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Dosimetria da Pena

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(DOSIMETRIA)
I – Notas Introdutórias.
A individualização da pena torna-se necessária, uma vez que há a incidência dos princípios norteadores da aplicação da pena.
Princípio da Individualização da Pena / Princípio da Proporcionalidade/ Princípio da Legalidade.
O sinalizador para o exercício do Jus Puniendi do Estado é a prática do CRIME.
Através do devido processo legal finalizado com a sentença condenatória é possível verificar a incidência do Princípio da Individualização da Pena.
A Legislação penal brasileira adotou as penas: Privativas de Liberdade, Restritivas de Direito e Multa (as duas últimas são conhecidas com medidas alternativas).
Características da aplicação da pena:
Atividade exclusivamente judicial → só o juiz pode aplicar a pena após o respeito ao devido processo lega.
Ato discricionário juridicamente vinculado → juiz está limitado aos parâmetros da lei → TEORIA DAS MARGENS (limite mínimo e máximo para a dosimetria da pena)
Sistemas (critérios) para aplicação da pena: BIFÁSICO E TRIFÁSICO.
 CP, art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
II - Sistema trifásico de Aplicação de Pena.
Característico da PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
Objetivo: viabilizar o exercício do direito de defesa.
Três fases distintas: 
Pena - Base → Análise das circunstâncias judiciais. (art. 59 do CP)
Pena – Provisória (Intermediária) → Análise das circunstâncias Legais: Agravantes (art. 61 e 62 do CP) e Atenuantes (art. 65 e 66 do CP).
Pena Definitiva → análise das causas de aumento (majorantes) e diminuição de pena (minorantes) → situam-se na parte Geral e Especial do CP.
III - Primeira Fase de Aplicação da Pena: Fixação da Pena- Base (art. 59 do CP)
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
[...]
Finalidade: fixação da pena – base.
Incidência das circunstâncias judiciais sobre a pena (preceito secundário: simples ou qualificado) fixado ao tipo penal incriminador.
Também chamadas de Circunstâncias Inominadas.
 Tem Caráter Residual/ Subsidiário → “[...] apenas podem ser utilizadas quando não configurarem elementos do tipo penal, qualificadoras ou privilégio, agravantes ou atenuantes genéricas, ou ainda causas de aumento ou de diminuição da pena, todas elas preferenciais pelo fato de terem sido expressamente definidas em lei.” (MASSON, 2016. p. 721)
Nesta fase o legislador penal não fixou quantidade determinada de aumento quando as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis e/ou prejudiciais ao réu. → Discricionariedade do Juiz. → Jurisprudência = 1/6 para cada circunstância presente. → Doutrina = 1/8.
Juiz deve permanecer dentro dos limites mínimo e máximo (abstratos) da pena estampada no tipo penal.
Ressalta-se que a pena-base só se afastará do mínimo legal cominado abstratamente se houver circunstâncias judiciais desfavoráveis.
Deverá o juiz fundamentar cada uma das Circunstâncias Judiciais sob pena de nulidade da sentença condenatória → observância ao Devido Processo Legal / Contraditório / Ampla Defesa.
Nesta fase exige-se o respeito ao PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE → deve haver relação lógica entre a exasperação da pena e o número de circunstâncias judiciais prejudiciais ao réu.
Análise individual das circunstâncias Judiciais: são oito
Culpabilidade.
Antes da Reforma Penal de 1984 chama-se Intensidade do Dolo e Grau de Culpa → elementos que anteriormente encontravam-se dentro da culpabilidade ​→ Hoje pertence a Conduta que está inserida dentro do Fato Típico.
Trata-se esta circunstância em analisar o maior ou menor grau de REPROVABILIDADE/ CENSURA da conduta do réu (auto do crime ou contravenção penal).
Atende ao critério constitucional da individualização da pena.
Culpabilidade como elemento do crime ≠ Culpabilidade como circunstância Judicial.
	Culpabilidade
	Culpabilidade
	Elemento do crime
	Circunstância Judicial 
	Dirigida a configuração da infração penal
	 Finalidade de influenciar na fixação da pena-base.
	Verificação da Imputabilidade / Potencial Consciência da Ilicitude / Exigibilidade de Conduta diversa.
	Juízo de reprovabilidade / censura sobre a conduta praticada pelo agente (crime ou contravenção penal)
Antecedentes do agente.
“[...] representa a vida pregressa do agente, sua vida antes do crime (fatos posteriores não são considerados nesta etapa)”. (CUNHA, 2016.p 415)
Trata-se da análise dado passado do réu na área criminal. → serão analisados fatos bons ou ruins.
Devem ser analisados apenas os fatos registrados na folha de antecedentes criminais. → os não registrados devem ser fruto de análise na CONDUTA SOCIAL.
Maus antecedentes ≠ Reincidência.
Maus antecedentes = Apenas as condenações definitivas não caracterizadoras da agravante da reincidência.
“[...] para fins de caracterização dos maus antecedentes, basta a existência de uma condenação penal definitiva, pouco importando o momento da sua concretização.” (MASSON, 2016, p.726)
Inquéritos policiais (em andamento ou arquivados) e ações penais (em andamento ou com decisão absolutória) não são utilizados com caracterizadores de maus antecedentes → PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.
Súmula 444 do STJ: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.”
OBS. Com relação aos ato infracionais → aplicação de medida socioeducativa também não podem ser considerados como maus antecedentes → Podem apenas servir para o estudo da personalidade do agente.
Limitação temporal dos maus antecedentes: duas correntes.
Sistema da perpetuidade → Caráter perpetuo. → Adotado pelo Código Penal.
Sistema da Temporariedade → Período depurador → Tempo idêntico da reincidência (CP, art. 64, I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;) → STF já aplicou este entendimento (HC 126.315/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, j. 15.09.2015, noticiado no informativo 799).
Conduta social.
Trata-se do comportamento do agente perante a sociedade.
“Verifica-se o seu relacionamento com seus pares, procura-se descobrir o seu temperamento, se calmo ou agressivo, se possui algum vício, a exemplo de jogos ou bebidas, enfim, tenta-se saber como é o seu comportamento social, que poderá ou não ter influenciado no cometimento da infração penal.” (GRECO, 2012.p 560)
Ocorre no momento em que o juiz interroga o réu, assim como no ato da coleta de prova testemunhal (testemunhas de beatificação arrolada pela defesa) → busca da verdade real.
STJ = entende que fatos posteriores ao crime que se encontra em julgamento não podem ser utilizados de forma negativa como fundamento para valorar a culpabilidade, a personalidade e a conduta social do réu.
Personalidade do agente.
Trata-se do “retrato” psíquico do réu.
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. DOSIMETRIA. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DA PERSONALIDADE DOS AGENTES. LAUDO TÉCNICO. DESNECESSIDADE. AFERIÇÃO A PARTIR DE ELEMENTOS CONCRETOS DOS AUTOS. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A valoração negativa da personalidade do agente exige a existência de elementos concretos e suficientes nos autos que demonstrem, efetivamente, a maior periculosidade do réu aferível a partir de sua índole, atitudes, história pessoal e familiar, etapas de seu ciclo vital e social, etc., sendo prescindível a existência de laudo técnico confeccionadopor especialistas nos ramos da psiquiatria e psicologia para análise quanto a personalidade do agente. 2. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg no REsp: 1301226 PR 2012/0009106-7, Relator: Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 11/03/2014, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 28/03/2014)
Não se trata de um conceito jurídico.
Trata-se de características individuais do agente, que foram adquiridas ao longo do tempo, que podem determinar ou influenciar o seu comportamento.
Motivos do crime.
“São os fatores psíquicos que levam a pessoa a praticar o crime ou a contravenção penal”. (MASSON, 2016.p 729)
Trata-se dos motivos que levaram o agente a cometer o crimes ou a contravenção pena.
Porquê da prática da infração penal.
A análise desta circunstância judicial só poderá ser feita quando os motivos não integrarem a própria tipificação da conduta criminosa, ou não caracterizar uma circunstância qualificadora ou agravante, para assim não gerar bis in idem.
Ex. motivo fútil → qualificadora do homicídio (art. 121, §2º, II do CP) e agravante genérica (art. 61, II, “a” do CP).
Motivos do crime ≠ de DOLO e CULPA
	Motivos do Crime 
	Dolo e Culpa
	Não vincula ao tipo penal
	Vinculam-se ao tipo penal
	Dinâmicos / mutáveis
	Estáticos 
	Revelam desejo do agente
	Elemento subjetivo da conduta
	Podem ou não ser alcançados com a prática da infração penal.
	Determinante para a classificação do crime.
	
	Irrelevante o motivo da conduta → caracterização do crime.
Circunstâncias do crime
“São os dados acidentais, secundários, relativos à infração penal, mas que não integram sua estrutura, tais como o modo de execução do crime, os instrumentos empregados em sua prática, as condições de tempo e local em que ocorreu o ilícito penal, o relacionamento entre o agente e o ofendido etc.” (MASSON, 2016.p 729).
Não se confundem com as circunstância agravantes e atenuantes objeto de verificação da segunda fase da dosimetria da pena.
Verifica-se as condições de tempo e lugar onde fora praticado o crime, qual a relação do agente com a vítima, quais os instrumentos utilizados na empreitada criminosa, etc.
Consequências do crime.
 Nesta circunstância judicial são verificados os efeitos e/ou prejuízos provocados pelo crime em relação a vítima, seus familiares ou da própria coletividade.
HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. DIREITO PENAL. DOSIMETRIA. PENA-BASE FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. MOTIVOS E CONSEQUÊNCIAS DO CRIME. CONSIDERAÇÃO DESFAVORÁVEL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO, NO ÂMBITO DO WRIT. ORDEM DE HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDA. 1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal e ambas as Turmas desta Corte, após evolução jurisprudencial, passaram a não mais admitir a impetração de habeas corpus em substituição ao recurso ordinário, nas hipóteses em que esse último é cabível, em razão da competência do Pretório Excelso e deste Superior Tribunal tratar-se de matéria de direito estrito, prevista taxativamente na Constituição da República. 2. Esse entendimento tem sido adotado pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça também nos casos de utilização do habeas corpus em substituição ao recurso especial, com a ressalva da posição pessoal desta Relatora, sem prejuízo de, eventualmente, se for o caso, deferir-se a ordem de ofício, em caso de flagrante ilegalidade. 3. O Julgador deve, ao individualizar a pena, examinar com acuidade os elementos que dizem respeito ao fato, obedecidos e sopesados todos os critérios estabelecidos no art. 59 do Código Penal, para aplicar, de forma justa e fundamentada, a reprimenda que seja, proporcionalmente, necessária e suficiente para reprovação do crime. 4. O elevado valor do prejuízo sofrido pelas vítimas autoriza a valoração negativa das consequências do delito. Também os motivos do crime, ligados à obtenção de recursos para serem utilizados em sua campanha política, podem ser considerados em desfavor do Paciente. E não há constrangimento ilegal a ser sanado na via do habeas corpus, estranha ao reexame da individualização da sanção penal, quando a fixação da pena-base acima do mínimo legal, de forma fundamentada e proporcional, justifica-se em circunstâncias judiciais desfavoráveis. 5. Inexistindo ilegalidade patente na análise do art. 59 do Código Penal, o quantum de aumento a ser implementado na pena-base fica adstrito ao prudente arbítrio do juiz sentenciante, não havendo como proceder o seu redimensionamento na via angusta do habeas corpus. Precedentes. 6. Ordem de habeas corpus não conhecida. (STJ - HC: 253694 RS 2012/0189828-6, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 25/02/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 12/03/2014)
DIREITO PENAL. FIXAÇÃO DA PENA-BASE. ARGUMENTOS GENÉRICOS OU CIRCUNSTÂNCIAS ELEMENTARES DO PRÓPRIO TIPO PENAL. Não é possível a utilização de argumentos genéricos ou circunstâncias elementares do próprio tipo penal para o aumento da pena-base com fundamento nas consequências do delito. Precedentes citados: HC 150.025-DF, DJe 1/8/2011, e HC 170.730-AC, DJe 10/10/2011. HC 165.089-DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 16/10/2012. (STJ, Informativo Nº: 0506.Período: 4 a 17 de outubro de 2012.)
Comportamento da vítima.
Contribuição do comportamento da vítima no cometimento do crime pelo réu.
Comportamento influenciador da vítima para a ocorrência do crime.
Circunstância judicial ligada a vitimologia.
Característica: circunstância NEUTRA ou FAVORÁVEL ao RÉU.
APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE MAJORADO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. CRIME CONSUMADO. CULPABILIDADE. COMPORTAMENTO DA VÍTIMA. PENA-BASE. EMPREGO DE ARMA. 1 - A prova oral esclarece que os agentes efetuaram a subtração da res furtivae e foram capturados - sem que houvesse perseguição - somente após eficaz busca realizada pelos policiais. Dessa forma, ainda que por curto lapso, os agentes consolidaram a posse indisputada dos bens subtraídos - que saíram da esfera de vigilância da vítima - consumando o delito. 2 - A culpabilidade na dosimetria da pena-base leva em conta a graduação/intensidade do dolo, porque a presença deste ou a consciência (livre) da ilicitude já foram verificadas em momento anterior, pois, se ausentes estivessem sequer se cogitaria em graduar a pena (pela presença de exculpante). Logo, não cabe valorar negativamente - como circunstância judicial - a culpabilidade pela simples presença da consciência da ilicitude (pressuposto para aplicação da pena). 3 - O comportamento da vítima, por estar inserido na esfera de comportamento do ofendido, não pode ser transferido para o agente, de modo a prejudicá-lo. Se a vítima em nada contribuiu para o fato, a referida vetorial não pode conduzir à exasperação da pena-base. 4 - Somente as armas próprias têm o condão de fazer incidir a majorante do crime de roubo prevista no art. 157, § 2º, I, do CP. Barra de ferro não é arma no sentido próprio. APELO DEFENSIVO PARCIALMENTE PROVIDO, POR MAIORIA. (Apelação Crime Nº 70052759099, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Francesco Conti, Julgado em 27/03/2013) (TJ-RS - ACR: 70052759099 RS, Relator: Francesco Conti, Data de Julgamento: 27/03/2013, Quinta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 10/04/2013)
OBS.: Caso o comportamento da vítima se encontre previsto no próprio tipo penal com benefício para o réu (caso de redução de pena) aquele não poderá ser utilizado novamente como circunstância judicial favorável ao réu. Ex. art. 121, §1º do CP.
IV - Segunda fase de Aplicação da Pena: Agravantes e Atenuantes Genéricas.
Finalidade: Fixação da Pena Provisória. / encontro da pena intermediária.
Ponto de partida: pena –base (encontrada na fase anterior)
Temos nesta fase a análise das circunstâncias legais: Agravantes (arts. 61 e 62 do CP) e Atenuantes (arts. 65 e 66 do CP).
São também chamadas de CIRCUNSTÂNCIAS GENÉRICAS, pois se encontram na parte geral do Código Penal.
“As agravantese atenuantes genéricas podem ser definidas como circunstâncias objetivas ou subjetivas que não integram a estrutura do tipo penal, mas se vinculam ao crime, devendo ser consideradas pelo juiz no momento de aplicação da pena.” (CUNHA, 2016.p 419).
Neta etapa (fase) o Legislador penal também não fixou o quantum (percentual) de aumento ou diminuição da pena do agente deixando a cargo do juiz tal aferição (discricionariedade limitada → não poderá a pena ser fixada aquém do mínimo nem além do máximo legal disposta abstratamente no tipo penal.) →Na prática será 1/6 incidente sobre a pena-base.
	AGRAVANTES GENÉRICAS
	ATENUANTES GENÉRICAS
	Rol taxativo (art. 61 e 62)
	Rol exemplificativo
	Impossibilidade da analogia in malam partem.
	Deve ser relevante e favorável ao réu, seja anterior ou posterior ao crime.
	Natureza compulsória (princípio da legalidade) → INCIDÊNCIA OBRIGATÓRIA
	Natureza compulsória (princípio da legalidade) → INCIDÊNCIA OBRIGATÓRIA
	Vedada a sua utilização: função → ELEMENTAR do tipo penal / QUALIFICADORA/ CAUSA DE AUMENTO DE PENA
	Vedada a sua utilização: função → CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA
	Pena-base fixada no máximo legal = agravantes serão inúteis. 
	Súmula 231 do STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
	Agravantes Genéricas do art. 61, II → aplica-se exclusivamente aos CRIMES DOLOSOS / PRETERDOLOSOS. → posição dominante jurisprudência e doutrina.
	Art. 66 do CP “A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei” → Atenuantes Inominadas.
 
IV. 1 – Das Agravantes Genéricas.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada
	
Trata-se de rol taxativo
Regra = as agravantes sempre agravam a pena. 
Exceção:
Quando já constitui elementar do crime ou qualificadora → Ex. crime de aborto não poderá incidir a agravante “crime contra mulher grávida”.
Quando a pena-base tiver sido fixada no máximo. → Juiz está limitado ao mínimo é máximo legal estipulado para o crime praticado pelo agente.
Não incidirão as agravantes quando em concurso com as atenuantes estas forem preponderantes. (Art. 67 do CP) → São circunstâncias preponderante: a resultantes de motivos determinantes do crime, personalidade do agente e a reincidência → Ordem: 
1º) Atenuantes da menoridade e senilidade;
2º) Agravante da reincidência; 
3º) Atenuantes e agravantes subjetivas;
4º) Atenuantes e agravantes objetivas.
Em regra só se aplica diante de crimes DOLOSOS. Exceção: agravante da REINCIDÊNCIA que será aplicada também aos crimes CULPOSOS.
Análise individual das circunstâncias Agravantes:
Da Reincidência (art. 61, I do CP)
Natureza jurídica: circunstância agravante genérica SUBJETIVA / PESSOAL → NÃO SE COMUNICA. (art. 30 do CP)
Definição → Art. 63 do CP + art. 7º da Lei de Contravenções Penais.
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção
Requisitos para constatação da reincidência: Trânsito em julgado de sentença condenatória por crime ou contravenção anterior + Prática de nova infração penal.
	Conduta anterior
	Conduta posterior Trânsito Julgado
	Consequência
	CRIME 
(BR ou ES)
	CRIME
	REINCIDÊNCIA 
(art. 63 CP)
	CRIME 
(BR ou ES)
	CONTRAVENÇÃO
	REINCIDÊNCIA 
(art. 7º LCP)
	CONTRAVENÇÃO 
(BR)
	CONTRAVENÇÃO
	REINCIDÊNCIA
 (art. 7º LCP)
	CONTRAVENÇÃO 
(BR)
	CRIME
	MAUS ANTECEDENTES
	CONTRAVENÇÃO 
(ES)
	CRIME OU CONTRAVENÇÃO
	NÃO REINCIDÊNCIA (art. 7º LCP)
Causas extintivas de punibilidade X Reincidência
	Anterior ao Trânsito Julgado 
(NÃO REINCIDÊNCIA)
	Posterior ao Trânsito Julgado 
(REINCIDÊNCIA)
	Não haverá sentença penal condenatória (1º requisito para gerar a reincidência)
	Regra: gera reincidência → existe sentença penal condenatória.
O Brasil adotou o sistema da temporariedade da reincidência → art. 64, I do CP → período depurador.
Quanto a natureza do delito → poderá impedir a reincidência → CRIMES MILITARES PRÓPRIOS E OS POLÍTICOS.
Espécie de reincidência:
Real → Quando o agente pratica novo crime após ter cumprido toda a pena do crime anterior → respeitado o período depurador (5 anos).
Ficta → Quando o agente pratica novo crime posterior condenação transita em julgado de crime anterior, antes do cumprimento total da pena deste.
Genérica → Prática de crimes de espécies diferentes.
Específica → Prática de crimes da mesma espécies.
Súmula 241/STJ (26/10/2015) A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.
.
Ter o agente cometido o crime (art. 61, II, do CP).
B.1 - Por motivo fútil ou torpe. (alínea “a”)
“Motivo fútil é o insignificante, de pouca importância, completamente desproporcional à natureza do crime praticado.” (MASSON, 2016.p 745)
Não configura motivo fútil: Ausência de motivo / ciúme / Embriaguez (em regra não caracteriza, mas a de natureza culposa e a voluntária por não excluírem a culpabilidade, para alguns deve ser aplicada a agravante)
Motivo Fútil ≠ Motivo Injusto.
Ex. matar a esposa por não ter colocado o almoço.
“Torpe é o motivo abjeto, vil, que nos causa repugnância, pois atenta contra os mais basilares princípios éticos e morais”. (GRECO, 2012.p.570) 
Vingança não caracteriza automaticamente motivo torpe → tudo dependerá da causa que a deu origem.
Ex. Traficante matar concorrente para ficar em seu lugar no tráfico.
Um motivo não poderá ser torpe e fútil ao mesmo tempo.
B.2 - Para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; (alínea “b”).
Fundamenta-se na CONEXÃO entre dois ou mais crimes.
Espécies:
Conexão Teleológica → o crime é praticado para assegurar a execução de outro crime (futuro).
Conexão consequencial → quando o crime propõe-se a assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro (passado).
Não incidirá a agravante se o crime tiver sido praticado com a finalidade de assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de uma contravenção penal.
Incidirá a agravante mesmo queo crime desejado pelo agente não tenha sido iniciado → Basta a intenção → Sendo também praticado estaremos diante do CONCURSO MATERIAL DE CRIMES.
B.3 - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido (alínea “c”).
Incidência da interpretação analógica.
Traição = ataque desleal / “[...] quebra de confiança que o ofendido depositava no responsável pelo crime.” (MASSON, 2016.p.747).
Emboscada = ataque com surpresa/ “é a tocaia, a cilada, ou seja, aguardar escondido a passagem da vítima para, repentinamente, ataca-la” (MASSON, 2016.p.747).
Dissimulação = fingimento / “é o disfarce, a ocultação da vontade criminosa para agredir a vítima descuidada.” (MASSON, 2016.p.747).
B.4 - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; (alínea “d”).
Uso da interpretação analógica.
Relaciona-se aos meios utilizados na execução do crime.
Espécies:
Meio insidioso → armadilha / estratagema → agente age sem que a vítima perceba. Ex. uso de veneno.
Meio cruel → atribui à vítima desnecessário sofrimento para alcançar o resultado almejado pelo agente. Ex. fogo / tortura / asfixia.
Meios que possa resultar perigo comum → capaz de atingir um número indeterminado de pessoas, além de resultar sofrimento intenso para a vítima. Ex. explosivos.
B.5 - Contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; (alínea “e”).
Não haverá a incidência dessa agravante quando o parentesco for por afinidade (Ex. sogra / genro), nem em relação a união estável, sob pena do uso da analogia in malam partem.
Exige-se que o agente efetivamente utilize dessas relação como facilidade para a prática do crime.
Depende de prova documental.
B.6 - Com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (alínea “f”)
“Manifesta o agente, nesses casos, clara insensibilidade moral, violando sentimentos de estima, solidariedade e apoio mútuo que deve nutrir para com as pessoas sob sua autoridade ou parentes, ou ainda, pessoas com quem convive”. (CUNHA, 2016. P 428)
Uso ilegítimo da autoridade que possui.
 ABUSO DE AUTORIDADE → relação privada → agente exerce ascendência sobre a vítima → Ex. Tutor / Curador.
Relação doméstica = estabelecidas dentro do núcleo familiar, entre patrão e empregado, professores, amigos da casa. → Com relação a companheira ou companheiro (união estável) há a possibilidade de incidir está agravante genérica.
Coabitação = trata-se da moradia sob o mesmo teto (voluntária / fortuita / coativa. Ex. cadeia)
Hospitalidade = estada provisória / eventual. Ex. recepção de amigos para um almoço.
A relação doméstica / Coabitação / Hospitalidade → requer existência ao tempo do crime (teoria da atividade) independente se o crime ocorreu dentro ou fora da residência. 
Com violência contra a mulher → Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06 
B.7 - Com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; (alínea “g”)
ABUSO DE PODER ou VIOLAÇÃO DE DEVER INERENTE AO CARGO → comportamento praticados por funcionários públicos → delito ocorre durante o exercício da função, beneficiando-se dessa condição.
VIOLAÇÃO DE DEVER DE OFÍCIO, MINISTÉRIO OU PROFISSÃO → atividades de natureza privada.
B.8 - Contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida (alínea “h”)
Criança = < 12 anos (ECA)
Idoso = > 60 anos (Estatuto do Idoso) → Deve haver nexo de dependência entre a fragilidade da vítima e o delito praticado.
Enfermo = portador de doença (permanente ou transitória) / debilidade quanto a capacidade física ou mental → exige-se nexo entre a doença e o crime praticado. Ex. furto contra vítima cega.
Mulher grávida = estágio avançado da gravidez (MASSON, 2016) / independe do estágio da gravidez (CUNHA,2016) → o estado gravídico deve facilitar a atuação do agente criminoso.
Todas essas hipóteses deve ser de conhecimento do agente para a incidência da agravante.
B. 9 - Quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; (alínea “i”)
Proteção imediata = guarda / sujeição / dependência.
Neste caso a vítima está sob a proteção do Estado (Poder Público) → revela maior abuso do agente quanto a prática delitiva. →Ex. resgate de preso de outra facção para assassiná-lo.
B.10 - Em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido (alínea “j”)
Uso da interpretação analógica.
Insensibilidade moral do agente.
Calamidade Pública = acidente generalizado. Ex. Inundação na cidade de Rio Largo → saqueamento de mercadinhos.
Desgraça Particular = acidente / tragédia de forma individual. Ex. acidente de carro onde o agente subtrai os pertences da vítima.
B.11 - Em estado de embriaguez preordenada. (alínea “l”).
“Situação em que o agente, propositadamente, se embriaga, encorajando-se à prática do crime.” (CUNHA, 2016. P 431)
Fundamentação dentro da Teoria da actio libera in causa.
Agravantes no caso de concurso de pessoas (art. 62 do CP)
 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Terminologia inadequada por ausência de liame subjetivo devido a não culpabilidade dos envolvidos → trata-se de AUTORIA MEDIATA.
Esta agravante genérica irá incidir quando duas ou mais pessoas praticarem uma conduta criminosa, não necessariamente configurando o concurso de pessoas estampado no art. 29 do CP.
Espécies:
C.1 - Promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes (inciso I).
Trata-se do coautor intelectual / autor de escritório.
Deve existir hierarquia entre os comparsas.
C.2 - Coage ou induz outrem à execução material do crime. (Inciso II)
Coagir = Trata-se de obrigar alguém utilizando a violência ou grave ameaça, de natureza irresistível ou não para cometer o crime.
Induzir = plantar a ideia da prática do crime em outra pessoa. (autoria mediata)
C.3 - Instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal. (inciso III)
Instigar = reforçar ideia criminosa já existente.
Determinar = ordenar a prática do crime → diferente de induzir → Quando o agente determina ele exerce autoridade sobre o outro agente, impondo-lhe sua vontade → Pode a autoridade ser pública ou privada → Ex. Pai e filho.
Instiga ou determinar pessoa não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal → escusas absolutórias → Ex, Instigar o filho a furtar do próprio pai = neste caso só responderá o instigador. (art. 181, II do CP)
C.4 - Executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. (inciso IV)
Forma especial de motivo torpe.
Trata-se do criminoso mercenário.
Paga = recompensa anterior a prática do delito.
Promessa = recompensa posterior prática do delito.
Para a incidência da agravante não se faz necessário o efetivo recebimento da recompensa, basta que está tenha sido a motivação.
IV.2 - Das Atenuantes Genéricas. (art. 65 e 66 do CP)
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), nadata do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
 Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Regra sempre atenuam a pena.
Exceções:
Não incidirá quando a circunstância já constituiu ou privilegia o crime
Quando a incidência fizer com que a pena provisória fique aquém do mínimo da pena abstrata prevista para o crime praticado → SÚMULA 231 do STJ - A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.
Não incidirão as atenuantes quando em concurso com as agravantes estas forem preponderantes. (art. 67 do CP) → São circunstâncias preponderantes: a resultantes de motivos determinantes do crime, personalidade do agente e a reincidência
Análise individual das circunstâncias Atenuantes:
Ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença. (art. 65, I)
Menoridade = ≥ 18 e < 21 anos. → idade biológica → teoria da ação → independente de capacidade civil. → Súmula 74 STJ - Para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil.
Senilidade = > 70 anos no ATO DA SENTENÇA (decisão de 1º grau, ressalvada se for absolutória e houver condenação por parte do Tribunal em grau de recurso) → independe data do fato → Estatuto do Idoso não alterou a atenuante genérica.
O desconhecimento da lei. (art. 65, II)
Sabemos ser de natureza inescusável o desconhecimento da lei, mas servirá de atenuante genérica a ignorância ou equivocada compreensão da lei.
Ter o agente (art. 65, III)
C.1 - Cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; (alínea “a”)
Os motivos devem ser relevantes (importantes) → avalia-se de acordo com homem médio.
Relevante valor moral = “aquele ligado aos interesses individuais, particulares do agente, entre eles os sentimentos de piedade, misericórdia e compaixão”. (CUNHA, 2016.p 435) → Ex. matar pessoa que torturou a vítima no passado.
Relevante valor social = atende aos anseios da coletividade → Ex. matar o maníaco do parque.
C.2 - Procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; (alínea “b”)
Trata-se do arrependimento espontâneo do agente face ao crime praticado ≠ arrependimento eficaz
Para a incidência da atenuante o arrependimento não poderá ser motivado por terceiros (interferência externa)
Ex. Diante de atropelamento o agente oferece pagamento mensal (pensão) à família da vítima.
Ter, antes do julgamento, reparado o dano (antes do julgamento 1º grau) ≠ arrependimento posterior (antes do recebimento da denúncia / queixa) → havendo a reparação no juízo cível não haverá incidência da atenuante.
C.3 - Cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; (alínea “c”)
Trata-se da coação física ou moral RESISTÍVEL.
Atenuante da obediência hierárquica → cumprimento de ordem manifestamente ilegal.
Sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima → dispensável reação imediata → No caso de homicídio e lesão corporal = PRIVILEGIADORA quando INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA.
C.4 - Confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; (alínea “d”)
Requisitos da confissão espontânea:
Confissão deve partir do próprio agente (livre de interferência externa) → havendo interferência externa poderá configurar atenuante inominada (art. 66 do CP)
Deve ser feita perante autoridade pública → Juiz ou delegado de polícia)
Espécies de confissão:
Simples → nesta o acusado assume a prática do delito como lhe fora atribuído. 
Total = agente narra todas as circunstâncias em que o crime fora praticado.
Parcial = agente não admite qualificadoras / causas de aumento.
Qualificada → “réu admite a autoria do evento, mas alega fato impeditivo ou modificativo do direito (como a presença de uma excludente de ilicitude ou culpabilidade)”. (CUNHA, 2016.p 438)
STF → pode ser aplicada a atenuante mesmo quando for da espécie qualificada.
STJ → quanto a confissão parcial só poderá atenuar a pena se utilizada para a condenação. Ex. A denúncia e por roubo e o réu confessa ter praticado furto → não haverá a incidência da atenuante.
C.5 - Cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. (alínea “e”)
Crime multitudinário.
Só incidirá a atenuante caso o agente não seja o provocador.
Ex. briga de torcidas.
Atenuantes Inominadas (art. 66 do CP)
Aquelas não especificadas pela lei.
Também chamadas = ATENUANTES DE CLEMÊNCIA → Juiz concede como ato de bondade.
Poderá ser qualquer circunstância relevante / importante, anterior ou posterior ao crime.
Ex. confissão voluntária não espontânea 
Bons antecedentes criminosos não entram como atenuante e sim como circunstância judicial favorável (pesa-base) 
 IV.3 - Confronto entre Agravantes e Atenuantes: Circunstâncias Preponderantes.
Havendo simultaneidade entre agravantes e atenuantes → regra = Neutralização da eficácia de ambas → Trata-se da EQUIVALÊNCIA DAS CIRCUNSTÂNCIAS.
EXCEÇÃO = CIRCUNSTÂNCIAS PREPONDERANTES.
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
São As circunstâncias preponderantes:
Motivos determinantes = “aqueles que impulsionaram o agente ao cometimento do delito [...]” (GRECO, 2012.p 581) → MOTIVO FÚTIL / TORPE, RELEVANTE VALOR MORAL OU SOCIAL.
Personalidade do agente = refere-se aos dados pessoais do agente infrator / aqueles que não se dissociam da sua pessoa → questão da idade.
Reincidência.
Observação: Concurso entre agravantes e atenuantes de natureza preponderante.
Reincidência (agravante genérica) X Confissão espontânea (atenuante genérica) → Dois posicionamentos:
STF → Reincidência prepondera sobre a confissão espontânea (personalidade do agente)
STJ → Aplica a compensação por serem igualmente preponderantes. → Ressalta-se que este Tribunal não admite a compensação em casos de réu multirreincidente (Princípios da Proporcionalidade / P. Individualização da Pena)
 V - Terceira fase de Aplicação da Pena: Pena Definitiva
Finalidade = fixação da pena definitiva.
Ponto de partida = Pena provisória.
Nessa fase analisa-se a incidência das causas de aumento e diminuição de pena também chamadas de Majorantes e Minorantes.
As majorantes e minorantes são encontradas → PARTE GERAL E ESPECIAL DO CP / LEGISLAÇÃO ESPECIAL.
As causas de aumento e diminuição são estabelecidas em frações determinadas no texto legal → diferente das circunstâncias judiciais (primeira fase) e agravantes e atenuantes genéricas (segunda fase)Causas de aumento / diminuição de pena ≠ Circunstâncias agravantes /atenuantes genéricas.
	Circunstâncias agravantes /atenuantes genéricas.
	Causas de aumento / diminuição de pena
	Limitada a elevação até o máximo e a diminuição até o mínimo de pena cominada ao tipo penal praticado.
	Possibilidade de elevação da pena além do máximo legal e diminuição aquém do mínimo legal do tipo penal.
	Circunstâncias legais
	Majorantes e Minorantes
	Incidem na 2ª fase da dosimetria da pena
	Incidem na 3ª fase da dosimetria da pena
	Localizam-se apenas na PARTE GERAL DO CP
	Localizam-se PARTE GERAL E ESPECIAL DO CP/ LEGISLAÇÃO ESPECIAL.
	NÃO POSSUI previsão legal em relação a fração de elevação ou diminuição.
	POSSUI previsão legal em relação a fração de elevação ou diminuição.
	Juiz ESTÁ limitado ao mínimo e ao máximo legal da pena disposta no tipo penal.
	Juiz NÃO ESTÁ limitado ao mínimo e ao máximo legal da pena disposta no tipo penal.
	
	≠ QUALIFICADORAS
V.1 – Concurso entre as causas de aumento.
Podemos ter três hipóteses de concursos:
Concurso entre causas de aumento → pluralidade de majorantes.
Concurso entre causas de diminuição → pluralidade de minorantes.
Concurso entre causa de aumento e causa de diminuição → concorrência entre majorante e minorante.
Análise e procedimento das hipóteses de concurso:
Concurso de causas de aumento. (Concurso Homogêneo)
A.1 - Causas de aumento dispostas na Parte Geral do CP.
DEVE ser aplicada as duas.
Ocorrência do Princípio da Incidência Isolada → “[...] o segundo aumento recai sobre a pena precedente, não sobre a pena já aumentada”. (GOMES, 2015.p 527)
Os aumentos devem ser calculados sobre a pena provisória e não em efeito cascata. Vejamos:
Ex. Bonaparte recebeu a pena intermediária de 9 anos, incidindo sobre esta duas causas de aumento, uma de 1/3 e outra de ½. 
	Pena Provisória + aumento (fração)
	Cálculo
	Pena definitiva
	9 anos x 1/3 = 3anos
9 anos x ½ = 4 a 6m
	9 + 3 + 4a6m = 
16a e 6m
	
16 anos e 6 meses
A.2 - Causas de aumento dispostas na Parte Especial.
Art. 68, parágrafo único do CP
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
FACULDADE do juiz escolher se aplicará as duas (Uso do Princípio da Incidência Isolada) ou aplicará apenas a que mais aumentará a pena.
Ex. Roubo com arma de fogo (157, §2º, I do CP) + concurso de pessoas (157, §2º, II do CP)
OBS → JURISPRUÊNCIA → quanto mais causas de aumento, mais a pena se aproxima do aumento máximo.
A.3 - Concurso entre causas de aumento da Parte Geral e outra da Parte Especial.
O juiz DEVE aplicar as duas.
Deveria ser aplicado o Princípio da Incidência Isolada → JURISPRUDÊNCIA → aplica o PRINCÍPIO DA INCIDÊNCIA CUMULATIVA → “excepcionalmente, o segundo aumento, que é o da parte geral, recai sobre a pena já aumentada.” (GOMES, 2015.p. 527)
Ex. Roubos com arma de fogo em concurso formal de crimes → Pena –base de 4 anos + aumento 1/3 pela arma de fogo (= 1a e 4m + 4 = 5a e 4m) + o aumento de 1/6 pelo concurso formal (5a e 4m x 1/6 = 10m e 20d) = 5a e 4m + 10m e 20d = 6a 2m 20d (GOMES, 2015.p. 527)
Não se aplica o art. 68, parágrafo único do CP.
 
Concurso de causas de diminuição (Concurso Homogêneo)
B.1 – Causa de diminuição disposta na Parte Geral do CP.
 O Juiz DEVE aplicar as duas.
Aplicação do Princípio da Incidência Cumulativa → “a segunda diminuição recai sobre a pena já diminuída, não sobre a pena precedente”. (GOMES, 2015.p. 527)
Deve a segunda diminuição incidir sobre a pena já diminuída pela aplicação da primeira diminuição → Efeito cascata. Vejamos:
Ex. Bonaparte recebeu a pena intermediária de 6 anos, incidindo sobre esta duas causas de diminuição de 1/2 cada uma.
	Pena Provisória - diminuição (fração)
	Resultado da 1º diminuição - 2º diminuição (fração)
	Pena definitiva
	6a x ½ = 3a
6a – 3a = 3a
	3a x 1/2 = 1a 6m
	1 ano e 6 meses
B.2 - Causa de diminuição disposta na Parte Especial CP.
Art. 68, parágrafo único do CP
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
FACULDADE do juiz escolher se aplicará as duas (Uso do Princípio da Incidência Cumulativa= 2ª diminuição deverá incidir sobre a pena já diminuída) ou aplicará apenas a que mais diminuirá a pena. → evitar o risco da pena zero.
B.3 – Concurso entre causas de diminuição da Parte Geral e outra da Parte Especial.
O juiz DEVE aplicar as duas.
Aplicação do Princípio da Incidência Cumulativa → a segunda diminuição deve incidir sobre pena já diminuída.
Não se aplica o art. 68, parágrafo único do CP.
Ex. homicídio privilegiado tentado.
Concurso de causas de aumento e diminuição (Concurso misto homogêneo- parte geral)
Uma causa de aumento e uma de diminuição ambas da parte geral.
O juiz DEVE aplicar as duas.
Primeiro juiz aumenta a pena e posteriormente faz a diminuição.
Aplicação do Princípio da Incidência Cumulativa → a diminuição será aplicada a pena já aumentada.
Ex. Concurso formal de crimes + semi-imputabilidade.
Concurso de causas de aumento e diminuição (Concurso misto Homogêneo- parte especial.)
Uma causa de aumento e uma de diminuição ambas da parte especial.
O juiz DEVE aplicar as duas.
Primeiro juiz aumenta a pena e posteriormente faz a diminuição.
Aplicação do Princípio da Incidência Cumulativa → a diminuição será aplicada a pena já aumentada.
Concurso heterogêneo Misto
“Ocorre quando temos uma causa de aumento e uma causa de diminuição, sendo que uma delas está prevista na parte geral e a outra na parte especial”. (GOMES, 2015.p. 527).
DEVE o juiz aplicar as duas.
Aplicação do Princípio da Incidência Cumulativa
A diminuição sempre virá por último, independentemente de onde se encontre (parte geral ou especial)
Referência Bibliográfica
BITENCOURT, César Roberto. Teoria geral do delito – uma visão panorâmica da dogmática penal brasileira. Coimbra: Almedina, 2007.
______________. Tratado de direito penal – parte geral. 17. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal – parte geral (art. 1º ao 120). 4. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodivm, 2016.
ESTEFAM, André. Direito penal – parte geral. São Paulo: Saraiva, 2010.
GOMES, Luiz Flávio. GOMES, Alice Bianchini. Curso de direito penal – parte geral (art. 1º a 120). Salvador: JusPodivm, 2015.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte geral. 14. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Impetus, 2012. v. 1
MASSON, Cleber. Código penal comentado. 2. ed. rev., atual. E ampl. Rio de Janeiro: Método, 2014.
_______________. Direito penal esquematizado – parte geral. 10. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, 2016. v. 1
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal – parte geral – art. 1º a 120 do CP. 30. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2014. v.1
QUEIROZ, Paulo. Curso de direito penal – parte geral. 8. ed. Bahia: JusPODIVM, 2012. v.1

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