Buscar

03. ART. 123 INFANTICÍDIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Professor Juliano Oliveira Almeida 
ANOTAÇÕES DE AULA - Direito Penal Parte Especial - Email: � HYPERLINK "mailto:jjuliaanno@hotmail.com" �jjuliaanno@hotmail.com�
APOSTILA 04 – Art. 123 Infanticídio
ART. 123 INFANTICÍDIO �
 INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
É o homicídio praticado pela genitora contra o próprio filho, influenciada pelo estado puerperal, durante ou logo após o parto.
Existem três critérios que são utilizados pelas legislações para a CONCEITUAÇÃO LEGAL DO INFANTICÍDIO, de modo a distingui­-lo de um homicídio comum. São eles:
a) Critério Psicológico – descreve o infanticídio tendo em vista a honra, ou seja, a prática do crime se dá para o fim específico de “ocultar desonra própria”. Era o modelo do Código Penal de 1890.
b) Critério Fisiopsicológico – neste caso não é levada em consideração a honra, mas sim a influência do estado puerperal. Este é o critério adotado pelo Código Penal em vigor.
c) Critério Misto – levam­-se em conta o motivo de honra e o estado puerperal. Há necessidade do concurso desses dois requisitos para que ocorra infanticídio e não homicídio; a falta de qualquer um deles desnatura o infanticídio. 
Objetividade jurídica
Tratando­-se de crime contra a vida, é a vida do neonato ou nascente.
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
Art. 121 – “Matar alguém”
Art. 123 – “Matar alguém”
Temos dados essenciais que especializam o crime de infanticídio:
> Matar, sob a influência do estado puerperal, 
> o próprio filho, 
> durante o parto ou logo após:
Conceito de estado puerperal
O estado puerperal é um conjunto de fatores biológicos, físicos e psicológicos que influenciam a parturiente, podendo causar­-lhe alterações psíquicas. A mãe em estado puerperal pode apresentar depressão, não aceitando a criança, não desejando ou aceitando amamentá-la, e ela também fica sem se alimentar. As vezes a mãe fica em crise psicótica, violenta, e pode até matar a criança, caracterizando crime de infanticídio (cf. art. 123, CP).
Sujeito ativo e concurso de agentes
O infanticídio é crime próprio, só podendo ser praticado pela mãe da vítima. 
Questão relevante é aquela a respeito da tipificação adequada da conduta daquele que colabora na prática de um infanticídio. Deveria esse terceiro responder por homicídio ou por infanticídio em concurso de agentes?
DOUTRINA MAJORITÁRIA: Com base no disposto no art. 30, CP, afirmam que responde o colaborador por infanticídio porque as condições pessoais no caso (mãe e estado puerperal) são comunicáveis. 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, SALVO quando ELEMENTARES do crime.
Três situações para análise:
a) a mãe e o médico EXECUTAM o núcleo matar o neonato.
Mãe e médico são COAUTORES de infanticídio.
b) a mãe, AUXILIADA pelo médico, SOZINHA, executa o verbo matar.
Mãe e AUTORA e o médico PARTICIPE do crime de infanticídio.
c) o médico, INDUZIDO pela parturiente, isolado, EXECUTA a ação matar.
Os DOIS RESPONDEM por INFANTICÍDIO. 
SUJEITO PASSIVO
É o nascente ou neonato. Valem aqui as observações feitas com relação ao homicídio. O que importa é que nasça com vida (não interessa se é viável, saudável, normal, anormal etc.).
TIPO OBJETIVO
A conduta típica é “matar” e pode ser realizada por qualquer meio idôneo (Crime de Forma Livre). Sendo o sujeito passivo natimorto tratar­-se­-á de crime impossível nos estritos termos do art. 17, CP.
São elementos do crime:
a) a própria mãe mata o filho;
b) influência do estado puerperal;
c) elemento temporal: durante o parto ou logo após.
Com relação a esse elemento temporal há certa controvérsia sobre o prazo durante o qual se configura infanticídio e não homicídio. O Código Penal de 1890 estabelecia um prazo máximo de 7 dias após o parto para se considerar a mãe sob influência do estado puerperal. 
Na verdade, como a lei não fixa prazo, ficará ao prudente arbítrio do juiz a análise do caso concreto.
TIPO SUBJETIVO
O elemento subjetivo do infanticídio é o dolo, não havendo previsão de forma culposa. 
Inobstante a falta de previsão legal, pode ocorrer que a mãe, sob influên­cia do estado puerperal, provoque a morte do próprio filho recém­-nascido por conduta culposa. Neste caso, ante a inexistência de previsão do tipo culposo, como seria solucionada a questão?
Sobre o tema a doutrina se divide:
A maioria dos estudiosos diz que se pode responsabilizar a mãe nesses casos por HOMICÍDIO CULPOSO, porque embora sob influência do estado puerperal, ela não deixa de ter responsabilidade penal. 
Outros autores, em minoria, afirmam que se trata de FATO ATÍPICO, não respondendo a genitora por crime algum. 
Consumação e tentativa
Consuma­-se o crime com a morte do nascente ou neonato. É possível a tentativa.
QUESTÕES INTERESSANTES
a) Distinção entre o INFANTICÍDIO E O ABORTO – diferem porque o aborto só pode ocorrer antes do início do parto. Após este marco, ocorre homicídio ou infanticídio, conforme o caso.
b) Distinção entre INFANTICÍDIO E EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM­-NASCIDO nos casos em que ocorra morte da vítima.
Se a mãe simplesmente expõe ou abandona recém­-nascido, para ocultar desonra própria, esteja ela ou não sob o efeito do estado puerperal, não resultando a morte nem sendo esta por ela almejada, comete apenas o crime de Exposição ou Abandono de Recém­-nascido (art. 134, CP).
Ocorre que algumas vezes o recém­-nascido abandonado morre ou sofre lesões graves. Se a mãe não pretendia tais resultados e somente queria abandonar o filho para ocultar desonra própria, o crime é o mesmo, mas desta feita qualificado (vide art. 134, §§ 1º e 2º, CP).
No entanto, pode haver casos em que a exposição ou abandono sejam meios para a morte, configurando­-se infanticídio ou homicídio. 
Vejamos três exemplos:
1º caso A mãe abandona o recém­-nascido sob efeito ou não do estado puerperal, para ocultar desonra própria, e lhe sobrevém a morte. Trata­-se de infração ao art. 134, § 2º, CP (figura preterdolosa).
2º caso A mãe, sob o efeito do estado puerperal, abandona o filho em local deserto, objetivando que ele morra de frio e fome. A morte advém de dolo e então o crime é de infanticídio.
3º caso A mãe, não sofrendo efeito do estado puerperal, abandona o filho em local ermo para que morra de frio e fome. Com a morte da criança, retirado o requisito do estado puerperal, ter­-se­-á um crime de homicídio.
C) Qual a solução se a mãe, sob a influência do estado puerperal, mata outra criança, supondo tratar­-se do próprio filho?
Neste caso deve responder por infanticídio, tendo em vista o erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º, CP).
�PAGE �
�PAGE �1�
FVC - DIREITO PENAL I

Outros materiais