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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
Direito Constitucional 
Pedro Taques 
1 
Organização dos Poderes 
1. Poder 
1.1. Noções Gerais: É a 
capacidade/possibilidade/aptidão de impor 
vontades sobre vontades de terceiros. Há 
diversas espécies de poder, como o físico, o 
econômico e o político. O Estado é dotado de 
poder político, que Max Weber caracterizou 
como a possibilidade de imposição da violência 
legítima (busca e apreensão, interceptação 
telefônica determinadas pela autoridade 
judicial, v.g.). Na Constituição, o termo “poder” 
possui diversos significados, como Soberania 
Popular (art. 1º, parágrafo único, da CF/88 – 
Democracia); órgãos da União (art. 2º da 
CF/88 – Legislativo, Executivo e Judiciário); 
Função Legislativa (art. 44, caput, da CF/88); 
Função Executiva (art. 76 da CF/88); Função 
Judiciária (art. 92 da CF/88). 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
(...) 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
(...) 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo 
e o Judiciário. 
(...) 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo 
Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
(...) 
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo 
Presidente da República, auxiliado pelos 
Ministros de Estado. 
(...) 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes 
Federais; 
 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do 
Distrito Federal e Territórios. 
 
1.2. Separação de Poderes: Há quem diga 
que todas as Constituições brasileiras 
adotaram a teoria tripartite de poder, salvo a de 
1824. Tal denominação é tecnicamente 
equivocada, uma vez que o poder é uno 
(soberania popular), mas se manifesta a partir 
de órgãos independentes (Legislativo, 
Executivo e Judiciário; os órgãos exercem 
funções). Desta feita, o correto seria alegar que 
as Constituições adotaram a divisão orgânica 
de Montesquieu, a de 1824 adotou a teoria de 
Benjamin Constant (havia o Poder Moderador). 
** Aristóteles, em 240 A.C., na obra “Política” 
** Em 1690, John Locke, no livro “O Segundo 
Tratado Sobre o Governo Civil” 
- Checks and Balances 
2. Órgão/Poder Legislativo 
2.1. Noções Gerais: No Brasil, o Legislativo 
desempenha tipicamente 2 atribuições e, 
atipicamente, outras duas atribuições. Em suas 
funções típicas, o legislativo inova a ordem 
jurídica criando as espécies normativas as 
quais genericamente se denomina “lei”. Ainda, 
em sua função típica, o legislativo realiza 
fiscalização, que pode ser político-
administrativa (é desempenhada pelas 
comissões – art. 58 da CF/88); econômico-
financeira (é exercida pelo Congresso 
Nacional, com auxílio do Tribunal de Constas 
da União – art. 70 e 71 da CF/88). Em suas 
funções atípicas o legislativo administra 
(compras, licitações, questões internas – art. 
51 e 52 da CF/88) e julga (julgamento do 
Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade). 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas 
terão comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
 
§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada 
Comissão, é assegurada, tanto quanto 
possível, a representação proporcional dos 
partidos ou dos blocos parlamentares que 
participam da respectiva Casa. 
 
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de 
sua competência, cabe: 
 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, 
na forma do regimento, a competência do 
Plenário, salvo se houver recurso de um 
décimo dos membros da Casa; 
 
II - realizar audiências públicas com entidades 
da sociedade civil; 
 
III - convocar Ministros de Estado para prestar 
informações sobre assuntos inerentes a suas 
atribuições; 
 
IV - receber petições, reclamações, 
representações ou queixas de qualquer pessoa 
contra atos ou omissões das autoridades ou 
entidades públicas; 
 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade 
ou cidadão; 
 
VI - apreciar programas de obras, planos 
nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
 
 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo 
Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de 
cada Poder. 
(...) 
Art. 71. O controle externo, a cargo do 
Congresso Nacional, será exercido com o 
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual 
compete: 
 
I - apreciar as contas prestadas anualmente 
pelo Presidente da República, mediante 
parecer prévio que deverá ser elaborado em 
sessenta dias a contar de seu recebimento; 
 
II - julgar as contas dos administradores e 
demais responsáveis por dinheiros, bens e 
valores públicos da administração direta e 
indireta, incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo Poder Público 
federal, e as contas daqueles que derem causa 
a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público; 
 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade 
dos atos de admissão de pessoal, a qualquer 
título, na administração direta e indireta, 
incluídas as fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, excetuadas as nomeações 
para cargo de provimento em comissão, bem 
como a das concessões de aposentadorias, 
reformas e pensões, ressalvadas as melhorias 
posteriores que não alterem o fundamento 
legal do ato concessório; 
 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal, de 
Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e 
auditorias de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais 
entidades referidas no inciso II; 
 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas 
supranacionais de cujo capital social a União 
participe, de forma direta ou indireta, nos 
termos do tratado constitutivo; 
 
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer 
recursos repassados pela União mediante 
convênio, acordo, ajuste ou outros 
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito 
Federal ou a Município; 
 
VII - prestar as informações solicitadas pelo 
 
 
 
 
 
 
 
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Congresso Nacional, por qualquer de suas 
Casas, ou por qualquer das respectivas 
Comissões, sobre a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre resultados de auditorias e 
inspeções realizadas; 
 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de 
ilegalidade de despesa ou irregularidade de 
contas, as sanções previstas em lei, que 
estabelecerá, entre outras cominações, multa 
proporcional ao dano causado ao erário; 
 
IX - assinar prazo para que o órgão ou 
entidade adote as providências necessárias ao 
exatocumprimento da lei, se verificada 
ilegalidade; 
 
X - sustar, se não atendido, a execução do ato 
impugnado, comunicando a decisão à Câmara 
dos Deputados e ao Senado Federal; 
 
XI - representar ao Poder competente sobre 
irregularidades ou abusos apurados. 
 
 
 
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos 
Deputados: 
(...) 
IV – dispor sobre sua organização, 
funcionamento, polícia, criação, transformação 
ou extinção dos cargos, empregos e funções 
de seus serviços, e a iniciativa de lei para 
fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei 
de diretrizes orçamentárias; 
(...) 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado 
Federal: 
(...) 
XIII - dispor sobre sua organização, 
funcionamento, polícia, criação, transformação 
ou extinção dos cargos, empregos e funções 
de seus serviços, e a iniciativa de lei para 
fixação da respectiva remuneração, 
observados os parâmetros estabelecidos na lei 
de diretrizes orçamentárias; 
(...) 
 
 
2.2. Composição: É prevista no art. 44 da 
CF/88. O órgão Legislativo da União é 
representado pelo Congresso Nacional, que é 
composto pelo Senado Federal e pela Câmara 
dos Deputados. O Legislativo da União é 
bicameral, ao passo que o legislativo dos 
Estados (Assembleia Legislativa), DF (Câmara 
Legislativa) e Municípios é unicameral (Câmara 
Municipal). 
** No Brasil, o bicameralismo é federativo (há 
um bicameralismo de equilíbrio, ambas as 
casas estão em igualdade, mas possuem 
atribuições diversas), diferentemente do que 
ocorre na Inglaterra, onde é aristocrático (Há 
uma casa alta, que é a casa dos lordes e a 
casa baixa, que é a casa dos comuns; há um 
escalonamento vertical; o bicameralismo é 
divido em classes sociais). 
3. Legislatura 
3.1. Noções Gerais: É o prazo de 4 anos que 
corresponde a um mandato de um Deputado 
Federal (art. 44, parágrafo único, da CF/88). 
Uma legislatura possui 4 sessões legislativas 
(cada sessão corresponde a 1 ano). Uma 
sessão legislativa corresponde a 2 períodos 
legislativos (art. 57 da CF/88). A sessão 
legislativa se inicia em 2 de fevereiro e se 
encerra em 22 de dezembro (o primeiro 
período legislativo é de 2 de fevereiro a 17 de 
julho; o segundo período é de 1º de agosto a 
22 de dezembro). 
 
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo 
Congresso Nacional, que se compõe da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
 
Parágrafo único. Cada legislatura terá a 
duração de quatro anos. 
 
 
4. Mesas 
4.1. Noções Gerais: É um órgão de direção de 
um colegiado. O Legislativo da União possui 3 
mesas (Senado, Câmara e Congresso 
Nacional). Ambas as mesas possuem os 
mesmos cargos (Presidente, 1º e 2º Vice-
Presidentes, 1º, 2º, 3º, 4º Secretários). As 
mesas da Câmara e do Senado são compostas 
 
 
 
 
 
 
 
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apenas por Deputados e Senadores, 
respectivamente. A mesa do Congresso é 
composta por Senadores e Deputados. O 
Presidente do Senado é automaticamente o 
presidente do Senado, os demais cargos são 
preenchidos pelos demais Deputados e 
Senadores que ocupam os mesmos cargos no 
Senado e Câmara. 
4.2. Mandato: Aqueles que exercem cargos 
nas mesas o fazem por 2 anos. A Constituição 
não permite reeleição para os mesmos cargos 
nas mesas. 
** Há quem defenda que caso o mandato seja 
exercido nos 2 últimos anos de uma legislatura, 
poderia haver reeleição, uma vez que o 
próximo mandato seria exercido em outra 
legislatura (já aconteceu com Sarney). 
4.3. Relevância no Ordenamento Jurídico: A 
Constituição deu relevância às mesas, uma vez 
que permitiu que estas pudessem participar do 
Controle Concentrado de Constitucionalidade 
(as mesas do Senado e Câmara podem ajuizar 
ADI, v.g.; não se trata da mesa do Congresso 
Nacional; Art. 103 da CF/88); estas promulgam 
as emendas constitucionais (art. 60, § 3º, da 
CF/88; mesas do Senado e Câmara; não se 
trata da mesa do Congresso Nacional); os 
presidentes das mesas se encontram na linha 
sucessória presidencial. 
 
Art. 103. Podem propor a ação direta de 
inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: 
(...) 
II - a Mesa do Senado Federal; 
 
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; 
(...) 
 
 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
(...) 
§ 3º - A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem. 
(...) 
 
 
5. Câmara dos Deputados 
5.1. Noções Gerais: A Câmara dos Deputados 
compõe-se de representantes do povo (art. 45, 
caput, da CF/88). Os Deputados Federais são 
eleitos pelo sistema eleitoral proporcional (é 
adotado para Deputados Federais, Estaduais e 
Vereadores). Neste sistema, valoriza-se o voto 
dado aos partidos (pode-se votar apenas na 
legenda). 
 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se 
de representantes do povo, eleitos, pelo 
sistema proporcional, em cada Estado, em 
cada Território e no Distrito Federal. 
 (...) 
 
 
** Neste caso, o termo “povo” está sendo 
utilizado no significado de nacional (brasileiros 
natos e naturalizados – art. 12 da CF/88). Os 
Deputados Federais não são representantes 
dos estrangeiros (incluem-se no conceito de 
habitantes). 
 
Art. 12. São brasileiros: 
 
I - natos: 
 
a) os nascidos na República Federativa do 
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde 
que estes não estejam a serviço de seu país; 
 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil; 
 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro 
ou de mãebrasileira, desde que sejam 
registrados em repartição brasileira competente 
ou venham a residir na República Federativa 
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois 
de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira; 
 
II - naturalizados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa 
apenas residência por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral; 
 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil 
há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira. 
 
§ 1º Aos portugueses com residência 
permanente no País, se houver reciprocidade 
em favor de brasileiros, serão atribuídos os 
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição. 
 
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção 
entre brasileiros natos e naturalizados, salvo 
nos casos previstos nesta Constituição. 
(...) 
 
 
** Sistemas Eleitorais: São regras para que se 
possa chegar aos eleitos. No Brasil há dois 
sistemas eleitorais (proporcional e majoritário). 
** Ao se votar no candidato, no Brasil, 
automaticamente se vota no partido ao qual 
aquele está registrado, uma vez que não há 
candidatura avulsa. 
** Nem sempre o mais votado será eleito 
(poderá não atingir o quociente eleitoral). 
5.2. Número de Deputados Federais: Cada 
Estado possui um determinado número de 
Deputados Federais, que é proporcional à 
respectiva população daquele. Nenhum Estado 
pode ter menos que 8, nem mais de 70 
Deputados Federais. Hodiernamente, o total de 
deputados é de 513. 
 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se 
de representantes do povo, eleitos, pelo 
sistema proporcional, em cada Estado, em 
cada Território e no Distrito Federal. 
 
§ 1º - O número total de Deputados, bem como 
a representaçãopor Estado e pelo Distrito 
Federal, será estabelecido por lei 
complementar, proporcionalmente à população, 
procedendo-se aos ajustes necessários, no 
ano anterior às eleições, para que nenhuma 
daquelas unidades da Federação tenha menos 
de oito ou mais de setenta Deputados. 
 
 
 
** O número de Deputados Federais do Estado 
influencia o número de Deputados Estaduais 
(art. 27, caput, da CF/88). 
 
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia 
Legislativa corresponderá ao triplo da 
representação do Estado na Câmara dos 
Deputados e, atingido o número de trinta e 
seis, será acrescido de tantos quantos forem 
os Deputados Federais acima de doze. 
(...) 
 
 
** Se forem criados Territórios, cada um deles 
terá 4 Deputados Federais (art. 45, § 2º, da 
CF/88). Territórios não fazem parte da 
Federação (são autarquias, descentralização 
territorial). 
 
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se 
de representantes do povo, eleitos, pelo 
sistema proporcional, em cada Estado, em 
cada Território e no Distrito Federal. 
(...) 
§ 2º - Cada Território elegerá quatro 
Deputados. 
 
 
 
5.3. Mandato: Os Deputados Federais 
exercem mandatos de 4 anos (1 legislatura). É 
possível a renovação de todos os Deputados 
Federais. Cada Deputado é eleito com 2 
suplentes. 
6. Senado Federal 
6.1. Noções Gerais: O Senado Federal é 
composto de representantes dos Estados e do 
Distrito Federal. São eleitos pelo sistema 
majoritário simples (art. 46, caput, da CF/88). 
 
 
 
 
 
 
 
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Neste sistema dá-se mais importância ao 
candidato registrado pelo partido político (este 
sistema é adotado para Presidente, Senadores, 
Governadores e Prefeitos). 
 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
(...) 
 
 
6.2. Número de Senadores Federais: Cada 
Estado possui 3 Senadores. Há um total de 81 
Senadores. (art. 46, § 1º, da CF/88). Cada 
senador será eleito com dois suplentes. 
 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
 
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal 
elegerão três Senadores, com mandato de oito 
anos. 
(...) 
§ 3º - Cada Senador será eleito com dois 
suplentes. 
 
 
 
** Não existem Senadores nos Territórios. 
Aqueles são representantes dos Estados e DF. 
6.3. Mandato: Os Senadores exercem 
mandato de 8 anos (2 legislaturas). A 
renovação destes agentes políticos se faz de 
1/3 por 2/3, alternadamente. Busca-se que 
sempre existam representantes dos Estados e 
DF no exercício do mandato. 
 
 
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de 
representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
(...) 
§ 2º - A representação de cada Estado e do 
Distrito Federal será renovada de quatro em 
quatro anos, alternadamente, por um e dois 
terços. 
(...) 
 
 
7. Formas de Manifestação do Legislativo 
da União 
7.1. Resolução: Individualmente, a Câmara e 
o Senado poderão se manifestar por 
Resoluções (art. 51 e 52 da CF/88). 
7.2. Lei Ordinária ou Complementar: Inicia-se 
na Câmara e, posteriormente, tramita no 
Senado e vice-versa, com a participação do 
Chefe do Poder Executivo (art. 48 da CF/88). 
 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a 
sanção do Presidente da República, não 
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 
51 e 52, dispor sobre todas as matérias de 
competência da União, especialmente sobre: 
 
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição 
de rendas; 
 
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, 
orçamento anual, operações de crédito, dívida 
pública e emissões de curso forçado; 
 
III - fixação e modificação do efetivo das Forças 
Armadas; 
 
IV - planos e programas nacionais, regionais e 
setoriais de desenvolvimento; 
 
V - limites do território nacional, espaço aéreo e 
marítimo e bens do domínio da União; 
 
VI - incorporação, subdivisão ou 
desmembramento de áreas de Territórios ou 
Estados, ouvidas as respectivas Assembléias 
Legislativas; 
 
VII - transferência temporária da sede do 
Governo Federal; 
 
VIII - concessão de anistia; 
 
IX - organização administrativa, judiciária, do 
Ministério Público e da Defensoria Pública da 
União e dos Territórios e organização judiciária 
e do Ministério Público do Distrito Federal; 
 
 
 
 
 
 
 
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X – criação, transformação e extinção de 
cargos, empregos e funções públicas, 
observado o que estabelece o art. 84, VI, b; 
 
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos 
da administração pública; 
 
XII - telecomunicações e radiodifusão; 
 
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, 
instituições financeiras e suas operações; 
 
XIV - moeda, seus limites de emissão, e 
montante da dívida mobiliária federal. 
 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, observado o que 
dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 
153, § 2º, I. 
 
 
7.3. Decreto Legislativo: O Congresso 
Nacional se manifesta por meio de Decretos 
Legislativos (art. 49 da CF/88). 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do 
Congresso Nacional: 
 
I - resolver definitivamente sobre tratados, 
acordos ou atos internacionais que acarretem 
encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional; 
 
II - autorizar o Presidente da República a 
declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que 
forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam 
temporariamente, ressalvados os casos 
previstos em lei complementar; 
 
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente 
da República a se ausentarem do País, quando 
a ausência exceder a quinze dias; 
 
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção 
federal, autorizar o estado de sítio, ou 
suspender qualquer uma dessas medidas; 
 
V - sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; 
 
VI - mudar temporariamente sua sede; 
 
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados 
Federais e os Senadores, observado o que 
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, 
III, e 153, § 2º, I; 
 
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do 
Vice-Presidente da República e dos Ministros 
de Estado, observado o que dispõem os arts. 
37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
 
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo 
Presidente da República e apreciar os 
relatórios sobre a execução dos planos de 
governo; 
 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por 
qualquer de suas Casas, os atos do Poder 
Executivo, incluídos os da administração 
indireta; 
 
XI - zelar pela preservação de sua competência 
legislativa em face da atribuição normativa dos 
outros Poderes; 
 
XII - apreciar os atos de concessão e 
renovação de concessão de emissoras de 
rádio e televisão; 
 
XIII - escolher dois terços dos membros do 
Tribunal de Contas da União; 
 
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo 
referentes a atividades nucleares; 
 
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; 
 
XVI - autorizar, em terras indígenas, a 
exploração e o aproveitamento de recursos 
hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas 
minerais; 
 
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou 
concessão de terras públicas com área 
superior a dois mil e quinhentos hectares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7.4. Emendas Constitucionais: Decorrem do 
Poder Constituinte Derivado Reformador (art. 
60 da CF/88). 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
 
II - do Presidente da República; 
 
III - de mais da metade das Assembléias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada 
na vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, 
em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
 
§ 3º - A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem. 
 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
 
I - a forma federativa de Estado; 
 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 
III - a separação dos Poderes; 
 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
§ 5º - A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
não pode ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
 
 
8. Inovação da Ordem Jurídica 
8.1. Noções Gerais: Se dá por meio do 
processo legislativo (conjunto de fases, atos, 
previstos constitucionalmente, que tem por 
objetivo a criação da lei, em sentido genérico). 
O Processo legislativo está intimamente ligado 
ao princípio da legalidade (art. 5º, II, da CF/88; 
é uma garantia do cidadão contra o arbítrio 
daquele que exerce o poder). Deste princípio 
decorre o devido processo legislativo 
constitucional, que é uma garantia para o 
cidadão (para que a lei restrinja direitos, esta 
deverá respeitar o referido processo; se este 
não for observado, haverá uma lei viciada, 
incompatível com a Constituição; trata-se de 
inconstitucionalidade formal ou orgânica). 
** Para o cidadão, tudo é permitido, desde que 
não seja proibido (art. 5º, II, da CF/88). Para o 
Estado (administrador), somente é permitido 
fazer o que está descrito na lei (art. 37 da 
CF/88). 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 
(...) 
 
 
Processo Legislativo 
 
1. Noções Gerais: Inovação da ordem jurídica, 
a criação de lei deve ser feita com a 
observância do devido processo legal. 
Inconstitucionalidade formal/orgânica (violação 
do devido processo legal). 
 
a) Processo Legislativo Ordinário Comum: 
É a regra, é aquele que deve ser seguido pelos 
projetos de lei ordinária e projetos de lei 
complementar (art. 61 da CF/88). Para 
Alexandre de Morais, este processo somente 
se aplicaria às leis ordinárias uma vez que, em 
razão da diferença de quórum previsto na 
elaboração de lei complementar, o processo 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
legislativo desta seria especial (Posição 
isolada). 
 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 
 
 
b) Processo Legislativo Sumário: O chefe do 
poder executivo, nos projetos de lei de sua 
iniciativa, solicita urgência (art. 64, § 1º, da 
CF/88). 
 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
 
§ 1º - O Presidente da República poderá 
solicitar urgência para apreciação de projetos 
de sua iniciativa. 
 
 
 
c) Processo Legislativo Especial: É um 
processo diverso do ordinário comum; existem 
vários processos especiais, aplicado às 
espécies normativas diversas da lei 
ordinária/complementar, que seguem o 
processo legislativo ordinário comum (art. 60 e 
68 da CF/88). 
 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
 
II - do Presidente da República; 
 
III - de mais da metade das Assembléias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
 
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada 
na vigência de intervenção federal, de estado 
de defesa ou de estado de sítio. 
 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, 
em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
 
§ 3º - A emenda à Constituição será 
promulgada pelas Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, com o 
respectivo número de ordem. 
 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: 
 
I - a forma federativa de Estado; 
 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
 
III - a separação dos Poderes; 
 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
§ 5º - A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por prejudicada 
não pode ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa. 
(...) 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas 
pelo Presidente da República, que deverá 
solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
 
 
2. Fases Do Processo Legislativo Ordinário 
ou Comum: 
 
1ª Fase: Iniciativa, 
disposição, 
proposição, 
capacidade 
legislativa e 
competência 
legiferante 
Classificação de 
José Afonso da 
Silva. 
2ª Fase: Debate 
ou discussão 
Fase introdutória 
(iniciativa) 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
3ª Fase: Votação 
ou aprovação Fase constitutiva: 
por deliberação 
legislativa (debate, 
votação – a 
deliberação é feita 
dentro do poder 
legislativo); por 
deliberação 
executiva (sanção 
ou veto) 
4ª Fase: Sanção 
ou veto 
Promulgação Fase 
complementar 
(promulgação e 
publicação) 
Publicação 
 
2.1. Fase Introdutória ou Iniciativa 
 
2.1.1. Iniciativa: Questiona-se quem pode 
apresentar projeto de lei. O Art. 61, caput, 
CF/88 define, de forma taxativa, quem tem 
legitimidade para iniciar o devido processo 
legal. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 
 
** Governador de Estado não possui 
legitimidade para realizar proposição legislativano Poder Legislativo Federal, mas, tão 
somente, no Poder Legislativo Estadual, v.g. 
 
2.1.2. Espécies de Iniciativa: 
a) Geral 
b) Concorrente 
c) Exclusiva 
d) Popular 
 
2.1.3. Iniciativa Geral/Comum: A Constituição 
não especifica quais seriam os legitimados 
para apresentação da proposição legislativa. 
Pode ser subdividida em parlamentar / 
extraparlamentar. 
a) Parlamentar: Senadores e Deputados 
Federais ou Comissões de quaisquer das 
casas; 
b) Extraparlamentar: STF (Estatuto da 
Magistratura – art. 93 da CF/88); Tribunais 
Superiores e Tribunais de Justiça (art. 96 da 
CF/88); Ministério Público (art. 127, § 2º, 
CF/88). Aqui também se incluem outros 
legitimados que não pertencem ao Poder 
Legislativo. 
 
** Em regra, a Casa iniciadora é Câmara dos 
Deputados, e o Senado será a Casa revisora. 
São exceções a esta regra os projetos de lei 
apresentados por Senadores ou por 
Comissões do Senado, a referida casa será a 
iniciadora. 
 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
(...) 
Art. 96. Compete privativamente: 
(...) 
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais 
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor 
ao Poder Legislativo respectivo, observado o 
disposto no art. 169: 
a) a alteração do número de membros dos 
tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a 
remuneração dos seus serviços auxiliares e 
dos juízos que lhes forem vinculados, bem 
como a fixação do subsídio de seus membros e 
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, 
onde houver; 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão 
judiciárias; 
(...) 
Art. 127. O Ministério Público é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional do 
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis. 
(...) 
§ 2º Ao Ministério Público é assegurada 
autonomia funcional e administrativa, podendo, 
observado o disposto no art. 169, propor ao 
Poder Legislativo a criação e extinção de seus 
cargos e serviços auxiliares, provendo-os por 
concurso público de provas ou de provas e 
títulos, a política remuneratória e os planos de 
carreira; a lei disporá sobre sua organização e 
funcionamento. 
 
 
 2.1.4. Iniciativa Concorrente: A apresentação 
do projeto de lei é de competência/atribuição 
de mais de um dos órgãos legitimados. Aplica-
se a determinados temas (Iniciativa 
concorrente do Procurador-Geral da República 
e do Presidente da República para iniciativa de 
projeto de lei sobre a organização do Ministério 
Público da União). 
 
2.1.5. Iniciativa Exclusiva (Reservada ou 
Privativa): A apresentação do projeto de lei é 
de atribuição de apenas um dos legitimados 
sob pena de configurar vício de iniciativa 
formal, caracterizador de inconstitucionalidade. 
A Constituição oferta a um dos legitimados a 
capacidade legiferante em relação a 
determinados temas. 
 
a) Projetos de iniciativa exclusiva do 
Presidente da República: Que fixem ou 
modifiquem os efetivos das Forças Armadas 
(art. 61, §1º, I, a da CF/88); disponham sobre 
criação de cargos, funções ou empregos 
públicos na administração direta e autárquica 
ou aumento de sua remuneração (art. 61, §1º, 
II, “a” da CF/88); disponham sobre a 
organização administrativa e judiciária, matéria 
tributária e orçamentária, servidores públicos e 
pessoal da administração dos territórios (art. 
61, §1º, II, “b” da CF/88); disponham sobre 
servidores públicos da União e Territórios, seu 
regime jurídico, provimento de cargos, 
estabilidade e aposentadoria. (Estatuto dos 
funcionários públicos civis da União art. 61, 
§1º, II, “c” da CF/88); disponham sobre 
organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério 
Público e da Defensoria Pública dos Estados, 
do Distrito Federal e dos territórios (art. 61, §1º, 
II, “d” da CF/88). 
 
** Não será possível apresentação de emenda 
por parlamentar que gere aumento de despesa, 
em relação a estes projetos, v.g. 
 
 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente 
da República as leis que: 
 
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças 
Armadas; 
 
II - disponham sobre: 
 
a) criação de cargos, funções ou empregos 
públicos na administração direta e autárquica 
ou aumento de sua remuneração; 
 
b) organização administrativa e judiciária, 
matéria tributária e orçamentária, serviços 
públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
 
c) servidores públicos da União e Territórios, 
seu regime jurídico, provimento de cargos, 
estabilidade e aposentadoria; 
 
d) organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do Ministério 
Público e da Defensoria Pública dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Territórios; 
 
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos 
da administração pública, observado o disposto 
no art. 84, VI; 
 
f) militares das Forças Armadas, seu regime 
jurídico, provimento de cargos, promoções, 
estabilidade, remuneração, reforma e 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
transferência para a reserva. 
 
 
b) Projetos de iniciativa exclusiva do Poder 
Executivo: Plano plurianual (art. 165, I da 
CF/88); Diretrizes orçamentárias (art. 165, II da 
CF/88); Orçamentos anuais (art. 165, III da 
CF/88). 
 
 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo 
estabelecerão: 
 
I - o plano plurianual; 
 
II - as diretrizes orçamentárias; 
 
III - os orçamentos anuais. 
(...) 
 
 
c) Projetos de iniciativa exclusiva do Poder 
Judiciário: O Estatuto da Magistratura é de 
iniciativa do STF (art. 93 da CF/88). 
 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o 
Estatuto da Magistratura, observados os 
seguintes princípios: 
 
 
2.1.6. Iniciativa Popular: É permitida pela 
Constituição Federal (art. 61, § 2º, da CF/88), 
muito embora se vivencie uma democracia 
representativa (o poder é exercido por 
representantes eleitos pelo povo). É 
excepcional. Fala-se em democracia 
participativa/dialógica (existência de diálogo 
entre o povo e o Estado). 
 
 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
(...) 
§ 2º, CF/88: A iniciativa popular pode ser 
exercida pela apresentação à Câmara dos 
Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com 
não menos de três décimos por cento dos 
eleitores de cada um deles. 
 
 
a) Requisito numérico: no mínimo, 1% do 
eleitorado nacional; 
b) Requisito espacial: eleitorado distribuído 
por pelo menos 5 Estados; 
c) Requisito interno: com não menos de 
3/10% (trêsdécimos por cento) dos eleitores 
em cada um deles. 
 
** Tal situação ocorreu em poucas hipóteses, 
como no caso da inclusão do homicídio 
qualificado como crime hediondo; lei da ficha 
limpa; conduta vedada (compra de votos 
passou a ensejar ação de impugnação de 
candidatura). 
 
** Há projetos de emendas constitucionais que 
visam mitigar estas exigências, permitindo, 
inclusive a possibilidade e coletas de 
assinatura por meio da internet, com 
certificação eletrônica. 
 
** Emenda à Constituição de Iniciativa Popular: 
A iniciativa popular, embora caiba para leis, 
não cabe para emendas à Constituição. Parte 
da doutrina diz que não existe possibilidade de 
iniciativa popular para emenda constitucional, 
pois se fosse intenção do legislador, deveria ter 
inserido um parágrafo no artigo 60 da 
Constituição Federal. Para outra parte da 
doutrina (José Afonso da Silva), poderia ser 
visto que a iniciativa popular é uma forma de 
exercício de poder e não se pode restringir o 
direito político. “A soberania popular será 
exercida pelo sufrágio universal e pelo voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, e, 
nos termos da lei, mediante: plebiscito, 
referendo, iniciativa popular” (art. 14 da CF/88). 
Trata-se interpretação sistemática da 
Constituição. Não há decisão do STF acerca 
do tema, malgrado haja uma ADI em 
tramitação na Suprema Corte, questionando tal 
possibilidade presente em algumas 
Constituições Estaduais (não foi concedida 
liminar nesta ação). 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
 
** Exercício Direto do Poder Popular: O povo, 
titular do poder, o exerce diretamente (Art. 5º, 
XXXVIII, da CF/88; Art. 5º, LXXIII, da CF/88; 
Art. 14 da CF/88). 
 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, 
com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
 
a) a plenitude de defesa; 
 
b) o sigilo das votações; 
 
c) a soberania dos veredictos; 
 
d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida; 
(...) 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para 
propor ação popular que vise a anular ato 
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de 
que o Estado participe, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas 
judiciais e do ônus da sucumbência; 
(...) 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da 
lei, mediante: 
 
I - plebiscito; 
 
II - referendo; 
 
III - iniciativa popular. 
 
 
2.2. Fase Constitutiva: 
 
a) Fase constitutiva: Debate ou discussão. 
b) Fase constitutiva: Votação ou aprovação. 
 
2.2.1. Deliberação Legislativa: 
 
2.2.1.1. Casa Iniciadora: Art. 64, caput, da 
CF/88. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
 
 
 
a) Comissões: Os debates ou discussões 
ocorrem em três momentos (tais momentos 
ocorrem em ambas as casas, como fruto do 
bicameralismo): 
 
a.1) Comissão Temática ou Material (art. 58 
da CF/88): Analisam o projeto tendo em conta 
a pertinência temática deste (um projeto que 
tenha por objeto a saúde, será debatida na 
comissão de saúde de ambas as casas). Estas 
comissões não estão previstas na Constituição 
Federal, sendo disciplinadas pelos respectivos 
Regimentos Internos das casas legislativas, em 
ma (em regra, existem comissões que tratem 
das matérias afetas aos principais Ministérios 
do Executivo). 
 
 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas 
terão comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
 
§ 1º - Na constituição das Mesas e de cada 
Comissão, é assegurada, tanto quanto 
possível, a representação proporcional dos 
partidos ou dos blocos parlamentares que 
participam da respectiva Casa. 
 
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de 
sua competência, cabe: 
 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, 
na forma do regimento, a competência do 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
Plenário, salvo se houver recurso de um 
décimo dos membros da Casa; 
 
II - realizar audiências públicas com entidades 
da sociedade civil; 
 
III - convocar Ministros de Estado para prestar 
informações sobre assuntos inerentes a suas 
atribuições; 
 
IV - receber petições, reclamações, 
representações ou queixas de qualquer pessoa 
contra atos ou omissões das autoridades ou 
entidades públicas; 
 
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade 
ou cidadão; 
 
VI - apreciar programas de obras, planos 
nacionais, regionais e setoriais de 
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
 
 
 
** Delegação interna/imprópria: No Brasil, as 
comissões temáticas podem debater e votar o 
projeto de lei de forma terminativa, 
independentemente de manifestação do 
plenário (art. 58, § 2º, da CF/88). Tal situação 
fora copiada da Itália. Gilmar Mendes 
denomina tal situação de “processo legislativo 
abreviado”. O Regimento Interno dispõe sobre 
quais matérias podem ser aprovadas desta 
maneira. Todavia, caso um décimo dos 
parlamentares apresente recurso plenário, tal 
matéria será apreciada por este (o projeto 
segue o trâmite normal neste caso). 
 
a.2) Comissão de Constituição e Justiça: A 
Comissão de Constituição e Justiça pode fazer 
um controle preventivo de constitucionalidade. 
Se achar que é caso de inconstitucionalidade, 
remete o projeto ao arquivo. Também é uma 
comissão temática ou material, mas ganha 
relevo por sua importância (controle da 
compatibilidade do projeto de lei com a 
Constituição). 
 
b) Plenário da Casa Legislativa: Após 
discussão e parecer, o projeto será enviado ao 
plenário da Casa para um turno de discussão e 
votação. Encerrada a discussão passa-se à 
votação. 
 
c) Votação: É a essência da democracia. A 
maioria vence, respeitado o direito das 
minorias. 
 
c.1) Maioria Simples (Projeto de Lei 
Ordinária) - Art. 47, CF/88: Salvo disposição 
constitucional em contrário, as deliberações de 
cada Casa e de suas Comissões serão 
tomadas por maioria dos votos, presente a 
maioria absoluta de seus membros. É a regra, 
é qualquer maioria desde que se faça presente 
ao menos a maioria absoluta. 
 
 
Art. 47. Salvo disposição constitucional em 
contrário, as deliberações de cada Casa e de 
suas Comissões serão tomadas por maioria 
dos votos, presente a maioria absoluta de seus 
membros. 
 
 
c.2) Maioria Absoluta (Projeto de Lei 
Complementar) - Art. 69, CF/88: As leis 
complementares serão aprovadas por maioria 
absoluta. É sempre fixa, sendo o primeiro 
número inteiro acima da metade dos membros 
da casa legislativa. É uma exceção. 
 
 
Art. 69. As leis complementares serão 
aprovadas por maioria absoluta. 
 
 
 
c.3) Maioria Qualificada (Proposta de 
Emenda à Constituição) - Art. 60, § 2º, 
CF/88: A Proposta de Emenda à Constituição 
será discutida e votadaem cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos 
membros. Geralmente se expressa na forma 
de uma fração (2/3, 3/5, v.g.). Em regra está 
acima da maioria absoluta. 
 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
(...) 
§ 2º - A proposta será discutida e votada em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada se obtiver, 
 
 
 
 
 
 
 
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em ambos, três quintos dos votos dos 
respectivos membros. 
 
 
 
2.2.1.2. Casa Revisora: O projeto de lei terá a 
mesma tramitação da Casa iniciadora, assim, 
passa primeiramente pelas Comissões 
(temático ou material/ constituição e justiça) e 
depois vai ao plenário para um turno de 
discussão e votação. 
 
 
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma 
Casa será revisto pela outra, em um só turno 
de discussão e votação, e enviado à sanção ou 
promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou 
arquivado, se o rejeitar. 
 
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, 
voltará à Casa iniciadora. 
 
 
** É necessária maioria absoluta para instalar e 
maioria simples para deliberar. 
 
** A Casa Revisora poderá aprovar, rejeitar ou 
emendar o projeto de lei (art. 65 da CF/88). 
 
a) Aprovação: O projeto de lei aprovado no 
Legislativo seguirá para sanção ou veto do 
Executivo (art. 66 da CF/88). 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
 
 
 
b) Rejeição: O projeto de lei será arquivado. A 
matéria constante de projeto de lei rejeitado 
somente poderá constituir objeto de novo 
projeto, na próxima sessão legislativa, salvo 
proposta da maioria absoluta dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional 
(art. 67 da CF/88). 
 
 
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei 
rejeitado somente poderá constituir objeto de 
novo projeto, na mesma sessão legislativa, 
mediante proposta da maioria absoluta dos 
membros de qualquer das Casas do 
Congresso Nacional. 
 
 
c) Emenda: Somente as emendas voltam para 
a Casa Iniciadora, sendo vedada a 
apresentação de subemendas (art. 65, 
parágrafo único, da CF/88). A emenda deve 
guardar relação lógica com o objeto. Estas 
foram tratadas no Regimento Interno das 
Casas. As emendas podem ser aditivas, 
supressivas, modificativas, substitutivas, 
aglutinativas ou de redação. A proposta de 
emenda que alcança todo o projeto é chamada 
no direito parlamentar de substitutivo. 
 
c.1) Emendas Aditivas: Acrescentam alguma 
disposição no projeto. 
 
c.2) Emendas Supressivas: Suprimem 
alguma disposição no projeto. 
 
c.3) Emendas Modificativas: Não alteram a 
substância da proposição, mas sim um aspecto 
acessório. 
 
c.4) Emendas Substitutivas: Alteram a 
essência da proposição. 
 
c.5) Emendas Aglutinativas: Resultam da 
fusão de diversas emendas entre si ou com o 
texto. 
 
c.6) Emendas de Redação: Sanam algum 
vício de linguagem, incorreção de técnica 
legislativa ou lapso manifesto. 
 
c.7) Limitação ao Poder de Emenda: O poder 
de emenda é inerente à função legislativa, não 
podendo, entretanto, ocorrer em determinados 
casos. 
 
 
 
Art. 63. Não será admitido aumento da 
despesa prevista: 
 
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do 
Presidente da República, ressalvado o disposto 
no art. 166, § 3º e § 4º; 
 
II - nos projetos sobre organização dos 
 
 
 
 
 
 
 
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serviços administrativos da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais 
Federais e do Ministério Público. 
 
 
 
2.2.2. Deliberação Executiva: É a sanção ou 
veto. O Chefe do Poder Executivo participa do 
processo legislativo sancionando ou vetando, 
em observância à teoria dos freios e 
contrapesos, que busca evitar a hipertrofia do 
Poder Legislativo em relação a outros poderes. 
Estabelece-se um mecanismo de controle entre 
estes (checks and balances – teoria norte-
americana). 
 
** Fase constitutiva por deliberação executiva 
(José Afonso da Silva). 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
 
§ 1º - Se o Presidente da República considerar 
o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional 
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total 
ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, 
contados da data do recebimento, e 
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, 
ao Presidente do Senado Federal os motivos 
do veto. 
 
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto 
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de 
alínea. 
 
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o 
silêncio do Presidente da República importará 
sanção. 
 
§ 4º - O veto será apreciado em sessão 
conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu 
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo 
voto da maioria absoluta dos Deputados e 
Senadores, em escrutínio secreto. 
 
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto 
enviado, para promulgação, ao Presidente da 
República. 
 
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo 
estabelecido no § 4º, o veto será colocado na 
ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas 
as demais proposições, até sua votação final. 
 
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de 
quarenta e oito horas pelo Presidente da 
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o 
Presidente do Senado a promulgará, e, se este 
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente do Senado fazê-lo. 
 
 
2.2.2.1. Sanção: É a aquiescência, 
concordância do Chefe do Poder Executivo 
com os termos do projeto, que transforma o 
projeto de lei em lei. Pode ser expressa, mas 
sempre motivada. A sanção exarada pelo 
Chefe do Poder Executivo não convalida vício 
de iniciativa. 
 
** Enunciado 5 da Súmula do STF 
(CANCELADO): A SANÇÃO DO PROJETO 
SUPRE A FALTA DE INICIATIVA DO PODER 
EXECUTIVO. 
 
a) Espécies de Sanção: 
 
a.1) Expressa: É a exarada em até 15 dias 
úteis, contados do protocolo do projeto. 
 
a.2) Tácita: Trata-se do silêncio do Chefe do 
Executivo criando direitos (o prazo de 15 dias 
transcorre in albis). Ocorre quando não há 
vontade política para sancionar expressamente 
o projeto de lei. 
 
2.2.2.2. Veto: É a discordância, contrariedade 
do Chefe do Poder Executivo com os termos 
do projeto, que impede, ao menos 
transitoriamente, a transformação do projeto de 
lei em lei. O prazo é de 15 dias úteis. 
 
** Não existe veto tácito, mas somente 
expresso. O veto é no Brasil não é absoluto, 
podendo ser derrubado pelo Congresso (o 
Presidente deve declinar a razão do veto, para 
que os parlamentares conheçam seu teor e 
possam buscar afastá-lo, caso haja interesse). 
 
** A Constituição de 1824 dava ao Monarca a 
possibilidade de veto absoluto. 
 
a) Espécies de Veto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a.1) Quanto ao Conteúdo: 
 
a.1.1) Jurídico: O fundamento é a 
inconstitucionalidade do projeto de lei (possui a 
natureza de controle preventivo de 
constitucionalidade). 
 
a.1.2) Político: O fundamento é a 
contrariedade do projeto de lei ao interesse 
público (o projeto é constitucional, mas, por 
discricionariedade política, este não é oportuno 
naquele momento histórico). 
 
a.2) Quanto à Extensão: 
 
a.2.1) Total: A contrariedade do Presidente da 
República se revela emrelação a todo o 
projeto. 
 
a.2.2) Parcial: A discordância do Chefe do 
executivo se manifesta em relação a parte do 
projeto. O veto parcial abrange somente texto 
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou 
alínea. Não podendo assim incidir sobre 
palavras; busca-se evitar a alteração do 
sentido do projeto (art. 66, §2º, da CF/88). 
 
** Havendo veto parcial, somente a parte 
vetada é devolvida ao Congresso Nacional, as 
demais serão sancionadas e seguirão para 
promulgação e publicação. Assim, se houve 
veto parcial é porque a lei foi sancionada, 
senão o veto teria sido total. 
 
b) Características do Veto: Só existe veto 
expresso, não existe veto tácito (cada um dos 
parlamentares têm direito a saber as razões 
que levaram ao veto). 
 
b.1) Expresso: O veto tem que ser 
manifestado no prazo de 15 dias do 
recebimento, pois o silêncio do Presidente da 
República importará em sanção (art. 66, §3º, 
da CF/88). 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
(...) 
§ 3º - Decorrido o prazo de quinze dias, o 
silêncio do Presidente da República importará 
sanção. 
 
 
 
b.2) Formalizado: Os motivos do veto têm que 
ser comunicados em 48 horas ao Presidente 
do Senado (art. 66, §1º, da CF/88). Este é o 
Presidente do Congresso Nacional. 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
 
§ 1º - Se o Presidente da República considerar 
o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional 
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total 
ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, 
contados da data do recebimento, e 
comunicará, dentro de quarenta e oito horas, 
ao Presidente do Senado Federal os motivos 
do veto. 
(...) 
 
 
b.3) Motivado: O Chefe do Poder Executivo de 
expor os motivos e convicções que levaram ao 
veto. 
 
b.4) Não é Absoluto: É superável pela 
votação no Congresso Nacional em sessão 
conjunta (art. 57, § 3º, IV, da CF/88). A última 
palavra é do Poder Legislativo. 
 
 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, 
anualmente, na Capital Federal, de 2 de 
fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 
de dezembro. 
(...) 
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta 
Constituição, a Câmara dos Deputados e o 
Senado Federal reunir-se-ão em sessão 
conjunta para: 
(...) 
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. 
 
 
 
** Art. 66, § 4º, CF/88: O veto será apreciado 
em sessão conjunta, dentro de trinta dias a 
contar de seu recebimento, só podendo ser 
rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos 
Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
(...) 
§ 4º - O veto será apreciado em sessão 
conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu 
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo 
voto da maioria absoluta dos Deputados e 
Senadores, em escrutínio secreto. 
 
 
** Rejeição do veto: Por maioria absoluta dos 
Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. 
São necessários 257 votos dos deputados e 41 
votos dos senadores. 
 
** Art. 66, § 5º, da CF/88: Se o veto não for 
mantido, será o projeto enviado para 
promulgação, ao Presidente da República. 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
(...) 
§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto 
enviado, para promulgação, ao Presidente da 
República. 
 
 
** A sessão conjunta não se confunde com 
sessão unicameral (art. 3º da ADCT). Na 
primeira, os Deputados votam separadamente, 
bem como os Senadores. Na sessão 
unicameral Deputados e Senadores votam 
juntos. 
 
 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada 
após cinco anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos 
membros do Congresso Nacional, em sessão 
unicameral. 
 
 
** Há grande celeuma acerta da votação 
secreta. Muitos preconizam ser um direito do 
cidadão ter ciência dos votos de seu 
representante, defendendo o voto aberto. Em 
oposição, alega-se que, no presente caso, o 
voto secreto seria uma forma de tutelar o 
parlamentar do influxo do Poder Executivo (no 
Brasil destaca-se a primazia deste poder, 
falando-se em Executivo Monárquico). 
 
** O veto deveria se apreciado em 30 dias, 
contudo, hodiernamente, vislumbra-se uma 
omissão do Congresso Nacional em realizar tal 
mister. 
 
** Derrubado o veto (“se o veto não for 
mantido”), o Presidente da República deverá 
promulgar a lei no prazo de 48 horas. Se não o 
fizer o Presidente do Senado a promulgará e, 
se este não fizer em igual prazo, caberá ao 
Vice Presidente do Senado fazê-lo. 
 
2.3. Fase Complementar 
 
2.3.1. Promulgação: É o atestado da 
existência válida da lei e de sua 
executoriedade. O que se promulga é a lei e 
não o projeto de lei. 
 
 
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a 
votação enviará o projeto de lei ao Presidente 
da República, que, aquiescendo, o sancionará. 
(...) 
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de 
quarenta e oito horas pelo Presidente da 
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o 
Presidente do Senado a promulgará, e, se este 
não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-
Presidente do Senado fazê-lo. 
 
 
** Cabe ao Presidente da República promulgar 
a lei, ainda que haja derrubada do veto. 
 
** Se o Presidente não promulgar em 48 horas, 
o Presidente do Senado a promulgará e, se 
este não fizer em igual prazo, caberá ao Vice 
Presidente do Senado fazê-lo (art. 66, §7º, da 
CF/88). 
 
2.3.2. Publicação: É o ato através do qual se 
dá conhecimento à sociedade da existência da 
lei. É a fase que encerra o processo legislativo. 
 
** Segundo a Lei Complementar 95/98, 
alterada pela Lei complementar 107/01, a lei 
não pode entrar em vigor na data da sua 
publicação, salvo se for de pouca importância. 
 
 
 
 
 
 
 
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Para muitos doutrinadores, tal disposição é 
inconstitucional, visto que as funções 
legislativas estão expostas na Constituição 
Federal e não poderiam ser ampliadas por 
meio de uma lei complementar. 
 
** A partir da publicação a lei se torna 
obrigatória, não podendo o cidadão se escusar 
de cumpri-la alegando seu desconhecimento. 
 
Espécies Normativas 
 
1. Lei Ordinária 
 
1.1. Conceito: É a espécie normativa utilizada 
nas matérias em que não cabe lei 
complementar, decreto legislativo e resolução. 
Assim, o campo material das leis ordinárias é 
residual. 
 
** O texto constitucional se refere à lei ordinária 
apenas como lei, sem a utilização do adjetivo 
“ordinária”, visto que este está implícito. Mas 
quando quer diferenciá-la de outra espécie 
normativa, normalmente traz a expressão “lei 
ordinária”. Ex: “A iniciativa de leis 
complementares e ordinárias ...” (art. 61 da 
CF/88). Pode ainda utilizar a expressão “lei 
especial”. Ex: “esses crimes serão definidos em 
lei especial, que estabelecerá as normas de 
processo e julgamento” (art. 85, parágrafo 
único da CF/88). 
 
2. Lei Complementar 
 
2.1. Conceito: É a espécie normativa utilizada 
nas matérias expressamente previstas na 
Constituição Federal (diferença material em 
relação à lei ordinária). As hipóteses de 
regulamentação da Constituição por meio de lei 
complementar foramtaxativamente previstas 
na Constituição Federal. 
 
2.2. Procedimento: O procedimento da lei 
complementar é o mesmo da lei ordinária, 
diferenciando-se apenas quanto ao quórum 
para aprovação (diferença formal em relação à 
lei ordinária). 
 
a) Quórum: As leis complementares serão 
aprovadas por maioria absoluta de seus 
membros (art. 69 da CF/88). Maioria absoluta 
refere-se aos membros integrantes da casa. 
 
** Se uma lei ordinária tratar de matéria 
reservada à lei complementar, haverá uma 
inconstitucionalidade formal. Entretanto, se 
uma lei complementar tratar de matéria 
reservada à lei ordinária não haverá invalidade, 
sendo apenas considerada como lei ordinária 
(alguns doutrinadores a denominam de pseudo 
lei complementar/lei complementar apenas em 
sentido formal). 
 
3. Existência de Hierarquia entre Lei 
Ordinária e Lei Complementar: 
 
3.1. Primeira Corrente (Manuel Gonçalves 
Ferreira de Melo): Há hierarquia. A lei 
complementar é um terceiro gênero interposto, 
ou seja, encontra-se entre a Constituição e a lei 
ordinária. 
 
3.2. Segunda Corrente (Celso Bastos): Não 
há hierarquia, mas sim campos diferentes de 
atuação. 
 
3.3. STF: Não há hierarquia, pois ambas 
espécies normativas retiram seu fundamento 
de validade da Constituição Federal. O que 
existem são diferenças formais e materiais. 
 
4. Processo Legislativo 
 
4.1. Processo Legislativo Sumário 
 
a) Noções Gerais: É um processo legislativo 
reduzido, que possui um espaço temporal 
menor. É aquele em que o Chefe do Poder 
Executivo, nos projetos de sua iniciativa, 
solicita urgência. Se esta for solicitada, a 
Câmara dos Deputados deverá apreciar o 
projeto em até 45 dias (caso não o faça, 
acarretará em trancamento da pauta, salvo das 
medidas provisórias, que possuem prazo 
certo). Aprovado na Câmara, o Senado terá o 
mesmo prazo para analisar o projeto. Em caso 
de emendas, a Câmara terá mais 10 dias para 
apreciá-las. 
 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
 
 
 
 
 
 
 
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Deputados. 
 
§ 1º - O Presidente da República poderá 
solicitar urgência para apreciação de projetos 
de sua iniciativa. 
 
** O Prazo do Processo Legislativo Sumário 
também será aplicado à renovação de 
concessão, permissão ou autorização de 
serviço de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens. 
 
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar 
e renovar concessão, permissão e autorização 
para o serviço de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens, observado o princípio da 
complementaridade dos sistemas privado, 
público e estatal. 
 
§ 1º - O Congresso Nacional apreciará o ato no 
prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do 
recebimento da mensagem. 
(...) 
 
 
** Este procedimento não se confunde com as 
outras formas de tramitação rápida previstas no 
regimento interno ("urgência urgentíssima" é 
matéria de regimento interno). Podem ser 
solicitadas pelos parlamentares. 
 
** Projeto de emenda à constituição (PEC) 
29/2012 E 15/2013: Buscam permitir que os 
parlamentares possam solicitar o Processo 
Legislativo Sumário. 
 
4.1.1. Procedimento Casa Iniciadora: Projeto 
Inicia na Câmara dos Deputados: A Câmara 
tem até 45 dias para aprová-lo ou rejeitá-lo. 
 
a) Rejeição: O projeto estará arquivado. 
 
b) Ausência de Deliberação: O projeto 
trancará a pauta da Câmara até que decida 
sobre a deliberação do projeto. 
 
** As medidas provisórias não ficam 
obstruídas, mas as demais deliberações sim. 
 
c) Aprovação: O projeto será encaminhado ao 
Senado. 
 
4.1.2. Procedimento Casa Revisora: 
Aprovado na Câmara, o projeto vai ao Senado, 
que também terá até 45 dias para aprovar, 
rejeitar ou apresentar emendas. 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
(...) 
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos 
Deputados e o Senado Federal não se 
manifestarem sobre a proposição, cada qual 
sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, 
sobrestar-se-ão todas as demais deliberações 
legislativas da respectiva Casa, com exceção 
das que tenham prazo constitucional 
determinado, até que se ultime a votação. 
 
 
a) Rejeição: O projeto estará arquivado. 
 
b) Ausência de Deliberação: O projeto 
obstará a pauta do Senado até que decida 
sobre a deliberação do projeto. As medidas 
provisórias não ficam obstruídas, mas as 
demais deliberações sim. 
 
c) Emenda: O projeto voltará para a Câmara 
dos Deputados, que terá prazo de até 10 dias 
para apreciá-la, totalizando 100 dias (art. 64, 
§3º, da CF/88). 
 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
(...) 
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado 
Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á 
no prazo de dez dias, observado quanto ao 
mais o disposto no parágrafo anterior. 
 
 
d) Aprovação: Segue o procedimento 
ordinário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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21 
** Os prazos não correm no período de recesso 
(ficam suspensos) e nem se aplicam às 
matérias de Código (art. 64, §4º, da CF/88). 
 
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de 
lei de iniciativa do Presidente da República, do 
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores terão início na Câmara dos 
Deputados. 
(...) 
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos 
períodos de recesso do Congresso Nacional, 
nem se aplicam aos projetos de código. 
 
 
4.2. Processo Legislativo Especial 
 
4.2.1. Noções Gerais: Na realidade não existe 
apenas um processo legislativo especial, 
existem vários processos legislativos especiais, 
um para cada espécie normativa prevista no 
art. 59, desde que não seja Lei Ordinária ou Lei 
Complementar, que seguem o processo 
legislativo ordinário comum. 
 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a 
elaboração de: 
 
I - emendas à Constituição; 
 
II - leis complementares; 
 
III - leis ordinárias; 
 
IV - leis delegadas; 
 
V - medidas provisórias; 
 
VI - decretos legislativos; 
 
VII - resoluções. 
 
Parágrafo único. Lei complementar disporá 
sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis. 
 
 
4.2.3. Processo Legislativo Especial da Lei 
Delegada: Trata-se de uma exceção ao 
princípio da indelegabilidade das atribuições 
(delegação externa corporis). Em regra, um 
poder não pode delegar a outro o exercício de 
suas funções típicas. Estas exceções devem 
estar expressas na Constituição (não existem 
de forma implícita). 
 
** O Ministro Gilmar Mendes defende a 
existência de uma delegação interna corporis, 
que é o Processo Legislativo Abreviado (art. 
58, § 2º, I, da CF/88). As comissões temáticas 
podem aprovar o projeto de lei sem que este vá 
a plenário. 
 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas 
terão comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
(...) 
§ 2º - às comissões, em razão da matéria de 
sua competência, cabe: 
 
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, 
na forma do regimento, a competência do 
Plenário, salvo se houver recurso de um 
décimo dos membros da Casa; 
(...) 
 
 
** Lei delegada: É exceçãoao principio da 
indelegabilidade. 
 
** Medida provisória: É função atípica do Poder 
Executivo. 
 
a) Procedimento: 
 
a.1) Iniciativa Solicitadora: O Presidente da 
República solicita autorização ao Congresso 
Nacional para inovar a ordem jurídica. A 
delegação é feita pelo Congresso Nacional, 
que delimita o assunto sobre o qual pretende 
legislar. Não é possível que o Congresso 
autorize sem a solicitação do Presidente da 
República (princípio da indelegabilidade). 
 
** Somente o Presidente da República poderá 
solicitar a delegação. 
 
** Há poucas leis delegadas, uma vez, 
Presidente se vale das Medidas Provisórias. 
 
a.2) Deliberação pelo Congresso Nacional: 
Se o Congresso Nacional aprovar a solicitação 
 
 
 
 
 
 
 
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(por maioria simples), realizará a delegação por 
meio de Resolução (art. 68, §2º da CF/88). O 
Presidente promulgará e publicará a lei 
delegada. 
 
** O Congresso poderá autorizar condicionado 
a delegação (o Congresso analisa o projeto 
apresentado pelo Presidente), ou, ainda, 
rejeitar a autorização. Todas são feitas por 
Resolução. 
 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas 
pelo Presidente da República, que deverá 
solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
(...) 
§ 2º - A delegação ao Presidente da República 
terá a forma de resolução do Congresso 
Nacional, que especificará seu conteúdo e os 
termos de seu exercício. 
(...) 
 
 
b) Limites Materiais à Lei Delegada (art. 68, 
§1º, da CF/88): A Constituição exclui a 
possibilidade de delegação de certas matérias. 
Matéria de competência exclusiva do 
Congresso Nacional (art. 49 da CF/88); matéria 
de competência privativa da Câmara dos 
deputados (art. 51 da CF/88); matéria de 
competência privativa do Senado Federal (art. 
52 da CF/88); matéria reservada à lei 
complementar; legislação sobre organização 
do Poder Judiciário e do Ministério Público, a 
carreira e garantia de seus membros (art. 68, 
§1º, I da CF/88); nacionalidade, cidadania, 
direitos individuais, políticos e eleitorais (art. 
68, §1º, II da CF/88); planos plurianuais, 
diretrizes orçamentárias e orçamentos (art. 68, 
§1º, III da CF/88). 
 
 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas 
pelo Presidente da República, que deverá 
solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos 
de competência exclusiva do Congresso 
Nacional, os de competência privativa da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, 
a matéria reservada à lei complementar, nem a 
legislação sobre: 
 
I - organização do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
 
II - nacionalidade, cidadania, direitos 
individuais, políticos e eleitorais; 
 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias 
e orçamentos. 
(...) 
 
 
 c) Exorbitação dos Limites da Delegação: 
Se o Presidente da República exorbitar os 
limites da delegação legislativa, o Congresso 
Nacional poderá sustar o ato normativo por 
meio de Decreto Legislativo. Trata-se de um 
controle repressivo de constitucionalidade (a lei 
delegada está produzindo efeitos; é uma 
exceção, uma vez que este controle cabe ao 
Poder Judiciário) realizado pelo Poder 
Legislativo (art. 49, V, da CF/88). 
 
** A parte que exorbitou a autorização do 
Congresso Nacional é inconstitucional. 
 
 
Art. 49. É da competência exclusiva do 
Congresso Nacional: 
(...) 
V - sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; 
(...) 
 
 
4.2.4. Processo Legislativo Especial de 
Decreto Legislativo e da Resolução: Na 
realidade a CF/88 não define os processo 
legislativos de decreto legislativo e resolução, 
isso fica a cargo dos respectivos regimentos 
internos. 
 
a) Decreto Legislativo: Espécie normativa 
utilizada nas hipóteses de competência 
exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da 
CF/88), em regra produzindo efeitos externos, 
isto é, fora do Congresso Nacional 
 
b) Resolução: Espécie normativa utilizada nas 
hipóteses de competência privativa da Câmara, 
 
 
 
 
 
 
 
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ou Senado (art. 51 e 52 da CF/88), em regra, 
produzindo efeitos internos (existem exceções). 
 
4.2.5. Normas de Processo Legislativo 
Constitucional 
 
a) Noções Gerais: São de observância 
obrigatória pelas Constituições Estaduais e 
Leis Orgânicas dos Municípios e DF (Seria 
inconstitucional que estas tratassem de 
decreto-lei, v.g). 
 
** É possível a medida provisória nas 
Constituições Estaduais. Na Lei Orgânica 
Municipal será possível a previsão de medida 
provisória, desde que a Constituição Estadual 
autorize. 
 
Fiscalização 
1. Noções Gerais: Assim como compete ao 
Poder Legislativo inovar a ordem jurídica, 
também compete a este Poder a fiscalização. 
2. Espécies de Fiscalização: 
a) Econômico-Finaceira: Está prevista nos 
arts. 70 a 75 da CF/88. 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo 
Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno de 
cada Poder. 
 
 
b) Político-Administrativa: Está prevista no 
art. 58 da CF/88. Esta modalidade de 
fiscalização é desempenhada notadamente 
pelas comissões. 
 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas 
terão comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
 
 
Comissão Temático-Material 
1. Noções Gerais: A Constituição não 
disciplinou todas as comissões. Estas são 
previstas nos regimentos internos de cada 
Casa Legislativa. O objetivo das comissões é 
debater as proposições legislativas e fiscalizar. 
Embora todas estas possam realizar 
fiscalização, algumas são nisto especializadas 
(no Senado há a Comissão de Meio Ambiente, 
Consumidor, Fiscalização e Controle, v.g.). 
2. Atribuições das Comissões: As comissões 
podem realizar audiência pública; convidar 
autoridades; convocar Ministros; requisitar 
documentos; realizar auditorias; aprimorar 
projetos de lei. 
Comissão Parlamentar de Inquérito 
1. Noções Gerais: Está prevista no art. 58, § 
3º, da CF/88, que trata de seus requisitos, 
poderes e consequências. Estas possuem 
poderes de investigação próprios das 
autoridades judiciárias. 
 
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas 
terão comissões permanentes e temporárias, 
constituídas na forma e com as atribuições 
previstas no respectivo regimento ou no ato de 
que resultar sua criação. 
(...) 
§ 3º - As comissões parlamentares de 
inquérito, que terão poderes de investigação 
próprios das autoridades judiciais, além de 
outros previstos nos regimentos das 
respectivas Casas, serão criadas pela Câmara 
dos Deputados e pelo Senado Federal, em 
conjunto ou separadamente, mediante 
requerimento de um terço de seus membros, 
para a apuração de fato determinado e por 
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o 
caso, encaminhadas ao Ministério Público, 
para que promova a responsabilidade civil ou 
criminal dos infratores. 
 
 
** No Brasil, tecnicamente, Juiz não investiga, 
uma vez que é adotado o sistema processual 
 
 
 
 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 
Direito Constitucional 
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penal acusatório (a investigação pela 
autoridade