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Entrevista Clínica em Psicologia

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Definição
Em psicologia, a entrevista clínica é parte de um processo dirigido por um entrevistador treinado que investiga em tempo delimitado, utilizando conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional, com o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, social), visando fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas.
ENTREVISTA
É UMA CONVERSAÇÃO DIRIGIDA A UM PROPÓSITO DEFINIDO DE AVALIAÇÃO
Objetiva o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o profissional, durante todo o tempo em que essa relação durar...
Objetiva o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o profissional, durante todo o tempo em que essa relação durar...
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Objetivos Gerais e Específicos
Objetivo Geral - descrever e avaliar através do levantamento de informações que permitirão relacionar eventos e experiências, realizar inferências e conclusões , tomar decisões e fazer encaminhamentos.
Os objetivos específicos estabelecem a abordagem, a orientação do entrevistador, determinam as estratégias, os alcances e os limites da entrevista. 
A entrevista é sempre parte de um processo de avaliação, que pode ocorrer em apenas uma sessão e ser dirigido a fazer um encaminhamento, ou a definir os objetivos de um processo psicoterapêutico.
Com o levantamento das informações são feitas inferências que permitem conclusões e tomada de decisões. 
A investigação na psicologia clínica se apóia nos conceitos e conhecimentos desta área, incluindo domínios como a psicologia do desenvolvimento (o desenvolvimento psicossexual ou cognitivo), a psicopatologia (sinais e sintomas psicopatológicos), a psicodinâmica (conflitos de identidade), as teorias sistêmicas (relação conjugal), etc.
Características da Entrevista psicológica Clínica
Permite investigar a conduta e a personalidade do entrevistado com base nas teorias da personalidade e da psicologia, mantendo-se os parâmetros éticos e científicos.
É um procedimento poderoso em função da sua plasticidade e capacidade de explicitar particularidades que escapam a outros procedimentos (verifica os limites de aparentes contradições e tornar explícitas as características indicadas pelos instrumentos padronizados, conferindo-lhes validade clínica).
Permite o contato frente a frente, facilitando a comunicação verbal e a não-verbal, reconhecendo, avaliando e interpretando os fenômenos inerentes aos comportamentos, às atitudes e às próprias questões que envolvem uma relação dual.
Classificações da Entrevista Clínica Psicológica . 
1. Quanto à sua Finalidade:
Diagnóstica
Psicoterápica
De Encaminhamento
De Seleção
De Desligamento
De Pesquisa
2. Quanto à sua Estrutura:
Entrevista aberta, não-diretiva ou de estruturação livre.
Entrevista fechada, diretiva ou estruturada.
Semi – estruturada.
3. Quanto ao Número de Indivíduos:
Entrevista Individual
Entrevista Grupal
4. Quanto ao Beneficiário:
Entrevista de pesquisa, em benefício do entrevistador ou para um terceiro.
Entrevista em benefício do entrevistado, para uma instituição, órgão do governo, etc.
Observações relativas à estrutura da Entrevista Psicológica
Mesmo as entrevistas "livres“ – que permitem que o entrevistado configure o campo da entrevista (os temas abordados) - guardam um certo direcionamento, visto que é necessário que o entrevistado reconheça os objetivos da mesma. 
Cabe ao entrevistador lidar com o direcionamento estabelecido pelo entrevistado, de forma a otimizar o encontro entre a demanda do sujeito e os objetivos da tarefa. (confrontando defesas, empaticamente reconhecendo um afeto ou pedindo um esclarecimento).
É tarefa do psicólogo facilitar a emergência de novos conteúdos relevantes para as demandas do sujeito. Assim, o entrevistador deve estar atento aos processos no outro, e a sua intervenção deve orientar o sujeito a aprofundar o contato com sua própria experiência. 
Características das Entrevistas Psicológicas Fechadas
As entrevistas estruturadas privilegiam a objetividade e são mais freqüentemente usadas para as pesquisas.
Raramente considera as necessidades ou demandas do sujeito avaliado – usualmente, ela se destina ao levantamento de informações definidas pelas necessidades de um projeto (entrevista epidemiológica).
As perguntas são quase sempre fechadas ou delimitadas por opções previamente determinadas e buscam respostas específicas a questões específicas. Quando respostas abertas são possíveis, geralmente são associadas a esquemas classificatórios operacionalizados, que facilitam a tradução da informação em categorias do tipo objetivo.
A entrevista de livre estruturação (aberta ou não-estruturada) é normalmente empregadas na clínica psicológica atendendo aos mais diversos objetivos. Ela permite conhecer o sujeito em profundidade de modo a compreender a situação que o levou à entrevista. Logo, elas conferem espaço para as manifestações individuais, mas exigem um maior preparo por parte do entrevistador para a manutenção do direcionamento necessário à satisfação dos objetivos.
Características das Entrevistas Psicológicas Abertas
O entrevistador tem clareza de seus objetivos, do tipo de informação necessária para atingi-los e de como essa informação deve ser obtida (perguntas sugeridas ou padronizadas), quando ou em que seqüência, em que condições devem ser investigadas (relevância) e como deve ser considerada (utilização de critérios de avaliação). 
Garante a obtenção da informação necessária de modo padronizado, aumentando a fidedignidade do procedimento.
Permite a criação de registros e bancos de dados para futuras pesquisas acerca da eficácia terapêutica e para o planejamento de ações de saúde (clínicas sociais, saúde pública, psicologia hospitalar, etc., p. ex.: aspectos mórbidos e psicodinâmicos associados a história e ao risco de tentativa de suicídio)
Características das Entrevistas Psicológicas Semi-Estruturadas
Aspectos Ético-Profissionais Relativos ao Beneficiário
O beneficiado direto normalmente é o entrevistado. Mas há situações em que existem terceiros envolvidos, como juízes, empregadores, empresas de seguros, etc., o que pode levar a conflitos de interesse e das questões éticas envolvidas.
 Quando há interesses múltiplos, deve-se definir quem são os clientes. Assim é preciso que as demandas sejam avaliadas quanto a sua adequação e a explicitação dos conflitos deve ser clara, ajudando o profissional a estabelecer a sua conduta relativa a cada um deles. 
Aspectos Específicos Relativos aos Objetivos
Existe uma interdependência entre abordagem e objetivos. 
Por exemplo, temos dois entrevistadores, um de abordagem psicodinâmica e outro comportamental. O objetivo geral de ambos é definir uma estratégia de intervenção terapêutica, mas o primeiro tem como objetivo específico explorar o desenvolvimento precoce e os processos inconscientes, defesas e conflitos predominantes, enquanto o segundo procuraria determinar as situações-problema e examinar os antecedentes que mantêm o comportamento na atualidade. 
A finalidade maior, comum a todas as formas de entrevista clínica, é descrever e avaliar para oferecer alguma forma de retorno. 
Qualquer que seja a abordagem, a entrevista clínica requer uma etapa de apresentação da demanda, o reconhecimento da natureza do problema e a formulação de alternativas de solução e de encaminhamento.
O primeiro contato com o entrevistado – a importância do rapport
A primeira entrevista é geralmente o primeiro contato entre o cliente e o terapeuta e prepara o palco para o relacionamento.
 
A entrevista inicial provoca ansiedade tanto no cliente/paciente como no terapeuta iniciante. Os dois principais objetivos da primeira entrevista é fazer com que o cliente se sinta confortável para fornecer as informações necessárias para o planejamentodo início do tratamento. 
. 
A ansiedade do cliente se origina em suas próprias ambivalências relativas è busca e necessidade de ajuda para lidar com questões que suspeitam ser dolorosas. Além disso, muitas pessoas acreditam que procurar os serviços de saúde mental é um sinal de fraqueza ou loucura. 
As necessidades do psicólogo devem ser conhecidas e estar suficientemente atendidas, para que a ansiedade pessoal (principalmente as inconscientes que levam à resistência) não interfira na escuta e na identificação dos conteúdos latentes na fala do entrevistado. 
A atenção e a colaboração são essenciais para o rapport – identificação e desenvolvimento da aliança terapêutica que é marcada pela percepção de estar recebendo apoio e o sentimento de estar trabalhando em conjunto.
O entrevistador deve ser receptivo às dificuldades e objetivos do pacientes, demonstrando que o compreende e o aceita, que reconhece suas capacidades e seu potencial, auxiliando na mobilização da capacidade pessoal de auto-ajuda. Essa postura fortalece a relação e favorece uma atitude colaborativa e participativa.
Nem sempre os motivos reais são conhecidos, e se apresentam de maneira latente, porque podem estar associados a afetos ou idéias difíceis de serem aceitos ou expressos.
As resistências dificultam o processo (há medo de auto-exposição, de confrontar a própria ambiguidade, de ter que crescer e assumir escolhas e responsabilidade, de modificar o modo com que percebe a si próprio e aos outros): A entrevista traz benefícios, mas também tem suas ameaças.
As fantasias (relativas ao problema, à solução e ao próprio tratamento) – que não necessariamente se opõem à realidade – refletem a realidade interna, subjetiva, expressam os afetos associados e influenciam o comportamento de maneira decisiva.
Assim , cabe ao entrevistador desenvolver a capacidade de facilitar a expressão de experiências, sentimentos e pensamentos relevantes.
Competências do Entrevistador para Facilitar o Rapport e a Exposição dos Motivos
estar presente, ou seja, estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais; 
ajudar o paciente a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho;
facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda;
A aceitação das recomendações ou a permanência no tratamento dependem do primeiro contato. Logo, a eficácia terapêutica é altamente dependente de um conjunto de competências do entrevistador, que além de estar bem fundamento nos seus conhecimentos teóricos deve possuir grandes habilidades interpessoais. 
buscar esclarecimentos para colocações vagas ou incompletas;
gentilmente, confrontar esquivas e contradições;
tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista;
reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador (transferência);
compreender seus processos contratransferenciais;
assumir a iniciativa em momentos de impasse;
dominar as técnicas que utiliza. 
A aquisição e a preservação destas competências dependem da contínua atualização, da participação em grupos de estudo e supervisão e da própria psicoterapia
O Enquadramento
Como o campo da(s) entrevista(s) é dinâmico, as variáveis intervenientes devem ser reduzidas para serem focados e observados o funcionamento e as flutuações que ocorrem na personalidade do entrevistado. Assim, é necessário realizar o enquadramento da entrevista psicológica segundo os seus objetivos – consulta, diagnóstico, orientação vocacional, seleção, etc. O enquadramento transforma as variáveis intervenientes em constantes. No enquadramento inclui-se não só a caracterização explícita dos objetivos, como a atitude técnica, o papel do entrevistador, a fixação do horário, local, duração e honorários referentes à entrevista.
A entrevista psicológica
A entrevista psicológica
Pontos fundamentais
1. A entrevista como instrumento de investigação do psicólogo.
2. Tipos de entrevista.
3. A sistematização da entrevista.
4.O quê buscamos na entrevista: concordâncias e divergências.
5.Tipos de comunicação.
6.A postura do entrevistador.
7.Percebendo o entrevistado e seu contexto.
8.Fenômenos transferenciais e contratransferenciais.
9.O manejo da ansiedade no processo psicoterapêutico. 
10.Funcionamento da entrevista e o uso da interpretação.
A entrevista psicológica
Instrumento fundamental do método clínico procedente do campo médico; técnica de investigação científica em psicologia que objetiva o estudo e a utilização do comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o técnico, com procedimentos empíricos e regras próprias, fazendo coexistir no psicólogo as funções de investigador e de profissional
A entrevista psicológica
Este instrumento também sofreu influências dos conhecimentos provenientes da psicanálise – dimensão inconsciente do comportamento, mecanismos de defesa, transferência e contratransferência, etc. -, da Gestalt – visão do processo como um todo, incluindo o entrevistador como um dos seus integrantes e seus comportamentos como parte da totalidade -, e do comportamentalismo – observação do comportamento. Todas esses influências permitiram condições metodológicas mais rigorosas e uma melhor sistematização das variáveis.
Por ser um instrumento muito difundido, empregado em diferentes contextos (jornalismo, empresas, medicina, etc), seu alcance precisa ser delimitado.
Na entrevista psicológica os objetivos devem estar inseridos neste contexto: investigação, diagnóstico, terapia, etc.
A entrevista psicológica
Toda entrevista psicológica é uma relação, com características particulares, que se estabelece entre pelo menos duas pessoas – um psicólogo treinado que deve investigar o que está acontecendo e atuar profissionalmente e alguém que necessita de sua intervenção técnica, com suas próprias regras – enquadramento, objetivos e finalidades – e fundamentação, ou seja, a teoria específica que fundamenta o processo.
A entrevista psicológica
A entrevista pode ser fechada ou aberta. Por entrevista fechada entendemos um processo em que tanto perguntas, como a ordem e a maneira com que serão feitas, são formuladas previamente (questionário). Sua vantagem está no fato de permitir uma comparação mais sistemática das informações e as características próprias dos métodos padronizados.
Na entrevista aberta o entrevistador tem liberdade e flexibilidade para perguntar e intervir segundo cada caso, permitindo uma investigação mais ampla e profunda pelo fato de seu principal fundamento ser a possibilidade de o entrevistado (cliente/paciente) configurar o campo da entrevista segundo sua estrutura psicológica particular, desta maneira todas as variáveis investigadas dependem da personalidade do entrevistado.
A entrevista psicológica - classificação
individual ou grupal, apesar de toda e qualquer entrevista se constituir de pelo menos duas pessoas, podemos ter mais de um entrevistado como mais de um entrevistador.
consulta psicológica, pesquisa, organização, instituição. Nos três últimos casos é necessário despertar o interesse e a participação do entrevistado (motivação).
Quanto ao número de participantes
Quanto ao objetivo
A entrevista psicológica
Não deve ser confundida nem com a consulta – solicitação de assistência técnica e profissional -, nem com a anamnese – compilação de dados preestabelecidos que permitem sintetizar a situação presente e a história de vida do indivíduo. Nesse caso, qualquer contribuição do paciente que não tenha sido solicitada é considerada como uma perturbação.
A entrevista psicológica
A entrevista deve ser entendida como um campo propício para a investigação da personalidade, o qual é fundamentalmente configurado pelas variáveis do sujeito entrevistado. Logo, o entrevistador controla a entrevista com as intervenções necessárias parao cumprimento dos seus objetivos, entretanto é o entrevistado quem a dirige, fazendo emergir os temas e informações que lhe parecem ser mais relevantes. Portanto, a relação entre ambos delimita e determina o campo e tudo que nele acontece.
Esse campo estabelecido através dos emergentes do entrevistado – fatos relatados, sintomas informados, comportamentos verbais e não verbais – também revelam como se encontra sistematizada a personalidade do entrevistado – funções do ego, mecanismos de defesa predominantes, etc. -, ou seja, é possível conhecer o repertório de possibilidades que aquele sujeito apresenta para efetuar possíveis mudanças que lhe permitam se sentir melhor adaptado, mais funcional, satisfeito e feliz.
A entrevista psicológica
A entrevista não esgota a personalidade do paciente, não substitui nem exclui outros procedimentos de investigação da personalidade (testagem e observação).
Como o campo da(s) entrevista(s) é dinâmico, as variáveis intervenientes devem ser reduzidas para serem focados e observados o funcionamento e as flutuações que ocorrem na personalidade do entrevistado.
ENQUADRAMENTO
Assim, é necessário realizar o enquadramento da entrevista psicológica segundo os seus objetivos – consulta, diagnóstico, orientação vocacional, seleção, etc. O enquadramento transforma as variáveis intervenientes em constantes. No enquadramento inclui-se não só a caracterização explícita dos objetivos, como a atitude técnica, o papel do entrevistador, a fixação do horário, local, duração e honorários referentes à entrevista.
A ENTREVISTA PSICOLÓGICA
Partimos da hipótese de que cada pessoa organiza uma história de vida e um esquema de presente. É a partir disto que deduzimos os elementos que não lhes são acessíveis conscientemente. Esses conteúdos ”desconhecidos” emergem nas discordâncias (incoerências, inconsistências, discrepâncias, divergências, incongruências) entre as informações relatadas verbalmente em diferentes entrevistas, ou entre o que é dito e o que é expresso através de linguagem não verbal (posições, gestos, expressões faciais, tom de voz, volume, pausas, silêncios, etc).
Às vezes são criados esquemas e histórias com organizações rígidas e repetitivas, isentos de qualquer contradição – histórias estereotipadas – que de modo inconsciente são usadas pelo entrevistado como defesas para evitar o contato com as áreas de conflito reais.
O tipo de comunicação estabelecido na entrevista é significativo da personalidade do entrevistado, revelando o caráter das suas relações interpessoais, portanto sendo utilizado para graduar e orientar a entrevista.
A entrevista psicológica –
 breves considerações
É importante ressaltar que na observação científica o profissional deve ter objetividade, com abstração ou exclusão total de sua subjetividade, mas na entrevista ele é parte do campo a ser estudado, visto que ele condiciona, com sua presença, indagações e intervenções, os fenômenos que ele mesmo vai registrar.
Há quem questione que isso compromete a validade da entrevista enquanto instrumento de investigação dos comportamentos humanos. Por outro lado, a relação entrevistador-entrevistado também é uma condição natural humana, visto que é a relação de duas pessoas. Entrevistador e entrevistado, como em qualquer relação, devem ser compreendidos como interdependentes, diferenciando-se um do outro pelos papeis e objetivos específicos que assumem no processo.
Para preservar seu papel e atitude técnica o entrevistador sempre deve registrar suas observações em função de hipóteses, as quais devem ser verificadas. 
Logo, as etapas do processo são nítidas e sucessivas: observação – hipótese – verificação.
Já o surgimento da ansiedade, seu grau e intensidade observados no decorrer da entrevista, servem como indicadores do desenvolvimento da mesma e da aproximação de zonas de conflito. A ansiedade excessiva ativa mecanismos de defesa que podem atrapalhar os vínculos positivos, portanto devemos sempre observar o grau de tolerância que o entrevistado tem para com a ansiedade.
Logo, a ansiedade deve ser ativada, mas em um grau tolerado pelo entrevistado e, portanto, produtivo. Ao entrevistador caberá saber tolerar e manejar a ansiedade que emerge ao longo do processo, sem recorrer a mecanismos de defesa e a comportamentos que a dissimulem ou reprimam (racionalização, formalismo, etc).
A entrevista psicológica – fenômenos significantes emergentes
A transferência - positiva ou negativa - refere-se à atualização, na entrevista, por parte do entrevistado, de sentimentos, atitudes e condutas inconscientes, irracionais, que correspondem a modelos estabelecidos ao longo do seu desenvolvimento e que são vivenciados e atualizados na figura do entrevistador. Assim, o entrevistado atribui papéis ao entrevistador e se comporta em função deles. Esses afetos são aspectos inconscientes, imaturos de sua personalidade, os quais acrescentam uma importante dimensão acerca da estrutura de sua personalidade e do caráter dos seus conflitos.
A contratransferência refere-se aos fenômenos que surgem no entrevistador em função dos papéis que lhe foram delegados pelo entrevistado. Não deve ser visto como uma perturbação, mas cabe ao entrevistador estar extremamente atento e auto-consciente destes emergentes. Isso requer muito auto-conhecimento, boa preparação, experiência e equilíbrio mental, adquiridos através de terapia pessoal, supervisão e grupos de estudo, de modo que não venha a assumir os papéis que sobre ele foram projetados.
TRANSFERÊNCIA
CONTRATRANSFERÊNCIA
Embora esses dois fenômenos estejam presentes em todas as relações interpessoais, na entrevista devem ser utilizados como instrumentos técnicos de observação e compreensão dos processos inerentes à personalidade do entrevistado. O entrevistador deve ser capaz de objetivar e estudar suas próprias reações.
A ENTREVISTA PSICOLÓGICA
O entrevistador, juntamente com seus conhecimentos e técnicas, é seu próprio instrumento de trabalho, logo é necessário que ele constantemente reveja e examine seus próprios afetos, sua vida, os pontos fortes e fracos de sua personalidade, assim como seus conflitos e frustrações, visto que o trabalho psicoterapêutico nos coloca diretamente em contato com o submundo da doença, do sofrimento moral e psíquico.
O ENTREVISTADOR pode olhar para todas as histórias sempre de um mesmo ângulo – entrevista estereotipada – fazendo com que tudo que ocorre durante o processo lhe seja previsível e regrado. O mais grave é quando o entrevistador projeta seus próprios conflitos sobre o entrevistado, levando-o a buscar e encontrar soluções para conflitos que são do entrevistador e não do entrevistado.
O psicólogo-entrevistador deve oferecer em suas intervenções suficiente ambigüidade para permitir que as nuances da personalidade do entrevistado se manifestem. Contudo, essa ambigüidade não deve se estender ao enquadramento, o qual deve ser mantido com muita clareza e relembrado sempre que necessário: objetivos do trabalho, papéis, atitude técnica, tempo da consulta, etc.
A Entrevista Psicológica
A entrevista psicológica é entendida como aquela na qual se buscam objetivos psicológicos (investigação, diagnóstico entre outros).  A entrevista psicológica é o instrumento de trabalho não somente para o psicólogo, como também para outros profissionais: psiquiatra, assistente social, sociólogo, enfermeiro, profissional de recursos humanos etc. (Bleger,1989)
É uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação.
Função básica = prover o avaliador de subsídios técnicos acerca da conduta do candidato, completando os dados obtidos pelos demais instrumentos utilizados.
Entrevista Psicológica
Entrevista = procedimento técnico para atender a uma consulta;
Anamnese = do grego (Ana= remontar) mnesis (memória) é a evocação voluntária do passado;
A entrevista é um instrumento fundamental do método clínico e é uma técnica de investigação científica em psicologia: tem procedimentose regras. 
Deve ser planejada e sistematizada para não correr o risco de ser ineficaz e ineficiente, por isso devemos reforçar  alguns cuidados básicos do trabalho com o seu instrumental
Objetivo da Entrevista
A entrevista psicológica varia de acordo com sua finalidade:
Clínica
Encaminhamento (triagem)
Seleção de pessoal
Psicodiagnóstico
Pesquisa 
Hospitalar e etc. 
Tipos de Entrevista
A entrevista pode ser estruturada de três tipos fundamentais: estruturada, não- estruturada ou mista.
 Fechada ou Estruturada ou Diretiva ou Sistemática. 
É aquela onde você já tem uma série de informações pré-estabelecidas. Quando você está trabalhando de uma forma mais objetiva usa esse tipo de entrevista. Aqui você dirige e controla, portanto é controlada. 
Condições para aplicação da Entrevista
Ambiente = o local da entrevista. 
Rapport = o grau de empatia
Enquadramento
Para obter o campo particular de entrevista devemos ter um enquadramento rígido, onde possamos transformar determinadas variáveis em constantes.
O enquadramento funciona como uma espécie de padronização da situação estímulo que oferecemos ao entrevistador. 
O enquadramento é uma forma de se manter constante determinadas variáveis:
·          Objetivo
·          Lugar    
·          Tempo
·          Honorários
·          Papel 
·          Contrato  
Papel do Entrevistador
O objetivo de trabalho do psicólogo é outro ser humano, portanto, ele precisa reconhecer que:
· Deve ter consciência de que vai ser depositário dos problemas íntimos do paciente mediante as sucessivas entrevistas ou através dos instrumentos que planeja usar. Para suportar essa sobrecarga afetiva, diariamente, precisa ter recursos de personalidade e aprender a elaborar as emoções que surgem ao longo deste processo;
Papel do Entrevistador
Precisa entender que não é mais um testólogo, como antigamente. O que se espera dele é algo mais do que uma transmissão fria e literal do resultado dos exames. Quem solicita um laudo diagnóstico, deseja ter um conhecimento mais vivo, rela e integrado do seu paciente e este precisa ser informado, mas a mensagem tem que ser transmitida sem mobilizar ansiedade.
Entrevistador
Precisa ter noção de como lidar com os familiares do paciente e saber preservar o sigilo das informações recebidas, mesmo quando menor, levar sempre em consideração o seu bem-estar.
· Neutralidade - O psicólogo deve estar preparado para não se deixar manipular, envolver ou seduzir pelos familiares do paciente, muito menos “tomar partido”. Qualquer informação a ser transmitida deve ser primeiramente do conhecimento do examinando. (Indicar leitura do código de ética).
Entrevistador
 Estar presente para o outro e poder ouvi-lo sem a interferência de questões pessoais;
·   Ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a desenvolver uma aliança de trabalho;
·   Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada;
·   Buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas;
·   Gentilmente confrontar esquivas e contradições;
·   Tolerar a ansiedade relacionada aos temas evocados na entrevista;
·   Reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, especialmente quando elas atuam na relação com o entrevistador;
·   Compreender os seus processos transferenciais; 
·   Assumir iniciativa em momentos de impasse;
·   Dominar as técnicas que utiliza dá e comunica segurança ao entrevistador.

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