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AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Orçamento público: conceitos e princípios. Professor Graciano Rocha AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 2 de 74 Saudações, caros alunos! Este é nosso curso de Administração Financeira e Orçamentária (AFO) para Analista Administrativo do TRE-SP, com vistas à preparação para o próximo concurso do órgão. Inicialmente, vamos às apresentações: eu me chamo Graciano Rocha Mendes, sou Consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados; professor de Orçamento Público e de matérias correlatas, em Brasília e na internet; especialista em Orçamento Público pelo Instituto Serzedello Corrêa (ISC/TCU). Vamos falar de nosso curso. Costumo dizer que uma grande vantagem desse curso online está na agregação da matéria em uma só publicação. Se você tentar reunir, por conta própria, todas as referências necessárias para cobrir o edital, vai amontoar uma dezena de normativos – que não vai utilizar completamente –, além de livros e materiais esparsos. Com nossas aulas, além de ter acesso a todo o conteúdo, bem mastigado, você ainda verá os comentários e ênfases conforme o comportamento das bancas nos últimos anos. Algumas questões serão comentadas durante a própria aula, ilustrando a forma de cobrança recente do assunto. Outras serão propostas ao final, para resolução individual. Para quem quiser se exercitar antes da resolução, as questões comentadas durante as aulas estarão reproduzidas ao final dos arquivos, sem gabarito visível, para quem quiser enfrentá-las “em estado puro”, juntamente com as não comentadas. O gabarito de todas ficará na última página. Dito isso, vejamos abaixo a programação de nosso curso, baseado no último edital, e com conteúdo dividido em quatro aulas, além desta demonstrativa: Aula 00 AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 3 de 74 Aula Conteúdo Programático 00 Orçamento Público: conceitos e princípios. 01 Orçamento-programa. Ciclo Orçamentário: elaboração, aprovação, execução e avaliação. Descentralização de Créditos. 02 O Orçamento na Constituição da República de 1988. Processo de Planejamento- Orçamento: Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. Créditos adicionais. Crédito Especial. 03 Lei nº 4.320/64. Decreto nº 93.872/86. Decreto-Lei nº 200/67. Conceituação, Classificação e Despesas Públicas. Regime de Adiantamento (Suprimento de Fundos). Restos a Pagar. Despesas de Exercícios Anteriores. 04 Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal): definições, limites e controle das despesas com pessoal; restos a pagar e relatórios de gestão fiscal. Dívida Pública. Vamos começar então. Boa aula! GRACIANO ROCHA AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 4 de 74 SUMÁRIO ORÇAMENTO PÚBLICO ................................................................................................................. 5 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ...................................................................................................... 7 LEGALIDADE ................................................................................................................................. 7 UNIDADE/TOTALIDADE ................................................................................................................. 11 UNIVERSALIDADE ........................................................................................................................ 15 ORÇAMENTO BRUTO .................................................................................................................... 19 ANUALIDADE/PERIODICIDADE ........................................................................................................ 21 EXCLUSIVIDADE ........................................................................................................................... 23 NÃO AFETAÇÃO/NÃO VINCULAÇÃO ................................................................................................. 28 ESPECIFICAÇÃO/ESPECIALIZAÇÃO/DISCRIMINAÇÃO .............................................................................. 33 CLAREZA ................................................................................................................................... 39 EQUILÍBRIO ................................................................................................................................ 42 PUBLICIDADE .............................................................................................................................. 46 OUTROS PRINCÍPIOS ..................................................................................................................... 47 RESUMO DA AULA ..................................................................................................................... 50 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ...................................................................................... 52 QUESTÕES ADICIONAIS .............................................................................................................. 66 GABARITO.................................................................................................................................. 74 AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 5 de 74 ORÇAMENTO PÚBLICO Reconhece a doutrina que o orçamento nasceu como instrumento de controle e limitação dos gastos do governo (principalmente do Poder Executivo) por parte do Legislativo. Os documentos históricos aceitos como “antepassados” da peça orçamentária confirmam essa sistemática: com a Magna Carta, de 1215, os nobres ingleses impuseram ao rei João Sem Terra a aceitação da regra de que a cobrança de tributos só ocorreria mediante aprovação do Conselho Comum; ainda na Inglaterra, a “Bill of Rights” (Carta de Direitos), em 1689, confirmou a regra de que a arrecadação de impostos deveria ser autorizada pelo Parlamento; a Constituição Francesa, promulgada em decorrência da Revolução de 1789, estabeleceu que cabia aos representantes do povo a votação dos impostos; ainda antes dela, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão afirmava que “Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração”; nos EUA, em contraposição ao domínio inglês, a Assembleia Nacional da Virgínia, em 1765, decidiu que somente ela, a assembleia, tinha o poder de exigir impostos dos habitantes da colônia. O orçamento público, como solicitação do Executivo ao Legislativo para arrecadar receita e efetuar gastos, tem seu nascimento reconhecido em 1822, quando o chanceler do Erário da Inglaterra apresentou ao Parlamento um documento com esse teor. Há uma variedade considerável de formas de conceituar o orçamento, das quais podemos destacar as seguintes: lista de receitas e de despesas do governo, para execução em determinado exercício; instrumento de controle dos gastos do governo pelo Legislativo; documento de divulgação das atividades e serviços a serem prestadospelo governo, com a discriminação dos respectivos custos e origens dos recursos; AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 6 de 74 instrumento de concretização do planejamento governamental, com vistas ao alcance dos objetivos e metas aprovados para determinado período. Durante nossos estudos sobre orçamento, perceberemos em diversos momentos a mudança de ênfase no sentido de alguma dessas noções. 1. (VUNESP/CONTADOR/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O plano de governo disposto na forma da lei, no qual se estima a receita a arrecadar e fixa-se a despesa para o exercício financeiro subsequente, é o Orçamento (A) Variável. (B) Público. (C) Empresarial. (D) Estático. (E) de Capital. Na questão acima, aborda-se a conceituação do orçamento público como instrumento legal indicativo das receitas a arrecadar e das despesas a executar. Gabarito: B. 2. (AOCP/AUDITOR/TCE-PA/2012) Dentre os conceitos apresentados nas alternativas a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente o conceito de Orçamento Público. a) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamentos ao longo do ano. b) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingenciamento ao longo do ano. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 7 de 74 c) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamento ao longo do ano. d) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingenciamentos ao longo do ano. e) Corresponde às ações do Estado durante um dado ano fiscal, não tendo caráter autorizador de receitas e despesas, mas permite contingenciamento ao longo do ano. Como detalharemos mais adiante, um dos princípios aplicáveis ao orçamento é o da anualidade, segundo o qual o orçamento deve vigorar durante um ano. Isso afasta as opções A e D. Além disso, o orçamento é um instrumento autorizador da realização de receitas e despesas, e admite o contingenciamento (limitação) de despesas. Gabarito: C. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS Os princípios orçamentários consistem ora em normas, ora em simples orientações aplicáveis à elaboração e à execução do orçamento público. Em vários casos, a legislação e a própria Constituição refletem a adoção desses princípios em seus dispositivos. Apesar disso, não é possível entender esses princípios como determinações rígidas; eles são cercados de exceções e flexibilizações, como ficará claro no decorrer de nossa aula. Legalidade “O orçamento deve ser aprovado e publicado como lei”. Uma das discussões mais antigas sobre o orçamento público diz respeito ao conflito entre sua forma e seu conteúdo. Quanto à forma, desde que os primeiros documentos contábeis foram apresentados pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo, em países europeus e AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 8 de 74 nos Estados Unidos, a título de pedido de autorização de gastos, o orçamento ganhou estatura de lei. Assim, a expressão “lei do orçamento” é mais que secular – os Parlamentos aprovam os orçamentos na forma de leis desde o século XIX. Atualmente, o princípio da legalidade orçamentária encontra-se, entre outros, no seguinte trecho da Constituição: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: (...) III - os orçamentos anuais. Por outro lado, quanto ao conteúdo, não há dúvidas de que o orçamento público tem natureza de ato administrativo. A organização das finanças em programas, a atribuição de recursos a certas despesas, a indicação de competências de órgãos e entidades relativamente a certos setores de atividade governamental, tudo isso tem a ver com a organização e o planejamento da Administração Pública – atividades tipicamente administrativas. A partir disso que estamos vendo, ao se confrontar a lei orçamentária com o significado jurídico-histórico da palavra “lei”, verifica-se certa desarmonia. “Lei” representa um ato normativo abstrato, que pode, entre outras coisas, disciplinar direitos e deveres, normatizar condutas, impor punições etc. Para aplicar-se a lei, nesse sentido estrito, faz-se necessário verificar os dados da realidade e compará-los com a descrição abstrata trazida pela norma. O que ocorre com o orçamento público é que ele não cria nem regulamenta direitos e deveres, não disciplina condutas, não prevê punições etc. NÃO TEM CARÁTER ABSTRATO; pelo contrário, um orçamento deve se revestir de concretude, para aplicação mais apropriada e racional dos recursos públicos. É dessa discussão que nasce a definição do orçamento como “lei em sentido formal”. A estatura do orçamento é de uma lei, aprovada pelo Parlamento, sancionada pelo Chefe do Executivo, mas sua essência é de um ato administrativo. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 9 de 74 Essa “legalidade flexível” do orçamento fica evidente também ao se constatar que ele tem natureza apenas autorizativa, e não, impositiva. O governo não é obrigado a executar o orçamento tal qual ele é veiculado pela lei orçamentária (com exceção das despesas obrigatórias em virtude de outros normativos). Isso contrasta bastante com as leis “normais”, que se caracterizam pela obrigatoriedade de aplicação. A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem). Pelo contrário, a modificação, a retificação, a inversão de aspectos e itens no orçamento durante sua execução, em comparação com o texto aprovado, são fatos bastante comuns, distanciando o orçamento de sua “aparência” inicial. A título de exemplo, quanto ao poder normativo da lei orçamentária, podemos indicar uma disposição constitucional (art. 167, inc. I). Para que programas e projetos sejam iniciados no âmbito da Administração, é necessária a prévia inclusão desses programas e projetos na Lei Orçamentária Anual (ou em leis que a retifiquem). Nesse sentido, têm surgido diversas críticas, no âmbito parlamentar e na opinião pública em geral, tendo como alvo o “descompromisso” do governo quanto à execução do orçamento em observância ao texto original aprovado pelo Congresso. Não obstante a essência de ato administrativo, o fato de o orçamento ser uma lei lhe proporciona a normatização de certos requisitos e obrigações de natureza orçamentária, na esfera concreta. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 10 de 74 3. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Princípio Orçamentário, o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou seja,se subordina aos ditames da lei. Trata-se do Princípio: a) Da Transparência. b) Da Publicidade. c) Da Competência. d) Da Legalidade. A subordinação dos atos do poder público ao império da lei, inclusive no que diz respeito à esfera orçamentária, é reflexo do atendimento ao princípio da legalidade. Assim, apesar de o orçamento representar uma lei apenas em sentido formal, não trazendo regras abstratas a serem observadas, não permite, por exemplo, que sejam realizadas despesas alheias àquelas nele veiculadas. Gabarito: D. 4. (CESPE/ANALISTA/TRE-MS/2013) Os princípios orçamentários estão sujeitos a transformações de conceito e significação, pois não têm caráter absoluto ou dogmático e suas formulações originais não atendem, necessariamente, ao universo econômico-financeiro do Estado moderno. Os princípios orçamentários, como dito, não são regras rígidas, absolutas. Além disso, o fato de alguns já serem mais que centenários os obriga a encarar flexibilizações e exceções. Questão CERTA. 5. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional. Questão ERRADA. Como em todos os ramos do direito, os princípios orçamentários são independentes de sua positivação no arcabouço legal. Atualmente, diversos desses princípios encontram-se recepcionados na CF/88 ou AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 11 de 74 em leis (principalmente a Lei 4.320/64), mas essa não é uma condição para sua existência e validade. Unidade/totalidade “O orçamento deve ser um só”. A unidade é um dos “ancestrais” dos princípios orçamentários. Encontra-se normatizado na Lei 4.320/64, que estabelece “normas gerais de direito financeiro”, obrigatórias para todos os entes federados. A Lei 4.320/64 representou um avanço na época de sua edição. Ela trazia os conceitos e procedimentos mais avançados a respeito da utilização do dinheiro público. Porém, como se vê, ela já é bastante antiga, e a atividade financeira dos entes federados brasileiros precisa de atualizações. É por isso que se espera, por parte do Congresso Nacional, a edição de uma lei complementar que atualize as normas gerais de direito financeiro. Enquanto isso não ocorre, diversas “atualizações” relacionadas ao direito financeiro e ao orçamento público são instituídas anualmente, com as Leis de Diretrizes Orçamentárias. No art. 2º, a Lei 4.320/64 estabelece que “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade”. Desses outros princípios, falaremos em seguida. Pelo princípio da unidade, o orçamento público deve ser uno, uma só peça, garantindo uma visão de conjunto das receitas e das despesas. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 12 de 74 Nesse momento, vale registrar uma informação histórica sobre o Orçamento Público. Inicialmente, a peça orçamentária era bastante simples, primeiro porque a participação do governo na vida econômica dos países europeus (onde a lei orçamentária surgiu primeiro) não era muito ampla. Nesses tempos, prestigiava-se o liberalismo econômico, a livre iniciativa dos atores econômicos, e a intromissão do Estado nesse contexto era mal vista, porque, desde sempre, o setor público foi visto como um mau gastador. Portanto, o melhor que o governo poderia fazer seria gastar pouco e deixar os recursos financeiros fluírem nas relações entre atores privados, sem intervenções, sem tributação. Assim, tendo a máquina estatal pequena dimensão e pouca participação na economia – situação ideal para os liberais –, o orçamento consistia numa autorização de gastos que também representava o controle do tamanho do Estado. Assim, o Parlamento utilizava o orçamento como ferramenta de controle da ação do Executivo. Para facilitar esse controle, era necessário que o orçamento tivesse certas características. Essas características vieram a constituir os primeiros princípios orçamentários, dos quais, como já falamos, a unidade é um dos exemplares. Sendo o orçamento público uma peça única, a tarefa de controle e acompanhamento dos gastos públicos estaria assegurada. Caso a execução orçamentária obedecesse a diversos instrumentos, diversas leis, quadros, normativos, os controladores teriam bem mais dores de cabeça. Porém, ocorre que o crescimento do aparelho do Estado, em praticamente todos os países, a partir do século XX, ocasionou a criação de estruturas descentralizadas e autônomas – as conhecidas entidades da administração indireta. Essas entidades também cumpriam (cumprem) funções estatais, mas sua autonomia, inclusive financeira, dificultava a consolidação do orçamento público numa só peça, bem como o acompanhamento de sua execução. No caso brasileiro, a Constituição de 1988 trouxe uma disposição “fatal” para a visão tradicional do princípio da unidade: Art. 165, § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 13 de 74 I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Pisou pra valer, hein? Assim, a própria Constituição estabeleceu três orçamentos diferentes. É dessa evolução que a doutrina instituiu o “princípio da totalidade”, como uma “atualização” do da unidade. Segundo o professor James Giacomoni (in “Orçamento Público”, ed. Atlas, 14ª edição), pelo princípio da totalidade, é possível a coexistência de orçamentos variados, desde que estejam consolidados numa peça, de forma que continue sendo possível uma visão geral das finanças públicas. Dessa forma, os três orçamentos instituídos pela CF/88 respeitam o princípio da unidade/totalidade, já que, como diz o § 5º do art. 165, eles compõem uma só peça: a Lei Orçamentária Anual. 6. (VUNESP/ECONOMISTA/CÂMARA MAUÁ/2012) O princípio da unidade estabelece que (A) a Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas. (B) cada entidade de direito público deve possuir apenas um orçamento. (C) existe um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 14 de 74 (D) orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal. (E) nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento. Conforme o princípio da unidade, cada ente federado deve compreender apenas um orçamento próprio. Gabarito: B. 7. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de Amparo à Criançae ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo poder público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual do Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para justificar a inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual do Município é o (A) da unidade. (B) da anualidade. (C) da exclusividade. (D) do orçamento bruto. (E) da não-vinculação das receitas de impostos. A obrigatoriedade de o orçamento de uma fundação pública municipal ser integrado ao orçamento único do município diz respeito ao princípio da unidade. Gabarito: A. 8. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua todas as receitas estimadas e despesas fixadas pelo Estado. A existência de apenas um orçamento, em que sejam expostos todos os detalhes das finanças do ente público, corresponde ao ideal do princípio da unidade orçamentária. Questão CERTA. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 15 de 74 9. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social. A unidade orçamentária atualmente vigente encontra reflexo na edição de uma única lei orçamentária editada pelos entes federados a cada ano. O fato de haver orçamentos especializados em sua composição não afetaria o princípio clássico. Questão CERTA. Universalidade “O orçamento deve abranger todas as receitas e despesas”. O princípio da universalidade e o recém-visto, da unidade/totalidade, são complementares, articulados em torno da garantia do controle sobre o orçamento. Enquanto a unidade/totalidade prioriza a agregação das receitas e despesas do governo em poucos documentos (num só agregado, de preferência), a universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária. Um orçamento único e universal é, portanto, o sonho de consumo de alguém que tenha a titularidade do controle sobre as finanças públicas. Além do art. 2º da Lei 4.320/64, que já vimos, o princípio da universalidade também pode ser percebido nos arts. 3º e 4º da mesma lei: Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2°. Novamente, segundo a lição do professor Giacomoni, o princípio da universalidade proporciona ao Legislativo: AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 16 de 74 conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo e dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização; impedir ao Executivo a realização de qualquer operação de receita e despesa sem prévia autorização parlamentar; conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê- las. Alguns trechos acima poderão causar estranhamento. É que essa história de a lei orçamentária “autorizar a arrecadação” da receita não se aplica mais. Até a Constituição de 1967, isso era verdade, mas, de lá para cá, os tributos e sua arrecadação são regulamentados por leis próprias. A lei orçamentária, atualmente, não autoriza a arrecadação, apenas a prevê. A arrecadação ocorre havendo ou não orçamento publicado. Entretanto, não é raro encontrar questões que se refiram a esse aspecto de maneira “tradicional”, já que, historicamente, a função do orçamento também foi de autorização da arrecadação. Portanto, surgindo questões totalmente teóricas, sem aplicação à realidade atual, que confirmem o papel autorizador da lei orçamentária quanto à arrecadação, marque CERTO. Pragmatismo: devemos dançar conforme a música! Depois de acertar o gabarito, você pode esbravejar o quanto quiser contra a banca. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 17 de 74 10. (VUNESP/ANALISTA/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O princípio orçamentário da universalidade preceitua que (A) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. (B) o orçamento único deve conter todas as receitas e todas as despesas pelos seus valores brutos, compreendendo um plano financeiro global, não devendo existir despesas ou receitas estranhas ao controle da atividade econômica estatal. (C) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária e de créditos adicionais pelos seus valores brutos, vedadas as deduções, conforme preceitua o art. 2.º da Lei n.º 4.320/64. (D) o orçamento tem como característica fundamento de periodicidade anual. (E) há uma única lei orçamentária, considerando logicamente cada ente federativo e visa à prática de movimentação financeira do Tesouro, consubstanciado no chamado princípio de unidade de caixa, objetivando o cumprimento da fiscalização orçamentária e financeira por parte do Poder Legislativo. Na questão acima, o conceito correto do princípio da universalidade confere ao orçamento a previsão de todas as receitas e despesas do ente público. Gabarito: B. 11. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 18 de 74 entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público é denominado de (A) exclusividade. (B) legalidade. (C) anualidade. (D) universalidade. (E) totalidade. Na questão acima, a expressão chave “todas as receitas e todas as despesas” remete à observância do princípio da universalidade. Gabarito: D. 12. (FUNCAB/TÉCNICO SUPERIOR/MDA/2014) Existe um princípio orçamentário que permite ao Poder Legislativo conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. Dessa forma, o referido princípio faz com que o Poder Legislativo conheça previamente todas as despesas e receitas do governo, aumentando o seu poder de controle. Trata-se do princípio do(a): a) simplicidade. b) orçamento bruto. c) universalidade. d) unidade. e) abrangência plena. O princípio que assegura ao Poder Legislativo o conhecimento e o controle de todas as receitas e despesas do governo, com vistas à fundamentação da decisão de autorizar a arrecadação e a aplicação dos recursos, é o da universalidade. Gabarito: C. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 19 de 74 13.(VUNESP/CONTADOR/IAMSPE-SP/2012) A Constituição Federal determina a inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta, etc., no orçamento anual geral. Referida determinação constitucional traduz o princípio orçamentário da (A) não vinculação. (B) universalidade. (C) anualidade. (D) transparência. (E) legalidade. A “inclusão de todas as rendas e despesas” no orçamento é um traço próprio do princípio da universalidade. Gabarito: B. Orçamento Bruto “O orçamento deve apresentar valores brutos, sem dedução”. Já deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos públicos fundamentou bastante a maturação de princípios orçamentários. Se qualquer fato chega a afetar as receitas públicas, diminuindo o volume que realmente deveria entrar em caixa, a ocultação desse fato geraria insegurança, desinformação e, quem sabe, algum prejuízo futuro ao ente público. A contabilidade pública tem como uma de suas funções a prestação de informações fidedignas sobre o patrimônio e o orçamento, a fim de que decisões por parte dos responsáveis sejam baseadas em dados corretos. Desse modo, deduções, abatimentos, diminuições que afetam o conjunto das receitas públicas devem ser considerados no orçamento. É essa preocupação com a transparência e a fidedignidade das informações orçamentárias que baseia o princípio do orçamento bruto, cujo teor é complementar ao princípio da universalidade. Enquanto a universalidade estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 20 de 74 orçamento, o princípio do orçamento bruto acrescenta a observação “pelos seus valores brutos, sem deduções”. Assim, se for o caso de se fazer uma dedução a uma receita, o ente público não pode apenas registrar o valor líquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadação bruta quanto a dedução devem ser consideradas na elaboração da peça orçamentária. 14. (FGV/TÉCNICO/AL-MT/2013) Determinado poder executivo recém eleito decidiu incluir no projeto de lei do orçamento anual as receitas pelos valores líquidos já descontados os repasses obrigatórios para outros órgãos, bem como excluir desse projeto de lei o orçamento de suas entidades da administração indireta e do poder legislativo por entender que estes dispõem de receita própria e autonomia orçamentária para gerir suas despesas. Essa medida desrespeita aos princípios orçamentários a) do equilíbrio e da anualidade. b) da exclusividade e da totalidade. c) do orçamento bruto e da unidade. d) da legalidade e da não vinculação da receita. e) da autonomia e da racionalidade. A exposição das receitas na lei orçamentária conforme os valores líquidos, descontados repasses obrigatórios, desobedeceria ao princípio do orçamento bruto; e a exclusão das entidades da administração indireta e do Legislativo do âmbito da lei orçamentária representaria descumprimento ao princípio da unidade. Gabarito: C. 15. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) Para a obtenção de maior transparência e clareza na previsão de despesas e fixação de receitas constantes na lei orçamentária anual, permite-se a dedução das receitas que não serão AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 21 de 74 efetivamente convertidas em caixa, sem que, para isso, seja necessário descriminar os valores originais. Ao prever tal procedimento, a legislação observa o princípio do orçamento bruto. Questão ERRADA. É necessário discriminar os valores originais das receitas e das despesas para atender ao princípio do orçamento bruto. Anualidade/Periodicidade “O orçamento deve limitar-se a um período de tempo”. Trataremos agora do terceiro princípio orçamentário mencionado pelo art. 2º da Lei 4.320/64. Segundo o prof. Giacomoni (mais uma vez!), o princípio de que o orçamento deve ser elaborado e autorizado para o período normalmente de um ano está ligado à antiga “regra da anualidade do imposto”, vigente até a Constituição de 1967. Como já estudamos, até esse momento a lei orçamentária é que autorizava a arrecadação tributária para um exercício, para cobrir as despesas pertencentes a esse mesmo exercício. Portanto, a disposição sobre o princípio da anualidade na Lei 4.320/64 ainda é válida, tanto no art. 2º, já estudado, quanto no art. 34 (O exercício financeiro coincidirá com o ano civil). Por isso, entre outras coisas, justifica-se a terminologia da lei orçamentária anual. A elaboração do orçamento para um período limitado de tempo favorece a atividade de planejamento, pois, dessa forma, é possível programar a aplicação dos recursos em objetivos do governo e verificar o alcance das metas nos prazos estabelecidos. Não obstante o que estamos dizendo, há vários programas e despesas assumidas pelo poder público cuja duração ultrapassa um exercício. Para alcançar objetivos de maior dimensão, apenas ações plurianuais podem garantir o sucesso dessas iniciativas governamentais. A conciliação entre esses programas plurianuais e o princípio da AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 22 de 74 anualidade/periodicidade ocorre por meio da execução “fatiada” dessas despesas plurianuais, com parcelas distribuídas pela sequência de orçamentos anuais. Como exceção ao princípio da anualidade, há a possibilidade de execução, em outro exercício, de créditos adicionais (especiais e extraordinários) autorizados no final do ano. Esse ponto será comentado posteriormente, quando tratarmos dos créditos adicionais, que constituem novas autorizações de despesa, além das consignadas na lei orçamentária. 16. (FCC/ANALISTA/CNMP/2015) A Lei Orçamentária Anual − LOA do exercício de 2015 de um determinado ente federativo contém dotações orçamentárias suficientes para suportar 24 meses de despesas com pessoal e encargos. Este procedimento, a) contraria o princípio orçamentário da unidade. b) não atende o princípio orçamentário da universalidade. c) não atende o princípio orçamentário da competência. d) contraria o princípio orçamentário da anualidade. e) está em consonância com o princípio orçamentário da oportunidade. Caso uma lei orçamentária fixasse despesas para execução durante 24 meses, estaria sendo descumprido o princípio da anualidade, segundo o qual as permissões do Legislativo para que o poder público realize receitas e despesas só valem para o período de um ano. Gabarito: D. 17. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) O princípio da anualidade estabelece que as autorizações orçamentárias e, consequentemente, o exercício financeiro no Brasil devem corresponder a doze meses e coincidir com o ano civil. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 23 de 74 Contudo, constitui exceção ao princípio mencionado a autorização para os créditos reabertos. Questão CERTA. A Lei 4.320/64 disciplina que o exercício financeiro (conceito próprio da atividade financeira do Estado) e o ano civil (conceito do Direito Civil), no Brasil, correspondem a períodos coincidentes. Não obstante, a Constituição permite que créditos especiais e extraordinários autorizados ao final do ano sejam reabertosno exercício financeiro seguinte. 18. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo. Questão ERRADA. A autorização anual para execução do orçamento reflete o controle do Poder Legislativo sobre o Executivo. Não se confere a este último um “cheque em branco” para sua atuação, mas, ao contrário, renova-se a autorização para realizar despesas e arrecadar receitas a cada período. Dessa forma, criam-se as condições para acompanhamento, fiscalização e julgamento das contas públicas em prazos mais apropriados ao controle. Exclusividade “O orçamento deve tratar apenas de matéria financeira”. Esse é um dos princípios mais manjados em concursos públicos. Figurinha carimbada! Segundo a doutrina, a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira, não trazendo conteúdos alheios à previsão da receita e à fixação da despesa. O princípio da exclusividade pode ser traduzido pela afirmação inicial do art. 165, § 8º, da CF/88: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa (...)”. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 24 de 74 A ideia subjacente ao princípio da exclusividade é evitar que matérias não financeiras “caronas” (caudas orçamentárias) sejam tratadas na lei orçamentária, aproveitando-se do ritmo mais rápido de sua aprovação pelo Parlamento. Em tempos passados, o Executivo utilizava-se dessa manobra, para colocar rapidamente, em pauta de votação, assuntos de seu interesse; decorre daí o termo “orçamentos rabilongos”, utilizado por Rui Barbosa para caracterizar os orçamentos à época. Entretanto, temos que destacar as exceções que a própria Constituição impôs, na continuidade do dispositivo que começamos a analisar: “(...) não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”. Os créditos suplementares serão mais bem estudados nas aulas seguintes, mas adianto que eles representam um acréscimo às despesas já previstas na lei orçamentária anual, devendo apontar também as receitas que suportarão esse incremento. É como uma “revisão para mais” da lei orçamentária. A outra exceção à exclusividade orçamentária trata da autorização para contratação de operações de crédito. A própria LOA pode se antecipar a uma necessidade futura de recursos além dos estimados, e autorizar a tomada de empréstimos pelo ente público. Vamos separar aqui a operação de crédito “normal” da operação de crédito por antecipação da receita orçamentária, ambas referidas no dispositivo constitucional acima, e passíveis de autorização pela LOA. As operações de crédito “normais” constituem receitas orçamentárias, que servirão para custear despesas orçamentárias. Ou seja, para determinadas despesas, o dinheiro disponível não é próprio do governo; deverá ser tomado junto a agentes financiadores. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 25 de 74 Por outro lado, as operações por antecipação da receita orçamentária (ARO’s) são empréstimos tomados pelos entes públicos para suprir insuficiências momentâneas de caixa. Para as despesas, nesse caso, existe receita própria atribuída, que deverá ser arrecadada. Em outras palavras, ARO’s não são receitas orçamentárias, mas sim empréstimos que substituem receitas orçamentárias que não foram arrecadadas no momento esperado. Essas receitas atrasadas, ao serem finalmente realizadas, servirão então para honrar as ARO’s que as substituíram, ao invés das despesas originais. Portanto, além de prever receitas e fixar despesas, a lei orçamentária anual, no Brasil, pode trazer esses dois tipos de autorização – que, no fundo, não fogem da temática orçamentária. Grave essas exceções, porque é difícil achar um tópico tão cobrado quanto esse quando o tema é princípios orçamentários! 19. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício financeiro de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2013 propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias para a secretaria de publicidade, e a concessão aos demais servidores públicos reajuste salarial de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013. Este projeto NÃO atende ao princípio orçamentário da (A) moralidade. (B) anualidade. (C) exclusividade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 26 de 74 (D) não vinculação da receita. (E) impessoalidade. A criação de cargos e a concessão de aumento remuneratório não são matéria financeira, que possa ser veiculada pela lei de orçamento. O papel cumprido pela LOA, no tocante ao aumento de remuneração, ou a outras despesas quaisquer, é veicular a autorização para o gasto, a partir da previsão dos recursos necessários. A previsão das medidas que envolvam despesas é feita por outros diplomas legais, sob pena de contrariar o princípio da exclusividade. Gabarito: C. 20. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Com base nos princípios orçamentários, assinale a alternativa incorreta: a) A Unidade ou Totalidade determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. b) A Universalidade determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. c) A Exclusividade estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, inclusive, faz parte dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei d) O Princípio do Orçamento Público obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. A: o objetivo almejado ao se seguir o princípio da unidade é garantir que as finanças públicas estejam evidenciadas num só documento, passível de controle e acompanhamento pelo Legislativo. B: o princípio da universalidade é calcado na inserção, na lei orçamentária, da previsão de todas as receitas e da fixação de todas as despesas do ente público. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 27 de 74 C: a autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito são exceções ao princípio da exclusividade, previstas na Constituição. D: segundo o princípio do orçamento bruto, não pode haver deduções nos valores das receitas e despesas que são levados à lei orçamentária. Gabarito: C. 21. (FUNCAB/TÉCNICO/MPE-RO/2012) Pode-se considerar como uma EXCEÇÃO ao Princípio Orçamentário da Exclusividade: a) a destinação de recursos para Fundos Especiais. b) a autorização para contratação de operação de crédito por antecipação de receita.c) a criação de dotação de recursos para reserva de contingências. d) o pagamento de restos a pagar e de despesas de exercícios anteriores. e) o orçamento de investimento em empresas nas quais o ente é sócio majoritário. Nos termos da Constituição, que acolheu em seu texto a exclusividade orçamentária (art. 165, § 8º), são exceções a esse princípio a autorização para abertura de créditos suplementares, até determinado montante, e a autorização para a realização de operações de crédito, inclusive aquelas por antecipação da receita orçamentária. Gabarito: B. 22. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual fere o princípio da universalidade. Na questão acima, houve uma inversão de princípios e conceitos. Todo o vocabulário da questão indica que estamos tratando do princípio da exclusividade, como deve ter ficado evidente depois dos últimos comentários, e não da universalidade. Questão ERRADA. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 28 de 74 23. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio orçamentário da exclusividade. Questão ERRADA: o princípio da exclusividade não é afetado pela existência dos diferentes tipos de orçamento. Não Afetação/Não Vinculação “As receitas do orçamento devem ter livre aplicação”. Esse princípio orçamentário também tem um pé no Direito Tributário. Desse ramo do direito, cabe trazer para nossas anotações o conceito de arrecadação vinculada. No Brasil, existem cinco espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Os tributos podem ser arrecadados já com uma destinação legal para a aplicação dos recursos correspondentes. Ou, por outro lado, os recursos provenientes dos tributos podem estar “livres”, para aplicação em despesas conforme as decisões do administrador público, sem interferência legislativa. Assim, existem espécies tributárias com arrecadação vinculada, para aplicação obrigatória em certas despesas, e outras com arrecadação não vinculada. Os impostos são os típicos representantes desta última categoria. As outras espécies tributárias (taxas, contribuições “lato sensu”, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios) têm, comumente, arrecadação vinculada. Isso obedece ao arcabouço teórico da tributação, segundo o qual os impostos são os tributos apropriados para que o ente público possa auferir renda, sem estar obrigado a prestar esta ou aquela obrigação junto à sociedade. Impostos teriam a característica da fiscalidade (obtenção de recursos como finalidade principal). Então, voltando ao princípio da não vinculação, cabe destacar que ele ganhou estatura constitucional, mas com uma série de exceções: AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 29 de 74 Art. 167. São vedados: (...) IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (...) § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. Destrinchando os dispositivos acima, as vinculações à receita de impostos, permitidas pela Constituição, são: repartição da arrecadação do imposto de renda e do imposto sobre produtos industrializados, compondo o Fundo de Participação dos Estados e o de Participação dos Municípios (CF/88, art. 159, inc. I); destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde (CF/88, art. 198, § 2º); destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino (CF/88, art. 212); destinação de recursos para realização de atividades da administração tributária (CF/88, art. 37, inc. XXII); prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita – ARO (CF/88, art. 165, § 8º); prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 30 de 74 Portanto, o princípio da não vinculação da receita de impostos está no início do inciso IV do art. 167, e as exceções a ele compõem todo o resto do texto e o § 4º. Tratando-se de dispositivo constitucional, para acrescentar mais alguma exceção ao princípio da não vinculação, ou para suprimir uma exceção já existente, só por meio de emenda à Constituição. Vale escrever uma nota, destacando o alto nível de vinculação que a arrecadação tributária sofre no Brasil. As taxas e contribuições são naturalmente destinadas a certas despesas; os impostos, embora sejam relacionados ao princípio da não vinculação, também são destinados a diversas despesas, por ordem da própria Constituição, como se depreende das exceções vistas acima. Nesse sentido, há um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que reforça essa necessidade de aplicação das receitas vinculadas nas despesas para as quais foram atribuídas. Vejamos a lei seca: Art. 8º, parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Portanto, a partir dessa determinação da LRF, nem mesmo a arrecadação que “sobrar” em determinado exercício está livre, se sua origem estiver ligada a alguma vinculação legal. Pois bem, diante desse quadro de alta vinculação dos recursos, para “desamarrar” um pouco as receitas tributárias de suas aplicações obrigatórias, instituiu-se, desde 1994, um mecanismo de desvinculação, por meio de emenda à Constituição. A chamada Desvinculação das Receitas da União (DRU) libera 20% dos impostos e contribuições vinculados, para livre aplicação pelos administradores públicos. O objetivo desse mecanismo é evitar situações nas quais certos setores da ação AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 31 de 74 governamental tenham recursos abundantes, enquanto outros passam por penúria. 24. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é correto afirmar que o princípio (A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas orçamentárias que serviam para nomeações, promoções e abertura de créditos adicionais suplementares. (B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de despesa. (C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentosparalelos. (D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988. (E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir amplo conhecimento público. Na questão acima, temos o seguinte: A: os créditos suplementares não estão contemplados nas “caudas orçamentárias”, visto que são exceções admitidas pela própria CF/88 ao princípio da exclusividade. B: o enunciado diz respeito ao princípio da discriminação. C: o enunciado trata do princípio da unidade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 32 de 74 D: a CF/88 estabelece tanto o princípio da não afetação quanto as respectivas exceções. E: trata-se do princípio da publicidade. Gabarito: D. 25. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio que postula o recolhimento de todos os recursos a um único caixa do Tesouro (conta única), sem discriminação quanto à sua destinação e vedando a apropriação de receitas de impostos a despesas específicas, salvo as exceções constitucionais, é denominado a) Publicidade. b) Clareza. c) Uniformidade. d) Não-afetação da receita. e) Legalidade da tributação. O enunciado da questão é bastante estranho, parecendo misturar mais de um princípio. O recolhimento dos recursos a uma única conta diz respeito ao princípio (financeiro, não orçamentário) da unidade de caixa; a ausência de destinação/apropriação de receitas de impostos a despesas específicas relaciona- se com o princípio da não afetação da receita, que é o foco da questão. Vale a pena destacar como antecedente da banca! Gabarito: D. 26. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) A abrangência do princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-se às receitas de impostos. Como a própria CF/88 deixa claro, o princípio da não vinculação aplica-se exclusivamente aos impostos. Os demais tributos não sofrem interferência desse princípio. A questão está CERTA. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 33 de 74 27. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. A questão apenas reproduziu o dispositivo da LRF que reforça a vinculação legal das receitas. Questão CERTA. 28. (FUNCAB/CONTADOR/IF-RR/2013) O Princípio da Não Afetação das Receitas postula o recolhimento de todos os recursos a um caixa único do Tesouro Nacional, sem discriminação quanto à sua destinação e o mesmo princípio veda a apropriação de algumas receitas a despesas específicas, salvo exceções constitucionais. A única opção que evidencia a receita que NÃO pode ser vinculada à despesa específica conforme o Princípio da Não Afetação das Receitas é de: a) dividendos recebidos. b) contribuições c) impostos d) serviços. e) operações de créditos O princípio da não afetação foi positivado na Constituição apenas em relação aos impostos, e, mesmo assim, admitindo diversas exceções. Assim, as outras espécies tributárias existentes no Brasil não observam esse princípio. Gabarito: C. Especificação/Especialização/Discriminação “O orçamento deve ser detalhado”. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 34 de 74 Historicamente, nos países em que o orçamento foi primeiramente adotado como peça institucional, observou-se a exigência, feita pelos parlamentos, de discriminação das receitas e despesas por parte do Executivo. Os controladores desejavam saber de onde sairiam os recursos arrecadados e a sua aplicação. Assim, o fato de as receitas e despesas serem publicadas de forma detalhada também favorecia a tarefa de controle do orçamento. Esse mandamento perdurou na evolução da peça orçamentária, e institucionalizou-se no Brasil sob a forma legal. Na Lei 4.320/64, encontram-se os seguintes trechos: Art. 5º. A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos. O que se buscou na Lei 4.320/64 foi algo parecido com a exigência inicial, nos países em que se originou o orçamento público, quanto à discriminação das receitas e despesas. Para a Lei, também era necessário disponibilizar informações detalhadas, na LOA, deixando evidente qual fim teriam os recursos públicos, e para evitar que as decisões sobre a aplicação da arrecadação ficassem concentradas nas mãos dos gestores, fora das vistas do controle externo. Entretanto, o que se percebeu, com o passar do tempo, e com a maior complexidade do orçamento, foi a necessidade de um “meio termo” quanto ao princípio da especificação. Por um lado, um orçamento excessivamente detalhado pode se tornar uma peça sem correspondência com a realidade, já que as circunstâncias no momento da execução do orçamento podem fugir aos pequenos detalhes fixados na LOA. Ao mesmo tempo, a edição de um orçamento totalmente genérico, com dotações globais, significa a renúncia, pelo Parlamento, de seu papel de controlador, AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 35 de 74 o que também desrespeitaria vários princípios constitucionais e não seria benéfico de maneira alguma para o bem-estar coletivo. Bem, agora que já delineamos o princípio da discriminação, vamos falar das exceções/flexibilizações. A doutrina reconhece alguns exemplos de exceção ao princípio da discriminação, ou seja, situações em que o orçamento transparece uma “face genérica”, sem detalhamento. Originalmente, a Lei 4.320/64 determinou que “Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”, como vimos agora há pouco. Isso estava conforme o princípio da discriminação; o detalhamento da despesa em elementos tornava a LOA bastante minuciosa. Porém, essa classificação detalhista foi flexibilizada há pouco tempo. Segundo a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, que atualizou a classificação pela natureza da despesa, a LOA não precisa mais trazer a despesa em nível de elemento. Ao invés disso, a alocação de recursos aos diferentes elementos de despesa pode ficar a cargo das unidades executoras do orçamento, posteriormente à aprovação da Lei. Assim, podem-se verificar atualmente dotações destinadas ao mesmo tempo à aquisição de materiais de consumo, pagamento de serviços de terceiros, indenizações, pagamentos de diárias a servidores etc. (todas seriam consideradas “despesas de custeio”, ou, na classificação atual, “outras despesas correntes”). Outra exceção refere-se à reserva de contingência, que constitui uma dotação genérica, sem aplicação definida, a partir da qual o poder público pode atender a “passivos contingentes”, como pagamentos devidos a execuções judiciais, ou executar novas dotações, por meio de créditos adicionais. Além disso, como sinaliza a redação doart. 5º da Lei 4.320/64, o art. 20 e seu parágrafo único, da mesma lei, trazem mais uma exceção ao princípio da discriminação: AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 36 de 74 Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital. Trata-se dos “programas especiais de trabalho” (PET’s), grandes investimentos públicos que, por sua complexidade e abrangência, não podem ter toda sua composição de despesas explicitada de antemão. Assim, eles são autorizados a partir de dotações globais, genéricas, e a correspondente discriminação das despesas se dá durante a própria execução. 29. (UFMT/ADMINISTRADOR/DETRAN-MT/2015) O princípio orçamentário da _______________ estabelece que as receitas e as despesas devem constar no orçamento de forma clara, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. a) discriminação. b) unidade. c) reserva legal. d) universalidade. A indicação da origem e da aplicação dos recursos de forma bastante explicitada no orçamento, facilitando o trabalho dos responsáveis pelo controle e outros interessados, evidencia a adoção do princípio da discriminação. Gabarito: A. 30. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da especialização, a lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 37 de 74 atender, indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior transparência no processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na alocação dos recursos pelo poder Executivo. Questão ERRADA. Como já visto, pelo princípio da especialização, deve-se evitar a inserção de dotações globais no orçamento, como regra. 31. (FCC/ANALISTA/MPE-PB/2015) O orçamentista de uma Prefeitura do Estado da Paraíba recebeu orientação para consignar no orçamento dotação para programa especial de trabalho que, por sua natureza, não poderia cumprir- se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa. Assim, esse programa foi consignado em dotação global, classificado como despesa de capital. Esse fato representou uma exceção legal ao princípio orçamentário da a) clareza. b) especificação. c) exclusividade. d) não-vinculação. e) universalidade. A questão faz referência aos seguintes dispositivos da Lei 4.320/1964: Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único. (...) Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e de outras aplicações. Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 38 de 74 despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital. Na hipótese, a dotação global a ser inserida na lei orçamentária corresponderia justamente a um “programa especial de trabalho” (PET). Os PETs eram inseridos na lei orçamentária como um elemento de despesa genérico, no qual poderiam ser classificadas despesas de vários tipos. Entretanto, essa classificação já está superada atualmente, não sendo mais utilizada. Gabarito: B. 32. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários, é correto afirmar que (A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade. (B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. (C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. (D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de orçamento. (E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na lei orçamentária, o princípio da exclusividade. Nessa questão, temos o seguinte: - a letra A pretendeu se referir ao princípio do orçamento bruto (não existe princípio orçamentário da racionalidade), mas, mesmo que trocássemos “racionalidade” por “orçamento bruto”, a alternativa estaria errada, já que não é admitida a contabilização de receitas e despesas pelo valor líquido; - na letra B, há erro em dizer que as fundações não precisam integrar o orçamento, que, pelo princípio da universalidade, deve abranger todas as receitas e despesas públicas; AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 39 de 74 - a letra C está errada, porque as dotações globais não atendem ao princípio da especificação (e não especificidade – outro erro), constituindo exceções a esse princípio; - a letra D contraria o teor do princípio da não vinculação; - a letra E está CERTA, por se referir corretamente a uma das exceções do princípio da exclusividade. Gabarito: E. Clareza “O orçamento deve ser de fácil compreensão”. Segundo o princípio da clareza, o orçamento deveria ser apresentado numa linguagem acessível a todos que precisassem ou se interessassem em acompanhá-lo. Entretanto, considerando a atual complexidade inerente ao orçamento, que agrega informações financeiras, legais, administrativas, contábeis e de planejamento, sem falar num pano de fundo político, é difícil trazer à realidade o cumprimento desse princípio. Uma sugestão do prof. Giacomoni é a elaboração de peças comentadas sobre a programação orçamentária, a partir de anexos da LOA. Dessa forma, se o orçamento em si não pode ter sua linguagem simplificada, pela natural necessidade de codificação, pelo menos se disponibilizaria uma forma paralela de se compreender a complexidade de seu conteúdo. Isso foi adotado na esfera federal a partir da elaboração do orçamento de 2011: além da proposta “técnica” de orçamento, foi editada uma cartilha especial, chamada “Orçamento Federal ao Alcance de Todos”, que busca expor, de forma mais amigável, como deve se dar a aplicação de recursos AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 40 de 74 federais nas diferentes áreas do governo. Essa publicação está no link abaixo, vale visitar: http://www.orcamentofederal.gov.br/educacao- orcamentaria/ofat/Revista_OFAT_2014_WEB.pdf 33. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto afirmar: (A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão, fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses ressalvadas pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988. (B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64, dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos seus totais,vedadas quaisquer deduções. (C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8º, da Constituição Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não admitindo qualquer exceção a essa regra. (D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha dotações globais destinadas a atender diversas despesas de natureza diferente. (E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo. Vejamos as alternativas: A: novamente, lembramos que a CF/88 instituiu o princípio da não afetação e as correspondentes exceções. B: trata-se do princípio do orçamento bruto. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 41 de 74 C: como vimos, há exceções ao princípio da exclusividade (autorização para abertura de créditos suplementares e para contratação de operações de crédito). D: o princípio da especificação veda a prática descrita. E: o princípio da clareza remete à inteligibilidade e fácil entendimento do orçamento pelos usuários da informação. Gabarito: A. 34. (CONSULPLAN/AGENTE/MAPA/2014) Sobre os princípios orçamentários, é INCORRETO afirmar que, segundo o a) princípio do equilíbrio, o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período. b) princípio da anualidade, da temporalidade ou, ainda, da periodicidade, a autorização do gasto deve ser dada para cada exercício financeiro que coincidirá com o ano civil. c) princípio de unidade, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada esfera do Governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) deve possuir apenas um orçamento, tendo como fundamentação uma única política orçamentária e uma estrutura uniforme. d) princípio da clareza, o orçamento público deve expressar o programa de trabalho de cada entidade do setor público, detalhando, por meio de categorias apropriadas, como, onde e com que amplitude o setor público irá atuar no exercício a que se refere a Lei Orçamentária. A: o atendimento “básico” ao princípio do equilíbrio está na limitação do valor das despesas ao das receitas estimadas. Atualmente, entretanto, o equilíbrio orçamentário dos entes federados é direcionado ao alcance de metas fiscais, e não apenas à observância de números semelhantes entre receitas e despesas. B: conforme a Lei 4.320/64, a autorização orçamentária, conferida pelo Legislativo aos administradores públicos, vale para um exercício financeiro, o que corresponde à concretização do princípio da anualidade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 42 de 74 C: o princípio da unidade estabelece a necessidade de um orçamento único por ente federado. D: a expressão do gasto público por meio de programas e categorias que revelam “como, onde e com que amplitude” as despesas serão aplicadas diz respeito ao princípio da programação, não ao da clareza. Gabarito: D. Equilíbrio “As receitas e despesas devem equilibrar-se entre si”. Uma forma simples de entender o princípio do equilíbrio é considerar que deve haver compatibilidade entre receita e despesa, de forma que as contas públicas não sejam afetadas por déficits. Entretanto, aprofundando mais o raciocínio sobre o tema, registram-se duas formas de encarar esse princípio. Em primeiro lugar, o equilíbrio formal do orçamento é observado quando a lei orçamentária prevê receitas e fixa despesas em montantes iguais. Antes, sob a vigência da Constituição de 1967, o equilíbrio formal do orçamento chegou a ser firmado num dispositivo dessa Carta: Art. 66 – O montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período. Atualmente, a Constituição não traz determinação semelhante, mas o costume perdura: as leis orçamentárias anuais fazem a previsão da receita e a fixação da despesa em valores iguais. Assim, sob o aspecto formal, o princípio do equilíbrio zela principalmente pela publicação de um orçamento equilibrado. Porém, na prática, o que se verifica hoje é que os recursos próprios do governo não são suficientes para cobrir suas despesas. O equilíbrio formal do orçamento é garantido pela contratação de operações de crédito – dinheiro emprestado. Na LOA, os valores das operações de crédito são considerados receita, conforme o mandamento insculpido na Lei 4.320/64 (Art. 3º A Lei de Orçamentos AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 43 de 74 compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei). Pelo exposto, o fato de um orçamento ser publicado de forma equilibrada não implica o equilíbrio das contas públicas. É com essa preocupação que se fala em equilíbrio real, ou equilíbrio material. Essa, inclusive, foi uma das principais bandeiras tratadas na famosa Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, sob essa ótica, busca-se evitar o crescimento desordenado das despesas, sem lastro para cobri-las. Da mesma forma, deve-se evitar o comprometimento das receitas a ponto de não sobrarem recursos para amortizar a dívida pública. Conclui-se, desse modo, que o “equilíbrio material” está mais ligado à execução equilibrada do orçamento do que à sua publicação com montantes iguais de receita e despesa. Para garantir o equilíbrio material, o governo pode lançar mão de diversos expedientes: manutenção de metas de superávit, enxugamento de despesas de custeio, abertura de créditos adicionais apenas com recursos já arrecadados etc. 35. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base no qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles incorporados nas chamadas operações de crédito e no refinanciamento da dívida pública. Questão CERTA: considerando que as operações de crédito previstas na LOA são consideradas como receitas pela legislação, o déficit entre receitas não financeiras e despesas não financeiras não representa desrespeito ao princípio do equilíbrio. Este se encontra garantido pelas operações financeiras destacadas no enunciado. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 44 de 74 36. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o) ________________ estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a abertura de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. (A) equilíbrio (B) universalidade (C) legalidade (D) publicidade (E) transparência Os procedimentos listados pelo enunciado, que reforçam a necessidade de compatibilidade entre os valores de receitas e de despesas, traduzem os esforços relativos ao princípio do equilíbrio. Gabarito:A. 37. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do equilíbrio, é correto afirmar que (A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação da Receita Orçamentária − ARO, nos termos da lei. (B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias previstas para o mesmo período. (C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada exercício financeiro não deve apresentar déficit orçamentário. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 45 de 74 (D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual − LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções constitucionais. (E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu pagamento. Podemos afastar de imediato as alternativas A (exclusividade) e D (orçamento bruto – ainda assim, com erro, visto que não há “deduções constitucionais”). Adicionalmente, o princípio do equilíbrio, em seu sentido formal, fixa como limite para as despesas a previsão de receita do exercício. Gabarito: B. 38. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) “Sempre foi a regra de ouro das finanças clássicas. Constituía o princípio fundamental dos orçamentos públicos, verdadeiro axioma. A concepção clássica condenava toda a ideia de orçamento desequilibrado, e tomavam-se todas as medidas necessárias para mantê-lo em equilíbrio anual, sem levar em conta seus efeitos sobre a economia em geral”. O texto se refere ao Princípio: a) Do equilíbrio orçamentário. b) Da anualidade. c) Da unidade. d) Da exclusividade. O princípio do equilíbrio revela uma reclamação própria dos tempos do liberalismo clássico, em que o gasto público era visto, quando muito, como um “mal necessário”, e, nessa atmosfera, manter o nível de despesas alinhado com as receitas permitidas era uma necessidade fundamental. Gabarito: A. 39. (FUNCAB/GESTOR/SEPLAG-MG/2014) O princípio do equilíbrio estabelece que: a) o orçamento deverá ser claro e compreensível para qualquer cidadão b) para cada exercício financeiro deverá haver somente um único orçamento. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 46 de 74 c) o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. d) a lei orçamentária deverá conter somente matéria de natureza orçamentária. Consoante a vertente formal do princípio do equilíbrio, a despesa não deve superar a receita prevista para o exercício financeiro. Apesar de esse aspecto ainda ser respeitado nos orçamentos dos entes públicos, a Lei de Responsabilidade Fiscal institucionalizou novos instrumentos de finanças públicas com vistas à manutenção do equilíbrio fiscal, que vão além da comparação aritmética entre receitas e despesas. Gabarito: C. Publicidade “O orçamento deve ser amplamente divulgado”. A relevância que o orçamento assume na vida da sociedade torna necessário o conhecimento amplo do conteúdo da LOA pelas pessoas, já que naquele instrumento serão notadas as políticas públicas e prioridades escolhidas pelo governo. Entretanto, aparece novamente a discussão relativa à clareza do orçamento: como assegurar, simultaneamente, o entendimento da peça orçamentária pelo cidadão comum e a necessária complexidade do instrumento, tendo em vista a multiplicidade de informações que o integram? Esse é um desafio ainda a se superar. Não obstante, atualmente, ao menos em termos de divulgação, o princípio da publicidade é concretizado, sobretudo pela disponibilização das leis orçamentárias em sites governamentais, além dos veículos oficiais. A partir desse aspecto, é possível perceber a relação do princípio da publicidade também com o princípio da legalidade. Para vigorar, uma lei deve ser publicada em veículos oficiais de comunicação (tipicamente, Diário Oficial) – e a lei orçamentária não é exceção a essa regra. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 47 de 74 40. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no Diário Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos. No caso dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode ser publicado em jornal local. Questão CERTA. Quanto “maior” o ente público, maior o alcance que deve ser dado à publicidade de seus atos, incluindo a aprovação do respectivo orçamento. 41. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a eficácia de sua validade. Na questão acima, apresenta-se, além da correta conceituação do princípio da publicidade, a sua relação com a legalidade. Questão também CERTA. Outros princípios Alguns doutrinadores listam outros princípios menos admitidos no âmbito da comunidade orçamentária. Entretanto, como algumas vezes as provas dão ouvidos a essas manifestações, vamos falar rapidamente dos seguintes: princípio da exatidão: as estimativas de receita e de despesa devem ser tão exatas quanto possível, de forma a garantir ao orçamento público confiabilidade suficiente para que possa ser empregado como instrumento de programação, gerência e controle; princípio da programação: o orçamento deve organizar-se conforme “programas de trabalho”, que representam o agrupamento das despesas em termos de ações governamentais destinadas ao alcance de determinados objetivos e metas; AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 48 de 74 princípio da proibição de estorno: conforme o art. 167, inciso VI, da CF/88, estão vedados a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa. Daremos mais atenção a esse dispositivo quando estudarmos as “vedações orçamentárias”, na aula sobre Orçamento na Constituição; princípio da uniformidade: o orçamento público deve conservar, ao longo dos exercícios financeiros, uma estrutura uniforme, que permita a comparação das diversas edições e a análise de cunho gerencial das receitas e despesas. 42. (FCC/ANALISTA/SEFAZ-PI/2015) Ao estudar o orçamento anual do Estado do Piauí, um Analista do Tesouro Estadual verificou que foram selecionados os objetivos a serem alcançados, bem como determinadas as ações para o alcance de tais fins. Tais aspectos evidenciam o atendimento ao princípio orçamentário da a) clareza. b) exclusividade. c) universalidade. d) legalidade. e) programação. A articulação do orçamento com os objetivos, ações e metas definidos no âmbito do planejamento governamental representa o atendimento ao princípio orçamentário da programação, segundo o qual o orçamento deve refletir o programa de trabalho do ente público. Gabarito: E. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 49 de 74 43. (VUNESP/ANALISTA/DCTA/2013) O princípio da uniformidade, que decorre do aspecto formal do orçamento, é também chamado de princípio da: a) consistência. b) legalidade. c) universalidade. d) programação. e) exclusividade. Além de abordar um princípio pouco reconhecido pela doutrina, a questão exigiu ainda o reconhecimento de um sinônimo. Não obstante, por exclusão, seria possível aproximar o significado de “uniformidade” de “consistência”, resposta adotada pela banca. Gabarito: A. Muito bem, caro aluno, nossa aula demonstrativa fica por aqui. Espero que o conteúdo apresentado tenha sido suficiente para demonstrar nossa abordagem durante o curso. Aguardo você na Aula 01. Surgindo algum questionamento, ou necessidade de explicação mais aprofundada, podemos nos falar por meio do fórum de dúvidas. Forte abraço, até a próxima! GRACIANO ROCHA AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 50 de 74 RESUMO DA AULA 1. O orçamento público tem natureza de ato administrativo, pelo que é considerado uma lei em sentido formal. 2. O princípio da unidade/totalidade preza a agregação das receitas e despesas do Estado numa só peça, favorecendo a atividade de controle. 3. O princípio orçamentário da universalidade estabelece que todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, garantindo-se uma visão geral sobre as finanças públicas e evitando-se a realização de operações orçamentárias sem conhecimento do Poder Legislativo. 4. O princípio do orçamento bruto é complementar ao da universalidade, e determina que as receitas e despesas devem aparecer no orçamento sem qualquer dedução. 5. Segundo o princípio da anualidade/periodicidade, o orçamento deve ser elaborado e autorizado para um período definido, normalmente de um ano. 6. A própria Constituição expressa o princípio da exclusividade, em seu art. 165, § 8º (A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa). Também a Constituição traz as exceções a esse princípio: a autorização para abertura de créditos suplementares e a autorização para a realização de operações de crédito (inclusive ARO). 7. O princípio da não-afetação refere-se à impossibilidade de vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as exceções trazidas pela norma constitucional. 8. As receitas vinculadas deverão atender sempre à execução do objeto de sua vinculação, ainda que em exercício posterior ao de sua arrecadação. 9. O princípio da discriminação preza pelo detalhamento, até onde for possível, das receitas e despesas, para verificação, pelos órgãos de controle, da origem e da aplicação dos recursos públicos. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 51 de 74 10. Conforme o princípio orçamentário da clareza, o orçamento deve ser apresentado numa linguagem acessível a todos que precisem ou se interessem em acompanhá-lo. 11. O princípio do equilíbrio abrange as vertentes formal e material. Na vertente formal, o orçamento deve ser aprovado com receitas e despesas em igual montante. Na vertente material, a execução orçamentária deve garantir o equilíbrio das contas públicas. 12. Pelo princípio da publicidade, o orçamento deve ser levado ao conhecimento do público, por meio de instrumentos oficiais de comunicação ou de outras formas, garantindo-se também sua eficácia. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 52 de 74 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA 1. (VUNESP/CONTADOR/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O plano de governo disposto na forma da lei, no qual se estima a receita a arrecadar e fixa-se a despesa para o exercício financeiro subsequente, é o Orçamento (A) Variável. (B) Público. (C) Empresarial. (D) Estático. (E) de Capital. 2. (AOCP/AUDITOR/TCE-PA/2012) Dentre os conceitos apresentados nas alternativas a seguir, assinale a alternativa que apresenta corretamente o conceito de Orçamento Público. a) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamentos ao longo do ano. b) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingenciamento ao longo do ano. c) Corresponde à previsão das receitas e despesas do Estado para um dado ano fiscal, tendo caráter autorizador de despesas, mas permite contingenciamento ao longo do ano. d) Corresponde às ações do governo durante o mandato de um dado Chefe do Poder Executivo, tendo caráter autorizador de despesas, sem permissão para contingenciamentos ao longo do ano. e) Corresponde às ações do Estado durante um dado ano fiscal, não tendo caráter autorizador de receitas e despesas, mas permite contingenciamento ao longo do ano. 3. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Princípio Orçamentário, o qual cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 53 de 74 expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos ditames da lei. Trata-se do Princípio: a) Da Transparência. b) Da Publicidade. c) Da Competência. d) Da Legalidade. 4. (CESPE/ANALISTA/TRE-MS/2013) Os princípios orçamentários estão sujeitos a transformações de conceito e significação, pois não têm caráter absoluto ou dogmático e suas formulações originais não atendem, necessariamente, ao universo econômico-financeiro do Estado moderno. 5. (CESPE/ANALISTA/STM/2011) Para ser considerada um princípio orçamentário, a norma precisa obrigatoriamente estar incluída na Constituição Federal ou na legislação infraconstitucional. 6. (VUNESP/ECONOMISTA/CÂMARA MAUÁ/2012) O princípio da unidade estabelece que (A) a Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas. (B) cada entidade de direito público deve possuir apenas um orçamento. (C) existe um período limitado de tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa. (D) orçamento deve compreender o período de um exercício, que corresponde ao ano fiscal. (E) nenhuma instituição pública deve ficar fora do orçamento. 7. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2013) Ao assumir o cargo de prefeito, o Sr. José Silva não conseguia compreender por que o orçamento da Fundação de Amparo à Criança e ao Adolescente, fundação instituída e mantida pelo poder público municipal, deveria estar contido na Lei Orçamentária Anual do Município. O princípio orçamentário que deve ser utilizado para justificar a inclusão do orçamento da fundação na Lei Orçamentário Anual do Município é o AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 54 de 74 (A) da unidade. (B) da anualidade. (C) da exclusividade. (D) do orçamento bruto. (E) da não-vinculação das receitas de impostos. 8. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) De acordo com o princípio da unidade, o ente governamental deve dispor de apenas um orçamento, que inclua todas as receitas estimadase despesas fixadas pelo Estado. 9. (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princípio da unidade expressa que a lei orçamentária deve ser uma peça só e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei orçamentária anual compreenderá o orçamento fiscal, o orçamento de investimento e o orçamento da seguridade social. 10. (VUNESP/ANALISTA/PREF. S. J. DOS CAMPOS/2012) O princípio orçamentário da universalidade preceitua que (A) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. (B) o orçamento único deve conter todas as receitas e todas as despesas pelos seus valores brutos, compreendendo um plano financeiro global, não devendo existir despesas ou receitas estranhas ao controle da atividade econômica estatal. (C) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária e de créditos adicionais pelos seus valores brutos, vedadas as deduções, conforme preceitua o art. 2.º da Lei n.º 4.320/64. (D) o orçamento tem como característica fundamento de periodicidade anual. (E) há uma única lei orçamentária, considerando logicamente cada ente federativo e visa à prática de movimentação financeira do Tesouro, consubstanciado no chamado princípio de unidade de caixa, objetivando o cumprimento da fiscalização orçamentária e financeira por parte do Poder Legislativo. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 55 de 74 11. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Os princípios orçamentários visam estabelecer regras básicas, a fim de conferir racionalidade, eficiência e transparência aos processos de elaboração, execução e controle do orçamento público. Nestas condições, o princípio orçamentário, o qual estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo poder público é denominado de (A) exclusividade. (B) legalidade. (C) anualidade. (D) universalidade. (E) totalidade. 12. (FUNCAB/TÉCNICO SUPERIOR/MDA/2014) Existe um princípio orçamentário que permite ao Poder Legislativo conhecer o exato volume global das despesas projetadas pelo governo, a fim de autorizar a cobrança dos tributos estritamente necessários para atendê-las. Dessa forma, o referido princípio faz com que o Poder Legislativo conheça previamente todas as despesas e receitas do governo, aumentando o seu poder de controle. Trata-se do princípio do(a): a) simplicidade. b) orçamento bruto. c) universalidade. d) unidade. e) abrangência plena. 13. (VUNESP/CONTADOR/IAMSPE-SP/2012) A Constituição Federal determina a inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta, etc., no orçamento anual geral. Referida determinação constitucional traduz o princípio orçamentário da (A) não vinculação. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 56 de 74 (B) universalidade. (C) anualidade. (D) transparência. (E) legalidade. 14. (FGV/TÉCNICO/AL-MT/2013) Determinado poder executivo recém eleito decidiu incluir no projeto de lei do orçamento anual as receitas pelos valores líquidos já descontados os repasses obrigatórios para outros órgãos, bem como excluir desse projeto de lei o orçamento de suas entidades da administração indireta e do poder legislativo por entender que estes dispõem de receita própria e autonomia orçamentária para gerir suas despesas. Essa medida desrespeita aos princípios orçamentários a) do equilíbrio e da anualidade. b) da exclusividade e da totalidade. c) do orçamento bruto e da unidade. d) da legalidade e da não vinculação da receita. e) da autonomia e da racionalidade. 15. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) Para a obtenção de maior transparência e clareza na previsão de despesas e fixação de receitas constantes na lei orçamentária anual, permite-se a dedução das receitas que não serão efetivamente convertidas em caixa, sem que, para isso, seja necessário descriminar os valores originais. Ao prever tal procedimento, a legislação observa o princípio do orçamento bruto. 16. (FCC/ANALISTA/CNMP/2015) A Lei Orçamentária Anual ? LOA do exercício de 2015 de um determinado ente federativo contém dotações orçamentárias suficientes para suportar 24 meses de despesas com pessoal e encargos. Este procedimento, a) contraria o princípio orçamentário da unidade. b) não atende o princípio orçamentário da universalidade. c) não atende o princípio orçamentário da competência. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 57 de 74 d) contraria o princípio orçamentário da anualidade. e) está em consonância com o princípio orçamentário da oportunidade. 17. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) O princípio da anualidade estabelece que as autorizações orçamentárias e, consequentemente, o exercício financeiro no Brasil devem corresponder a doze meses e coincidir com o ano civil. Contudo, constitui exceção ao princípio mencionado a autorização para os créditos reabertos. 18. (CESPE/TÉCNICO/TRT-10/2013) O princípio da anualidade orçamentária fundamenta-se em critérios puramente técnicos, relativos às questões operacionais de apuração contábil da receita e da despesa, não estando relacionado, portanto, com o controle político do Poder Executivo. 19. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Determinado ente público, considerando o excesso de arrecadação da receita patrimonial obtido no exercício financeiro de 2012, no seu projeto de Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2013 propõe a criação de 20 cargos de analistas de notícias para a secretaria de publicidade, e a concessão aos demais servidores públicos reajuste salarial de 10% a partir de primeiro de janeiro de 2013. Este projeto NÃO atende ao princípio orçamentário da (A) moralidade. (B) anualidade. (C) exclusividade. (D) não vinculação da receita. (E) impessoalidade. 20. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) Com base nos princípios orçamentários, assinale a alternativa incorreta: a) A Unidade ou Totalidade determina existência de orçamento único para cada um dos entes federados - União, Estados, Distrito Federal e Municípios - com a finalidade de se evitarem múltiplos orçamentos paralelos dentro da mesma pessoa política. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 58 de 74 b) A Universalidade determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. c) A Exclusividade estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, inclusive, faz parte dessa proibição a autorização para abertura de crédito suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei d) O Princípio do Orçamento Público obriga registrarem-se receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer deduções. 21. (FUNCAB/TÉCNICO/MPE-RO/2012) Pode-se considerar como uma EXCEÇÃO ao Princípio Orçamentário da Exclusividade: a) a destinação de recursos para Fundos Especiais. b) a autorização para contratação de operação de crédito por antecipação de receita.c) a criação de dotação de recursos para reserva de contingências. d) o pagamento de restos a pagar e de despesas de exercícios anteriores. e) o orçamento de investimento em empresas nas quais o ente é sócio majoritário. 22. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) A inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa na lei orçamentária anual fere o princípio da universalidade. 23. (CESPE/TÉCNICO/IBAMA/2012) A existência do orçamento fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas contraria o princípio orçamentário da exclusividade. 24. (FCC/CONTADOR/DPE-SP/2013) Sobre os princípios orçamentários, é correto afirmar que o princípio (A) da exclusividade representou o fim às chamadas caudas orçamentárias que serviam para nomeações, promoções e abertura de créditos adicionais suplementares. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 59 de 74 (B) da unidade determina que receitas e despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, no mínimo, por elementos de despesa. (C) do orçamento bruto determina que deve existir somente uma Lei Orçamentária Anual, sendo proibida a existência de orçamentos paralelos. (D) da não-afetação das receitas veda vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, salvo exceções estabelecidas pela Constituição Federal de 1988. (E) da universalidade determina que a lei orçamentária deve ser divulgada por mecanismos oficiais de comunicação e de divulgação para garantir amplo conhecimento público. 25. (VUNESP/ADMINISTRADOR/MPE-ES/2013) O princípio que postula o recolhimento de todos os recursos a um único caixa do Tesouro (conta única), sem discriminação quanto à sua destinação e vedando a apropriação de receitas de impostos a despesas específicas, salvo as exceções constitucionais, é denominado a) Publicidade. b) Clareza. c) Uniformidade. d) Não-afetação da receita. e) Legalidade da tributação. 26. (CESPE/CONSELHEIRO SUBSTITUTO/TCE-ES/2012) A abrangência do princípio orçamentário da não vinculação de receitas restringe-se às receitas de impostos. 27. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. 28. (FUNCAB/CONTADOR/IF-RR/2013) O Princípio da Não Afetação das Receitas postula o recolhimento de todos os recursos a um caixa único do Tesouro Nacional, sem discriminação quanto à sua destinação e o mesmo princípio AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 60 de 74 veda a apropriação de algumas receitas a despesas específicas, salvo exceções constitucionais. A única opção que evidencia a receita que NÃO pode ser vinculada à despesa específica conforme o Princípio da Não Afetação das Receitas é de: a) dividendos recebidos. b) contribuições c) impostos d) serviços. e) operações de créditos 29. (UFMT/ADMINISTRADOR/DETRAN-MT/2015) O princípio orçamentário da _______________ estabelece que as receitas e as despesas devem constar no orçamento de forma clara, demonstrando a origem e a aplicação dos recursos. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. a) discriminação. b) unidade. c) reserva legal. d) universalidade. 30. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) De acordo com o princípio da especialização, a lei orçamentária consigna dotações globais destinadas a atender, indiferentemente, a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras. Assim, há maior transparência no processo orçamentário, corroborando a flexibilidade na alocação dos recursos pelo poder Executivo. 31. (FCC/ANALISTA/MPE-PB/2015) O orçamentista de uma Prefeitura do Estado da Paraíba recebeu orientação para consignar no orçamento dotação para programa especial de trabalho que, por sua natureza, não poderia cumprir- se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa. Assim, esse programa foi consignado em dotação global, classificado como despesa de capital. Esse fato representou uma exceção legal ao princípio orçamentário da AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 61 de 74 a) clareza. b) especificação. c) exclusividade. d) não-vinculação. e) universalidade. 32. (FCC/ANALISTA/TCM-AM/2008) Tendo em vista os princípios orçamentários, é correto afirmar que (A) a contabilização pelo valor líquido atende ao princípio de racionalidade. (B) as fundações públicas, desde que independentes do erário central, não precisam integrar o orçamento. (C) as dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. (D) vincular imposto à despesa não contraria qualquer princípio de orçamento. (E) a autorização para abertura de créditos suplementares excepciona, na lei orçamentária, o princípio da exclusividade. 33. (FCC/ANALISTA/TRE-PE/2011) Sobre princípios orçamentários, é correto afirmar: (A) O princípio da não-afetação permite a vinculação de receita a órgão, fundo ou despesa, desde que a vinculação se enquadre nas hipóteses ressalvadas pelo art. 167 da Constituição Federal de 1988. (B) O princípio da universalidade, previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64, dispõe que todas as receitas e despesas constem do Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. (C) O princípio da exclusividade, inserto no art. 165, § 8º, da Constituição Federal de 1988, estabelece que a lei orçamentária anual não contenha dispositivo estranho à previsão de receita e à fixação de despesa, não admitindo qualquer exceção a essa regra. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 62 de 74 (D) O princípio da especificação permite que o Orçamento contenha dotações globais destinadas a atender diversas despesas de natureza diferente. (E) O princípio da clareza estabelece que a lei orçamentária anual deva evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo. 34. (CONSULPLAN/AGENTE/MAPA/2014) Sobre os princípios orçamentários, é INCORRETO afirmar que, segundo o a) princípio do equilíbrio, o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total das receitas estimadas para o mesmo período. b) princípio da anualidade, da temporalidade ou, ainda, da periodicidade, a autorização do gasto deve ser dada para cada exercício financeiro que coincidirá com o ano civil. c) princípio de unidade, o orçamento deve ser uno, ou seja, cada esfera do Governo (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) deve possuir apenas um orçamento, tendo como fundamentação uma única política orçamentária e uma estrutura uniforme. d) princípio da clareza, o orçamento público deve expressar o programa de trabalho de cada entidade do setor público, detalhando, por meio de categorias apropriadas, como, onde e com que amplitude o setor público irá atuar no exercício a que se refere a Lei Orçamentária. 35. (CESPE/TÉCNICO/BASA/2012) A ocorrência de déficits na execução orçamentária não implica desrespeito ao princípio do equilíbrio, com base no qual se deve elaborar a lei orçamentária, podendo ser eles incorporados nas chamadas operações de créditoe no refinanciamento da dívida pública. 36. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o) ________________ estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao total de receitas estimadas para o mesmo período. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a abertura de crédito adicional. Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser considerados apenas os valores AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 63 de 74 utilizados para a abertura de crédito adicional. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. (A) equilíbrio (B) universalidade (C) legalidade (D) publicidade (E) transparência 37. (FCC/ANALISTA/DPE-RS/2013) Em relação ao princípio orçamentário do equilíbrio, é correto afirmar que (A) estabelece que a Lei Orçamentária Anual − LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por Antecipação da Receita Orçamentária − ARO, nos termos da lei. (B) estabelece que o total da despesa autorizada em cada exercício financeiro não deve ultrapassar o total das receitas orçamentárias previstas para o mesmo período. (C) estabelece que o resultado da execução orçamentária em cada exercício financeiro não deve apresentar déficit orçamentário. (D) preconiza o registro das receitas e despesas na Lei Orçamentária Anual − LOA pelo valor total e bruto, permitindo somente as deduções constitucionais. (E) dispõe que as despesas autorizadas no exercício financeiro somente serão empenhadas quando houver recursos financeiros para seu pagamento. 38. (IBFC/ANALISTA/TRE-AM/2014) “Sempre foi a regra de ouro das finanças clássicas. Constituía o princípio fundamental dos orçamentos públicos, verdadeiro axioma. A concepção clássica condenava toda a ideia de orçamento desequilibrado, e tomavam-se todas as medidas necessárias para mantê-lo em equilíbrio anual, sem levar em conta seus efeitos sobre a economia em geral”. O texto se refere ao Princípio: a) Do equilíbrio orçamentário. b) Da anualidade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 64 de 74 c) Da unidade. d) Da exclusividade. 39. (FUNCAB/GESTOR/SEPLAG-MG/2014) O princípio do equilíbrio estabelece que: a) o orçamento deverá ser claro e compreensível para qualquer cidadão b) para cada exercício financeiro deverá haver somente um único orçamento. c) o montante da despesa não deve ultrapassar a receita prevista para o período. d) a lei orçamentária deverá conter somente matéria de natureza orçamentária. 40. (CESPE/ANALISTA/ANP/2013) O orçamento precisa ser publicado no Diário Oficial da União correspondente a cada esfera para produzir efeitos. No caso dos municípios que não tenham diário oficial, o orçamento pode ser publicado em jornal local. 41. (CESGRANRIO/ANALISTA/BACEN/2009) O princípio da publicidade prescreve que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para o conhecimento público e para a eficácia de sua validade. 42. (FCC/ANALISTA/SEFAZ-PI/2015) Ao estudar o orçamento anual do Estado do Piauí, um Analista do Tesouro Estadual verificou que foram selecionados os objetivos a serem alcançados, bem como determinadas as ações para o alcance de tais fins. Tais aspectos evidenciam o atendimento ao princípio orçamentário da a) clareza. b) exclusividade. c) universalidade. d) legalidade. e) programação. 43. (VUNESP/ANALISTA/DCTA/2013) O princípio da uniformidade, que decorre do aspecto formal do orçamento, é também chamado de princípio da: a) consistência. b) legalidade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 65 de 74 c) universalidade. d) programação. e) exclusividade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 66 de 74 QUESTÕES ADICIONAIS 44. (CESPE/ANALISTA/DPU/2010) O princípio da legalidade, um dos primeiros a serem incorporados e aceitos nas finanças públicas, dispõe que o orçamento será, necessariamente, objeto de uma lei, resultante de um processo legislativo completo, isto é, um projeto preparado e submetido, pelo Poder Executivo, ao Poder Legislativo, para apreciação e posterior devolução ao Poder Executivo, para sanção e publicação. 45. (FCC/TÉCNICO/TRT-GO/2013) A elaboração do Orçamento Público deve basear-se em alguns princípios que o tornam mais transparente, facilitando seu controle e avaliação. Dentre os princípios orçamentários, inclui-se o princípio (A) da universalidade, segundo o qual o orçamento deve ser aplicável a todos os órgãos da Administração direta e indireta, indistintamente. (B) da periodicidade, segundo o qual o orçamento deve ser reelaborado, periodicamente, a cada término de mandato eletivo. (C) da anualidade, segundo o qual a fixação de despesas deve ser alterada anualmente. (D) do equilíbrio, segundo o qual deve haver certa equidade orçamentária entre os Estados da Federação. (E) da unidade, segundo o qual cada ente federado deve ter apenas um orçamento. 46. (VUNESP/CONTADOR/TJ-SP/2013) A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de a) universalidade, tempestividade e coerência. b) sucessão, competência e responsabilidade fiscal. c) competência, anuidade e essência. d) unidade, universalidade e anualidade. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 67 de 74 e) retroatividade, homogeneidade e individualidade. 47. (FUNCAB/ANALISTA/MPE-RO/2012) É correto afirmar que a autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita: a) é uma exceção permitida ao que determina o Princípio do Equilíbrio. b) decorre da aplicação do Princípio da Universalidade. c) decorre da aplicação do Princípio da Clareza. d) é uma exceção permitida no Princípio da Exclusividade. e) decorre da aplicação do Princípio da Publicidade. 48. (FCC/ANALISTA/PGE-BA/2013) O exercício financeiro, período de tempo ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas aprovadas na Lei Orçamentária Anual irão se referir, atende ao princípio orçamentário da (A) unidade. (B) transparência. (C) universalidade. (D) temporalidade. (E) anualidade. 49. (FCC/AGENTE/DEFENSORIA-SP/2009) O fato de a lei orçamentária anual brasileira ser decomposta em três orçamentos (fiscal, da seguridade social e de investimentos) implica que ela não atende ao princípio da universalidade orçamentária previsto na Lei nº 4.320/1964 e na Constituição Federal/1988. 50. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2007) De acordo com o princípio orçamentário da universalidade, (A) todas as receitas e despesas devem constar da lei orçamentária, para fins de controle pelo Poder Legislativo. (B) a lei orçamentáriaanual não pode conter dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação da despesa. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 68 de 74 (C) as receitas e despesas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos, vedadas quaisquer deduções. (D) deve haver apenas uma única lei orçamentária anual para cada esfera do Governo. (E) a receita de impostos não pode estar vinculada a órgãos, fundos ou despesas, ressalvados os casos previstos na Constituição. 51. (VUNESP/CONTADOR/UNESP/2010) O princípio orçamentário da(o) ________________ leva em consideração que a lei orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas, possibilitando, assim, o controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios administrados pelo ente público. Tal princípio, baseia-se ainda na regra do orçamento bruto. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. (A) integridade (B) equilíbrio (C) igualdade (D) universalidade (E) legalidade 52. (FCC/ANALISTA/MPE-PE/2012) Em relação aos princípios orçamentários, é correto afirmar: (A) De acordo com o princípio da clareza, o orçamento deve conter todas as receitas e todas as despesas referentes aos três poderes do ente público federativo. (B) O princípio da exclusividade dispõe que o conteúdo orçamentário deve ser divulgado por meio de veículos oficiais de comunicação, para conhecimento público e para a eficácia de sua validade. (C) O princípio da não afetação de receitas é obedecido quando, na peça orçamentária, o montante da despesa orçamentária fixada não exceder a receita prevista para o período. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 69 de 74 (D) O princípio do orçamento bruto afirma que é vedada a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas, ressalvadas as exceções previstas na Constituição. (E) A proibição de consignação de dotações globais na Lei do Orçamento, destinadas a atender despesas de diversas naturezas sem discriminá-las, está em consonância com o que estatui o princípio da especificação. 53. (FUNCAB/PERITO/PC-AC/2015) Os princípios orçamentários são premissas a serem observadas na concepção da proposta orçamentária. A Constituição Federal de 1988 veda a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, embora enumere também um grande número de ressalvas que acabam vinculando boa parte dos recursos orçamentários. Estas ressalvas enfraquecem um determinado princípio orçamentário. Por sua vez, existe um princípio orçamentário que surgiu com o objetivo de impedir que a Lei de Orçamento, em razão de sua natural celeridade de tramitação no legislativo, fosse utilizada como meio de aprovação de matérias outras que não estavam relacionadas com o orçamento ou questões financeiras. Essas definições referem-se, respectivamente, aos princípios orçamentários: a) unidade – universalidade. b) equidade – especialização. c) desvinculação plena – legalidade. d) não afetação de receitas – exclusividade. e) equilíbrio – universalidade. 54. (FCC/ANALISTA/TRT-18/2008) O princípio da anualidade não implica que o orçamento coincida com o ano civil. 55. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Ao assumir o cargo de prefeito do Município X, o Sr. Antônio realizou uma análise minuciosa da Lei Orçamentária e de seus respectivos anexos. Ele ficou com dúvida sobre o porquê de o valor fixado para a despesa com a construção de uma nova escola não correspondia àquele apresentado no Plano Plurianual. Considerando que para o quadriênio só foi prevista a construção de uma escola, o fato pode ser justificado pelo princípio orçamentário da AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 70 de 74 (A) exclusividade. (B) unidade. (C) universalidade. (D) anualidade. (E) especificação. 56. (CESPE/INSPETOR/TCE-RN/2009) A autorização para um órgão público realizar licitações não pode ser incluída na lei orçamentária anual em observância ao princípio da exclusividade. 57. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) A Lei Orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, exceto a autorização para abertura de créditos especiais e para contratação de operação de crédito. 58. (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2013) A Lei Orçamentária Anual NÃO poderá conter dispositivo sobre reformas administrativas porque fere o princípio orçamentário (A) da exclusividade. (B) do orçamento bruto. (C) da universalidade. (D) da especialização. (E) da não vinculação da receita. 59. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2007) Caso determinado estado da Federação apresente, como garantia ao pagamento de dívida que possui com a União, 5% da receita própria do IPVA, nessa situação, a afetação da receita não representa violação ao princípio da não vinculação de receitas tributárias. 60. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) O princípio orçamentário que estabelece que a Lei do Orçamento não consigne dotações globais destinadas a atender indiferentemente as despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras é denominado Princípio da (A) Não afetação das Receitas. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 71 de 74 (B) Anualidade. (C) Clareza. (D) Exclusividade. (E) Especificação. 61. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O princípio orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer, pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à sociedade é o princípio: (A) do equilíbrio. (B) da clareza. (C) da discriminação. (D) da não afetação. (E) da unidade orçamentária. 62. (FUNCAB/TÉCNICO/ANS/2013) Os princípios orçamentários são regras fixadas em legislação, ou formas utilizadas e aceitas historicamente, com vistas a dar estabilidade, consistência e transparência às ações públicas. Identifique, nas alternativas disponibilizadas abaixo, o princípio que estabelece que cada ente da federação deva possuir apenas um orçamento. a) Universalidade. b) Exclusividade. c) Anualidade. d) Equilíbrio. e) Unidade. 63. (FCC/ANALISTA/TRT-09/2010) O princípio orçamentário que define que nenhuma parcela da receita de impostos poderá ser posta em reserva para cobrir certos e específicos dispêndios, salvo as exceções previstas em lei, é denominado Princípio da Reserva Legal. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 72 de 74 64. (FCC/PROCURADOR/TCE-MA/2005) No caso do Município e sob o princípio orçamentário da não afetação de receita, os impostos não devem se vincular a órgão, fundo ou despesa, exceto quando sua aplicação financie (A) exclusivamente a Educação e a Saúde. (B) a Educação; a Saúde; as garantias às operações de crédito por antecipação da receita (ARO) e o pagamento de débitos junto à União. (C) a Educação e os programas de assistência à criança e ao adolescente. (D) as garantias a empréstimos realizados pelo Governo Federal. (E) os programas de renda mínima. 65. (FCC/ANALISTA/TRT-MT/2007) Considere as afirmações abaixo. I. Todas as receitas e as despesas constarão na Lei Orçamentária pelosseus totais, vedadas quaisquer deduções. II. A Lei Orçamentária não conterá qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. III. A Lei Orçamentária não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras. IV. A Lei Orçamentária não poderá vincular a receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, exceto as ressalvas previstas na Constituição. V. A Lei Orçamentária compreenderá todas as receitas, inclusive das operações de crédito e todas as despesas próprias dos órgãos do Governo. O princípio orçamentário da exclusividade está descrito APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) IV. (E) V. 66. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) As dotações globais atendem ao princípio da especificidade da despesa pública. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 73 de 74 67. (FCC/ANALISTA/PGE-RJ/2009) Todas as receitas e despesas serão discriminadas na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 68. (FUNCAB/CONTADOR/IDAF-ES/2010) A vedação imposta pela Constituição Federal em vigor com relação à vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, corresponde ao Princípio Orçamentário da: a) Unidade. b) Universalidade. c) Equilíbrio. d) Não afetação da receita. e) Especificação. 69. (CESPE/ANALISTA/STJ/2008) O princípio do equilíbrio orçamentário é o parâmetro para a elaboração da LOA, o qual prescreve que os valores fixados para a realização das despesas deverão ser compatíveis com os valores previstos para a arrecadação das receitas. Contudo, durante a execução orçamentária, poderá haver frustração da arrecadação, tornando-se necessário limitar as despesas para adequá-las aos recursos arrecadados. 70. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) O art. 5º da Lei 4.320/64, ao determinar que a Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no art. 20 e seu parágrafo único, incorpora às suas disposições o princípio orçamentário da (A) exclusividade. (B) unidade. (C) universalidade. (D) anualidade. (E) especificação. AFO para Analista Administrativo do TRE-SP Aula 00 Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Graciano Rocha | Página 74 de 74 GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B C D C E B A C C B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 D C B C E D C E C C 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 B E E D D C C C A E 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 B E A D C A B A C C 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 C E A C E D D E E A 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 D E D E D C E A C E 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 C E E B B E C D C E