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Cardápios infantis na prática de consultórios e escolas Vivian Zollar Recomendações nutricionais Em um passado não muito distante... Maior preocupação com: Desnutrição infantil Deficiências nutricionais específicas ANEMIA HIPOVITAMINOSE A ... Com a transição nutricional... Kwashiorkor Marasmo Sobrepeso/ Obesidade CORREÇÃO DO DÉFICIT ESTATURAL ... Com a transição nutricional... Numa visão simplista, a transição nutricional pode ser configurada como um processo que seria caracterizado por quatro etapas: (a) desaparecimento, como evento epidemiológico significativo, do “kwashiorkor”, ou desnutri- ção edematosa, aguda e grave, com elevada mortalidade, quase sempre precipitada por uma doença infecciosa de elevado impacto patogênico, como o sarampo, atuando sobre uma criança já previamente desnutrida; (b) desaparecimento do marasmo nutricional, caracterizado pela perda elevada e até extrema dos tecidos moles (massa adiposa e muscular, principalmente), de instalação lenta, habitualmente associado a doenças infecciosas de duração prolongada, como a otite crônica, pielonefrites, tuberculose, diarréias protraídas e extensas piodermites; (c) a terceira fase teria como representação o aparecimento do binômio sobrepeso/obesidade, em escala populacional e (d) a última etapa da transição, se configura na correção do déficit estatural. Seria o capítulo conclusivo do processo, só podendo ser avaliado mediante seu seguimento numa perspectiva de tendências seculares. Batista Filho & Rissini, 2003 ... Os tempos estão mudando... ... Os tempos estão mudando... ... Os tempos estão mudando... ... O ideal... ... A realidade frequente... Recomendações atuais visam... • Redução do risco de DCNT • Melhora qualitativa • Atenção especial ao excesso de peso • Qualidade de vida Fatores que impactam nas necessidades nutricionais Desenvolvimento Crescimento Fatores que impactam nas necessidades nutricionais Fatores que impactam nas necessidades nutricionais Recomendações atuais Recomendações atuais DRI IDR DRI DRI DRI Recomendações atuais • Guia alimentar Recomendações atuais Introdução alimentar 1000 dias ???? 270 dias 365 dias 365 dias+ + Importância • Impacto na saúde futura • Formação de hábitos alimentares • Redução do risco de DCNT Janelas de oportunidades Nutrição adequada Crescimento Saúde a longo prazo Aspectos sociais Aprendizado Importância Imprinting metabólico Influência na expressão genética Condições ambientais Experiências nutricionais Importância Restrição alimentar até 5 meses pós parto x Número de adipócitos (compostos bioativos) Importância Aleitamento materno: composição relacionada com número/ tamanho dos adipócitos, regulação do metabolismo energético (compostos bioativos) Aleitamento materno • Aspectos comportamentais positivos que favorecem a introdução dos alimentos de forma mais tranquila • Melhor desenvolvimento da regulação da ingestão energética e dos mecanismos de fome e saciedade Aleitamento materno • Dieta materna x Sabor de leite materno • Melhor aceitação da alimentação complementar com introdução adequada Importante saber... Capítulo – Infância e adolescência – Livro Nutrição comportamental Introdução alimentar • Requerimentos de ferro e zinco elevados no 1º ano de vida • Cerca de 50 a 70% do zinco e 70 - 80% do ferro -> proveniente da alimentação complementar Introdução alimentar • DRI – Ingestão hídrica • 0 - 6 m = 700mL • 7 - 12 m = 800 mL incluindo leite materno, fórmula e alimentação complementar Introdução alimentar • Esquema de introdução de alimentação complementar (SBP, 2012) 0-6 meses Leite materno 6 meses Fruta -> manhã ou tarde Papa principal -> 1x/ dia 7 meses Papa principal -> 2x/ dia 9-10 meses Alimentação próxima da família > 12 meses + Dois lanches ao dia: com fruta ou leite Oferecer frutas como sobremesa Introdução alimentar SBP, 2012 Não adicionar sal Introduzir glúten 6-7m Ovo e peixe a partir de 6m Sucos -> devem ser evitados -> limite diário 100 ml/ dia “O óleo vegetal (preferencialmente de soja ou canola) deve ser usado na proporção de 3 a 3,5 mL por 100 mL ou 100 g da preparação pronta” Carne -> 50 a 70 g/dia (para duas papas) Introdução alimentar SBP, 2012 Introdução alimentar Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, Ed Ministério da Saúde, 2009. 112p. Após completar 6 meses Após completar 7 meses Após completar 12 meses Aleitamento materno sob livre demanda - Papa de frutas no meio da manhã - Papa principal no final da manhã - Papa de frutas no meio da tarde Aleitamento materno sob livre demanda - Papa de frutas no meio da manhã - Papa principal no final da manhã - Papa de frutas no meio da tarde - Papa principal no final da tarde Aleitamento materno sob livre demanda - Refeição pela manhã (pão ou fruta com aveia) - Fruta - Refeição básica da família no final da manhã - Fruta - Refeição básica da família no final da tarde Introdução alimentar Introdução alimentar • Academia Americana de Pediatria (AAP): Não servir sucos no primeiro ano de vida 1 a 3 anos -> 100 a 150 ml/ dia > 3 anos limite de 250 ml/ dia BLW • Baby lead weaning • Método criado pela britânica Gill Rapley - consultora em saúde e autora do livro Baby-led Weaning: Helping Your Baby To Love Good Food BLW • Características do método Pré requisito: Amamentação em livre demanda Bebê deve apresentar maturidade física para ficar sentado enquanto se alimenta Alimentação por sólidos, iniciada em pequenos pedaços BLW Foto: Blog Tá na hora do papá BLW Foto: Internet BLW Questionamento: Valor nutricional??? Foto: Internet Introdução alimentar participativa Foto: Vivian Zollar Introdução alimentar participativa Foto: Vivian Zollar Material para consulta Material para consulta Material para consulta Quanto oferecer? REFEIÇÃO SUCO SOBREMESA ± 400 ml ± 150 ml ± 180 ml Capacidade gástrica de um bebê 20-30 ml/ kg de peso Quanto oferecer? Quanto oferecer? Introdução alimentar PRÁTICA Pré escolares e escolares O que interfere no consumo infantil? Alterações na dinâmica familiar • Tensão familiar • Falta de limites • Mudanças de rotinas • Falecimento na família • Nascimento de irmão • Separação dos pais Kachani et al, 2005 Alterações na dinâmica familiar • Condições ambientais físicas desagradáveis: • Higiene precária (em especial se a criança frequentar escola, pois haverá “comparação do ambiente da alimentação”, podendo a mesma recusar se alimentar em casa) • Ausência de espaço e utensílios adequados para a alimentação • Desacerto entre horários de sono e/ou escolares e horário de alimentação. Kachani et al, 2005 Estilo parental Aspectos comportamentais • Postura da família -> exemplo • Momento da refeição • Comer intuitivo • Maneira de encarar a hora da refeição • Disponibilidade de alimentos O que contribui para inapetência do pré escolar? • Maior interesse pelo ambiente • Ansiedade dos pais • Substituição da alimentação sólida por outras de maior aceitação • Horários muito rígidos de alimentação Dificuldades alimentares • Mais frequentes Seletividade Neofobia Anorexia Construindo hábitos alimentaressaudáveis Como, quando e quanto oferecer? Recomendações para prática dietética • Intervalos de 2 a 3 horas entre o consumo de alimentos e as refeições • Menor volume e maior fracionamento = 6 ref • Não substituir refeições • Oferecer legumes e verduras nas refeições mesmo que a criança não aceite • Porções adequadas às necessidades nutricionais Recomendações nutricionais Atividade física Valor usual Meninos Valor usual Meninas Sedentário 1,0 1,0 Pouco ativo 1,13 1,16 Ativo 1,26 1,31 Muito ativo 1,42 1,56 Energia - IOM Meninos de 3 à 8 anos EER = 88,5 – (61,9 x idade) + CAF x (26,7 x peso + 903 + estatura) + 20 Meninas de 3 à 8 anos EER = 135,3 – (30,8 x idade) + CAF x (10 x peso + 934 x estatura) + 20 Sendo: Idade em anos CAF – Fator atividade Peso em kg Estatura em metros Para o cálculo do coeficiente de atividade física (CAF) adotar a tabela : Distribuição dos macronutrientes Carboidratos – 45 – 65% Proteínas* – 5 – 20% Lipídeos – 25 – 35% * Para crianças a partir de 9 anos a recomendação passa a ser de 10 a 30% do VET para proteínas (SBP e ADA) Refeição % VET Café da manhã 15 Colação 5 Almoço 35 Lanche 15 Jantar 30 Micronutrientes DRIs (1997 e 2001) • Cálcio – 800 mg • Vitamina C – 25 mg • Ferro – 10 mg • Zinco – 5 mg Fibras – 25 a 31 g / dia Cardápios para pré escolares e escolares PRÁTICA A ESCOLA Papel da alimentação escolar • Formação biopsicossocial • Aprendizagem • Formação de práticas alimentares saudáveis Papel da alimentação escolar Formação de práticas alimentares saudáveis • Escola - espaço de aprendizagem • Cardápio: é uma forma de promover educação alimentar! Cardápio e Educação alimentar Primeiro passo para aprender a comer bem... • Oferta de alimentos variados • Respeito aos hábitos regionais, tradição e cultura • Incentivo à hábitos saudáveis Cardápio e Educação alimentar Primeiro passo para aprender a comer bem... • Capacitação do pessoal envolvido • Currículo escolar – eixos temáticos Atenção! O que não fazer... Atenção! O que não fazer... Atenção! O que não fazer... Critérios para elaboração Leis da Alimentação • 1ª Lei – Quantidade: A quantidade de alimento deve ser suficiente para cobrir as exigências energéticas do organismo e manter em equilíbrio o seu balanço. • 2ª Lei – Qualidade: O regime alimentar deve ser completo em sua composição. O regime completo inclui todos os nutrientes, que devem ser ingeridos diariamente. Leis da Alimentação • 3ª Lei – Harmonia: Quantidades dos diversos nutrientes que integram a alimentação devem guardar uma relação de proporção entre si. • 4ª Lei – Adequação: Deve atender às necessidades fisiológicas e particularidades da faixa etária Cardápios para escolas Rede pública • PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar RESOLUÇÃO Nº 26 DE 17 DE JUNHO DE 2013 Rede pública • Mínimo de 3 porções ou 200 g de frutas e hortaliças / semana • < 10% VET – açúcar • 15 – 30% VET – gordura total • < 10% VET – gordura saturada • < 1% VET – gordura trans Rede pública Sódio • 400 mg período parcial – 1 refeição • 600 mg – período parcial • 1400 mg – período integral Rede pública Rede pública Rede pública Rede pública Rede pública Nota Técnica nº 01/2014 – COSAN/CGPAE/DIRAE/FNDE • Restrição da oferta de doces e preparações doces na alimentação escolar Art. 16. Parágrafo único. A oferta de doces e/ou preparações doces fica limitada a duas porções por semana, equivalente a 110 kcal/porção. Próximo passo... Escolha dos alimentos Aquisição de alimentos Rede pública •Licitação •Atenção aos editais! Rede privada •Comércio varejista •Desenvolvimento de fornecedores Aquisição de alimentos • Perfil microbiológico • Avaliação técnica • Fornecedores • Perfil nutricional • Disponibilidade de alimentos Safras Composição Segurança dos alimentos Procedência Tabela de safras • Melhor qualidade • Menor custo • Maior disponibilidade Alimentos Alimentos Alimentos Alimentos De olho no rótulo! Receituário padrão • Nome da preparação • Ingredientes • Modo de preparo • Rendimento Ficha técnica – Resolução nº26 §7º Os cardápios, elaborados a partir de Fichas Técnicas de Preparo, deverão conter informações sobre o tipo de refeição, o nome da preparação, os ingredientes que a compõe e sua consistência, bem como informações nutricionais de energia, macronutrientes, micronutrientes prioritários (vitaminas A e C, magnésio, ferro, zinco e cálcio) e fibras. Os cardápios devem apresentar, ainda, a identificação (nome e CRN) e a assinatura do nutricionista responsável por sua elaboração. Cardápios para escolas PRÁTICA Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Foto: Karine Durães Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Foto: Karine Durães Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Foto: Karine Durães • Combinações diferentes, utilização de fruta seca para adoçar receitas Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis Escondidinho de inhame com carne, cenoura e espinafre Foto: Karine Durães Técnicas dietéticas e culinárias aplicadas à cardápios infantis • Como servir folhas? Sobremesas para bebês Variação? Foto: Karine Durães Manjar baby • Receitas • 1 coco seco • ½ xicara de suco de maçã • 1 colher de chá de agar agar • Água morna (o suficiente) • Como fazer: Tire o coco da casca e descasque a parte marrom. Corte em pequenos pedaços e coloque no liquidificador e cubra de água morna. Bata por 5 minutos. Coe o liquido. Deixe esfriar. Coloque o suco de maçã e ½ xícara do leite de coco frio em uma panelinha. Leve ao fogo, junte o agar agar e com uma colher mexa sem parar até levantar fervura. Coloque em forminhas e deixe fora da geladeira por duas horas. Para a calda: 4 ameixas secas sem caroço 100 mls de água Hidrate as ameixas por trinta minutos em 100 mls . Leve ao fogo até levantar fervura. Desligue o fogo. Tire as ameixas e amasse com um garfo. Volte as ameixas amassadas para a panela e deixe em fogo baixo até engrossar. Deixe esfriar Desenforme o Manjar e pingue um pouco de calda. Foto: Karine Durães Foto: Karine Durães Doce de abóbora • Ralar abóbora (seca ou japonesa) • Levar para cozinhar com suco de maçã e uma pitada de canela até amolecer Foto: Karine Durães Gelatina saudável Foto: Karine Durães Gelatina saudável • Usar gelatina incolor ou AgarAgar • Hidratar com suco de uva integral ou suco de laranja lima e deixar endurecer na geladeira Foto: Karine Durães Papinha de banana com leite de coco Cortar banana nanica, deixar cozinhar com um pouco de leite de coco e canela Foto: Karine Durães Creme de maçã com damasco Ingredientes ✔️1 maçã ralada ✔️4 damascos picados ✔️2 1/2 colheres de sopa de aveia em flocos ✔️1 1/2 colher de água✔️1 colher de chá de gengibre em pó ✔️1 colher de chá de canela em pó Como fazer Leve a água para uma panelinha. ✔️Espere aquecer e a maçã e os damascos e abaixe o fogo. ✔️Mexa por alguns minutos para o calor soltar os sabores das frutas. ✔️Junte a aveia e mexa até engrossar. ✔️Junte o gengibre e a canela . Foto: Karine Durães Foto: Karine Durães Curau baby Ingredientes:✔️6 espigas grandes (700g aproximadamente) – ✔️1l de suco integral de maça ou uva ✔️10 mls de óleo de côco ✔️1 pitada de sal ✔️Canela em pó para decorar Como fazer? ✔️Retire a casca e os “cabelos” das espigas de milho. ✔️Lave e debulhe os grãos.✔️ Em um liquidificador, bata os grãos com a metade do suco por dois minutos. ✔️Coe em uma peneira fina. ✔️Leve o preparado para uma panela e acrescente o restante do suco, junte o óleo e cozinhe em fogo alto sem parar de mexer. ✔️Assim que engrossar, junte o sal, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 15 minutos mexendo constantemente. ✔️Quando estiver soltando o fundo está pronto. Deixe enfriar em um refratário. Finalize com a canela em pó. Sirva frio Foto: Karine Durães Importante! • Variedade x Preparações simples • Criatividade! Nomes divertidos... • Suco Banarujá (banana com maracujá) • Mousse do Shrek (creme de abacate com limão) • Vitamina do Solzinho (leite, laranja e cenoura) Importante! • Inovação nas receitas • Técnica dietética & Gastronomia • Apresentação Receita de sucesso... • Uma boa dose de carinho pelo que faz • Pitadas de ousadia • Um punhado – generoso – de comprometimento • Salpique empatia • E coloque tudo sobre bases técnicas e científicas • Misture tudo com dedicação Vivian Zollar Obrigada! vivian@qualyfood.com.br Facebook.com/qualyfood Instagram: @qualyfood
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