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Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) 1.Qual a fisiopatologia desta doença? Pode acometer outros órgãos? A fisiopatologia é muito complexa e não está ainda claramente identificada. O bloqueio e/ou estreitamento das vias aéreas pode ser causado devido à perda de elasticidade das vias, danos ou inflamações nas paredes, secreção de muco nas vias aéreas superiores e diminuição da área de superfície para a troca de gases. Há hiperatividade dos pulmões, disfunção dos cílios das vias respiratórias e danos constantes nas paredes alveolares.Pode acometer traqueia, laringe e coração (há aumento de DC, já que precisa aumentar a circulação de oxigênio no organismo, na tentativa de compensar a troca gasosa). 2.Quais os principais sintomas? Os sinais e sintomas da DPOC se manifestam inicialmente quando o paciente realiza tarefas que exigem maior esforço, como uma atividade física, corrida, carregamento de peso, etc. Com o passar do tempo e agravamento do quadro clínico, o indivíduo com a doença pulmonar obstrutiva crônica passa a manifestar os sintomas ao realizar a maioria das atividades do dia-a-dia, mesmo as mais leves como caminhar, tomar banho e até ao escovar os dentes.Entre os primeiros sintomas da DPOC estão tosse, expectoração (produção de catarro) e falta de ar. No início do desenvolvimento da doença pulmonar obstrutiva crônica, o comprometimento da função pulmonar pode não se manifestar. Além disso, a tosse e catarro podem confundir o paciente, que imagina ser uma reação ao fumo (produção de pigarro). Esses dois fatores podem dificultar um diagnóstico, quando em estágios iniciais, porque o paciente costuma não procurar um médico especialista – o pneumologista. Apenas quando há o agravamento do quadro, com a apresentação da dispneia (falta de ar) é que o especialista geralmente é consultado, o que faz com que o diagnóstico seja feito em um estágio mais avançado da DPOC.Além dos sintomas iniciais da DPOC já mencionados acima, outros sintomas podem estar relacionados com a doença:chiado no peito; aperto no peito;excesso de muco nos pulmões (o paciente cria o hábito de “limpar a garganta” de manhã);lábios ou camadas de unha azulados (cianose), devido à circulação de oxigênio no corpo abaixo do necessário;infecções respiratórias frequentes; cansaço e falta de energia;perda de peso não intencional, em estágios mais avançados. 3.Quais as formas de prevenção? Diagnóstico precoce, deixar de fumar, fazer exercícios fisicos, tomar vacinas da gripe e pneumonias, evitar infecções pulmonares. 4.Quais os fatores de risco relacionados à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e sua relevância na atenção à saúde? O fator de risco mais importante para a DPOC é a fumaça do cigarro. O cachimbo, o charuto e outros tipos de uso de tabaco populares em muitos países também são fatores de risco para a DPOC. Em todas as oportunidades possíveis os indivíduos que fumam devem ser incentivados a parar. Outras causas documentadas para DPOC, segundo a Iniciativa Global para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, 2006 (do inglês Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease – GOLD) incluem: – Poeiras e produtos químicos ocupacionais (vapores, irritantes e gases), quando as exposições são suficientemente intensas ou prolongadas; – Poluição do ar intradomiciliar proveniente da combustão de biomassa (lenha) utilizada para cozinhar e aquecer residências pouco ventiladas; – Poluição extradomiciliar, que se acrescenta ao impacto total de partículas inaladas do pulmão,embora seu papel específico no que diz respeito à causa da DPOC não seja bem compreendido; – Exposição passiva à fumaça de cigarro também contribui para sintomas respiratórios e para a DPOC; – Infecções respiratórias no início da infância estão associadas à função reduzida do pulmão e aos sintomas respiratórios crescentes na fase adulta. E ainda outros fatores relacionados: – Genética: Deficiência de Alfa-1-Antitripsina, uma proteína protetora dos pulmões. Parece acontecer em somente 3% dos casos); – Desenvolvimento e crescimento pulmonar; – Gênero masculino e Idade avançada; – Condição Socioeconômica baixa. Conscientizar populações sobre hábitos que põe a saúde em risco e causam DPOC. Campanhas pelo fim do cigarro, conscientizar sobre a DPOC e fazer o tratamento precocemente. 5.Qual a carga tabágica que tem relação bem estabelecida com o risco de desenvolver DPOC? A relação entre o tabagismo e a DPOC já está bem estabelecida há vários anos. Fumantes de cigarros apresentam um risco 10 a 14 vezes maior de morte por DPOC, e os de charutos e cachimbos um risco 6 vezes maior de morte por essa patologia.A mortalidade por DPOC em fumantes de cigarros, tem relação com o número de cigarros consumidos, pois quem fuma de 1 a 14 cigarros por dia apresenta uma mortalidade 5 vezes maior do que os não fumantes. Já quem fuma mais de 25 cigarros por dia dobra a chance de morte em relação com o grupo que fuma menos. Cerca de 85% a 90% de todas as mortes por DPOC são atribuíveis ao tabagismo, o que fez com que o Surgeon General dos Estados Unidos afirmasse que existem evidências suficientes para se chegar à conclusão que existe uma relação causal entre tabagismo e morbidade e mortalidade por DPOC. Apesar disso, apenas 15% a 20% de fumantes desenvolvem a DPOC, o que pode ser explicado por variações genéticas individuais envolvidos na etiopatogenia da doença. 6.Quais as principais diferenças entre o perfil “bronquítico crônico” e “enfisematoso”? Bronquite crônica: é caracterizada por um aumento excessivo de muco pela árvore traqueobrônquica, suficiente para causar tosse e expectoração por pelo menos três meses no ano por mais de dois anos consecutivos. A retenção do muco na bronquite crônica se deve ao aumento de sua consistência, redução da atividade ciliar, menor permeabilidade brônquica e à ação da gravidade. Tal efeito resulta em obstrução brônquica favorecendo as infecções. As conseqüências dessas alterações tissulares tornam o bronquítico crônico mais sujeito a hipóxia, policitemia e insuficiência cardíaca direita, que os enfisematosos. Enfisema: é caracterizado por uma dilatação anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal, acompanhada de destruição de suas paredes e sem sinais evidentes de fibrose. Corretamente, dois fatores etiológicos principais foram identificados no enfisema – o hábito de fumar cigarros e uma predisposição hereditária.Acredita-se, em geral, que a obstrução das vias aéreas menores produza pressão maior durante a expiração na via aérea distal ao bronquíolo obstruído e que esta pressão aumentada seja intermitentemente aumentada pela tosse. Acredita-se também que, no caso de bronquíolos totalmente obstruídos, a pressão aumentada nos segmentos pulmonares distais à obstrução seja impressa sobre esses segmentos por meio de uma corrente de ar colateral. Acredita-se que o resultado final desse aprisionamento prolongado de ar seja distensão e, finalmente,destruição das paredes alveolares.Baseado na definição patológica de enfisema, um processo enfisematoso que destrói de modo não seletivo todo o pulmão distal ao bronquíolo terminal é chamado de panacinar (ou panlobular), ao passo que aquele que destrói seletivamente o pulmão distal ao bronquíolo terminal é chamado de centriacinar (ou centrolobular). 7.Diagnóstico e Tratamentos. O principal teste para diagnosticar DPOC é um teste de função pulmonar chamado espirometria, que mede o volume e a velocidade do ar. É um procedimento simples, já que o paciente assopra dentro de um tubo; indolor e dura cerca de meia hora. Pode, também, ser feita uma radiografia ou tomografia para identificar enfisema. Também pode ser feito exame de sangue para verificar as taxas de oxigênio e dióxido de carbono circulante na corrente sanguínea. Os tratamentos recomendados incluem: parar de fumar, medicamentos (ajudam a controlar os sintomas e reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações), instrução sobre a doença e, até mesmo, mudanças nutricionais (para algumas pessoas com DPOC, ajustar a relação gordura/carboidratos na dieta pode ajudá-las a respirar com maior facilidade), uso de oxigênio. 8.Há fatores genéticos envolvidos no desenvolvimento de DPOC? A condição pode ser causada por fatores genéticos que proporcionam deficiência na enzima alfa-1-antitripsina, que auxilia na proteção do pulmão. Assim, essa deficiência torna a pessoa mais suscetível a danos no pulmão e, consequentemente, ao desenvolvimento da DPOC. Por isso, a doença pode acometer também pessoas mais novas, não-fumantes e que não tenham se exposto prolongadamente às substâncias causadoras da enfermidade. obs:doenças dpoc asma não é dpoc,pq pd ser reversível(isso é visto na espirometria) Se não tratada,a asma pode se tornar uma dpoc
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