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1. Introdução A cromatografia é excelente para a separação de misturas. Há vários tipos de cromatografia, como: cromatografia líquida, com gás e com gás-espectrometria de massas. A mais utilizada é a líquida, já que ela é a melhor com o custo benefício, ela consiste em colocar uma gota de solução no papel cromatográfico chamado de fase estacionária; coloca-se a parte inferior do papel, no qual se encontra as gotas da soluções, na fase móvel (solvente). Essa fase faz com que os íons presentes nas soluções se movam na fase estacionária. A afinidade química faz com que a fase móvel caminhe mais rapidamente ou mais lentamente na fase estacionária. Quanto maior a distância percorrida pela fase móvel menor será o valor de fator de retenção (Rf). Esse fator de retenção é a divisão entre a distância que o componente (íon) percorreu pela distância que o solvente percorreu (Rf = Dcomponente / Dfase móvel). 2. Objetivos Separar e identificar os componentes de uma mistura contendo cátions metálicos empregando a técnica de cromatografia em papel. Separar e identificar corantes artificiais em canetas hidrocores empregando a técnica de cromatografia em papel. 3. Parte experimental 3.1. Materiais (reagentes, vidrarias, equipamentos, etc) � - Solução 0,2 mol L-1 de Co(NO3)2 - Solução 0,2 mol L-1 de Ni(NO3)2 - Solução 0,2 mol L-1 de Fe(NO3)3 - Solução 0,2 mol L-1 de CuSO4 - Solução desconhecida - Acetona - HCl concentrado -NH4OH concentrado - 1 papel cromatográfico (6,7 cm X 8,6 cm) - 1 Béquer de 600 mL - 1 Vidro de relógio - 5 Tubos capilares - 1 Proveta de 25 mL - 2 Provetas de 10 mL -Canetas hidrocores de cores variadas - Barbante - Fita crepe - Álcool etílico - Papel cromatográfico sem medida - Algodão - Solução de dimetilglioxima - Placa de Petri� 3.2. Métodos Parte 1: Cortou-se o papel cromatográfico (6,7 cm X 8,6 cm). Pingou-se duas vezes as soluções de ferro, cobre, níquel, cobalto e a mistura desconhecida respectivamente. Com o auxilio da proveta de 25 mL adicionou-se 14 mL de acetona no béquer de 600 mL e com a proveta de 10 mL adicionou-se 2 mL de HCl e 2 mL de água destilada nesse mesmo béquer. Com o auxílio da fita crepe colou-se um pedaço de barbante no papel cromatográfico e colocou-se o papel pendurado dentro do béquer com a solução e deixou-se até a fase móvel atingir cerca de 90% do papel. Retirou-se o papel do béquer, colocou-se para secar e riscou-se uma linha até onde a fase móvel atingiu. Na capela colocou-se um algodão em um béquer vazio e molhou-se com hidróxido de amônio. Colocou-se o papel cromatográfico dentro do béquer sem relar no algodão e esperou-se as cores de alguns íons se revelarem. Levou-se o papel para a bancada e borrifou-se a solução de dimetilglioxima, e revelou-se as cores de mais três íons. Deixou-se secar e observou-se que na mistura desconhecida continha ferro e níquel. Marcou-se o centro de cada mancha dos íons, mediu-se a distância e calculou-se o fator de retenção (Rf). Parte 2: Dobrou-se o papel cromatográfico em 8 partes. Furou-se o centro do papel e passou-se um pedaço de barbante. Com as canetas hidrocores fez-se um ponto em cada dobra do papel totalizando 7 pontos de cores diferentes: azul, preto, vermelho, laranja, roxo, amarelo e rosa, respectivamente. Colocou-se uma certa quantidade de álcool na placa de Petri e colocou-se o papel com barbante sobre a placa deixando-se o barbante carregar o álcool até cerca de 90% do papel. 4. Resultados e discussões Parte 1: Tabela 1: Resultado da cromatografia dos íons Íons Distância do componente (cm) Distância da fase móvel (cm) Fator de retenção (Rf) Cor dos íons Métodos de revelação das cores Ferro 4,0 4,5 0,888 Marrom -amarelado Vapor do hidróxido de amônio Cobre 3,7 4,5 0,822 Marrom Vapor do hidróxido de amônio Níquel 1,8 4,7 0,382 Rosa Solução de dimetilglioxima Cobalto 2,9 4,9 0,591 Bege Solução de dimetilglioxima Mistura desconhecida 1,9 e 4,3 5,0 e 5,1 0,38 e 0,843 Rosa e marrom - amarelado Solução de dimetilglioxima e vapor do hidróxido de amônio Modo de calcular Rf: Rf = dcomponente / dsolvente Rf = fator de retenção Dcomponente = distância em que o componente percorreu Dsolvente = distância em que a fase móvel (solvente) percorreu Exemplo: Rf do ferro = 4,0/4,5 = 0,888 Através da tabela observou-se que quanto maior o valor da fase móvel, menor será o valor do fator de retenção, pois constatou-se que são inversamente proporcionais. Além disso, observou-se também que se teve duas formas de revelação dos íons, uma delas foi vapor do hidróxido de amônio (cor do íon de ferro e cobre) e a outra a foi a solução de dimetilglioxima (níquel e cobalto). E através dessa analise de cor e fator de retenção observou-se que na mistura desconhecida continha ferro e níquel. Parte 2: Tabela 2: resultados das cores originadas a partir da cromatografia Cores originais Cores originadas a partir da cromatografia Azul Azul escuro, azul claro e roxo Preto Preto escuro, preto claro e amarelo Vermelho Laranja Laranja Amarelo claro e laranja Roxo Azul escuro, azul claro e rosa Rosa Rosa Amarelo Não se moveu e não originou cores Tabela 3: cálculos do valor de retenção Cores Distância do componente (cm) Distância da fase móvel (cm) Fator de retenção (Rf) Azul escuro (origem azul) 0,5 2,7 0,192 Azul claro (origem azul) 1,5 2,7 0,555 Roxo (origem azul) 2,6 2,7 0,962 Preto claro (origem preto) 0,7 2,4 0,291 Preto escuro (origem preto) 1,8 2,4 0,75 Amarelo (origem preto) 2,3 2,4 0,958 Vermelho (origem vermelho) 0,4 2,2 0,181 Laranja (origem vermelha) 1,3 2,2 0,590 Amarelo claro (origem laranja) 1,5 3,5 0,428 Laranja (origem laranja) 3,0 3,5 0,857 Azul escuro (origem roxo) 0,3 3,1 0,096 Rosa (origem roxo) 1,3 3,1 0,419 Azul claro (origem roxo) 2,5 3,1 0,806 Rosa (origem rosa) 1,6 2,8 0,571 Amarelo (origem amarelo) - - - Modo de calcular Rf: Rf = dcomponente / dsolvente Rf = fator de retenção Dcomponente = distância em que o componente percorreu Dsolvente = distância em que a fase móvel (solvente) percorreu Exemplo Rf azul escuro (origem azul) = 0,5/ 2,7 = 0,192 Através do experimento constatou-se que dependendo da cor pode-se ter mais de um componente presente na sua composição, como mostra a tabela 2. E como observado na tabela 3 cada cor possui um valor de fator de retenção. 5. Conclusão Conclui-se que o valor de retenção é inversamente proporcional ao valor da fase móvel e que cada íon possui uma cor. Porém, uma cor pode ser a mistura de íons, por isso que ao fazer a cromatografia das canetas hidrocores observou-se que elas continham mais de uma cor, ou seja, mais de um tipo de íon. 6. Bibliografia ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química, 3ªed.,Porto Alegre: Bookman,2006. p.422-423 DINELLI, L.R., LIMA, R.G., BOGADO,A.L. Apostila de Aulas Práticas. 7. Anexos 1. Suponha que existam dois componentes, A e B, em uma mistura. A afinidade química de A para a fase estacionária é menor que a de B, enquanto que a afinidade química de A para a fase móvel é maior que a de B. Se a mistura for submetida a cromatografia em papel, qual substância percorrerá maior distância ao final do experimento? Qual substância terá o menor valor de Rf? Explique cada resposta. Resposta: A substância A percorrerá maior distância ao final do experimento, porque ela possui maior afinidade química com a fase móvel do que a substância B. A substância A terá o menor valor de Rf, pois quanto maior a fase móvel menor será o valor o fator de retenção (inversamente proporcionais). 2. a) Se a substância X percorre 4,7 cm durante um experimento de cromatografia em papele a fase móvel percorre 6,6 cm, qual é o valor do Rf dessa substância? Resposta: Rf = 4,7/6,6 =0,712. Portando o valor de Rf seria de 0,712. b) Se a fase móvel tivesse percorrido 9,4 cm, qual seria a distância percorrida pela substância X? Resposta: Rf = 4,7/9,4= 0,5. Portando o valor de Rf seria de 0,5. 3. Por que foi usado um lápis para fazer as marcações no papel cromatográfico e não uma caneta? Explique. Resposta: A tinta da caneta iria interferir na descoberta dos íons, por isso se utilizou-se o lápis. 4. Se a água destilada usada para preparar a solução de HCl neste experimento tivesse passado por um tubo de ferro, o HCl estaria contaminado com FeCl3. Se fosse utilizada uma solução de HCl contaminada com FeCl3 (impureza) como fase móvel, a impureza iria aparecer no cromatograma como uma faixa de cor em toda a extensão do papel e não apenas como uma mancha. Explique por que isso ocorre. Resposta: Porque o ferro contaminaria o papel inteiro, já que não estaria presente somente onde teoricamente teria que ser pingado. 5. A fase móvel começa a percorrer o papel cromatográfico antes da linha de 1 cm marcada como ponto de partida do processo cromatográfico. Com base nisso, estariam errados os valores de Rf calculados para os íons metálicos desse experimento? Resposta: O valor de Rf não estaria errado, pois despreza-se esse 1 cm e pinga-se as soluções acima dessa medida, e a distância usada para calcular o Rf é a partir de onde foi pingado as soluções, sendo assim se a fase móvel percorrer o papel cromatografico antes da linha de 1 cm não irá interferir nos cálculos.
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