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Direito da União Europeia: Aula nº1 Antecedentes Históricos: - Queda do Império e cristandade medieval; - Defesa contra o estado Islâmico; - Recuperação do Direito Romano; - Império vs. papado; - Invasões islâmicas e cruzadas; - Feudalismo e estratificação social; - Comercio nas cidades italianas e hanseática; - Quebra da unidade religiosa da cristandade; - Governos político-religiosos e Paz Vestefália; - Advento do estado absoluto; - Propostas da unificação europeia; - Revoluções liberais e constitucionalismo; - Campanhas napoleónicas e Santa aliança; - Movimentos socialistas e comunistas; - 1 Guerra Mundial e sociedade das nações; - Comunismo, nazismo E fascismo. 2 Guerra Mundial e reconstrução europeia: - Reconstrução, estabilidade e defesa da Europa; - Democratização e desenvolvimento económico; - Churchill, 1947: Distribuição da ajuda, cooperação com os europeus e abolição de barreiras ao comercio; - Robert Schumann (FR): plano de construção de uma comunidade europeia; - Impulso: jean Monnet (FR), Konrad Adenauer (RFA), Alcide de Gasperi (IT) e Dean Acheson (EUA). Objetivos da Reconstrução da Europa: - Pacificação da Alemanha e da França; - Democracia e Estado de Direito; - Reconstrução económica; - Consolidação face aos EUA, Japão, Rússia e China. Ceca – Tratado de Paris, 18 de Abril de 1951: -Tratado válido por 50 anos (23 de Julho de 2002); - França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo; - Prevenção da apropriação do carvão e do aço para fins militares; - Medo de recuperação industrial das zonas alemãs do Ruhr e do Saar; - Utilização pacifica do carvão e do aço; - Supranacionalidade da Ceca; - Feudalismo Funcional; CEEA – Tratado de Roma, 1957: - Contributo de Paul- Henri Spaak; - Hiroshima e Nagasaki; - Prevenção da utilização da energia atómica para fins militares; - Utilização da energia atómica como fonte de energia; - Executivo Próprio; - União aduaneira; - Mercado Único; - União económica e Monetária; - Livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais; Convenção anexa ao tratado de Roma: Quadro Institucional: -Tribunal de Justiça; - Parlamento europeu; - Comité económico e social (comum às CEE e CEEA). Natureza jurídica dos tratados: - Duração ilimitada dos tratados da CEE e da CEEA; - Tratados de direito Internacional; - Negociação, ajuste, aprovação e ratificação; - Possibilidade de recesso através do direito internacional; - Revisão através de conferencia intergovernamental; * Criação de um ordenamento jurídico autónomo; *Integração das lacunas pelos princípios gerais do direito; *Preterição dos princípios gerais de direito internacional e do; * Direito Consuetudinário; * Marginalização do direito internacional no âmbito da integração europeia. Tribunal de Justiça: - Construção jurisprudencial da integração europeia; - Principais afirmações doutrinais: *Unidade funcional das comunidades; *Espirito dos tratados; *Sistema dos tratados. Tratados de Fusão – Abril de 1965: - Unificação dos executivos *Comissão e conselho comuns; - Assembleia comum (PE); - Tribunal comum (TJCR/EU); - Conselho económico e social comum; - Estatuto único para funcionários e agentes. Aperfeiçoamento Institucional: - Sistema de recursos próprios, 1970; - Cooperação politica, 1970; - Tribunal de Contas, 1977; - Sufrágio universal e direto para o PE, 1979. Evolução posterior: - Ato Único Europeu (1986-7); - Tratado de Maastricht (1992-93); - Tratado de Amesterdão (1997-1999); - Tratado de Nice (2001-03). Ato Único Europeu, 1987 (Antecedentes): - Crise do Petroleo de 1978; - Recessão dos anos 80; - Japão como potencia mundial; - Declaração solene sobre a EU, 1983; - John M. Keynes v Ronald Coase; - Supply-side economics; - Atualidade da economia de mercado. Ato Único Europeu: - Cooperação em politica externa; - Consultas em matéria de segurança; - Formalização do conselho europeu; - criação do Tribunal de Primeira Instancia; - Reforço da politica social e ambiental; - Aprofundamento do mercado comum através da maioria qualificada no conselho; - Preparação de uma união económica e monetária. - Mercado Interno (sem fronteiras) em 31 – 12 – 1992; - Voto por maioria qualificada no Conselho: * (exceto fiscalidade e liberdade das pessoas) * Proliferação da legislação europeia. - Reforço dos poderes do parlamento europeu; - Alargamento das competências comunitárias: * Higiene e segurança do trabalho; * Coesão económica e social; * Investigação e desenvolvimento; * Ambiente. Acervo (acquis) Schengen: *Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda; *Remoção de controlos fronteiriços internos; *instituição da liberdade de movimentos; *consolidação das fronteiras externas. Tratado de Maastricht, 1992 - Queda do Muro de Berlim – 1992 - Reunificação alemã- 9-11-1989 - Necessidade de afirmação da Europa face aos Estados unidos e ao japão - Remoção da expressão economia da Comunidade europeia - Mercado Comum e moeda única - Cidadania europeia - Introdução do conceito da união europeia - Consolidação do acervo da integração - Comunidade europeia - Aprofundamento dos três pilares - CE, CEE, CECA - PESC - CPJMP - Livre circulação de capitais – 1990 - Politica de concorrência comercial - Convergência de politicas económicas. Tratado de Amesterdão 1997/1999 - Espaço de liberdade, segurança e justiça -Direitos fundamentais, principio democrático -Principio do estado de direito -Respeito pelas identidades nacionais * comunicação de matérias do 3º pilar: *asilo *imigração *vistos -Tratado de Nice -Modelos de imigração Aula 2: Modelos de integração: -Cooperação intergovernamental -Funcionalismo -Supranacionalidade -Federalismo -Cooperação intergovernamental: *Prossecução do interesse comum *Consultas e recomendações * Atitude não competitiva *Igualdade soberana *Posições comuns *Principio da unanimidade (direito de veto) ↓ As posições comuns devem exprimir o consenso de todos os estados, quando tal não ocorre um estado pode utilizar o dto de veto Funcionalismo: - Incapacidade das estruturas estaduais tradicionais -Necessidade de governamentação sectorial -Independência politica -Critérios técnico-económicos Supranacionalidade - Decisões vinculativas - Instituições supranacionais - Transferência de soberania - Maioria qualificada (sem direito de veto) -Primazia normativa -CEE, CEEA, EU/EU -Limitação dos poderes de decisão dos estados. Federalismo: - Reforço das instituições supranacionais - Duração ilimitada dos tratados - Federalismo Fiscal e recursos próprios - Força jurídica do dto Europeu -Subordinação dos órgãos nacionais ao dto da união europeia -Relevo politico e constitucional dos tratados -Moeda única Projeto de Tratado Constitucional da EU 2001-2003: Convenção sobre o Futuro da Europa Presidente: Valéry Giscard d'Estaing Representando: Governos e parlamentos nacionais PE e Comissão Observadores Projeto de Tratado Constitucional da UE (PTCE) Assinado em 29 de Outubro de 2004 Tratado internacional Elementos constitucionais Constituição, lei-quadro, lei Carta de Direitos Fundamentais Símbolos oficiais Hino à Alegria Bandeira Divisa PTCE Elementos estaduais Presidente do Conselho Europeu Ministro dos Negócios Estrangeiros Reforço dos Poderes do Parlamento Europeu Reforço da cidadania democrática participativa Rejeitado em 2005 por um “não” da França e da Holanda Tratado de Lisboa 1-12-2009 Abandono do “jogo de linguagem” constitucional Afastamento dos símbolos europeus (bandeira e hino) e da divisa Relativização da estadualidade diretivas, regulamentos, Alto Representante) “Constituição disfarçada”? Elementos típicos de uma estrutura federal União de entidades políticas autónomas Enumeração dos poderes supranacionais Aplicabilidade das normascomunitárias Poderes legislativo, executivo e judicial na EU Supremacia dos atos da UE, na respetiva esfera de competência, sobre os atos nacionais contrários Instituições da União Europeia Considerações gerais UE como associação estadual e constitucional Associação supranacional de Estados Características políticas, institucionais e jurídicas sui generis Estrutura institucional autónoma Eficiência do processo de decisão “Constitucionalização democrática da vontade geral europeia e da solidariedade entre povos e Estados”(Bieber, Hepney, Haag) - Conciliação de legitimidades democráticas “povos europeus” “Povo europeu” Princípio democrático específico para a UE -Legitimidade dual: CE, C e PE & PN’s e governos nacionais Interdependência pessoal entre instituições da UE e nacionais Conselho Europeu e Primeiros Ministros Conselho e Governos nacionais Banco Central Europeu e Bancos Centrais Nacionais Cooperação institucional entre os parlamentos nacionais e o PE e a Comissão (12º TUE) Interligação processual entre: -TJUE e os tribunais nacionais -BCE e BC’s nacionais -TContas e TContas nacionais -Comissão e autoridades da concorrência (ECN) Considerações gerais acerca da estrutura institucional: Legitimação do poder público Juridicidade e legalidade Separação de poderes Controlo recíproco Integração dos povos e dos Estados Cooperação institucional leal Otimização funcional e representação Princípios fundamentais Atribuições limitadas (3º/6, 4º e 5º/2 TUE) Identidade nacional (4º/2 TUE) Princípio da subsidiariedade (5º/1 TUE) Princípio da proporcionalidade (5º/1 TUE) Paridade e equilíbrio institucional Princípio da cooperação leal (4º/3, 13º/2 TUE) Aula nº3: Competências e princípios: Competências exclusivas (2º/1 e 3º/1 TFUE) Só a UE tem competência Admite-se a habilitação dos Estados para atos de execução Competências partilhadas (2º/2 e 4º/2 TFUE) Competências partilhadas entre os Estados e a UE Competência regra dos Estados Competência excecional da UE Princípio da subsidiariedade (5º § 3 TUE) Princípio da proporcionalidade (5º § 4 TUE) Princípio da preempção (art. 2º/2 TFUE; Prot. C.Part. art. único) Competências e princípios Competências paralelas Competências UE/Estados, em assuntos internos e externos Competências exclusivas dos Estados Competência regra ou competência residual (2º/5 4º/1 TUE) Eventualmente complementadas pela UE Coordenação das políticas Outras vias de europeização de competências “Catch-all competences” (arts. 114º e 252º TFUE) Aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas no âmbito do mercado interno (art. 114º TFUE) Circunscrita ao mercado interno; Processo legislativo ordinário; não se aplica às disposições fiscais, às relativas à livre circulação das pessoas e às relativas aos direitos e interesses dos trabalhadores assalariados; Adoção de medidas necessárias para a realização dos objetivos dos Tratados, sem que estes prevejam poderes de ação para o efeito (art. 352.º TFUE) Proposta da Comissão, aprovação do PE e deliberação unânime do Conselho Controlo dos parlamentos nacionais Exclusão de domínios não harmonizáveis Exclusão da política externa e se segurança comum Princípios fundamentais Tipicidade das atribuições Especificação da transferência de poderes soberanos para a UE (competência europeia limitada)(5º/1 TUE) Especificação das competências, procedimentos e formas dos órgãos (competência orgânica limitada) (7º/1, 13º/2 TUE) Complementação de poderes (implied powers) (352º TUE) Competência limitada da UE Necessidade de fundamento expresso para a atuação da UE Restrição à invocação de poderes inerentes Restrição ao alargamento das competências através da CDFUE (7º/1 TUE). Tipicidade das formas Directiva (53º/1 TFUE) Regulamento ou Directiva (46º/1 TFUE) Decisão (96º/2 TFUE) Recomendações (97º § 3 TFUE) Acordos (79º/3 TFUE) Tipicidade dos procedimentos Maioria qualificada (121º/4 TFUE) Unanimidade (86º/1 TFUE) Proposta da Comissão (122º/1TFUE) Consulta a outros órgãos (91º TFUE) Procedimento legislativo ordinário ou especial (64º/2/3 TFUE) Subsidiariedade (5º § 3 TUE) Aplicação em matérias de competência concorrente Complementado pelo princípio da proporcionalidade (S & P) Combate ao centralismo e preservação das identidades regionais Conceito dinâmico Vinculação de todas as instituições e dos Estados membros quando apliquem direito da UE Respeito pelo acervo da EU e pela paridade institucional Pressupostos cumulativos de intervenção da comunidade: Falta de eficiência da atuação dos Estados membros Valor acrescentado da atuação da UE Protocolo Relativo à Aplicação do princípio da subsidiariedade e da proporcionalidade Preenchimento dos pressupostos: Aspetos transnacionais da matéria Desconformidade com o Tratado de uma atuação puramente estadual Lesão dos interesses dos Estados por uma atuação puramente nacional Vantagem evidente da atuação da UE face à atuação nacional Proporcionalidade (5º§4 TUE) Limitação das medidas da UE ao estritamente necessário à prossecução de objetivos dos tratados: Adequação: Eficácia na realização do efeito pretendido Necessidade: Medida adequada menos onerosa Medida que menos interfira na soberania dos Estados Medida menos detalhado possível Diretivas quadro, diretivas e regulamentos Proporcionalidade em sentido estrito: preclusão de medidas com mais custos do que benefícios Aplicação dos princípios S & P Promoção de amplas consultas e publicação dos textos a elas relativos (art. 2º P. S&P) Fundamentação da pertinência das propostas Indicadores qualitativos e quantitativos Exposição sobre questões orçamentais Controlo pelos parlamentos nacionais (art. 5 § 3, 12º b) TUE; art. 7º P. S & P) Controlo pelo TJUE (art. 8º P. S & P) Controlo por cada instituição da UE (art. 9º P. S & P) Apresentação de relatório anual da Comissão diante do CE, C, PE, PN’s, CR, CES Respeito pelas identidades nacionais dos Estados membros (4º/3 TUE) Sentido Proteção da identidade histórica e cultural Proteção da identidade constitucional Proteção da estadualidade interna Identidade nacional como fim em si mesmo Relativização da estadualidade soberana internacional Conteúdo subjetivo Direito de proteção dos Estados face a outros e à UE Conteúdo objetivo Consagração de uma “obrigação de ponderação” das identidades nacionais pela UE Não consagração de uma “proibição de interferências” da UE nas identidades nacionais Respeito pelas identidades nacionais dos Estados membros Respeito pelo regime de relações entre as confissões religiosas e o Estado (art. 17º TFUE) Princípio da cooperação leal (4º/3 TUE) Lealdade da UE Inerente a uma estrutura de tipo federal Reciprocidade entre Estados e Comunidade Dever da UE apoiar os Estados no cumprimento das obrigações da UE Dever estadual de cumprir as obrigações da UE Transposição de diretivas Execução do direito comunitário Aplicação do direito pelos tribunais nacionais Responsabilidade dos Estados por incumprimento do direito da UE Cooperação diferenciada Ideal de igualdade dos Estados Desigualdade de circunstâncias políticas Cooperação diferenciada Cooperação reforçada Cooperação estruturada permanente Derrogações à integração Cooperação reforçada Razão de ser Aprofundamento da cooperação Evitar bloqueios de minorias Experimentação normativa e institucional Diferentes vontades de integração Limites negativos Respeito dos Tratados Proibição de discriminação Mercado interno e concorrência Coesão económica, social e territorial Respeito pelas competências dos EM’s não participantes Princípios Abertura a todos os EM’s Na altura da sua criação Durante o seu funcionamento Promoção do alargamento ao maior número de EM’s Dever de informação ao PE e ao Conselho Relatórios periódicos Por parte da Comissão e ARNEPS, Criaçãode cooperação reforçada Pedido à Comissão Formulado pelos EM’s Definindo âmbito e objetivos Proposta ao Conselho Formulada pela Comissão Aprovação da Cooperação Reforçada Proposta da Comissão, aprovação pelo Conselho e o PE Criação de cooperação reforçada PESC Pedido ao Conselho Formulado pelos EM’s Transmitido ao ARNEPS, à Comissão e ao PE Parecer do ARNEPS Conformidade com a PESC Parecer da Comissão Conformidade com as políticas da UE Aprovação pelo Conselho Por unanimidade Funcionamento da Cooperação Reforçada Deliberações Abertas a todos os EM’s Votação Restritas aos EM’s que participam na cooperação reforçada Unanimidade limitada aos EM’s participantes Maioria qualificada (art. 238º/3 TFUE) Europa “a la carte” Europa a várias velocidades Europa de geometria variável Schengen Eurozona Legislação sobre patentes, divórcio, imposto sobre transações financeiras Estrutura da União Europeia Parlamento Europeu Assembleia Europeia Representantes dos parlamentos nacionais até 1979 Ato Único Europeu e Parlamento Europeu Princípio democrático Princípio democrático adaptado à UE Legitimidade democrática dual Democracia representativa (10º/1/2 e 14/2 TUE) PE: Cidadãos CE e C: Estados e seus executivos Democracia partidária europeia (art. 10º/4 TUE) Democracia semi-directa Iniciativa legislativa popular (art. 11º/4, TUE, 24º TFUE) Democracia participativa Participação, abertura e proximidade (10º/3, 11º TUE) Princípio democrático e PE depois do TL Reforço da legitimidade democrática da UE Otimização da capacidade funcional do PE Duplo papel do PE Representação dos cidadãos Representação dos povos Proporcionalidade degressiva Igualdade de sufrágio - Igualdade dos Estados
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