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BIBLIA DE ESTUDO DE GENEVRA - NOVO TESTAMENTO - 15. 1 Timóteo

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Primeira Epístola de Paulo a , 
TIMOTEO 
Autor De acordo com as saudações, o autor das 
três Cartas Pastorais (1 e 2Timóteo e Tito) foi o após-
tolo Paulo. Na tradição da igreja primitiva há consenso. 
Não obstante, alguns estudiosos do Novo Testamen-
to têm questionado a autoria paulina destas cartas. citando alega-
das diferenças no vocabulário, estilo e teologia. Tais argumentos 
não convencem, e não há razão persuasiva para negar que Paulo 
escreveu estas cartas. 
'~-- · Data e Ocasião As aparentes inconsistên-
1 .. ... ,_ cias entre as viagens de Paulo, como refletidas nas 
1 ~ cartas pastorais, e suas três viagens missionárias. 
· ~~- como registradas em Atos. têm levado à sugestão de 
que as cartas pastorais foram escritas durante o que poderia ser 
chamada de a "quarta" viagem missionária de Paulo. Atos termina 
não com a morte de Paulo, mas com sua prisão domiciliar em 
Roma (At 28.16,30-31). Embora seja um escrito do fim do século 1. 
1 Clemente sugere que Paulo foi martirizado em Roma. Isso não vin-
cula necessariamente o seu martírio com o aprisionamento regis-
trado em At 28. O historiador da igreja Eusébio, do século IV, 
preserva a tradição de que Paulo foi solto daquele aprisionamento. 
continuou seus trabalhos missionários e foi martirizado por Nero 
em sua segunda viagem a Roma. Esta tradição é sustentada não 
somente pelas cartas pastorais, mas também por Filipenses e File-
mom, que. se foram escritas durante o aprisionamento romano re-
gistrado em At 28, provêem evidência de que Paulo esperava ser 
solto (Fp 1.25-26; Fm 22). Uma quarta viagem missionária e um se-
gundo aprisionamento. depois do registrado em At 28, é o cenário 
mais provável para as pastorais. 
Se houve dois aprisionamentos, Paulo foi solto de seu primei-
ro por volta de 62 d.C. De acordo com a tradição posterior, foi 
martirizado por Nero, que morreu em 68 d.C. Paulo escreveu 1Ti-
móteo enquanto estava ainda no meio de sua quarta viagem mis-
sionária. provavelmente durante a primeira parte deste período. 
entre 62-64 d.C. 
Timóteo era um nativo de Listra. uma colônia romana na pro-
víncia da Galácia. Filho de um casamento misto, seu pai era gentio 
e sua mãe, judia (At 16.1 ). Pouco é sabido sobre seu pai, que pare-
ce não se ter tornado cristão, mas sua mãe e avó parecem ter sido 
convertidas como resultado da visita de Paulo a Listra em sua pri-
meira viagem missionária (2Tm 1.5). Desde sua infância, elas havi-
am instruído Timóteo nas Escrituras Judaicas (2Tm 3.14-15) e 
tiveram indubitável influência na própria conversão de Timóteo ao 
cristianismo. 
Quando Paulo voltou a Listra em sua segunda viagem missio-
nária. alguns dos cristãos chamaram sua atenção para este jo-
vem crente e Paulo decidiu levá-lo junto em sua viagem (At 
16.2-3). Duas ações específicas parecem ter acontecido neste 
momento. Primeiro, uma vez que Paulo iria evangelizar judeus. 
circuncidou Timóteo de acordo com o costume judeu (At 16.3). 
Segundo, Paulo e os anciãos da igreja impuseram as mãos sobre 
Timóteo para separá-lo e equipá-lo para o ministério (1.18; 4.14; 
2Tm 1.6; 2.2). 
Timóteo acompanhou Paulo ao longo da maior parte de suas 
segunda e terceira viagens missionárias (At 17.14-15; 18.5; 
19.22; 20.4) e em parte da quarta. Parece ter-se tornado um apa-
drinhado de Paulo, que fala figurativamente de si próprio como 
"pai" de Timóteo (Fp 2.22) e de Timóteo como seu "filho" (1.2.18; 
1Co4.17; 2Tm 1.2; 2.1 ). Como cooperador de Pau/o, Timóteo ser-
viu como representante de Paulo nas igrejas de Tessalônica (1Ts 
3.2,6). Corinto (1 Co 4.17; 16.1 O). Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso 
(1.3). 
Paulo parece caracterizar Timóteo como tendo um "espírito te-
meroso" (2Tm 1.7). Sentiu necessário pedir à igreja de Corinto para 
receber Timóteo de uma maneira que o fizesse sentir-se à vontade 
( 1 Co 16.10-11). Nas Pastorais, Paulo teve que exortar Timóteo a 
não deixar que ninguém o desprezasse por causa de sua juventude 
(4.12). a não negligenciar o dom espiritual que havia recebido 
(4.14) e a não se envergonhar de falar ousadamente a favor do 
evangelho (2Tm 1.8). 
Além da declaração em Hb 13.23 de que Timóteo tinha sido 
"posto em liberdade" (presumivelmente da prisão). pouco é sabido 
a respeito do que aconteceu a Timóteo depois que Paulo escreveu 
2Timóteo. 
Paulo escreveu 1 Timóteo enquanto estava na Macedônia 
(1.3). Achou necessário deixar Timóteo para trás em Éfeso por cau-
sa da presença de falsos mestres naquela cidade (1.3). Paulo havia 
estabelecido a igreja de Éfeso no começo de sua terceira viagem 
missionária. passando cerca de três anos ali (At 19; 20.31). No final 
dessa viagem. havia prevenido os anciãos efésios de que falsos 
mestres. alguns vindos da própria liderança, iriam infestar a igreja 
(At 20.29-30). e esta carta indica que essa profecia aparentemen-
te se cumpriu ( 1.6, 19; 4.1-2; 6.3-5, 10,21). Há evidência de que al-
guns dos falsos mestres provinham de posições de liderança na 
igreja, ou que foram levados a elas ( 1.7 ,20; 2.12; 3.6; 5.19-20; 
6.3-5, 1 O). e os falsos mestres pareciam ter especialmente encon-
trado acolhida entre algumas das mulheres da igreja (2.9-15; 3.11; 
5.11-15). 
Características e Temas A carta é dig-
na de nota pelo seu interesse na organização da igreja. 
Provê a mais longa descrição sobre as qualificações 
dos "bispos" ou anciãos no Novo Testamento (3.2-7). 
juntamente com evidência para dois tipos de anciãos: os que go-
vernam e os que ensinam (5.17); comentários a respeito do sus-
tento e da repreensão de anciãos (5.17-20); e a única descrição 
explícita no Novo Testamento das qualificações para diáconos 
(3.8-10, 12-13). As diretrizes específicas de Paulo a Timóteo tam-
bém contêm muitos conselhos práticos sobre como um líder da 
igreja deve atuar. 
1441 1 TIMÓTEO 
Esta carta é também digna de nota por sua ênfase na sã 
doutrina (1.10; 3.\): l\.í)·, ti.31 e contém duas meditações teológicas 
a respeito da salvação que Deus oferece em Jesus Cristo (1.13-16; 
2 3-6). Estas incluem afirmações sobre a salvação pela graça 
(1.13-16), Cristo como único mediador entre Deus e o homem 
(2 5) e a expiação vicária de Cristo (2.6). 1Timóteo também inclui 
uma meditação poética sobre a obra de Cristo que afirma sua en-
carnação, ressurreição e ascensão (3.16); um prenúncio da segun-
da vinda de Cristo (6.14); uma maravilhosa doxologia (6.15-16); e 
testemunho da expansão do conceito de "Escritura" além do Antigo 
Testamento, para incluir elementos da revelação do Novo Testa-
mento (5.18, onde são citadas as palavras de Cristo como registra-
das em Lc 10. 7) 
Também notáveis em 1Timóteo são seus comentários a res-
peito das mulheres (2.9-15), que incluem uma longa seção sobre o 
devido cuidado com as viúvas na igreia (5.3-16), e a informação 
contextual que o livro provê sobre Timóteo, incluindo prováveis re-
ferências tanto ao seu batismo (6.12) quanto à sua ordenação 
(1.18; 4.14). 
l -Esb~-ço de 1 Timóteo 
1. Saudação (1.1-2) 
li. Tratando com os falsos mestres da lei (1.3-11) 
A. Falsos mestres e suas doutrinas ( 1.3-7) 
B. O propósito da lei (1.8-11) 
Ili. O testemunho e encargo de Paulo ( 1.12-20) 
A. O chamado de Paulo ao ministério ( 1.12-17) 
B. Exortação à fidelidade ( 1.18-20) 
IV. Instruções para a vida da igreja (2.1-3.13) 
A. Instruções para oração e adoração (2.1-15) 
1 . Sobre oração por todos ( 2.1-7) 
2. Instruções para homens (2.8) 
3. Instruções para mulheres (2.9-15) 
B. Instruções sobre a liderança da igreja 
(3.1-13) 
1. Bispos (3.1-7) 
2. Diáconos (3.8-13) 
i-- Dificuldades de Interpretação Os 
detalhes da quarta viagem missionária de Paulo são in-
completos, uma vez que a viagem tem de ser recons-
J 
- truída, em grande parte, através de indicações nas 
cartas pastorais. Há alguma evidência de que Paulo cumpriu seu an-
tigo desejo de ir à Espanha (Rm 15.24,28). Seja nasua volta da Espa-
nha ou. se a desejada viagem à Espanha nunca se realizou, após sua 
partida de Roma, parece ter regressado ao Leste, provavelmente, 
primeiro velejando para Creta (Tt 1.5). Então viajou para Éfeso, ao 
norte (1.3), talvez fazendo uma excursão paralela para Colossos (cf. 
Fm 22), e então seguiu para a Macedônia (1.3; cf. Fp 1.25-26). A par-
tir desse momento as coisas ficam menos claras. Paulo parece ter 
planejado (possivelmente em duas ocasiões diferentes) deixar a Ma-
cedônia para ir tanto a Éfeso (3.14-15; 4.13) como a Nicópolis (Tt 
3.12). A última coisa que ouvimos é que ele está de volta a Roma es-
perando a execução (2T m 1.8, 12; 2.9; 4.6-7, 16), tendo visitado Trôa-
de (2Tm 4.13), Mileto e, talvez, Corinto (2Tm 4.20). 
A respeito do falso ensinamento em Éfeso, ver "Introdução a 
2Timóteo Dificuldades de Interpretação". 
V. O problema das falsas doutrinas (3.14-4.5) 
A. O propósito de Paulo ao escrever a carta (3.14-16) 
B. Erros dos falsos mestres (4.1-5) 
VI. Princípios gerais para um jovem pastor (4.6-6.19) 
A. Admoestações a Timóteo concernentes a seu 
ministério (4.6-5.2) 
B. Instruções a respeito de grupos específicos 
(5.3-6.2) 
1. Viúvas (5.3-16) 
2. Anciãos (5.17-25) 
3. Escravos (6.1-2) 
C. Tratando com falsos mestres (6.3-10) 
D. Admoestações a Timóteo concernentes a seu 
ministério (6.11-16) 
E. Exortações aos ricos (6.17-19) 
VII. Conclusão (6.20-21) 
1TIMÓTEO1 1442 
Prefácio e saudação 
1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, 2 a Ti-
móteo, ªverdadeiro filho na fé, bgraça, misericórdia e paz, da 
parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor. 
O ministério de Timóteo em Éfeso. 
Falsas doutrinas e suas características 
3 couando eu estava de viagem, rumo da Macedônia, te ro-
guei permanecesses ainda em Éfeso para 1 admoestares a certas 
pessoas, da fim de que não ensinem outra doutrina, 4 enem se 
ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promo-
vem discussões do que o serviço de Deus, na fé. s Ora, !o intui-
to da presente admoestação visa ao amor que procede gde 
coração puro, e de consciência boa, e de fé 2 sem hipocrisia. 
6 Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em 
hloquacidade frívola, 7 pretendendo passar por mestres da lei, 
não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os as-
suntos sobre os quais fazem ousadas asseverações. 
A lei e os seus objetivos 
8 Sabemos, porém, que a lei é iboa, se alguém dela se utili-
das, homicidas, to impuros, sodomitas, raptores de homens, 
mentirosos, perjuras e para tudo quanto 3se opõe à sã doutri-
na, 11 segundo o evangelho da glória do Deus jbendito, do 
qual fui 1 encarregado. 
A graça e a sua eficácia 
na experiência do apóstolo Paulo 
12 Sou grato para com aquele que me mfortaleceu, Cristo Je-
sus, nosso Senhor, nque me considerou fiel, ºdesignando-me 
para o ministério, 13 a Pmim, que, noutro tempo, era blasfemo, 
e perseguidor, e 4insolente. Mas obtive misericórdia, pois o qfiz 
na ignorância, na incredulidade. 14 'Transbordou, porém, a 
graça de nosso Senhor 5com a fé e o amor que há em Cristo Je-
sus. 15 1Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que "Cristo 
Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou 
o principal. 16 Mas, por esta mesma razão, me foi concedida 
misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Je-
sus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de mo-
delo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. 17 Assim, 
vao Rei eterno, ximortal, zinvisível, 5 Deus ªúnico, bhonra e 
glória pelos séculos dos séculos. Amém! 
za de modo legítimo, 9 tendo em vista que não se promulga O bom combate 
lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irre- ta Este é 60 dever de que te encarrego, ó filho Timóteo, se-
verentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matrici- gundo as profecias de que antecipadamente foste objeto: 
e CAPITULO 1 2•At16.1-2; Rm 17; 2Tm 1.2; Tt 1.4bGI1.3 3 CAt20.1,3dRm16.17; 2Ca 11.4; GI 1.6-7; 1Tm 6.3 1 Lit.ordenaresaa/-
guns que não ensinem 4e1Tm 6.3-4,20; Tt 1.14 5/Rm 13.8-10; GI 514gEf 6.24 2 não fingida, sincera 6 h 1Tm 6.4,20 8 iRm 
7.12,16 10 3está contra 1U1Tm6.15 11ca 9.17 12 m1Ca15.10n1 Ca 7.25ºCI1.25 13 PAt 8.3; 1Ca 15.9 q Jo 4.21 4violentamen-
tearrogante 14 'Rm 5.20 s2Tm 1.3; 2.22 15 12Tm 2.11 UMt 1.21; 9.13 17 vs110.16 XRm 1.23ZHb 11.27 a Rm 16.27 b 1Cr29.11 5Cf 
NU; TR e M ao único Deus sábio 18 ó o mandamento que te dou 
•1.1-2 Saudação inicial. incluindo remetente, destinatária e bênção. 
•1.1 apóstolo da Cristo Jesus. Alguém enviada cama representante oficial de 
Crista. Essa frase é freqüentemente usada par Paula na introdução de suas car-
tas, referindo-se a sua própria pessoa. 
Deus, nosso Salvador. Na qualidade de autor da aliança da graça, Deus é Sal-
vador (2.3; 4.10; Tt 1.3; 2.10; 3.4). 
Cristo Jesus, nossa esperança. Jesus é a base da esperança cristã parque 
ele é a mediador da aliança da graça (2.5; 4.10; 5.5; 6.17). Ver "Esperança", em 
Hb6.18. 
•1.2 verdadeiro filho na fé. Cf. Tt 1.4. Paula considerava Timóteo cama seu fi-
lha espiritual (v. 18; 1Ca4.17; Fp2.22; 2Tm 1.2; 2.1; Introdução: Data e Ocasião). 
graça, misericórdia a paz. Paula substitui freqüentemente "graça" pela sauda-
ção mais convencional "saudações" (cf. T g 1 .1). É própria de Paula acrescentar 
também a saudação judaica "paz", que significa "saúde, vida plena". Aqui e em 
2Tm 1.2, ele ainda acrescenta "misericórdia". 
•1.3-7 Paula se dirige ao carpa da carta. Seu propósito é instruir Timóteo como 
agir em Éfeso na qualidade de representante de Paulo \Introdução: Data e Oca-
sião). O apóstolo começa pelo problema do ensino falso em Éfeso !Introdução a 
2Timóteo: Dificuldades de Interpretação). 
•1.3 não ensinam outra doutrina. O conflito em Éfeso está centrada no ensino 
adequado lv. 10; 4.1-2; 6.3; 2Tm 218). 
•1.4 fábulas. Ver 4.7; 2T m 4.4. Em Tt 1.14, Paulo fala de "fábulas judaicas'', refe-
rindo-se, possivelmente. a espécies de lendas sobre personagens do Antigo Tes-
tamento que são encontradas em muitos dos escritos apócrifos judaicos. 
genealogias sem fim. Talvez uma referência a uma primitiva forma de espe-
culações detalhadas \freqüentemente associadas a mitos judaicas) que se de-
senvolveram no gnosticismo. Estas especulações diziam respeito às origens do 
mundo e aos inúmeros seres espirituais, supostamente envolvidos na criação (cf. 
Tt 3.9). 
•f.5 amor. A ordem de Paula realça a íntima relação entre a fé cristã e a prática 
lcf. GI 5.6) 
•1.7 lai. A lei de Moisés 
•1.8-11 Os comentários de Paulo sabre os falsos mestres o induzem a fazer uma 
rápida abordagem do propósito da lei. 
•1.8 a lei é boa. Ver Rm 7.7-12; GI 3.19-25. 
•1.10 sã doutrina. Ou "sãs palavras", um tema que perpassa as cartas pastora-
is (3.9; 4.6; 6.3; 2Tm 1.13-14; 2.2; 4.3; Tt 1.9, 13; 2.1-2). 
•1.11 segundo o avangalh11 da glória. As boas-navas do que Deus fez em 
Cristo são a norma pela qual são julgadas sadias tanto a doutrina quanto a com-
preensão da lei. 
•1.12-17 Paulo deixa os comentários sabre a lei e passa a tratar do seu chamada 
recebido de Crista. Além disso, fornece uma exposição da evangelho cama sendo 
a graça derramada por Deus sabre os pecadores em Jesus Crista. 
•1.13 blasfemo, a perseguidor, a insolante. Antes de sua conversão, Paulo 
perseguiu a igreja IAt 8.3; 9.1-5; 22.4-5; 26.9, 11; GI 1.13; Fp 3.6). 
pois o fiz na ignorância, na incredulidada. Deus não concedeu a Paula a que 
ele merecia mas o que necessitava (cf. At 3.17-20). 
•1.15 Fiel é a palavra e digna da toda aceitação. Esta expressão chama a 
atenção para um ponto importante. A mesma somente aparece na Nava Testa-
mento nas cartas pastorais (3.1; 4.9; 2Tm 2.11; Tt 3.8). 
eu sou o principal. Lit. "eu sou o primeira". Paula não se caracterizou assim an-
tes de sua conversão. Pelo contrário, namedida em que crescia em Crista, Paulo 
tomou-se mais e mais consciente de sua própria pecaminosidade. 
•1.16 a vida eterna. Deus concede a todas quantas crêem em Crista não ape-
nas "vida eterna", mas também vida em toda a sua plenitude lcf. 4.8; 6.12, 19; 
2Tm 1.1,10; Tt 1.2; 37) 
•1.18-20 Paulo retorna ao tema dos vs. 3-7, dando menos importância ao poten-
cial de Timóteo para obter sucesso como representante de Paula e enfatizando 
mais a contínua fidelidade de Timóteo a Cr!sto Contrasta-a especialmente com 
dois membros (talvez líderes) da igreja em Efeso, as quais "vieram a naufragar na 
fé" lv 19). 
•1.18 as profecias da que antecipadamente fosta objeto. Essa afirmação 
refere-se a um acontecimento também mencionado em 4.14 e em 2Tm 1.6 (cf. 
1443 1 TIMÓTEO 1, 2 
combate, firmado nelas, o bom combate, 19 mantendo fé e 
boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa 
consciência, vieram a naufragar na fé. 20 E dentre esses se 
contam cHimeneu e d Alexandre, os quais entreguei a Sata-
nás, para serem castigados, a fim de não mais e blasfemarem. 
A prática da oração por todos os homens. 
Um só Mediador 
2 Antes de tudo, pois, / exorto que se use a prática de súpli-cas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de 
todos os homens, 2 em favor ªdos reis e de btodos os que se 
acham 2 investidos de autoridade, para que vivamos vida 
tranqüila e mansa, com toda piedade e 3respeito. 3 lsto é 
cbom e aceitável diante dde Deus, nosso Salvador, 4 eo qual 
deseja que todos os homens sejam salvosfe cheguem ao ple-
no conhecimento da verdade. s gPorquanto há um só Deus e 
hum só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, ho-
.,A~ .. -~~~~-~e 
~ 20 CZTm 2.17-18 d2Tm 4.14eAt13.45 
mem, 6 1 o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: teste-
munho que se deve prestar em tempos oportunos. 7 !Para isto 
fui designado pregador e apóstolo (afirmo a verdade,4 não 
minto), 'mestre dos gentios na fé e na verdade. 
Proceder conveniente no culto público 
8 Quero, portanto, que os varões orem em mtodo lugar, 
n1evantando mãos santas, sem ira e sem animosidade. 9 Da 
mesma sorte, que as ºmulheres, em traje decente, se ataviem 
com modéstia e 5 bom senso, não com cabeleira frisada e com 
ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, 10 Pporém com 
boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser pie-
dosas). 11 A mulher aprenda em silêncio, com toda a submis-
são. 12 E qnão permito que a mulher ensine, nem exerça 
autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio. 13 Porque, 
primeiro, foi formado Adão, depois, Eva. 14 E Adão não foi ilu-
dido, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão . 
CAPÍTULO 2 1 1 encorajo a 2 a Ed 6.1 O b [Rm 13.1 J 2 em superioridade, proeminência 3 dignidade 3 e Rm 12.2 d 2T m 1.9 
18 23,32 /[Jo 17.3] 5 gGI 3 20 h [Hb 9 15] 6 iMc 10.45 7 i Ef 3.7-8 l[GI 1 15-16] 4 C!. NU; TR e M acrescentam em Cristo 
23.34ns1134.2 9º1Pe3.3 5discnÇão 10P1Pe3.4 12q1Co14.34;Tt2.5 
2T m 2 2), quando um grupo de presbíteros, inclusive Paulo, impôs as mãos sobre 
Timóteo (talvez quando Timóteo foi separado para o ministério). Naquela ocasião, 
Timóteo recebeu um dom espiritual e uma palavra de profecia, designando-o para 
o serviço (cf At 13 n) 
•1.19 boa consciência. Ver "A Consciência e a Lei", em 1 Sm 24.5. 
•1.20 Himeneu e Alexandre. O destaque dessas duas pessoas levanta a ques-
tão se eram líderes na igreja. Himeneu é mencionado novamente em 2T m 
2.17-18, como alguém que se desviou "da verdade" Fica obscuro, porém, se o 
"Alexandre" citado aqui e em At 19.33-34; 2Tm 4.14-15 é a mesma pessoa 
entreguei a Satanás. Provavelmente essa seja uma referência à exclusão des-
sas duas pessoas da comunhão da igreja. Portanto, foram devolvidos ao mundo 
- o domínio de Satanás (Jo 12.31, 14.30; 16.11; 2Co 4.4; Ef 2.2). Paulo usa uma 
expressão semelhante em 1Co 5.5 (cf Mt 18.17). 
não mais blasfemarem. O propósito dessa exclusão é de caráter disciplinar -
que os dois reconhecessem seus erros e se arrependessem (2Tm 2.25-26; Tt 
310) 
•2, 1-15 Paulo passa a abordar uma série de instruções sobre a oração e o culto, 
provavelmente em resposta aos abusos causados pelos falsos mestres (ver Intro-
dução a 2Timóteo: Dificuldades de Interpretação). 
•2, 1 todos os homens. Conforme é possível observar através da expressão se-
guinte ("em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade"), 
não significa "todo ser humano", antes, "todos os tipos de pessoas", seja qual for 
a sua posição na vida. 
•2.4 o qual deseja que todos os homens sejam salvos. Isso não significa 
que Deus deseja soberanamente que todo ser humano seja salvo (isto é, que 
Deus salva a cada um). Mas pode referir-se à benevolência geral de Deus de não 
ter prazer na morte do ímpio. Ou pode referir-se ao desejo de Deus que todos os 
tipos de pessoas (v. 1, nota) sejam salvos (isto é, Deus não escolhe seus eleitos 
de um único grupo apenas). 
•2.5 há um só Deus. Essa é a afirmação fundamental da religião judaica (Dt 6.4; 
cf Rm 3.30; 1 Co 8.6; GI 3.20; Et 4.6). 
um só Mediador entre Deus e os homens. Há Um que arbitra entre Deus e a 
humanidade, e os reconcilia. Ver nota teológica sobre "Cristo - O Mediador". 
Cristo Jesus, homem. O enfoque de Paulo é sobre a humanidade de Cristo, talvez 
porque os falsos mestres haviam negado que Cristo era de fato humano. A plena 
humanidade de Cristo é essencial ao seu serviço de mediador da aliança da graça. 
•2.6 o qual a si mesmo se deu em resgate. Mediante a sua morte na cruz, 
Cristo pagou o preço necessário para livrar as pessoas dos seus pecados (Mt 
20.28; Me 10.45; Tt 2.14; 1Pe1.18-19) Portanto, ele é o "um só Mediador" (v. 5) 
todos. Em coerência com os vs. 1,4, provavelmente essa seja uma referência a 
todos os tipos de pessoas. Por outro lado, expressa a convicção de Paulo que a 
morte de Cristo foi suficiente para resgatar toda a humanidade, embora que, por 
desígnio e eleito soberano, nem todos são redimidos. Ver "Redenção Limitada", 
em Jo 1015. 
•2. 7 afirmo a verdade, não minto. Uma estranha declaração feita a um amigo 
íntimo. Mas Paulo talvez quisesse que a carta fosse lida para toda a igreja (6.21, 
nota). Possivelmente os falsos mestres colocaram em dúvida o chamado e a mis-
são de Paulo. 
•2.8-15 Paulo passa ao tratamento do problema do espírito de provocar divisão 
encabeçado pelos falsos mestres, e apresenta admoestações específicas para 
homens e mulheres (nota nos vs. 1-15). 
•2.8 varões. Paulo supõe, em 1 Co 11.5, que mulheres também desejam orar 
guando a igreja se reúne em culto. Aqui ele se dirige a um problema específico de 
Efeso. 
todo lugar. Provavelmente isso se retira ao culto coletivo. 
levantando mãos santas. Sobre essa postura na oração, ver SI 63.4; 141.2. 
sem ira e sem animosidade. Paulo não se preocupa em ordenar certa postura, 
mas deseja encorajar uma atitude apropriada (1.5). 
•2.9 se ataviem com modéstia ... ou vestuário dispendioso. Paulo não se 
preocupa com vestimenta ou jóias como tais, mas com a atitude da pessoa que 
as usa (1 Pe 3.3-4). A sociedade greco-romana se caracterizava pela vestimenta 
extravagante. 
•2.11 em silêncio. Conforme 1 Co 11.5 1nd1ca, Paulo não proíbe toda a participa-
ção oral das mulheres nos cultos. Antes, Paulo recomenda certo tipo de silêncio 
- um silêncio que respeita o ensino com autoridade e o papel de governo atribuí-
do aos líderes da igreja (v 12) 
toda a submissão. Submissão não significa, necessariamente, uma posição in-
terior. Noutro lugar, Paulo aplica o conceito a esposas (Ef 5.22; CI 3.18; Tt 2.5; ct. 
1 Co 14 34), a maridos e esposas (Et 5.21 ), a filhos (3.4), a escravos (Tt 2.9), a 
profetas (1Co14.32). a cristãos (Rm 13.1,5; 1Co 16.16; Tt 3.1), à igreja (Ef 5.24) e 
até ao próprio Cristo (1 Co 15.28) 
•2.12 E não permito. Aqui Paulo exerce sua autoridade apostólica, restringindo 
mulheres ao exercício de certo tipo de autoridade e ensino.exerça autoridade. Esta palavra grega aparece somente aqui no Novo Testa-
mento e, provavelmente, seja usada por Paulo para referir-se a certo nível de 
autoridade judicial ou governamental. Sob a influência dos falsos mestres, certas 
mulheres possivelmente assumiram posições de autoridade governamental den-
tro da igreja, o que Paulo proibiu (1Co 14.34). 
em silêncio. Ver nota no v. 11. 
•2.13 Paulo apela para a criação (Gn 2 7,21-22). Ele usa um argumento seme-
lhante, embora com alguma qualificação, em 1 Co 11.8-12. 
•2.14 Mais uma vez Paulo faz alusão ao Génesis, dessa vez ao relato da queda 
1 TIMÓTEO 2, 3 
CRISTO, O MEDIADOR 
1Tm 2.5 
1444 
O ministério salvífico de Jesus Cristo se resume na afirmação de que ele é "o Mediador entre Deus e os homens" (1Tm 2.5). 
Mediador é aquele que aproxima partes que estão sem comunicação e que podem estar alienadas, separadas ou em guerra 
uma com a outra. O Mediador deve tratar com ambos os lados, identificando-se com ambos, e defendendo os interesses dos 
dois, e representando cada uma das partes com base na boa vontade. Foi assim que Moisés foi mediador entre Deus e Israel 
(GI 3.19), falando a Israel da parte de Deus, quando Deus outorgou a Lei (Êx 20.18-21 ), e falando a Deus da parte de Israel. 
quando Israel pecou (Êx 32.9-33.17). 
Todos os membros de nossa raça rebelde e decaída estão, por natureza, em "inimizade contra Deus" (Rm 8. 7), estando por 
isso sujeitos à ira de Deus, à rejeição punitiva, pela qual. como Juiz, ele expressa ira ativa contra os nossos pecados (Rm 
1 .18; 2.5-9; 3.5-6). A reconciliação das partes alienadas é necessária, porém ela só pode ocorrer se a ira de Deus for aplacada 
e o coração humano, que se opõe a Deus e instiga a vida contra Deus, for mudado. Por misericórdia, Deus enviou seu Filho ao 
mundo para propiciar a necessária reconciliação. O que aconteceu não foi o Filho bondoso agindo para aplacar o Pai severo; a 
iniciativa foi do próprio Pai. Nas palavras de Agostinho, "de um modo maravilhoso e divino, mesmo quando nos odiava, nos 
amou" (Comentário em João, 110.6; cf. Jo 3.16; Rm 5.5-8; 1 Jo 4.8-1 O). Em todo o seu ministério mediador, o Filho estava fa-
zendo a vontade do seu Pai (ver "A Humilde Obediência de Cristo", em Jo 5.19). 
Objetivamente e de uma vez por todas, Cristo completou a reconciliação de seu povo através da substituição penal. Na 
cruz, ele tomou o nosso lugar, identificou-se conosco, suportou a maldição que pesava sobre nós (GI 3.13) e, pelo derrama-
mento sacrificial de seu sangue, fez a paz por nós (Ef 2.16-18; CI 1.20). Paz aqui significa o fim da hostilidade, da culpa, da ex-
posição à punição retributiva, que, de outro modo, seria inevitável. Em outras palavras, ela é o perdão para o passado inteiro e 
a aceitação pessoal e eterna para o futuro. Os que receberam a reconciliação pela fé em Cristo estão justificados e têm paz 
com Deus (Rm 5.1, 1 O). A presente obra do Mediador, que ele continua realizando por meio de mensageiros humanos, é persua- ' 
dir aqueles por quem ele realizou a reconciliação a que de fato a recebam (Jo 12.32; Rm 15.18; 2Co 5.18-21; Ef 2.17). 
Jesus é "o Mediador da nova aliança" (Hb 9.15; 12.24), o iniciador de um novo relacionamento de consciente paz com 
Deus, indo além daquilo que era conhecido segundo as disposições do Antigo Testamento para tratar com a culpa do pecado 
(Hb 9.11-10.18). 
Uma das grandes contribuições de Calvino para a compreensão cristã foi sua observação de que os escritores do Novo 
Testamento expuseram o ministério mediador de Jesus em termos de três "ofícios" (papéis definidos): de profeta, sacerdote 
e rei. Esses três aspectos da obra de Cristo são encontrados juntos na Carta aos Hebreus, onde Jesus é tanto o Rei messiâni-
co, exaltando em seu trono (1.3, 13; 4.16; 2.9) como o grande Sumo Sacerdote (2. 17; 4. 14-5.10; caps. 7-10), que se ofere-
ceu a si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Além disso, Cristo é o mensageiro ("Apóstolo'', 3.1 ), que pregou a 
mensagem concernente a si mesmo (2.3). Em At 3.22, Jesus é chamado de "Profeta" pela mesma razão que Hebreus o cha-
1 ma de "Apóstolo'', ou seja, porque ele instruiu o povo, proclamando a eles a Palavra de Deus. 
1 Enquanto no Antigo Testamento os papéis mediadores de profeta, sacerd~te e rei eram cumpridos por indivíduos separa-
u
os, todos esses três ofícios, agora, se fundem na pessoa única de Jesus. E sua glória, dada a ele pelo Pai, para ser, desse 
modo, o todo-suficiente Salvador. Nós, que cremos, somos chamados a entender isso e a demonstrar que somos seu povo, 
obedecendo-lhe como o nosso Rei, confiando nele como o nosso Sacerdote e aprendendo dele como o nosso Profeta e Mes-
tre. Centralizar-se em Jesus Cristo desse modo é a marca inequívoca do Cristianismo autêntico. 
-· . ----·-----· ---------·---~ 
ts Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, 
se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom 
senso . 
• C~PÍTULO 3 t I Lit. ao ofício de;:pervis;- ~ º 
(Gn 3.1-6). O argumento pode parecer injusto, visto que tanto Adão quanto Eva 
pecaram. Mas o argumento de Paulo está correto: Eva foi a "enganada" pela ser-
pente. O argumento de Paulo aqui, com sua ênfase sobre quem foi enganado, 
provavelmente seja um reflexo do relativo sucesso que os falsos mestres tiveram 
em Éfeso, desencaminhando mulheres (5.11-15; ZTm 3.6-7) Em outros lugares, 
Paulo não demonstra apreensão em lançar a culpa da queda sobre Adão (Rm 
512-19; 1Co 1521-22) 
•2.15 será preservada. Provavelmente não "preservada em segurança", con-
forme alguns sustentaram. Paulo usa o s1gn1ficado normal da palavra "redenção 
do pecado", contrastando o ser enganada para o pecado (v. 14) com o ser salva 
do mesmo. Por outro lado, o termo "preservada" pode indicar o recebimento de 
Deus de algum benefício importante, embora o mesmo não seja especificado. 
missão de mãe. A interpretação "através do nascimento do Menino" (Jesus). é 
duvidosa. por mais atraente que possa ser do ponto de vista teológico. Paulo faz 
As qualificações dos bispos e dos diáconos 
3 Fiel é a palavra; se alguém aspira 1 ao episcopado, exce-lente obra almeja. 2 É necessário, portanto, que o bispo 
claramente outra alusão a Gênesis, dessa vez à afirmação de Deus feita a Eva 
após a queda acerca de seu papel de dar à luz (Gn 3.16). 
ela. Provavelmente Paulo se refira a qualquer mulher que foi enganada. 
se ela permanecer em fé, e amor, e santificação, com bom senso. Essa 
qualificação demonstra que Paulo não está sugerindo que o dar à luz é um ato me-
ritório de salvação, o que contradiria sua doutrina da justificação pela fé. Pelo con-
trário, seu argumento parece ser que aquelas mulheres de Éfeso que tinham sido 
enganadas pelos falsos mestres precisam estar atentas à sua verdadeira função 
e. especialmente, às suas atitudes (vs 8-10; 15,19). Considerando o uso de Gn 
2-3 no seu argumento, bem como o desprezo ao matrimônio pelos falsos mes-
tres (4.3). Paulo entende o dar à luz como um símbolo apropr·1ado para a "missão 
de mãe" (5 14). 
•3.1-13 Paulo volta agora ao assunto da liderança na igreja. Primeiro, ele discute 
sobre os bispos (vs. 1-7; nota textual no v. 1); depois, os diáconos (vs. 
1445 1 TIMÓTEO 3, 4 
se\a irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, só-
brio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 não 2 dado ao 
vinho, não violento, 3 porém cordato, inimigo de contendas, 
não 4 avarento; 4 e que governe bem a própria casa, criando 
os filhos sob disciplina, com todo o respeito s (pois, se alguém 
não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de 
Deus?); 6 não seja 5neófito, para não suceder que se ensober-
beça e incorra na condenação do diabo. 7 Pelo contrário, é 
necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim 
de não cair no opróbrio e no ªlaço do diabo. 
8 Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que 
sejam respeitáveis, de uma sópalavra, bnão inclinados a mui-
to vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, 9 conservando 
6 o mistério da fé com a consciência limpa. 10 Também sejam 
estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem ir-
repreensíveis, exerçam o diaconato. 11 Da mesma sorte, 
quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, 
não 7 maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. 12 O diácono 
seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a 
própria casa. 13 Pois os que desempenharem bem o diaconato 
calcançam para si mesmos justa preeminência e muita 
intrepidez na fé em Cristo Jesus. 
A igreja de Deus, coluna e baluarte da verdade. 
O grande mistério da piedade 
14 Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; 
IS para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proce-
der na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e 
8baluarte da verdade. 16 Evidentemente, grande é 9o misté-
rio da piedade: 
d Aquele 1 que foi manifestado na carne 
efoi justificado em espírito, 
!contemplado por anjos, 
gpregado entre os gentios, 
hcrido no mundo, 
irecebido na glória. 
A apostasia nos últimos tempos 
4 Ora, o Espírito afirma 1 expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por ªobedecerem a 
3 2viciado 3Cf. NU; TA e M acrescentam não ávido por dinheiro 4amante de dinheiro 6 Srecém-convertido 7ª1Trn 6.9; 2Trn 2.26 8 bEz 
44.21 9 óa verdade oculta 11 lmexeriqueiras maliciosas 13 CMt 25.21 IS Bfundação, suporte principal 16 d[Jo 1.14; 1Pe 1.20; 
1Jo 1.2; 3.5,8] e[Mt 3.16; Rrn 14]/Mt 28 2 gAt 10.34; Rrn 10 18 hRrn 16.26; 2Co 1.19; CI 1.6,23 iLc 24.51 9a verdade oculta 1 Cf. NU; TR e 
MDeus 
CAPÍTULO 4 1 a 2T rn 3.13; Ap 16.14 I explicitamente 
8-1O,12-13, fazendo uma rápida referência às mulheres no v. 11) Paulo concentra-
se nas qualidades pessoais daqueles que serviriam nessas posições de liderança, 
e não nos seus deveres. Esse procedimento aponta claramente para a preocupa-
ção do apóstolo em instalar as pessoas certas, talvez porque alguns dos falsos 
mestres provinham de posições de liderança ou almejavam as mesmas. 
•3.1 Fiel é a palavra. Ver nota em 1.15. O uso dessa expressão aqui reflete a 
importância dada por Paulo à tarefa do bispo. 
episcopado. Ver nota textual. Pessoa dentre um grupo de indivíduos encarrega-
da do cuidado geral da igreja lv. 5; Fp 1.1). A palavra é usada alternadamente com 
"presbítero" IAt 20.17,28; Tt 1.5-7). Ver "Pastores e Cuidado Pastoral", em 1 Pe 
5.2. 
•3.2 irrepreensível. Virtude que encabeça as qualificações do presbítero ou bis-
po. Essa expressão não significa "sem pecado", o que desqualificaria cada um, 
mas "acima de reprimenda escandalosa". A grande preocupação de Paulo é que 
os bispos !presbíteros) tenham boa fama entre não-cristãos lv. 7). Sobre as quali-
ficações dos bispos !presbíteros), ver Tt 1.6-9. 
esposo de uma só mulher. Essa difícil expressão lv. 12; Tt 1.6; cf 5.9) tern sido 
compreendida como uma proibição à poligamia, novo casamento após um divór-
cio ou infidelidade marital. Considerando-se a imoralidade generalizada no mundo 
greco-romano, parece que a última das interpretações é a que melhor se enqua-
dra no enfoque de Paulo. 
apto para ensinar. É importante mencionar o asp~cto do ensino na tarefa dos 
bispos !presbíteros) tendo em vista o problema de Efeso 15 17). 
•3.5 cuidará da igreja de Deus. Urna afirmação geral sobre a responsabilidade 
do bispo !presbítero). 
•3.6 não seja neófito, para não ... se ensoberbeça. Para um cristão assumir 
muito rapidamente essa posição poderia ser uma ocasião para orgulho. 
incorra na condenação do diabo. Paulo não encara com superficialidade a 
queda daqueles que detêm este ofício, talvez porque alguns presbíteros se deixa-
ram envolver nos falsos ensinos lv. 1). 
•3.8 diáconos. Diáconos são oficiantes na igreja juntamente com os bispos ou 
presbíteros lcf. Fp 1.1 ). As tarefas específicas do diácono não são detalhadas 
nesta passagem. A Igreja geralmente entendeu o ministério nos termos da fun-
ção dos sete escolhidos para ajudar os apóstolos, conforme At 6.1-6, embora a 
palavra "diácono" não seja usada naquela passagem em relação aos sete. 
•3.9 o mistério. Um termo usado por Paulo em outros lugares para referir-se à 
verdade revelada do evangelho lv. 16; Rrn 16.25-26; 1Co 2.7; 4.1; Ef 1.9; 3.3-9; 
6.19; CI 1 26-27; 2.2; 4.3). Talvez alguns dos diáconos de Éfeso tenham sido en-
redados pelo falso ensino. 
•3.1 O primeiramente experimentados. Provavelmente esta não seja uma 
alusão a um período específico de teste, pelo contrário, um exame cuidadoso de 
sua conduta e comprometimento ao são ensino. 
se mostrarem irrepreensíveis. Paulo usa a mesma palavra grega em relação 
aos bispos em Tt 1.6-7; sua exigência que os presbíteros sejam "irrepreensíveis", 
no v. 2 Inata), usa um sinônimo grego. 
•3. 11 quanto a mulheres. Este versículo interrompe abruptamente a seção so-
bre diáconos. Seu sentido é contestado. As "mulheres" são, provavelmente, as es-
posas dos diáconos ou, de fato, diaconisas. O caráter abrupto da inserção deste 
assunto talvez reftita a preocupação de Paulo de que as mulheres, em particular, 
não se tinham distanciado totalmente das mãos dos falsos mestres 12.14; 5.15). 
•3.12 marido de uma só mulher. Ver nota no v. 2. 
•3.14-16 Após dar instruções específicas a Timóteo sobre oração, culto e ofícios 
eclesiásticos. Paulo agora declara motivo pelo qual escreveu a carta !Introdução: 
Data e Ocasião). Ele discute a natureza da Igreja e apresenta urna reflexão poética 
sobre a obra de Cristo. 
•3.15 coluna e baluarte. Ambos os vocábulos têm a conotação de prover supor-
te. O intuito de Paulo é enfatizar, em oposição aos falsos mestres, que a verdade do 
evangelho é encontrada na Igreja de Deus e sustentada pela mesma l2T m 2.19). 
•3.16 mistério da piedade. Vernota nov. 9. O texto seguinte pode ser um frag-
mento de um antigo hino cristão. 
Aquele que foi manifestado na carne. Referência à encarnação, incluindo 
uma alusão à preexistência de Cristo. 
justificado em espírito. Referência à ressurreição de Cristo IRm 14) 
contemplado por anjos. Referência à ascensão IAt 1 .10-11). 
pregado entre os gentios. Ver 'A Autenticação das Escrituras", em 2Co 4.6. 
recebido na glória. Referência à exaltação Cristo à mão direita de Deus \At 
7.56) 
•4.1-5 Retornando novamente ao seu tema principal ( 1.3-20), Paulo continua seu 
ataque aos falsos mestres e seus ensinamentos. 
•4.1 o Espírito afirma expressamente. Presumivelmente uma revelação es-
pecífica que o Espírito Santo concedeu a alguém, talvez ao próprio Paulo IAt 
20.22-31; cf. 21.11). 
nos últimos tempos. Esse não é um período imediatamente antes da segunda 
l 
l 
1 TIMÓTEO 4, 5 1446 
espíritos enganadores e a ensinos de demônios, 2 pela hipocri-
sia dos bque falam mentiras e que têm ccauterizada a própria 
consciência, 3 que proíbem o casamento e exigem abstinên-
cia de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com 
ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plena-
mente a verdade; 4 pois tudo que Deus criou é bom, e, recebi-
do com ações de graças, nada é recusável, s porque, pela 
palavra de Deus e pela oração, é 2santificado. 
Exortação à.fidelidade e à diligência no ministério 
6 Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de 
Cristo Jesus, d alimentado com as palavras da fé e da boa dou-
trina que tens seguido. 7 Mas erejeita as fábulas profanas e de 
velhas caducas. !Exercita-te, pessoalmente, na piedade. 
8 Pois o gexercício físico para pouco é proveitoso, mas a pie-
dade para tudo é proveitosa, porque htem a promessa da vida 
que agora é e da que há de ser. 9 Fiel é esta palavra e digna de 
inteira aceitação. 10 Ora, é para esse fim que 3 labutamos e 
nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa 
esperança no Deus vivo, ;Salvador de todos os homens, espe-
cialmente dos fiéis. 
11 Ordena e ensina estas coisas.12 Ninguém 4 despreze a 
tua mocidade; pelo contrário, torna·te ipadrão dos fiéis, na 
palavra, no procedimento, no amor, 5 na fé, na pureza. 13 Até 
à minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. 
14 INão te faças negligente para com o dom que há em ti, o 
qual te foi concedido mediante profecia, mcom a imposição 
das mãos do presbitério. 15 Medita estas coisas e nelas sê dili-
gente, para que o teu progresso a todos seja manifesto. 
ló Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes 
deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo 
como aos teus ouvintes. 
Os det1eres dos pastores 
para com várias crasses de pessoas 
5 Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; 2 às mulheres idosas, 
como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza. 
Das lliú11as 
3 Homa as viúvas verdadeiramente viúvas. 4 Mas, se algu-
ma viúva tem filhos ou netos, que estes aprendam primeiro a 
exercer piedade para com a própria casa e a ªrecompensar a 
seus progenitores; pois isto é 1 aceitável diante de Deus. 
..,&~ 
~ 2bMt7.15CEf4.19 S2colocadoàparte ód2Tm3.14 7e2Tm2.16;Tt114/Hb5.14 881Co8.8hSl379 toiSl36.63Cf.NU; 
TR e M labutamos e sofremos reprovação 12 /Fp 3.17; Tt 2.7; 1 Pe 5.3 4 olhe com desdém para 5Cf. NU; TR e M acrescentam no espínto 
t412Tm1.6mAt66; 1Tm5.22 
CAPÍTULO 5 4 a Gn 45.1 O 1 TR acrescenta bom e 
vinda de Cristo. Pelo contrário, de acordo com a perspectiva geral do Novo Testa-
mento, trata-se da era inaugurada pela primeira vinda de Cristo e concluída na sua 
segunda vinda (At 2.17; Hb 1.2; 1 Pe 1.20; 1 Jo 2.18; cf. 2Tm 3 1 ). 
alguns apostatarão ... demônios. Uma referência aos falsos mestres que sur-
giram dentro da igreja. 
•4.3 que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos. Os 
falsos mestres promovem um rigoroso estilo de vida (cf. CI 2.20-23). Alguns 
gnósticos argumentavam que, visto o mundo material ser mau, o ser espiritual 
deveria evitá-lo. 
que. O argumento seguinte foca a atenção sobre alimentos. Paulo já reiterou o 
casamento em 3.2. 12. 
•4.4 tudo que Deus criou é bom. Ao contrário dos falsos mestres, o cristão 
afirma a bondade essencial da criação de Deus (Gn 1). 
•4.6---5.2 Tendo desmascarado os falsos mestres. mostrando o que realmente 
são, Paulo continua com uma série de admoestações pessoais a Timóteo sobre o 
seu ministér'10. 
•4.6 alimentado. O "bom ministro" deve ser nutrido continuamente por doutrina 
verdadeira. 
•4.7 fábulas profanas e de velhas caducas. Ver nota em 1.4. 
Exercita-te ... na piedade. Por toda esta seção. Paulo entrelaça disciplina espiri-
tual com deveres do ofício. 
•4.9 Ver nota em 1.15. 
•4.1 O Salvador de todos os homens. O chamado geral ao arrependimento e à 
salvação é estendido a todas as pessoas (Mt 11.28). Ver ""Redenção Limitada", 
em Jo 10.15. 
especialmente dos fiéis. A salvação é dom de Deus, especialmente para aque-
les que confiam na provisão divina em Cristo (Mt 22.14; Rm 8.30). 
•4.12 Ninguém despreze a tua mocidade. As ordenanças negativas, aqui e 
no v. 14. talvez indiquem que Timóteo tinha tendência ao acanhamento ou timi-
dez. Além disso, alguns na igreja de Éfeso podem não ter aceito a sua autoridade 
(Introdução: Data e Ocasião). Timóteo estava, provavelmente, com uns trinta 
anos de idade e era, portanto, mais jovem do que muitos dos cristãos (e presbíte-
ros) de Éfeso. 
torna-te padrão ... na pureza. Cabia a Timóteo estabelecer a sua autoridade, 
não através de ostentação, mas dando bom exemplo de vida piedosa (Tt 2.7). 
•4. 13 Até à minha chegada. Ver 3.14-15 e Introdução: Data e Ocasião. 
aplica-te ... ao ensino. Esses são métodos positivos de desmascarar o falso en-
sino e neutralizar seu impacto (cf. 1.3-4). 
•4.14 o dom. Ver nota em 1.18. 
•4.15 o teu progresso. Uma referência ao aperfeiçoamento da vida espiritual 
de Timóteo, do seu ministério ou, quem sabe, de ambos. Importante observar 
que se trata de "progresso", e não de chegada. 
•4.16 de ti mesmo e da doutrina. O fato de Paulo resumir dessa maneira suas 
instruções a Timóteo é uma indicação de onde os falsos mestres se haviam des-
viado e, portanto, de onde cristãos geralmente podem se desviar. 
salvarás. Somente Deus outorga salvação (v. 1 O; 1.1; 2.3), mas ele tem prazer 
em usar seu povo como instrumento para trazer salvação a outros. A salvação 
não é completada quando uma pessoa chega à fé. A bem da verdade, a fé traz 
justificação e certeza da salvação. Mas a fé também inicia o processo permanen-
te de santificação, que continua até à glorificação final do cristão no céu. 
a ti mesmo. A santificação é uma obra de Deus que requer ação cooperativa do 
cristão (Fp 2.12). 
•5. 1 Não repreendas ao homem idoso. Mandamento que dá equilíbrio ao que 
está em 4.12. Timóteo não deve abusar da autoridade que ele possui. 
exorta-o. Ou "encoraja" O bom ministro apela a outros crentes com o respeito 
que merecem os membros da própria família. 
•5.3~.2 Paulo volta agora sua atenção para três grupos na igreja de Éfeso 
nos quais, provavelmente, tivessem surgido problemas: viúvas, presbíteros e 
servos. 
•5.3-16 A preocupação de Paulo em identificar viúvas necessitadas e prover o 
devido cuidado para elas forma o pano de fundo para uma discussão dos proble-
mas das viúvas mais jovens. Algumas delas, ao que parece, tinham sido influenci-
adas pelo falso ensino de Éfeso (Introdução: Data e Ocasião). 
•5.3 Honra. Isto é, cuida de. 
verdadeiramente viúvas. O cuidado pelas viúvas, que freqüentemente tinham 
grandes necessidades materiais, é um tema importante no Antigo Testamento 
(Dt 24.19-21; Is 1.17; Jr 22.3; Zc 7.9-10; MI 3.5) e também foi uma preocupação 
especial da Igreja Primitiva (v. 16; At 6.1; T g 1 27). 
•5.4 Mas, se alguma viúva tem filhos ou netos. A verdadeira viúva necessi-
tada não tinha família da qual pudesse receber apoio (vs 8, 16). 
1447 1 TIMÓTEO 5, 6 
5 Aquela, porém, que é verdadeiramente viúva e não tem am-
J>ãl'D espera em Deus e persevera em súplicas e orações, bnoite 
e dia; ó entretanto, a que se entrega aos 2 prazeres, mesmo 
viva, está morta. 7 Prescreve, pois, estas coisas, para que sejam 
irrepreensíveis. 8Qra, se alguém não tem cuidado dos seus ce 
especialmente dos da própria casa, dtem negado a fé ee é pior 
do que o descrente. 9 Não seja inscrita senão viúva que conte 
ao menos sessenta anos de idade, tenha sido esposa de um só 
marido, to seja recomendada pelo testemunho de boas obras, 
tenha criado filhos, exercitado hospitalidade, lavado os pés aos 
santos, socorrido a atribulados, se viveu na prática zelosa de 
toda boa obra. 11 Mas 3 rejeita viúvas mais novas, porque, 
quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se, 
12 tornando-se condenáveis por anularem o seu primeiro 
4compromisso. 13 Além do mais, aprendem também a viver 
ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas 
ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem. 14 Quero, 
portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam 
boas donas de casa e não dêem ao adversário ocasião favorável de 
maledicência. 15 Pois, com efeito, já algumas se desviaram, se-
guindo a Satanás. 16 Se 5 alguma crente tem viúvas em sua famí-
lia, 6socorra-as, e não fique sobrecarregada a igreja, para que 
esta possa socorrer as que sãD verdadeiramente viúvas. 
Acerca dos presbíteros. Vários conselhos 
17 Devem ser considerados merecedores de dobrados ho-
norários os presbíteros que presidem bem, com especialidade 
os que se afadigam na palavra e no ensino. 18 Pois a Escritura 
declara: 
!Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. 
E ainda: 
go trabalhador é digno do seu salário. 
19 Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusi-
vamente sob o depoimento hde duas ou três testemunhas. 
20 Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presen-
ça de todos, para que também os demais temam. 21 Conju-
ro-te, peranteDeus, e Cristo Jesus, e os anjos 7eleitos, que 
guardes estes conselhos, sem iprevenção, nada fazendo com 
parcialidade. 22 A ninguém imponhas precipitadamente as 
mãos. Não te itornes cúmplice de pecados de outrem. Con-
serva-te a ti mesmo puro. 23 Não continues a beber somente 
água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e 
das tuas freqüentes enfermidades. 
24 Os pecados de alguns homens são 1notórios e levam a 
juízo, ao passo que os de outros só mais tarde se manifes-
tam. 25 Da mesma sorte também as boas obras, antecipada-
mente, se evidenciam e, quando assim não seja, não podem 
ocultar-se. 
Dos senhores e dos servos 
6 Todos os ªservos que estão debaixo de jugo considerem dignos de toda honra o próprio senhor, para que o nome 
~~~~~~~~~~~~~ ~ 5bAt26.7 62indulgência 8Cls58.7;2Co12.14d2TmJ5eMt18.17 11JRecusainscrever t24Lit.fé,promessasolene 165Cf. 
NU; TR e M acrescentam algum crente ou ó lhes dê ajuda 18/Dt 25.4; 1 Co 9.7-9 Hv 19.13; Dt 24.15; Mt 10.10; Lc 10.7; 1 Co 9.14 
19 h Dt 17.6; 19.15; Mt 18.16 21 iDt 1.17 7 escolhidos 22 iEf 5.6-7; 2Jo 11 24 IGI 5.19-21 
CAPÍTULO 6 1 ª Ef 6.5; Tt 2.9; 1 Pe 2.18 
•5.5 espera em Deus. Pobreza genuína muitas vezes conduzia viúvas a vidas 
exemplares de oraçáo e fiel dependência de Deus. Para tais viúvas, a igreja deve 
ser a mão visível de Deus na providência das necessidades. 
•5.6 morta. Espiritualmente morta. 
•5, 7 Prescreve ... para que sejam irrepreensíveis. Talvez não uma referência 
à igreja toda, mas precisamente às viúvas. 
•5.9 viúva que conte. Alguns têm considerado esta afirmaçáo como sendo 
uma ordem oficial para viúvas no sentido de cumprirem deveres (vs. 5, 1 O); outros 
têm considerado isso um acordo segundo o qual algumas viúvas realizam certos 
serviços para a igreja em troca de apoio material. É mais provável que se trate 
simplesmente duma lista de viúvas que devem receber apoio da igreja (v. 16) 
Essa lista constitui uma parte do grupo maior de viúvas, tratada nos vs. 3 a 5. 
ao menos sessenta anos de idade. Um número redondo que reflete, naquela 
cultura, a expectativa da idade sob a qual um novo casamento ainda seria possí-
vel (cf. os vs. 11-14) 
esposa de um só marido. Ver nota em 3.2. 
•5.1 O tenha criado filhos. Os verbos deste versículo estão no tempo passado. 
A preocupação de Paulo não é com o que a viúva ainda podia fazer pela igreja, 
mas com o que ela realizou durante a sua vida. 
lavado os pés aos santos. Uma expressáo comum de hospitalidade numa cul-
tura onde pessoas calçavam sandálias e caminhavam por estradas poeirentas 
(cf. Jo 13.4-5). Jesus ordenou que seus discípulos lavassem os pés uns dos ou-
tros (Jo 13.14-15). 
•5.11 se tornam levianas contra Cristo. lit. "quando vivem sensualmente". 
•5, 12 anularem o seu primeiro compromisso. Isso provavelmente não se re-
fira ao voto de celibato ou de dedicação à igreja, mas ao seu comprometimento 
básico com Cristo (vs. 11,15). 
•5.13 tagarelas. Lit. "aqueles que falam sem senso". Essa é, provavelmente, 
uma referência a falsos ensinos (v. 15; 1.3; 4.7). 
•5.14 Criem filhos. Ver nota em 2.15. 
•5.15 Paulo dá muita atenção a viúvas porque algumas das mais jovens estavam 
sob a influência dos falsos mestres l2T m 3.6-7). 
•5.17-25 Tal como fizera com as viúvas, Paulo aborda conjugadamente dois as-
suntos: a honra devida a presbíteros e como tratar com aqueles que pecam. 
•5.17 presbíteros. Ver nota em 3.1; "Pastores e Cuidado Pastoral", em 1 Pe 5.2. 
merecedores de dobrados honorários. A honra da posição bem como da re-
muneração financeira (v 18). 
com especialidade ... ensino. Essa é uma referência à duas espécies de presbí-
teros: àqueles que governam a igreja e àqueles que, além isso, efetuam o minis-
tério mais especializado de pregação e ensino. 
•5.18 Pois a Escritura declara. O fato de Paulo citar Dt 25.4 e uma declaração 
de Jesus, registrada em Lc 10.7, como sendo "Escritura", é uma indicação de 
quão cedo escritos cristãos foram postos no mesmo nível de autoridade do Anti-
go Testamento l2Pe 3.15-16). 
•5.20 Quanto aos que vivem no pecado. Presbíteros que pecam (aparente-
mente alguns foram envolvidos nos falsos ensinamentos). 
•5.21 os anjos eleítos. Aqueles que possivelmente servirão corno testemu-
nhas por ocasião do juízo (cf. Mt 25.31; Ap 14.10). 
•5.22 A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Participar na orde-
nação dum presbítero reconhecidamente desqualificado é aprovar os seus peca-
dos e arriscar-se a dividir a culpa dos mesmos. 
Conserva-te a ti mesmo puro. Ver 4.12, 16. 
•5.23 Não continues ... somente água. A prática da abstenção de vinho como 
uma questão de princípio talvez reflita a influência do conceito de pureza dos fal-
sos mestres (4.3). 
usa um pouco de vinho ... enfermidades. Paulo reconhece o valor medicinal 
do vinho. 
•5.24 Os pecados de alguns homens ... juízo. Outra referência à importância 
do cuidado na escolha de candidatos para ordenação. 
1TIMÓTEO6 1448 
de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. 2 Também os 
que têm senhor fiel não o tratem com desrespeito, porque é 
irmão; pelo contrário, trabalhem ainda mais, pois ele, que 
partilha do seu bom serviço, é crente e amado. Ensina e reco-
menda estas coisas. 
Os falsos mestres e os perigos da riqueza 
3 Se alguém ensina 1 outra doutrina e não concorda com as 
bsãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo ce com o ensino 
segundo a piedade, 4 é enfatuado, nada entende, mas tem 
mania por questões e contendas de palavras, de que nascem 
inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, s 2alter-
cações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e priva-
dos da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.3 
6 De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o d contenta-
mento. 7 Porque nada temos trazido para o mundo, enem4 
coisa alguma podemos levar dele. 8 Tendo sustento e com 
que nos vestir, estejamos f contentes. 9 Ora, os que querem fi-
car ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupis-
cências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens 
na ruína e perdição. 10 Porque o amor do dinheiro é raiz de 
todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a 
si mesmos se atormentaram com muitas dores. 
Apelo para Timóteo 
11 Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, 
segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constãncia, a mansi-
dão. 12 Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida 
eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a 
boa confissão perante muitas testemunhas. 13 Exorto-te, pe-
rante Deus, que preserva a vida de todas as coisas, e perante 
Cristo Jesus, gque, diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confis-
são, 14 que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até 
à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo; 15 a qual, em 
suas épocas determinadas, há de ser revelada pelo bendito e 
único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; 16 o 
único que possui imortalidade, que habita em hluz inacessí-
vel, ; a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A 
ele honra e poder eterno. Amém! 
Acerca dos ricos 
17Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgu-
lhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da /ri-
queza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente 
para nosso 1 aprazimento; 18 que pratiquem o bem, sejam ricos 
de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; 19 mque 
acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o 
futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida. 
O conselho final e a bênção apostólica 
20 E tu, ó Timóteo, nguarda o que te foi confiado, ºevitan-
do os falatórios inúteis e profanos e as contradições do saber, 
como falsamente lhe chamam, 21 pois alguns, professando-o, 
se desviaram da fé. A graça seja convosco. 
3 b 2T m 1.13 CTt 1.1 1 outro ensino 5 2 Cf. NU e M contínuas provocações; TR a futilidade contenciosa de homens corruptos de mente 3 Cf. 
NU; TR eM acrescentamApat1a-te dos tais, NU omite 6 dFp 4.11; Hb 13.5 7 e Jó 1.21; SI 49.17; Ec 5.15 4 Cf. NU; TR e M acrescentam e 
certo é que, NU omite 8/Pv 30.8-9 13 g Mt 27.2; Jo 18 36-37 16 h Dn 2.22 i Jo 6.46 17 jjr 9.23; 48.7 1 Ec 5 18-19 19 m [Mt 
6.20-21; 19.21] 20 n [2Tm 1.12,14] ºTt 1.14 
•6.1-2 Finalmente, Paulo aborda o problema de escravos que não haviam de-
monstrando devido respeito a seus senhores cristãos. 
•6.1 debaixo de jugo. Paulo fornece instruções a escravos ern Ef 6.5-8; CI 
3.22-25 e Tt 2.9-10. 
a doutrina. Presumivelmente isso está posto em contraste corn o falso ensino 
que pode ter encorajado a insubordinação entre alguns dos escravos cristãos. 
•6.3-10 Paulo retorna pela última vez ao problema dos falsos mestres, destacando 
especialmente sua tendência de causar divisões e sua ganância. Isso leva-o a refle-
tir sobre a perspectiva correta que se deve ter sobre a posse de bens materiais. 
•6.4 questões e contendas de palavras. A mania de contender era uma das 
principais características dos falsos mestres (1.4; 2Tm 2.14,23; Tt 39) 
•6.5 fonte de lucro. Talvez alguns dos falsos mestres, por motivo de cobiça, es-
tavam buscando a posição de presbítero (v. 1 O; Tt 1.11). 
•6.6 contentamento. Cristãos podem viver contentes porque suas necessida-
des são satisfeitas por Cristo (2Co 12.9-1 O; Fp 4.11, 13). 
•6.10 alguns ... se desviaram da fé. Ver nota em v. 5. 
•6.11-16 Conforme fez anteriormente, Paulo prossegue seus comentários sobre 
os falsos mestres com exortações pessoais a Timóteo concluindo com uma ma-
ravilhosa doxologia. 
•6.12 Combate o bom combate da fé. Uma metáfora para a vida cristã, vista 
em termos de fidelidade a Cristo (2Tm 4.7). 
Toma posse da vida eterna. Isto é, não tornar-se complacente. Enquanto a fé 
em Cristo dá início à nova vida (4 8), o alvo da vida cristã sempre é futuro (v. 19; 
1.16, nota; Fp 3.12; 2T m 4.8) 
para a qual também foste chamado. Vida eterna não é algo que escolhemos 
naturalmente, mas algo para o qual Deus nos chama sobrenaturalmente (Rm 
8.30). 
boa confissão perante muitas testemunhas. Isso provavelmente se refira ao 
batismo de Timóteo. A "boa confissão" de que alguém chegou à fé em Cristo con-
duz naturalmente ao "bom combate" de procurar viver fielmente a ele. 
•6.13 diante de Pôncio Pilatos, fez a boa confissão. Isso pode referir-se ao 
julgamento de Jesus perante Pilatos (MI 27.11; Me 15.2; Lc 23.3; Jo 18.33-37; 
1 9 8-11) Porém, é mais provável que seja uma alusão à sua morte. 
•6.14 o mandato. Possivelmente uma referência a tudo quanto Paulo determi-
nou a respeito da disciplina pessoal de Timóteo e seus deveres de ofício. 
manifestação. A segunda vinda de Cristo l2Tm 4.1,8; Tt 2.13). 
•6.15 o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Essa expressão é aplicada a 
Cristo em Ap 19.16; cf. 17.14. 
•6.17-19 Havendo condenado o amor ao dinheiro e afirmado a futura orientação 
da esperança cristã, Paulo apresenta uma exortação para aqueles que se consi-
deram ricos neste mundo (presumivelmente não de ganância). 
•6.17 para nosso aprazimento. Ver nota em 4.4. 
•6.19 acumulem ... sólido fundamento. Ver Mt 6.20. 
se apoderarem da verdadeira vida. Ver nota no v. 12. 
•6.20-21 Paulo encerra a carta com uma incumbência final a Timóteo, rnais uma 
vez no contexto do trato com os falsos mestres. 
•6.20 guarda o que te foi confiado. Isto é, a sã doutrina do evangelho 
(110-11; cf. 2Tm 1.14) 
saber, como falsamente lhe chamam. Os falsos mestres enfatizam o "saber" 
!grego gnosis, donde provém a palavra gnosticismo; Ver Introdução a 2Tirnóteo: 
Dificuldades de Interpretação). · 
•6.21 A graça seja convosco. Essa conclusão abrupta, sem a costumeira sau-
dação pessoal de Paulo, sugere que ele considerava bastante séria a situação tra-
tada por ele. O uso do plural na bênção, como consta em alguns dos mais antigos 
manuscritos gregos ("convosco", como em 2T m 4.22; Tt 3.15), sugere que Paulo 
desejava que a carta, embora endereçada à uma única pessoa, fosse lida para 
toda a igreja. 
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