e estático. 
Super defende que a escolha profissional constitui um processo que se desenvolvido ao longo de toda a vida das pessoas. Isto significa que para o autor, o desenvolvimento vocacional é um processo continuo que vai desde a infância até à velhice.
 Assim o autor apresenta os princípios que justificam a concepção desenvolvimentista da escolha profissional: 
1. As características das pessoas qualificam-nas para determinadas ocupações profissões. 2. Cada profissão requer um conjunto de capacidades e características de personalidade, ainda que não de uma forma rígida. 3. As preferências vocacionais das pessoas não são estáticas, modificam-se ao longo da vida por influência da sua experiência e das situações. 4. O desenvolvimento vocacional decorre em vários estádios ou fases da vida marcados por características próprias. 
Uma das contribuições mais significativas de Super: a importância dada ao desenvolvimento dos ATOCONCEITO. 
O AUTOCONCEITO VOCACIONAL/PROFISSIONAL corresponde ao conjunto de interesses, competências, valores associados a uma profissão ou ocupação. Ao manifestar uma preferência VOCACIONAL, o indivíduo exprime a pessoa que pensa ser, a pessoa que quer ser.
Formulando uma preferência vocacional, “o indivíduo exprime uma ideia do tipo de pessoa que pensa ser; escolhendo uma profissão, ele atualiza seu autoconceito; progredindo numa carreira, ele se atualiza" (SUPER, 1963 apud BALBINOTTI, 2003)
Super define a MATURIDADE VOCACIONAL como a capacidade de a pessoa cumprir as tarefas com que é confrontado. 
A maturidade vocacional é definida como a capacidade do indivíduo para enfrentar as tarefas de desenvolvimento com as quais ele é confrontado como consequência de seu desenvolvimento social e biológico, de uma parte, e das necessidades da sociedade em relação às outras pessoas que alcançam este estado de desenvolvimento, de outra parte.
É conveniente precisar, quando se fala de maturidade vocacional no modelo desenvolvimentista de Super, que esta noção se aplica propriamente ao desenvolvimento profissional do adolescente e do início da idade adulta. Com efeito, no caso dos adultos, Super não fala exatamente de maturidade vocacional, mas sim de adaptabilidade profissional.
EM SÍNTESE: O autoconceito vocacional/profissional corresponde ao conjunto de interesses, competências, valores associados a uma profissão ou ocupação. Ao manifestar uma preferência vocacional, o indivíduo exprime a pessoa que pensa ser, a pessoa que quer ser. Maturidade vocacional: capacidade de a pessoa cumprir as tarefas com que é confrontado. O desenvolvimento vocacional: se estende da infância até a velhice, e o seu desenrolar é geralmente ordenado, previsível e dinâmico, por resultar da interação entre os conhecimentos do indivíduo e as solicitações da cultura, valorizando os aspetos intelectuais, emocionais e sociais da escolha e da adaptação profissional. A cada etapa ou estádio correspondem tarefas específicas a ser realizadas. 
ESTÁDIOS E SUBESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO VOCACIONAL: Foram catalogados CINCO ESTÁDIOS DA VIDA: infância, adolescência, idade adulta, maturidade e velhice. Incluem o período escolar, pré-profissional e profissional.
OS ESTÁDIOS DE VIDA: Crescimento: Do nascimento aos 13-14 anos. Exploração: Dos 15 anos aos 24 anos. ESTABELECIMENTO: Dos 24 anos aos 44 anos. MANUTENÇÃO: Dos 44 anos aos 64 anos. DESCOMPROMISSO: Após os 64 anos. 
Principais características e dinâmicas (tarefas a serem realizadas):
1. ESTÁDIO DO CRESCIMENTO: Desde o nascimento, a criança desenvolve-se num contexto social através do processo de socialização. É na relação com os outros (pais, professores, outros adultos significativos e colegas) que, ao identificar-se com eles, ela vai construir o autoconceito vocacional: preocupa-se com o futuro, compreende a importância de ter sucesso na escola, adquire hábitos e rotinas de trabalho, procura ser competente. Apesar de este estádio abranger idades com características muito diversas, o percurso que a criança efetua é no sentido de as capacidades e interesses serem progressivamente dominantes.
2. ESTÁDIO DE EXPLORAÇÃO: Esta fase vai desde a adolescência ao início do estado adulto e corresponde a um período de exploração de si próprio, do mundo do trabalho e dos papéis das outras pessoas nas suas ocupações.
O autoconceito vocacional constrói-se na interação com os outros, com as experiências pessoais, com o desempenho dos papéis em casa, na escola e noutros contextos de vida.
Num primeiro momento, as opções vocacionais são ensaiadas nas conversas com os outros e nas fantasias. Mas, progressivamente, o jovem vai construindo o seu autoconceito vocacional em contato com a realidade. Escolhida uma profissão, desenvolve as tarefas desta fase, implementando a sua opção. Contudo, a escolha não está finalizada.
3. ESTÁDIO DE ESTABELECIMENTO: Na fase do desenvolvimento, que decorre entre os 25 e os 44 anos, podem surgir questões relacionadas com experimentações e ensaios na procura de um autoconceito vocacional seguro. Esta situação pode refletir-se, por exemplo, na mudança de emprego e na procura de novos percursos de vida profissional através de novas experiências laborais. À medida que o tempo avança o adulto procura dar solidez no mundo do trabalho, estabilizando, consolidando e progredindo na sua ocupação.
 4. ESTÁDIO DE MANUTENÇÃO: A designação deste estádio reflete a principal preocupação das pessoas: preservar e manter com sucesso o autoconceito vocacional estabelecido. Assim, desenvolver, conservar e cuidar são as tarefas que caracterizam esta etapa. Contudo, TAL dinâmica NÃO SIGNIFICA ESTAGNAÇÃO. Se a pessoa não se sente autorrealizada na sua ocupação pode abraçar novos desafios. É comum, nesta fase da vida, muitos colocarem a si próprios a pergunta: “É isto que quero fazer nos próximos anos?”. Neste contexto podem surgir mudanças e, por isso, inovar é também uma tarefa deste estádio de desenvolvimento. A frustração pode surgir se a pessoa não conseguir estabilizar-se numa ocupação que a autorrealize, que seja adequada ao seu perfil.
5. ESTÁDIO DE DECLÍNIO OU DESCOMPROMISSO: numa primeira interpretação, designou o período que se inicia a partir dos 65 anos como o “estádio do declínio”. Substitui, depois, a designação por estádio de descompromisso ou desengajamento. É a fase da vida em que se assiste a uma desaceleração no desenvolvimento da carreira através da aposentadoria. 
Assiste-se a uma diminuição da energia, ao abrandamento dos ritmos de atividade, ao declínio dos processos físicos e mentais. O trabalho a tempo inteiro pode ser substituído por um trabalho a tempo parcial e por hobbies. O elemento comum neste estádio é a necessidade de se reformular o estilo e a estrutura de vida. Algumas pessoas encaram este período de uma forma positiva, outras sofrem com sentimentos de desilusão e desapontamento. É cada vez mais importante o planejamento antecipado da aposentadoria para responder ao desafio de uma nova vida.
A importância da teoria de Super : As grandes mudanças tecnológicas e sociais e a importância da profissão na vida das pessoas criaram um novo cenário queSuper soube interpretar. Através da sua teoria sobre o desenvolvimento vocacional, veio enriquecer e dar mais sentido ao desenvolvimento humano, sobretudo das sociedades mais industrializadas. É de realçar na sua teoria a ideia de que o desenvolvimento que se processa por estádios não é linear: podem surgir questões num estádio que correspondem a etapas anteriores. Uma pessoa que se encontre no último estádio pode, por exemplo, procurar novos papéis ocupacionais o que é uma tarefa própria do estádio de crescimento. Esta é uma perspectiva de dinâmica do desenvolvimento humano.
TEXTO 11
ABORDAGEM DA GESTAL TERAPIA[3: Texto extraído do plano de aula: ]
A Gestalt Terapia surge enquanto abordagem terapêutica em 1952 com a fundação do “Gestalt Institute of New York” por Frederick e Laura Perls. Seus primeiros fundamentos, contudo, estão presentes desde 1942 no livro “Ego, Hunderand Agression”,considerado pelo próprio Perls como a sua transição da Psicanálise para a Abordagem Gestáltica. Esta abordagem tem como preocupação básica à promoção do processo de crescimento e desenvolvimento do potencial humano, recebendo diversas influências, entre as mais marcantes, a Psicologia da Gestalt de Max Wertheimer, WolfangKohler e Kurt Koffka, a Fenomenologia e a Teoria Organismica de Goldstein.
A Gestalt-terapia e Estratégia Clínica de Orientação Vocacional se fundamentam numa concepção humanística, assim muitos dos pressupostos filosóficos que estruturam a prática do gestalt-terapeuta, encontram-se presentes no dia a dia do orientador vocacional. Entre estes, podemos destacar a compreensão do homem como:
• Um ser responsável e digno de confiança. Capaz de escolher, responsabilizando-se por suas escolhas e tendo por isso liberdade para mudá-las.
• Um ser em relação com o mundo, que só pode ser apreendido através de um olhar holístico.
• Um ser que busca equilíbrio e autorrealização, organizando-se naturalmente para alcançar suas preferências e satisfazer suas necessidades, através de trocas com o meio;
• Um ser que busca respostas existenciais para suas vivências, encontrando-as apenas no seu momento experiencial presente.
• Um ser voltado para a consciência, ou seja, atento ao mundo que o cerca e a si mesmo.
Alguns dos conceitos teóricos e metodológicos da Gestalt Terapia contribuem para o aprofundamento e compreensão da modalidade Clínica de Orientação Vocacional, assim como auxiliam na construção de um modelo teórico da problemática vocacional. Dentre os diversos aportes teóricos que compõem esta teoria são destacadas: a capacidade de autorregulação do organismo (ciclo de contato). * O conceito de figura e fundo (parte/todo) e o tripé do método gestáltico: “aqui-agora - contato - fluxo de conscientização (awareness)”.
A afirmativa: “O que quero fazer envolve quem quero ser” aponta para o fundamento da Gestalt-terapia relativo ao conceito de figura e fundo - parte/todo. Sabe-se que a estruturação da percepção de um “objeto-estímulo” se dá a partir de uma figura em relação a um fundo e que a nossa percepção sempre apreende qualquer estímulo a partir de uma gestalt - visão do todo. A figura é parte de um todo e só pode ser compreendida em relação ao fundo, não existindo sem este.
O gestalt terapeuta trabalha o tempo todo no aqui-agora do comportamento do cliente. Este se torna, através da relação com o terapeuta, capaz de focalizar suas dificuldades (figuras) e atualizar seu passado (fundo = situações inacabadas), de modo a dar-se conta (conscientizar-se) de como o seu passado aparece em seus comportamentos atuais, impedindo-o muita das vezes de ter relações satisfatórias e prazerosas. A terapia se dá através do contato do sujeito com suas áreas alienadas, suas dificuldades, seus conflitos, sua criatividade experenciadas no presente da relação terapêutica. O terapeuta, em conjunto com o cliente, dá luz a este processo, levando-o a conscientizar-se e responsabilizar-se cada vez mais, pelo seu si mesmo.
NO PROCESSO DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL procura-se levar o orientando a fazer contato com suas dificuldades e possibilidades com relação a sua escolha profissional. Durante as sessões o adolescente descobre o que está interrompendo o seu livre fluir, ou seja, conscientiza-se de como ele está bloqueando o seu processo de se autorregular e assim se impossibilitando de fechar uma gestalt, que no caso da orientação vocacional é a escolha por uma profissão. As sessões de orientação vocacional fornecem ao orientando um espaço para que ele entre em contato com seus desejos, interesses, aptidões, conflitos, identificações (etapa do autoconhecimento), assim como, com o meio ocupacional e social (etapa da informação profissional). A partir dessas etapas o adolescente torna-se capaz de estabelecer uma nova percepção do seu momento e da sua decisão, tornando-se consciente da sua responsabilidade, e do seu compromisso com suas escolhas.
Ele passa a compreender que sua opção profissional, ou seja, o alcance da sua identidade vocacional-ocupacional se dá a partir de um processo e não de uma resposta, percebendo que a escolha é sua e não do outro e que possui liberdade para mudá-la, já que esta lhe pertence. Cabe lembrar que na perspectiva da Gestalt terapia, o indivíduo é visto, a um só tempo, como contextualizado e livre. Por conseguinte, no âmbito da orientação profissional, se é verdade que a escolha por uma profissão é condicionada pelo contexto social, é igualmente verdadeiro o fato de que o indivíduo também condiciona o ambiente, reagindo sobre ele de maneira a exercer a sua liberdade.
 [...] Finalizo com a fala de três adolescentes ao final de um trabalho grupal de orientação que resume e complementa o que já foi dito anteriormente: R. 17 anos - 3º ano do 2º grau: “Quando me perguntam agora o que deu na OV, eu respondo: Deu EU e EU escolhi ser advogado”. A.17 anos - 3º ano do 2º grau: “Este trabalho foi a melhor coisa que me aconteceu, pois eu estou mais consciente de mim mesma e sou capaz de assumir minhas dificuldades e minha necessidade de ter mais tempo para poder optar. O melhor para mim foi ter aprendido a dizer que agora não é o meu momento de escolha”. V. 17 anos - 3º ano do 2º grau: “Eu vou fazer Jornalismo. Entendo que esta é a melhor opção que posso fazer no momento e que tenho a possibilidade de mudá-la mais à frente, caso queira”.
TEXTOS COMPELMENTARES
ANEXO A
Dois pequenos textos para reflexão
UM PEQUENO TEXTO PARA REFLEXÃO: ....descobrir nossa real identidade não significa usarmos apenas o pensamento para isso. O certo seria desbloquearmos todas as nossas percepções e, através delas, questionarmos nossa identidade. Aí então confrontar as duas identidades: a sentida com a pensada. Pelo que estou acostumado a observar em mim mesmo e em meus clientes, quando realizo esse trabalho o confronto sempre termina com as seguintes constatações:
Eu sempre soube o que realmente sou;
Mas eu não posso ser o que realmente sou;	
Eu não posso ser o que realmente sou porque eu não quero ser o que realmente sou;
Eu não quero ser o que realmente sou porque sendo o que realmente sou eu não realizaria o que eu mesmo esperava de mim;
Eu não realizaria o que eu mesmo esperava de mim porque eu queria ser o que os outros esperam de mim;
O que os outros esperam de mim não é realmente o que eu sou;
Por isso, embora sabendo o que realmente sou, preciso ser o que os outros esperam de mim;
E aprendi um jeito de viver sendo o que eu realmente sou e, ao mesmo tempo, o que os outros querem que eu seja;
Sendo assim dividido, acabo não sabendo o que realmente sou entre as pessoas que posso aparentar ser;
Como prefiro ser o que os outros esperam de mim, o que sou menos é o que realmente sou.	
Texto extraído de: Freire, Roberto: Viva eu viva tu viva o rabo do tatu. Global Editora. São Paulo: 1983
OUTRO PEQUENO RECORTE DE UM POEMA: Tabacaria de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa):Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa! E há tantos que

Continue navegando

Outros materiais