Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
http://lattes.cnpq.br/1896560730757804 UNISAL - Centro Universitário Salesiano de São Paulo U.E. Campinas - Campus São José Av. Almeida Garret, 267 13. 087-290 - Campinas / SP Tel.: (0xx19) 3744-3000 Fax: (0xx19) 3744-3045 Prof.: Roderley Camargo 2014 Edição 02 ____________________GEMN5A / GEAN5A Mecânica dos Sólidos Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 2 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 1. Resistência dos Materiais aplicada ao Projeto Mecânico Conceitos e Definições Na Estática os corpos são considerados como sendo rígidos; Tal hipótese é necessária afim de se conseguir um resultado completamente independente das propriedades da matéria de que são constituídos. A Resistência dos Materiais, que também faz parte integrante da engenharia mecânica, considera os corpos tais como são na realidade, ou seja, deformáveis e suscetíveis de sofrerem rupturas quando sob ação de forças. Assim, a Resistência dos Materiais se ocupa em estudar : 1.0 – As mudanças ocasionadas no corpo pela ação de forças externas e internas; 2.0 – As propriedades (dimensões, forma geométrica, material) que o fazem capaz de resistir a ação dessas forças. Deformação A experiência ensina que a ação de qualquer forca sobre um corpo, altera a sua forma, isto é, provoca uma deformação. Com o aumento da intensidade da forca, há um aumento da deformação. Deformação Transitória O corpo retorna ao seu estado original, após cessar o efeito da força; Deformação Permanente O corpo não retorna ao seu estado original, permanecendo deformado permanentemente. O ponto que separa os dois tipos de deformações é o limite de Elasticidade. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 3 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Alongamento Unitário O Alongamento Unitário (), é a relação entre o alongamento total (l) e o comprimento inicial (l). = l / l [mm/mm] ou (l / l * 100) [%] Obs.: Pode ser expresso também em porcentagem (%) Tensão Tensão (σ) é a relação entre a força normal (F) e a área (A). σ = F / A [kg/cm2] “σ” é a força aplicada em cada quadradinho de área unitária. Diagrama “Tensão x Deformação” O ensaio de tração consiste em aplicar uma força axial num corpo de prova, com o objetivo de deformá-lo até que se produza sua ruptura. O ensaio é realizado com auxilio de extensômetros (strain gages) encapsulados no hardware da máquina de ensaio de tração. Lei de Hooke : “ As Deformações () são proporcionais as Tensões (σ) que as produzem “ Aumentando-se a tensão, a deformação também vai aumentando e os resultados da experiência podem ser mostrados por um gráfico, marcando em abscissas as Deformações (), (Alongamento Unitário), e em ordenadas as Tensões (σ). Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 4 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 1 – Zona ELASTICA (deformação transitória) 2 – Zona PLASTICA (deformação permanente) 3 – Zona de RUPTURA (quebra) () = Deformação específica (Alongamento Unitário) (σ) = Tensão (σr) = Tensão Limite de Ruptura (σE) = Tensão Limite de Elasticidade (σe) = Tensão Limite de Escoamento (σp) = Tensão Limite de Proporcionalidade (Tração, Flexão, Compressão, Torção, Cisalhamento e Flambagem) Solicitações : Um sistema de forças pode ser aplicado num corpo de diferentes maneiras, originando portanto, diversos tipos de solicitações, quais sejam: Tração , Compressão , Cisalhamento , Flexão e Torção. Tração : Solicitação que tende a alongar a peça no sentido da reta de ação da resultante do sistema de forças. Compressão : Solicitação que tende a encurtar a peça no sentido da reta de ação da resultante do sistema de forças. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 5 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Cisalhamento : Solicitação que tende a deslocar paralelamente, em sentido oposto, duas seções contíguas de uma peça (semelhante ao corte da tesoura ou guilhotina). Flexão : Solicitação que tende a modificar o eixo geométrico de uma peça (trampolim de piscina). Torção : Solicitação que tende a girar as seções de uma peça, uma em relação a outra. As tensões admissíveis segundo Bach, para os aços carbono, podem ser obtidas considerando-se três tipos de carregamento, quais sejam : (I) Continuo (carga estática), (II) Intermitente, (III) Alternado Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 6 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Dimensionamento : Nos dimensionamentos dos elementos de máquinas, admitem-se apenas deformações elásticas. Os cálculos podem ser de verificação ou de dimensionamento. No primeiro caso, escolhem-se as dimensões e depois verifica-se se a tensão de trabalho não ultrapassa a tensão admissível. No segundo caso, o processo é inverso, as dimensões são calculadas admitindo-se a tensão de trabalho, com critério e segurança. A tensão de trabalho (σ) fixada deve ser bem inferior a tensão de ruptura. Seu valor é determinado dividindo-se a tensão de ruptura (σr) por um coeficiente “n” chamado de Fator de Segurança . σ = σr / n A escolha de “n” requer muito bom senso por parte do engenheiro, todavia, numa primeira aproximação, pode-se adotar o que segue : n = A * B * C * D A 2 = Para materiais comuns; 1,5 = Para aço Ni Cr, forjado, temperado B 1 = Para carga Contínua 2 = Para carga Intermitente 3 = Para carga Alternada C 1 = Para carga aplicada lenta e gradualmente 2 = Para carga aplicada repentinamente (choque) D 1,5 = Para os aços 2 = Para o FoFo (Ferro Fundido) Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 7 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tração e Compressão: No ensaio de tração, a Deformação (Alongamento Unitário ε) é proporcional a Tensão (σ), conforme fundamento da lei de Robert Hooke. Isto também é valido para a compressão. O Coeficiente de proporcionalidade (E) é chamado de Módulo de Elasticidade normal (Módulo de Young) e seu valor é determinado experimentalmente, dependendo de cada material. Substituindo-se nesta fórmula, o alongamento unitário (ε) e a tensão (σ), tem-se o alongamento total (l): Em que: F = Força l = Comprimento inicial A = Área E = Módulo de Elasticidade Tabela de características físicas mecânicas dos aços (kg/mm2) 2/ cmkgE 2/* cmkgE mmmm EA lF l / * * Centro Universitário Salesianode São Paulo Página 8 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tabela de características dos principais materiais usados em construções mecânicas : (unidade kgf/cm2) E = Módulo de elasticidade (normal) G = Módulo de elasticidade tangencial =~ 2/3 * E (somente quando não informado) Exercícios : 1) Calcular o alongamento total de um fio de cobre com diâmetro 2 mm e comprimento 50 cm, quando lhe é aplicada uma carga de 20 kg. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 9 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 2) Calcular o encurtamento dos pés da mesa, na figura abaixo : 3) Calcular o diâmetro de um arame de aço ABNT 1030 destinado a manter suspenso um peso de massa 200 kg. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 10 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 4) Escolher a corrente destinada a resistir uma carga intermitente de 1 t. Material = Aço ABNT 1040. 5) Dimensionar a seção dos montantes da prensa em figura. Dados: Carga máxima = 3,2 t Material = FoFo Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 11 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 6) No dispositivo abaixo, a bucha é de aço ABNT 1010 e o parafuso de aço ABNT 1030. Calcular os diâmetros d0, d e D, quando a porca exerce uma força axial de 2 t. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 12 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 7) Escolher o cabo de aço para um elevador de baixa velocidade, cabine de 300 kg e carga máxima de 700 kg. Pela página tabelada do fabricante de cabos, obtém-se o seguinte : Cabo de aço polido, categoria 8 x 19, diâmetro 5/8” . Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 13 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Cisalhamento : A seção “S” resistente a força cortante “P”, é paralela a linha de ação desta força e quando o limite de resistência é ultrapassado, há um deslizamento nesta área. A força que age em cada quadradinho de área unitária da superfície “S” é a tensão de cisalhamento (Thau) τc. Logo : τc = P / S [kgf/cm2] O dimensionamento de peças submetidas a cisalhamento é feito tomando-se como base os valores das tensões admissíveis (ζc) fornecidos pela tabela de Bach. Faltando maiores informações, pode-se admitir considerando a segurança : τc = 2/3 * σr 8) Calcular a força de corte “P” da chapa em figura, dados : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 14 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 9) Calcular a força de corte “P” da peça em figura. Dados: Momento Fletor (Mf): A seção “x” da barra abaixo, esta solicitada parte a compressão e parte a tração, isto é, as fibras superiores da barra são comprimidas e as fibras inferiores são tracionadas. Denomina-se Momento Fletor (Mf) da seção “x”, a soma algébrica dos momentos em relação a “x”, de todas as forças “P1” que precedem ou sucedem a seção. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 15 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Exemplo: Momento Fletor na seção “x” : Cargas Concentradas (Momento Fletor) : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 16 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Força Cortante : Um ponto qualquer de uma barra fletida, além das tensões normais de compressão e tração provenientes do momento fletor, esta sujeito também as tensões tangenciais de cisalhamento proveniente de forças cortantes. Chama-se Força Cortante “Q” da seção “x”, a soma algébrica de todas as forças que precedem ou sucedem a seção. Exemplo de Força Cortante na seção “x” : Cargas Concentradas : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 17 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Módulo de Resistência a Flexão (Wf) : O Módulo de flexão (Wf) dos vários tipos de seções, são obtidos nas tabelas em anexo ou consultar outros autores. O Wf depende do tipo da seção e da sua posição relativa, conforme mostra o exemplo abaixo : Obs.: Quanto maior for o módulo de resistência a flexão, maior é a resistência da peça flexionada. Tensão de Flexão (σf) É sabido que a Flexão é a solicitação que tende a modificar o eixo geométrico da peça. Assim, a Tensão de Flexão (σf) numa seção “x” qualquer é dada pela fórmula : f f f W M 3 2 32 6 83 cmW f 3 2 12 6 38 cmW f ][ 6 3 2 cm hb W f ][ 32 3 3 cm d W f Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 18 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Dimensionamento : No dimensionamento de peças a flexão, admitem-se apenas deformações elásticas. A tensão de trabalho é fixada pelo fator de segurança ou pela tensão admissível. Exemplo: Calcular o diâmetro do eixo em figura : Eixos: O eixo é um elemento de máquina destinado a suportar outros elementos que giram com ou sobre ele. Quando o eixo for um elemento motriz e transmissor principal de rotação, denomina-se "árvore". Os eixos são classificados em duas categorias: - Fixos: Exemplo, eixo de polia - Móveis: Exemplo, eixo de engrenagem de transmissão O eixo se subdivide em: A – Apoios B – Corpos C – AssentosO material empregado na sua construção é o aço C, aço Ni ou aço NiCr. Os eixos de grandes diâmetros são ocos, com a relação di = 0,4...0,6 d, em que: di = diâmetro interno e d = diâmetro externo As solicitações principais nos eixos são: Flexão simples Torção simples Flexo-torção Mas há caso em que o cisalhamento, a tração ou a compressão não podem ser desprezados. f f f W M 32 3 0dW f 30303 0 1,0 32 32 f f f ff f M d M d d M Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 19 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Exercícios : (10) Projetar um eixo para a polia chavetada. Dados : Material = Aço ABNT 1040 (Laminado, Carregamento III σf = 750 kgf/cm2) Carga na polia = 200 kgf Reações de Apoio : ) Muitas vezes é conveniente usar rolamentos de mesmas dimensões, logo: d1 = d2 = 1,6 cm (16 mm). As vezes, depois de calculado o diâmetro do eixo, faz-se a verificação da tensão ao CISALHAMENTO devido á força cortante nas seções onde se suspeita que o eixo poderia romper-se por cisalhamento. Verificação de Cisalhamento devido as forças cortantes : Diâmetro d1 Portanto: O valor da tensão satisfaz o problema, pois a tensão admissível do aço ABNT 1040 é 450 kgf/cm2, conforme tabela. kgQ kgQ teCorForça kgcmMf kgcmMf kgcmMf FletoresMomentos kgR kgR 12020080 80 tan 12052001480 320480 720980 : 120 80 2 1 2 1 max 2 1 3 2 3 1 3 0 2,1 7501,0 120 6,1 7501,0 320 29 78 1,2 7501,0 720 cmdcmd mmd xChaveta cmd Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 20 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos (11) Calcular as reações: R1, R2, Momentos fletores, Polígono das forças e diâmetros d1...d5. Considerar material do eixo, aço SAE 1030, trefilado, carregamento II. Momento Torçor (Mt) : Denomina-se Momento Torçor (Mt) de um sistema mecânico, ao produto da força “F” pelo raio “r”, qual seja : O Momento Torçor (Mt) pode ser obtido também pela seguinte fórmula : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 21 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Quando num eixo agem vários momentos torçores, o Mt de uma seção “x” é a soma algébrica de todos os momentos torçores que precedem ou sucedem a seção. Exemplo : Momento Torçor na seção : Desse modo, calcula-se o momento torçor de cada seção do eixo e com os valores obtidos, traça-se o diagrama como no exemplo abaixo : Condição de Equilíbrio : 10x12 + 15x6 F = ---------------------- = 7 kgf 30 Momentos torçores : Mt1 = 12 x 10 = 120 kgf.cm Mt2 = 15 x 6 = 90 kgf.cm Mt3 = -7 x 30 = -210 kgf.cm Módulo de Resistência a Torção (Wt) : O Wt (Módulo de Resistência a Torção) dos vários tipos de materiais são obtidos nas tabelas em anexo, alguns exemplos : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 22 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tensão de Torção (τt) : A Torção é uma solicitação que tende a girar uma seção em relação á outra numa peça. A Tensão de Torção (τt) numa seção “x” qualquer é dada pela seguinte fórmula : τt = Tensão de Torção [Thau] Mt = Momento Torçor Wt = Módulo de Resistência a Torção Dimensionamento : No dimensionamento de peças á torção, admitem-se apenas deformações elásticas. A tensão de trabalho é fixada pelo fator de segurança “n” ou pela tensão admissível σt. Exemplo: Seja Calcular o diâmetro de um eixo ao lado : Obs.: No eixos chavetados somente o núcleo do diâmetro “d0” é que vai resistir á torção. Exercício: (12) Dimensionar o eixo de um motor de 2 HP a 1000 min-1 (RPM). Dados : Material do eixo = Aço ABNT 1030 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 23 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Pela tabela em anexo, obtém-se : t = 3,5 mm Donde se deduz que d = 19 mm (chaveta encaixada 6 x 6). Observar b = 6 mm que “d” está dentro do limite “17...20”. (13) Dimensionar o terminal para a manivela em figura, dados : Material do eixo = Aço ABNT 1010 (carregamento II) Força aplicada no manípulo = 20 kgf (14) O eixo em figura faz parte de um mecanismo de transmissão. Pede-se calcular os diâmetros d1 e d2, onde são conhecidos : Potência (N) = 5 HP Rotação = 500 min-1 Material = Aço ABNT 1040 (carregamento II) Engrenagem 1 absorve 3/5 do momento torçor e o restante é absorvido pela engrenagem 2. Momentos Torçores : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 24 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Diâmetro d1 : d01 = 1,5 c m (15 mm) d1 = 2,1 cm (21 mm) b = 5 mm t = 3 mm Chaveta = 2 chavetas paralelas de 5 x 5. cm t Mt d 5,1 6002,0 7,429 2,0 1 3301 Diâmetro d2 : d02 = 1,3 cm (13 mm) d2 = 1,9 cm (19 mm) b = 5 mm t = 3 mm Chaveta = 1 chaveta1 paralelas de 5 x 5. cm t Mt d 3,1 6002,0 5,286 2,0 2 3302 Diagrama de Tensões : Em geral, a tensão pode ser decomposta em : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 25 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos A distribuição das tensões pode ser representada pelo diagrama das tensões : Exemplos : Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 26 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Solicitações Compostas : Uma mesma peça pode freqüentemente, estar sendo submetida a diferentes solicitações, ao mesmo tempo. O dimensionamento de tais peças deve ser feito conforme os seguintes exemplos : Simbologia : σf = Tensão de Flexão σt = Tensão de Tração τf = Tensão de Torção Mf = Momento Fletor Mt = Momento Torçor Wt = Módulo de Resistência a Torção Wf = Módulo de Resistência a Flexão 1 – Tensões Normais Tração e Flexão 2 – Tensões Tangenciais Cisalhamentoe Torção t f f ft W M S P t t t ct S P W M Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 27 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 3 – Tensões Normais e Tangenciais Geram um estado duplo de tensões, cujo valor máximo é obtido pela fórmula do “σid” = Tensão Ideal. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 28 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Exemplo: Flexão e Cisalhamento σ é máximo nos pontos em que ζ = 0 (fibra mais afastada do eixo neutro) ζ é máximo nos pontos em que σ = 0 (eixo neutro) σid é máximo nos pontos intermediários A determinação de σid é aconselhável apenas quando ζmax é da mesma ordem e grandeza de σmax. Normalmente despreza-se a influência da tensão tangencial ou verifica-se σ e ζ separadamente. 22 465,035,0 S P W M W M f f f f id S P W M c f f id S P S P c t 2 1 tidid S P S P S P 2 2 2 11 465,035,0 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 29 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos (15) Dimensionar um mancal intermediário destinado a transmitir N=10 HP a n=470 rpm, em regime intermitente. Considerar material do eixo, aço SAE 1030, com carregamentos (II) para torção e (III) para flexão. Observar: Dimensões em milímetros (mm) e apoio sobre bucha de bronze lubrificada. Escolhendo aço trefilado SAE 1030, (II) para torção e (III) para flexão tem-se: Sendo: Fazendo a ponta do eixo temperada e retificada, e os casquilhos (bucha) de bronze com boa lubrificação comum, assume-se: cmkg n N M cmkgM kgR t f A .1525 470 10 7162071620 .300015*200 525 400 200*500550*200 2 )( 2 )( /650/800 cmkgcmkg IItIIIf mmcm M d cmkgM rupturadehipóteseaadoconsideran f id id t f t f 355,3 800 3240*1010 .32401525300065,03000*35,0 1 650*3,1 800 *3,1 3,1,.2, * 33 22 0 0 max 2 3290 75 470*525* 75 35*2,0 525 * /2,0 W l nP w mm dp P l mmkgp Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 30 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos (16) Dimensionar a seção indicada na prensa em figura, dados : Material da Coluna = Aço ABNT 4524 AF (carregamento II) P = 4 t A coluna esta submetida a tração e flexão (flexo-tração), sendo a solicitação de flexão a mais relevante, logo : f f f W M A P 6 )12( /700 80000204000 4000 2 2 )( hb W cmhadotadohbA cmkg kgcmPM kgP f IIf f cmb b bb 3,5 12700 680000 12700 4000 6 12 80000 12 4000 700 2 2 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 31 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Flambagem : Uma barra submetida a uma carga axial “P” pode sofrer um encurvamento lateral, chamado FLAMBAGEM. Devido ao formato, certas barras flambam com mais facilidade que outras. Este fato é expresso por um número λ (lâmbda) chamado de “Índice de Esbeltez”. Assim, uma barra mais esbelta (λ grande) flamba com menor tensão, enquanto que outra barra, menos esbelta (λ pequeno) flamba com uma tensão maior. Obs.: σcp = Tensão limite de Proporcionalidade a Compressão. λ0 = Índice de Esbeltez correspondente a σcp. σf1 = Tensão de Flambagem. Pf1 = Carga de Flambagem. Notar neste gráfico que : 1) Uma barra com λ > λ0 (muito esbelta), flamba com uma tensão (σf1) abaixo da tensão limite de proporcionalidade σcp. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 32 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos 2) Uma outra barra com λ < λ0 (pouco esbelta), flamba somente com uma tensão σf1 acima de σcp. Neste caso podem ocorrer inclusive a ruptura do material antes da barra flambar. No segundo caso, σf1 é calculado pelas formulas de Johnson, Tetmajer ou Rankine. No primeiro caso, o calculo de σf1 ou Pf1 é feito segundo a fórmula de Euler. Carga de Flambagem Tensão de Flambagem π2 E Jmin π2 E Jmin P f1 = ---------------- σf1 = ---------------- l02 l02 S Convém frisar que esta formula é valida somente para a seguinte condição : “ λ ≥ λ0 “. E = Módulo de Elasticidade Normal. J min = Momento de Inércia Mínimo. S ou A = Área da seção. ℓ0 = Comprimento de Flambagem. ρmin = Raio de Giração Mínimo [Rhô] “ℓ0” depende do comprimento real da barra e seus vínculos externos. O Índice de Esbeltez (λ) [Lâmbda] é a relação entre o (ℓ0) Comprimento de Flambagem e o (ρmin) [Rho] Raio de Giração Mínimo. λ = min 0 ρmin = S J min Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 33 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Levando estes valores na formula de Euler, tem-se : σf1 = S JE 2 2 0 min = 2 22 0 E = 2 2 E Fazendo : λ = λ0, Resulta : σf1 = σcp que é o limite de validação da formula de Euler. σcp = 2 0 2 E Exercícios : (17) Calcular o Índice de Esbeltez de Flambagem (λ0) para um aço, dados : E = 21 x 105 kgf/cm2 [modulo de Young (Elasticidade normal)] σcp = 2100 kgf/cm2 [tensão limite de proporcionalidade a Compressão] σcp = 2 0 2 E λ0 = cp E λ0 = Índice de Esbeltez de Flambagem λ0 = 2100 2100000 = 100 Valores de λ0 : λ0 = Coeficientes de Segurança “n” (Aplicado somente a FLAMBAGEM) : n = DinâmicaoSolicitaçã Madeira FoFo Aço ___30 __10 __8 __5 Pinho FoFo duroAco doceAço __100 __80 ___89 ___105 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 34 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Exercícios : (18) Calcular o diâmetro de uma barra de aço doce de comprimento “ℓ = 150 cm”, articulada nas suas extremidades e submetidas a compressão axial “P = 8000 kgf”. Fórmula de Euler: Verificação de λ : ρmin = d/4 = 5,4 / 4 = 1,35 cm Raio de giração min. (conforme tabela anexa) λ = min 0 35,1 150 = 111 ; Este valor é maior que λ0 = 105 (aço doce) a fórmula de Euler pode ser aplicada. (18) Escolher um pilar (I) de 4 m de altura, destinado a suportar uma carga de 20 t. Admitir extremidade inferior engastada e superior articulada. P = 20 t n = 5 (aço) (coeficiente de segurança p/ flambagem) E = 20 x 105 kgf/cm2 (módulo de elasticidade) ℓ0 = 0,75 x ℓ = 0,75 x 400 = 300 cm (comprimento de flambagem) Pf1 = n x P = 5 x 20000 = 100.000 kgf (carga de flambagem) Pf1 = 2 0 2 min JE J min = E Pf 2 2 1 0 = 000.000.2 300000.100 2 2 = 456,4 cm4 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 35 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Conforme dados da tabela da pág. 4.102 do Prontuário do Projetista, encontra-se a seguinte viga : I 12” x 5 - 1/4" x 29/64” Verificação de λ : ρmin = 2,74 cm Raio de giração min. (conforme tabela anexa) λ = min 0 74,2 300 = 109 > λ0 ; portanto, satisfaz. Este valor é maior que λ0 = 105 (aço doce) a fórmula de Euler pode ser aplicada. (19) Calcular o comprimento máximo que pode ter uma cantoneira L 2” x 2” x 1/4", de uma tesoura metálica e carregada axialmente a compressão com uma carga = 2000 kgf. P = 2000 kgf n = 5 (aço) (coeficiente de segurança p/ flambagem) E = 20 x 105 kgf/cm2 (módulo de elasticidade) ℓ0 = 0,5 x ℓ (comprimento de flambagem) Pf1 = n x P = 5 x 2000 = 10.000 kgf (carga de flambagem) J min = s x ρ2 = 6,06 x 0,99 2 = 5,9 cm4 Pf1 = 2 0 2 min JE 10.000 = 2 2 )5,0( 9,5000.000.2 ℓ = 000.105,0 9,5000.000.2 2 2 = 215,7 cm Verificação de λ : ρmin = 0,99 cm Raio de giração min. (conforme tabela anexa) ℓ0 = 0,5 x ℓ = 0,5 x 215 = 107,5 m λ = min 0 99,0 5,107 = 108,5 > λ0 ; portanto, satisfaz. Este valor é maior que λ0 = 105 (aço doce) a fórmula de Euler pode ser aplicada. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 36 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos (20) Calcular o comprimento livre que pode ser dado a um punção de corte de Ф=5 mm e submetido a uma carga axial P = 180 kgf. λ = min 0 λ = λ0 = 89 (aço duro) ρmin = 0,12 cm ℓ0 = λ x ρmin = 89 x 0,12 ℓ0 = 10,7 cm ℓ0 = 2 ℓ (extremidade livre) ℓ = ℓ0 / 2 = 10,7 / 2 ℓ = 5,3 cm Verificação da carga de flambagem admissível : P = 180 kgf E = 20 x 105 kgf/cm2 J min = 0,003 cm4 ℓ0 = 10,7 cm n = 30 * P = 30 * 180 = 5400 kgf (solicitação dinâmica) ℓ = 5,3 cm π2 E Jmin P f1 = --------------- l02 = 0 min 2 JE = 7,10 003,0000.000.22 Pf1 = 5800 kgf 5800 > 5400 ℓ = 5,3 cm [ok] Como Pf1 > 30 * P (solicitação dinâmica), o comprimento livre ℓ = 5,3 cm satisfaz o problema. Porém, havendo necessidade de se aumentar o comprimento livre, usa-se guias para que o punção se enquadre na classe dos bi-articulados, engastados articulados ou bi- engastados. Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 37 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Momento de Inércia, Modulo de Flexão e Modulo de Torção Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 38 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tabela de referência para a caracterização da chaveta: Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 39 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tabela de referência para Rolamentos: Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 40 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tabela de referência para Anel Elástico para EIXOS: Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 41 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos Tabela de referência para Anel Elástico para FUROS: Centro Universitário Salesiano de São Paulo Página 42 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos DESAFIO_1 – Turma:__________ - Nome:_____________________ / __________________ Dados do Material: AISI 304 (stainless Steel) Density = 8.00 g/cc Modulus of Elasticity = 200 GPa Poissons Ratio = 0.29 Tensile Strength, Ultimate = 505 MPa Tensile Strength, Yield = 215 Mpa Espessura = 10 mm F = 500 kgf OBJETIVO: Tensões máximas = 215 Mpa Deslocamento max. = 0,7 mm Peso Maximo = 600 g ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DESAFIO_2 – Turma:__________ - Nome:_____________________ / __________________ OBJETIVO: Tensões máximas = 270 Mpa Deslocamento max. = 0,5 mm Peso Maximo = 450 g Análise Estática Stress (MPa) Displacement (mm) Peso (kg) Peça Original Peça Otimizada Análise Estática Stress (MPa) Displacement (mm) Peso (kg) Peça Original Peça OtimizadaCentro Universitário Salesiano de São Paulo Página 43 de 43 Prof. MSc. Eng. Roderlei Camargo Mecânica dos Sólidos DESAFIO_3 – Turma:__________ - Nome:_____________________ / __________________ Dados do Material: SAE 1045 Density = 7.85 g/cc Modulus of Elasticity = 205 GPa Poissons Ratio = 0.29 Tensile Strength, Ultimate = 430 MPa Tensile Strength, Yield = 350 Mpa Espessura = 18 mm F = 3000 kgf Fillet = 9 mm Analise Estática, OBJETIVOS: Deslocamento max. = 0,55 mm Peso Maximo = 2,2 kg ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DESAFIO_4 – Turma:__________ - Nome:_____________________ / __________________ Analise Estática Stress (MPa) Displacement (mm) Peso (kg) Peça Original 349 0,45 2,7 Peça Original Peça Otimizada Analise Modal (1º. modo) Frequência (Hz) Modo 1 [CREO] (Hz) Displacement (mm) Medida “L” Peso (kg) Dó 264 Ré 297 Mi 330 Fá 352 Sol 396 Lá 440 Si 495
Compartilhar