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Retrospecto histórico da relação do homem com o trabalho Intervenção na natureza para a produção de bens em decorrência de novas necessidades Relações sociais Profª Ms. RILMA BENTO Organização do trabalho em sociedade • Era dos Deuses (a.C.) – sistema de crenças em poderes sobrenaturais • Detentores do “conhecimento” manipulavam os menos informados com crenças e fenômenos da natureza que amedrontavam a humanidade • Conhecimento não vinculado à fenômenos sobrenaturais eram recusados e seus teóricos eram condenados • Mudança importante - René Descartes (racionalismo) só devemos aceitar como verdadeiro o que tiver comprovação científica Profª Ms. RILMA BENTO Retrospecto histórico da relação do homem com o trabalho • Ao longo da história da humanidade o homem desenvolveu seus conhecimentos ajustando-se às suas necessidades de sobrevivência em função da evolução da espécie • Guerras uma das primeiras consequências da civilização • Assim que os homens se reuniram em comunidades organizadas, ao longo dos vales dos rios, começaram a criar riquezas que outros cobiçaram: para se protegerem, ou se apoderarem do território dos seus vizinhos, tiveram que se armar e se unir. Profª Ms. RILMA BENTO Retrospecto histórico da relação do homem com o trabalho • Antes da Revolução Industrial o homem realizava o seu serviço em todas as suas etapas e as tarefas completas, executadas pela mesma pessoa • Assim, o carpinteiro, além de vender o que fazia, estava envolvido na preparação de sua matéria-prima, inclusive derrubando árvores • Durante a economia medieval tanto na conduta pessoal como na economia as regras morais eram obrigatórias. A usura era proibida e os lucros não deviam exceder os ganhos do trabalho profissional Profª Ms. RILMA BENTO Modos de produção Profª Ms. RILMA BENTO QUADRO I : FASES HISTÓRICAS APRESENTADAS POR LEWIN MUNFORD TRÊS FASES HISTÓRICAS - LEWIN MUNFORD FASES EOTÉCNICA OU MEDIEVAL PALEOTÉCNICA (REVOLUÇÃO INDUSTRIAL) NEOTÉCNICA OU MODERNA Período 1000 a 1750 1750 a 1900 1900 em diante Materiais e Fonte de energia Energia hidráulica e Madeira Vento e água Uso da força animal Carvão e ferro Motor a vapor Eletricidade e ligas Características População: Senhor feudal, artesãos (mestre, aprendiz e diarista) Poder da religião (católica) Relações primárias (afetivas; divisão social vista com naturalidade) Status rigidamente definido Trabalho para o bem comum; sem usura. Idéia de Justo Preço Deficiências: rigidez e falta de iniciativa Sistema fabril Necessidade de suprimento de capital e trabalho O trabalho passa a se desligar do contexto social Desenvolvimento do sistema em: S.A. e corporações ; Sindicatos. Individualismo e competitividade Mobilidade social Técnica de produção em massa Crescimento da grande empresa industrial Visão do empregador de que ninguém possui habilidade especial O homem é divorciado do produto e dos meios de produção Idéia de que a organização é que produz e não o indivíduo Problemas de relações humanas na indústria • Máquina a vapor de James Watt – início da utilização da energia a vapor coincidiu com o nascimento da indústria têxtil. Surgimento da Revolução Industrial (Inglaterra – Séc XVIII): • Substituição da força humana e da água pela força mecanizada • Estabelecimento do sistema fabril Profª Ms. RILMA BENTO Revolução Industrial • Vasto progresso tecnológico e científico e, • pela primeira vez na história humana, tornava-se teoricamente possível suprir as necessidades básicas de toda a população • O incremento da riqueza levou à desintegração das ideias de “justo preço” e justiça social, como eram antes definidas. Profª Ms. RILMA BENTO Revolução Industrial Revolução Industrial causou consideráveis mudanças na sociedade “Em contraste com o sistema feudal da idade Média, no qual cada indivíduo tinha seu lugar fixo num sistema ordenado e transparente, a economia capitalista deixava o indivíduo entregue a si mesmo”. Profª Ms. RILMA BENTO Sistema Capitalista • 1750 aperfeiçoamento do motor a vapor tornou possível a fabricação em grande escala e demandou maiores suprimentos de capital e trabalho • 1976 criaram-se novas regras de trabalho no contexto social • Não sendo parte integrante da vida do operário, destituído de significado, o trabalho passa a ser evitado sempre que possível. Profª Ms. RILMA BENTO Desinteresse pelo Trabalho • O empregador não adquiria o trabalhador, e sim o seu trabalho • portanto a saúde ou as condições de vida do trabalhador eram assunto pessoal deste • Durante os primeiros anos da Revolução Industrial as máquinas eram melhor cuidadas que os trabalhadores • Os trabalhadores podiam ser substituídos quando desgastados, enquanto as máquinas eram mais difíceis de se repor. Profª Ms. RILMA BENTO Desinteresse pelo Trabalho • O proprietário individual começou a desaparecer em muitas indústrias • uma classe de administradores surgiu para dirigir indústrias que eles próprios não possuíam • Os trabalhadores começaram a reunir-se em sindicatos para • pressionar os administradores para a melhoria de suas condições de trabalho Profª Ms. RILMA BENTO Surgimento de Classes • a carga horária do trabalho se apresentava com 12, 14 ou mesmo 16 horas diárias • o emprego de crianças na produção industrial, algumas vezes a partir de três anos de idade • os salários baixos e os períodos de desemprego punham imediatamente em perigo a sobrevivência da família Profª Ms. RILMA BENTO Características do período de desenvolvimento do capitalismo industrial • a falta de higiene, a promiscuidade, esgotamento físico, acidentes de trabalho, subalimentação, • potencializavam condições de alta mortalidade, morbidade (conjunto de casos de uma mesma doença; agravos a saúde de um grupo) e de uma longevidade reduzida • (1991) redução da jornada de trabalho para 8 horas por dia Profª Ms. RILMA BENTO Características do período de desenvolvimento do capitalismo industrial • burocratização e rotinização da vida em geral • grupos de famílias abandonaram a autonomia de trabalhar nas suas casas e oficinas para trabalhar em atividades que exigiam relativamente pouca habilidade, em ambientes fabris • os donos das fábricas e os seus engenheiros perceberam que a operação eficiente das suas novas máquinas, requeria grandes mudanças no planejamento e controle do trabalho. Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças em virtude da Revolução Industrial • A divisão do trabalho tornou-se intensa e crescentemente especializada • Para aumentar a eficiência os fabricantes reduziam a liberdade de ação dos trabalhadores em favor do controle exercido por suas máquinas e supervisores • Procedimentos e técnicas foram também introduzidos para disciplinar os trabalhadores para aceitarem a nova e rigorosa rotina de produção na fabrica. Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças em virtude da Revolução Industrial • Podemos ver agora mais claramente, as origens históricas de muitos dos problemas modernos • Foi a forma de transformar o trabalho em mercadoria • que ocasionou tal ruptura • atualmente observamos uma série de estratégias defensivas sendo postas em prática pelos trabalhadores • para conseguirem melhor sobrevivência em relação às exigências impostas pelo ambiente de trabalho Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças em virtude da Revolução Industrial • Técnica da produção em massa – Henri Ford – princípio na produção do seu modelo T, numa fábrica em Detroi • na organização da produção em massa, ninguém possui uma habilidade essencial • Crescimentoda grande empresa industrial - o trabalhador está agora completamente divorciado do produto e dos meios de produção • Sem a organização fabril, o trabalhador por si mesmo, nada pode fazer; já que no sistema moderno é a organização que produz e não o indivíduo Profª Ms. RILMA BENTO Teorias da Administração – Administração Clássica Max Weber • Concluiu que as formas burocráticas rotinizam os processos de administração exatamente como a máquina rotiniza a produção. • Burocracia como uma forma de organização que enfatiza a precisão, rapidez, clareza, regularidade, a confiabilidade e a eficiência • atingidas através da criação de uma divisão de tarefas fixas, supervisão hierárquica, regras detalhadas e regulamentos Profª Ms. RILMA BENTO Max Weber –Teoria da Burocracia • “Qual a melhor forma de fazer um determinado trabalho?” • surgimento de métodos adequados para realizar e ensinar as condições para desenvolver a tarefa • defendeu o uso de estudos de tempos e movimentos como meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho • Métodos para simplificar e especializar a tarefa e pagamento por peça produzida Profª Ms. RILMA BENTO Administração Científica – Taylor (1895) • Transfira toda a responsabilidade da organização do trabalho do trabalhador para o gerente. Os gerentes devem pensar a respeito de tudo o que se relaciona com o planejamento e a organização do trabalho, deixando aos trabalhadores a tarefa de implementar isso na prática • Use métodos científicos para determinar a forma mais eficiente de fazer o trabalho. Planeje a tarefa do trabalhador de maneira correta, especificando com precisão a forma pela qual o trabalho deva ser feito Profª Ms. RILMA BENTO Cinco princípios básicos de Taylor • Selecione a melhor pessoa para desempenhar o cargo, assim especificado • Treine o trabalhador para fazer o trabalho eficientemente • Fiscalize o desempenho do trabalhador para assegurar que os procedimentos apropriados de trabalho sejam seguidos e que os resultados adequados sejam atingidos Profª Ms. RILMA BENTO Cinco princípios básicos de Taylor • Taylorismo na atualidade: racionalização e rotinização na nossa vida pessoal • treinamos e desenvolvemos capacidades especializadas de pensamento e ação • modelamos os nossos organismos para se conformarem com ideais preconcebidos • Sob a influência do mesmo tipo de mecanismo que tornou o taylorismo tão poderoso frequentemente buscamos tratar a nós mesmos como se fôssemos máquinas Profª Ms. RILMA BENTO Taylorismo na atualidade • O enfoque mecanicista da organização limita o desenvolvimento das capacidades humanas • modela os seres humanos para servirem aos requisitos da organização mecanicista • Vida organizacional é rotinizada com a precisão exigida de um relógio. (horário para realizar a atividade, para descansar e para concluir o trabalho). Profª Ms. RILMA BENTO Enfoque Mecanicista • A partir da década de 50 muitos autores da área do comportamento organizacional preocuparam-se em oferecer referenciais para a aferição da motivação e satisfação no trabalho, tais como Elton Mayo, Maslow, Herzberg, McGregor, Mclelland, entre outros Profª Ms. RILMA BENTO Novas Concepções • 1- a influência do Japão como potência industrial; • 2- a eleição da qualidade e da produtividade como alvos maiores a serem atingidos pelas empresas, como forma de progresso e mesmo de sobrevivência • 3- a unificação dos mercados da América do Norte, da Europa e da América do Sul. Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças na relação Homem-Trabalho Segundo Guidens (1994) • nós estamos em um período de evidente transição – e o nós aqui não se refere somente ao ocidente, mas ao mundo todo • estamos num momento de revolução, criando e alterando várias tradições em função da globalização Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças na relação Homem-Trabalho • As mudanças também repercutem na gestão de Recursos Humanos • visto que as políticas adotadas pelas empresas brasileiras nos últimos anos • encontram-se baseadas nos modelos propostos pelas empresas mais lucrativas do Primeiro Mundo que, • por sua vez, têm encontrado no Modelo Japonês a sua fonte máxima de inspiração. Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças na relação Homem-Trabalho • mudanças na organização geral da empresa: voltada a resultados e menos calcada em especialidades (a terceirização) a redução de níveis hierárquicos, a redivisão das áreas de competência (diretorias, departamentos etc.), integração das áreas, particularmente projeto do produto, vendas e produção; • mudanças na organização da produção: aumento do giro de capital e redução de estoques, numa situação de produtos variáveis ao longo do tempo Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças na relação entre as empresas • tendência do abandono relativo das noções de tarefa e de posto de trabalho. • junção de atividades de operação, inspeção de qualidade • operação pode ter a função não só de atuar rapidamente sobre as disfunções, imprevistos ou acidentes, mas também de prevení-los, antecipando ações corretivas, de forma a não paralisar ou comprometer o fluxo produtivo. Profª Ms. RILMA BENTO Mudanças na organização do trabalho • Historicamente, as relações de trabalho foram se tornando cada vez mais mecânicas e impessoais, exigindo o aperfeiçoamento para aumentar a produção e evitar problemas • Percebe-se que os problemas de crescimento organizacional têm tido estreita ligação com os problemas de adaptação e gerência de mudança • A mudança tecnológica que se processa com rapidez incrível, cria constantes problemas de obsolescência, e as mudanças sociais e políticas criam uma constante demanda de novos serviços e expansão dos serviços já existentes Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • Frente à imprevisibilidade das transformações no mundo do trabalho • as organizações têm necessitado desenvolver flexibilidade e capacidade de enfrentar uma série de problemas novos e • essas características residem em última análise nos recursos humanos das organizações Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • Grande parte da atual mudança tecnológica e social é imprevisível. Mas a capacidade humana de lidar com a imprevisibilidade é limitada e muito mais no que se refere à sobrevivência. • Diante dessa situação de impossibilidade de previsão do futuro • os indivíduos sentem ansiedade frente à sua própria perspectiva de desenvolvimento pessoal, profissional, de carreira e até de permanência no emprego Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • No trabalho diário, o trabalhador lida com o compromisso do acerto e, por outro lado, com a tensão e a possibilidade do erro. • Quais sentimentos de temor são mobilizados diante do receio de fracassar? • Será que todos suportam - mantendo seu equilíbrio psíquico e psicossomático - o desafio de ser "excelente" ou de cair na situação de “funcionário descartável”? Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • O acúmulo de responsabilidades e o medo de errar podem gerar bloqueios internos, reduzindo a capacidade de expressão espontânea. • A empresa espera do profissional a perfeição, e o indivíduo sobrecarrega-se para responder da melhor forma possível às solicitações • A exigência do mercado pela competência e o desenvolvimento do autocontrole do trabalhador • repercutem em um clima de grande tensão nas relações de trabalho e na relação do homem com o trabalho. Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • Hoje, a competitividade é determinante fundamental da relação do homem com o trabalho • A sociedade em que vivemos é altamente competitiva, tendo como valores maioresa organização, a competência e a produtividade • excluindo todos os que não se enquadram nesses valores Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • À medida em que o campo da Psicologia Organizacional e do Trabalho se desenvolve • torna-se cada vez mais claro que a solidez e a eficiência de uma organização dependem • de sua capacidade de diagnosticar seus próprios problemas e desenvolver suas próprias soluções • Torna-se necessário ao psicólogo do trabalho ser um agente de mudança Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir • A humanização do trabalho deve abranger também a busca de novas formas de organização do trabalho • em que não seja necessário exercer controles rígidos sobre cada atividade • o homem deve exercitar suas habilidades, com o sentido de auto-realização • tornando a relação do homem com seu trabalho mais criativa e saudável Profª Ms. RILMA BENTO Para refletir Desafio: pensar na proposta de se utilizar a flexibilidade das empresas como uma boa estratégia para humanizar o trabalho Profª Ms. RILMA BENTO Desafio Profª Ms. RILMA BENTO Desafio Referências ZAVATTARO, Hely Aparecida. Retrospecto histórico da relação do homem com o trabalho. São Paulo, UNIP, 2003. 46 p. (Coleção Cadernos de Estudos e Pesquisas – UNIP: série didática, v.9, n. 2-001/03).
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