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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DE TRABALHO DA COMARCA DE NATAL/RN. SUZANA, nacionalidade, estado civil, empregada doméstica, data de nascimento, inscrito no RG nº, portador da CTPS nº, inscrito no PIS sob o nº, nome da mãe, endereço eletrônico, residente e domiciliado na rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP, vem por seu advogado infra-assinado, procuração anexa, endereço eletrônico, com endereço profissional na rua, nº, bairro, cidade, estado, CEP, onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, § 1º, da CLT c/c art.319 do CPC, propor a presente. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Pelo PROCEDIMENTO SUMARISSIMO, em face da FAMILIA MORAES, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº, endereço eletrônico, com endereço profissional na rua, nº, bairro, Natal, Rio de Grande do Norte, CEP, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA: O reclamante não se submeteu à Comissão de Conciliação Prévia em razão das liminares conferidas nas ADINS 2139 e 2160-5, que fazem prevalecer o artigo 5º, inciso XXXV da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, garantindo assim, acesso à justiça. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça, uma vez que o reclamante percebia remuneração mensal a 40% do teto máximo dos benefícios da previdência social nos termos do art. 790-A, § 3º da CLT e art.98 CPC. DA COMPETENCIA DO JUIZO: É competente este foro para a propositura da devida ação, a prestação de serviço ocorria na cidade de Natal-RN, logo de acordo com a CLT em seu art.651 § 3º. “Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. ” DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURIDICOS: A Reclamante trabalhou na família Moraes durante o período de 15/06/2016 a 15/09/2016, data que ocorreu a baixa em sua CTPS, vale se ressaltar que a reclamante foi contratada a título de experiência por 45 dias, ultrapassando esse prazo de 45 dias que terminaria no dia 30/08/2016, onde nada foi tratado em seguida, tornando seu contrato indeterminado, a mesma realizada todas as atividades no lar, inclusive tinha carga horaria superior há 8 horas, pois trabalhava de 7h ás 16 horas de segunda a sexta, com apenas 30 min de intervalo, ocorrendo de sua jornada de trabalho ser de 8 horas e 30 minutos. A reclamante tinha 10% descontado referente ao seu vale transporte, além dos descontos do INSS e recebia um desconto de 25% sobre o salário referente a alimentação consumida no emprego. Durante uma ocasião a reclamante fez uma viagem para Gramado/RS para exercer a função de babá das 8h às 17h, desfrutando de 1 hora de almoço durante o período de 4 dias, quando ocorreu sua dispensa, a reclamante recebeu as seguintes verbas: férias proporcionais 3/12 avos acrescidas com 1/3 e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Deve ser analisado que o contratado de experiência do reclamante havia um prazo de 45 dias, após o fim do prazo, o reclamado não fez qualquer menção sobre sua prorrogação, logo transformando o contrato por prazo indeterminado, devendo se observar o Art.5, § 2º, da LC 150/15. “Art. 5o O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias. § 2o O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado. “ Logo em decorrência deste fato, deverá ocorrer o pagamento de aviso prévio de 30 dias e os reflexos disso nas férias + 1/3 e 13º Salario, conforme o Art.23, § 1º, da LC 150/15. “Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção. § 1o O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador. “ Deverá ser requerida a devolução do desconto de 25% da alimentação, pois é vedado pelo Art.18, da LC 150/15, e o excesso do desconto do vale transporte, que é de 6% do salário base do trabalhador, conforme parágrafo único do artigo 4º da Lei 7.418/85. “ Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem. Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vale-transporte necessários aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência- trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico. ” Deverá ser concedida uma hora extra diária, em razão da supressão do intervalo de uma hora, nos termos do artigo 13º da LC 150/15 e sumula 437 do TST. “Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. “ “Sumula 437. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. “ Deverá ser exigida, ainda, 30 minutos diários de hora extra, já que a jornada diária da empregada era de 8:30 hs, sem qualquer referência ao acordo para compensação, conforme exigido pelo Art. 2º, § 4º da LC 150/15. “Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei. “ De acordo com o art.11 § 2º, da LC 150/15 poderá ocorrer o pagamento de 25% por hora trabalhada em viagem, percentual que deverá incidir sobre as horas trabalhadas. “Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o. § 2o A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. “ DO PEDIDOS: Em face do exposto, com base na fundamentaçãosupra, é a presente para requerer: 1. Sejam julgados procedentes todos os pedidos formulados pelo reclamante e declarados por sentença. 2. Seja deferido o pedido dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art.98 e seguintes do CPC/2015. 3. A notificação da Reclamada para comparecer à audiência a ser designada, para, querendo, apresentar defesa a presente reclamação e acompanhá-la em todos os seus termos, sob as penas da lei. 4. Seja julgado procedente o pedido de o pedido de aviso prévio de 30 dias com reflexos nas férias +1/3 constitucional e 13º Salario, conforme o art.23, § 1º, da LC 150/15. 5. Seja julgado procedente o pedido de devolução do desconto de 25% da alimentação, pois é vedado pelo Art.18, da LC 150/15, e o excesso do desconto do vale transporte, que é de 6% do salário base do trabalhador, conforme parágrafo único do artigo 4º da Lei 7.418/85 6. Seja julgado procedente o pedido de hora extra diária, em razão da supressão do intervalo de uma hora, nos termos do artigo 13º da LC 150/15 e sumula 437 do TST. 7. Seja julgado procedente os 30 minutos diários de hora extra, sem acordo para compensação conforme exigido no Art. 2ª, parágrafo 4º da LC 150/15. 8. Seja julgado procedente o pedido de pagamento de 25 % por hora trabalhada em viagem, percentual que deverá incidir sobre as horas trabalhadas de acordo com o artigo 11 § 2º, da LC 150/15. 9. Sejam julgados todos os pedidos formulados pela reclamante e declarados por sentença. 10. A condenação do reclamado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da causa. CITAÇÃO: Diante do exposto, requer a Vossa Excelência se digne receber a presente, para que produza seus jurídicos e legais efeitos, seja o reclamado citado por todos os seus termos, para, querendo, contestar a presente, sob pena de revelia e confissão, e, finalmente seja condenado na forma do pedido, acrescido de juros e correção monetária. DAS PROVAS: Requer a produção de provas e direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, pericial e depoimento pessoal do Reclamado, sob pena de confissão. DO VALOR DA CAUSA: Dar-se o valor da causa: Nestes Termos, Pede deferimento Local, (dia) de (mês) de (ano) Nome do Advogado OAB/UF
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