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CENTRO UNIVERSITARIO DO NORTE – UNINORTE LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CURSO: FARMÁCIA DISCIPLINA: PARASITOLOGIA CLÍNICA PROFESSOR: ALEXANDRE TARGINO Exame Parasitológico de Fezes No exame parasitológico são pesquisadas formas diversas de diversos parasitas que causam doenças em humanos. Alguns parasitas observados no exame não causam doenças, porém devem ser relatados, pois refletem o contato do paciente com alimentos, água e outros contaminados e indicam uma maior possibilidade de infecção futura por outras parasitas. Os indivíduos acometidos, por vezes, não sofrem de distúrbios importantes ou têm agravamento de situações mórbidas associadas; no entanto, em certas oportunidades tais afecções causadas por protozoários ou helmintos são, por si sós, responsáveis por expressivas anormalidades dignas de adequadas medidas terapêuticas e instigadoras de corretas atitudes profiláticas. Para o diagnóstico dessas infecções parasitárias o exame das fezes é fundamental. A coleta de fezes para exame parasitológico não possui muitas recomendações. A mais importante delas é em caso de suspeita clinica: devem-se coletar várias amostras em dias alternados para se evitar o chamado período negativo. Alguns Parasitas de Importância Médica: Giardia lamblia A infecção por protozoários atinge, principalmente, a porção superior do intestino delgado. A infecção sintomática pode apresentar-se através de diarréia, acompanhada de dor abdominal. É doença de distribuição universal. Epidemias podem ocorrer, principalmente, em instituições fechadas que atendam crianças, sendo os grupos etários mais acometidos menores de 5 anos e adultos entre 25 e 39 anos. O diagnóstico laboratorial se faz pela identificação de cistos ou trofozoítos no exame direto de fezes ou identificação de trofozoítos no fluido duodenal, obtido através de aspiração. Ascaris lumbricóides Habitualmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar-se por dor abdominal, diarréia, náuseas e anorexia. Quando há grande número de vermes, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. Em virtude do ciclo pulmonar da larva, alguns pacientes apresentam manifestações pulmonares com bronco espasmo, hemoptise e pneumonite, caracterizando a síndrome de Löefler, que cursa com eosinofilia importante. O Ascaris lumbricóides está entre os helmintos intestinais mais prevalentes em seres humanos. A ascaridíase é causada pelo helminto Ascaris lumbricóides ou comumente chamado de lombriga. É transmitida pela ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. O quadro clínico apenas não a distingue de outras verminoses, havendo, portanto, necessidade de confirmação do achado de ovos nos exames parasitológicos de fezes. Entamoeba hystolytica É um protozoário que se apresenta em duas formas: cisto e trofozoíto. Esse parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecidos, originando, assim, as formas intestinal e extra-intestinal da doença. O quadro clínico varia de uma diarréia aguda e fulminante, de caráter sanguinolento ou mucóide, acompanhada de febre e calafrios, até uma forma branda, caracterizada por desconforto abdominal leve ou moderada, com sangue ou muco nas dejeções. Pode ou não ocorrer períodos de remissão. O diagnóstico laboratorial é feito pela visualização de trofozoítos com hemácias fagocitadas, presentes com maior freqüência em fezes diarréicas. Os cistos do parasito são encontrados nas fezes mais formadas e é bastante semelhante aos cistos de espécies comensais de Entamoeba sp., e a identificação, feita através da morfologia e do número de núcleos, torna o diagnóstico complexo. Atualmente, a detecção de anticorpos ou antígenos é uma importante ferramenta para o diagnóstico e pode ser associado ao diagnóstico de imagem e histopatológico, em aspirados ou raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; aspirados de abscessos ou cortes de tecido. A ultra- sonografia e tomografia axial computadorizada são úteis no diagnóstico de abscessos amebianos. Strongyloides stercoralis A estrongiloidíase é uma doença parasitária intestinal, freqüentemente assintomática. As formas sintomáticas apresentam inicialmente alterações cutâneas, secundárias à penetração das larvas na pele e caracterizadas por lesões urticariformes ou maculopapulares, lesão serpiginosa ou linear pruriginosa migratória (larva currens). O diagnóstico é feito pelo exame parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico através da técnica de Baerman-Morais. Em casos graves, podem ser utilizados testes imunológicos, como ELISA, hemaglutinação indireta, imunofluorescência indireta. O estudo radiológico do intestino delgado auxilia o diagnóstico. Schistosoma mansoni O Schistosoma mansoni é um parasita que tem no homem seu hospedeiro definitivo, mas que necessita como hospedeiros intermediários para desenvolver seu ciclo evolutivo, os caramujos de água doce do gênero Biomphalaria, popularmente conhecidos como planorbídeos. O diagnóstico laboratorial é feito mediante a realização do exame parasitológico de fezes, preferencialmente, através do método Kato-Katz. Testes sorológicos não possuem sensibilidade ou especificidade suficiente para aplicação, na rotina. A ultrasonografia hepática é de auxílio no diagnóstico da fibrose de Symmers. A biópsia retal ou hepática, apesar de não estar indicada para utilização na rotina, pode ser útil em casos suspeitos, na presença de exame parasitológico de fezes negativo. A forma intestinal pode ser confundida com amebíase, gastroenterite, ou outras causas de diarréia. As formas mais graves devem ser diferenciadas de leishmaniose visceral, febre tifóide, linfoma e hepatoma. Ancylostoma duodenale É um dos nematódeos causadores da ancilostomose no homem. Seu tamanho varia de 0,8 a 1,3 cm e é causador de infecção intestinal que pode apresentar-se assintomática, em caso de infecções leves. O diagnóstico laboratorial é realizado pelo achado de ovos no exame parasitológico de fezes, através dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realizando-se, também, a contagem de ovos pelo Kato- Katz. Enterobius vermicularis Helminto causador de infecção intestinal assintomática ou apresentar, como característica principal, o prurido retal, freqüentemente noturno, que causa irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranqüilo. O diagnóstico é geralmente clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no encontro do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de fezes de rotina, sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelo método de Hall (swab anal) ou pelo método de Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de leitura. Taenia solium e Taenia saginata A teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarréia ou constipação. O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de teníase é oligossintomático, o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares. Isso porque os proglotes são eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados nos exames parasitológicos de fezes. Para se fazer o diagnóstico da espécie, em geral, coleta-se material da região anal e, através do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas. Os estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e líquido cefalorraquianoconfirmam o diagnóstico da neurocisticercose, cuja suspeita é feita através de exames de imagem (RX, tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética de cisticercos calcificados). A biópsia de tecidos, quando realizada, possibilita a identificação microscópica da larva. Na neurocisticercose, tem-se que fazer diagnóstico diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos (principalmente epilepsia por outras causas). Diagnóstico Para um diagnóstico parasitológico preciso, é importante levar em consideração fatores que condicionam as parasitoses, como o mecanismo de transmissão, a biologia, o clima e as condições sanitárias, além da patogenia. O exame clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, mas o laboratório é essencial nessa definição, estabelecendo a espécie de parasito presente no paciente e, conseqüentemente o tipo de medicamento a ser utilizado pelo clínico durante o tratamento. Não se sente nada durante o procedimento. O exame parasitológico mais simples é o que permite a detecção de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários nas fezes frescas. A eliminação intermitente de formas de resistência, a intensidade do parasitismo e o exame que utiliza apenas pequena amostra do material oferecido são alguns dos fatores que interferem na positividade do exame. Isso se deve ao fato de as técnicas existentes possuírem em geral ótima especificidade, embora a sensibilidade só se mostre adequada se forem solicitados exames em pelo menos três amostras de fezes de dias distintos. A ingestão de diferentes produtos químicos, medicamentos ou alimentos podem atribuir às fezes colorações variadas. O exame macroscópico: permite a verificação da consistência das fezes, do odor, da presença de elementos anormais, como muco ou sangue, e de vermes adultos ou partes deles. O exame microscópico permite a visualização dos ovos ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de protozoários. Pode ser quantitativo ou qualitativo. Os métodos quantitativos são aqueles nos quais se faz a contagem dos ovos nas fezes, permitindo, assim, avaliar a intensidade do parasitismo. São pouco utilizados, pois a dose dos medicamentos antiparasitária não leva em conta a carga parasitária e sim o peso corporal do paciente. Os mais conhecidos são o Método de Stoll-Hausheer e o Método de Kato-Katz, sendo o último mais empregado e, portanto, descrito mais adiante. Os métodos qualitativos são os mais utilizados, demonstrando a presença das formas parasitárias, sem, entretanto, quantificá-las. O resultado do exame parasitológico das fezes tem como objetivo cinco propósitos principais: (1º) fornecer informações úteis ao diagnóstico; (2º) servir como guia para o tratamento, (3º) acompanhar e determinar a eficiência do tratamento, ( 4º) trazer informações de valor para estudos epidemiológicos e (5º) fornecer os elementos básicos para corrigir as deficiências nos programas de profilaxia do meio ambiente. Todos os parasitas patogênicos ou não patogênicos deverão ser reportados nos seus nomes científicos, dando ênfase ao estágio de diagnóstico identificado. OBSERVACOES IMPORTANTES: Preparo do paciente: Evacuar em recipiente limpo e seco e transferir uma porção das fezes recém emitidas para o frasco coletor, tendo o cuidado para não ultrapassar a metade do frasco. - Não utilizar laxantes ou supositório. Material: Fezes em frasco coletor de polipropileno com tampa de rosca de aproximadamente 80 ml. Interferentes: Contaminação com urina. - Contraste radiológico na véspera do exame, Laxantes. Comentário – 1: Orientar o paciente para evitar misturar fezes com urina ou contaminá-las com água usada para limpar banheiros, que podem conter desinfetantes químicos. -3 amostras de fezes é recomendável colher em 3 dias diferentes. - Conservar refrigerada - Não congelar - Material deverá ser colhido mesmo apresentando-se diarréico, muco, pus ou sangue. Manter o frasco bem fechado e identificar com o nome completo do paciente e encaminhar ao laboratório Crianças muito pequenas Não utilizar as fezes da fralda quando estiverem diarréicas ou líquidas, solicitar coletores infantis disponíveis. No caso de fezes consistentes, encaminhar condicionalmente para o responsável do setor analisar se a quantidade é suficiente. Encaminhar ao laboratório em até 3 horas se em temperatura ambiente ou em até 6 horas se refrigerada. Considerações gerais para realização de Exame Parasitológico de Fezes: O paciente não deve estar em uso de laxantes ou ter sido submetido a contrastes radiológicos nos 3 dias anteriores à coleta. Evitar e informar o uso de antiparasitários e antibióticos nas últimas 3 semanas. Evitar e informar o uso de antidiarréicos e antiinflamatórios nas últimas 72 horas. Comentário – 2: A amostra de fezes normal contém bactérias, celulose e outros alimentos não digeridos, secreções gastrintestinais, pigmentos biliares, células provenientes das paredes intestinais, eletrólitos e água. São muitas as espécies de bactérias que constituem a flora normal dos intestinos e contribuem para o processo digestivo; é o seu metabolismo que produz o forte odor característico das fezes. O intestino recebe enzimas digestivas, secretas principalmente pelo pâncreas, que agem na metabolização e na absorção de proteínas, carboidratos e gorduras. São elas: tripsina, quimiotripsina, aminopeptidase e lípase. Os sais biliares contribuem para a digestão das gorduras, e acredita-se que o pigmento biliar, na forma de urubilina, seja responsável pela cor castanha normal das fezes; conseqüentemente, a obstrução do fluxo de bile para o intestino produzirá fezes claras e gordurosas. Exame Método Utilização Exame Parasitológico de sangue direto verifica-se os parasitos vivos, movimentando-se gota espessa identificação da forma e espécie de vários parasitos Camada delgada diagnóstico epidemiológico Exame Princípio Método Forma Observada Exame Parasitológico de fezes sedimentação espontânea Hoffmann cistos, ovos sedimentação por centrifugação MIFc cistos, ovos flutuação espontânea Willis ovos leves (ancilostomídeos) flutuação por centrifugação Faust ovos leves (ancilostomídeos) Hidrotermotropismo positivio Baermann-Moraes, Rugai larvas fita gomada Graham ovos (Enterobius vermicularis) Métodos mais utilizados no laboratório clínico: - Exame parasitológico de sangue: � Direto: ▫ A gota de sangue é coletada no centro de uma lâmina, coberta com lamínula e examinada imediatamente após, pois a coagulação é rápida. Caso queira retardar a coagulação, pode adicionar uma ou duas gostas de salina. � Gota espessa: ▫ Colocar 5 mm3 de sangue na lâmina, espalhar, com auxílio de outra lâmina, essa gota numa área de 1 cm2 e deixar secar ao ar durante seis a 36 horas; ▫ Corar pelo pan-ótico e deixar secar. � Camada delgada: ▫ Colocar uma gota de sangue na extremidade direta de uma lâmina e com uma extensora, segurar por cima coma mão direita e, com uma inclinação de 45º, encostar adiante da gota; ▫ deixar a gota se espalhar pela borda da extensora e puxar a gota até o fim da lâmina; ▫ secar por agitação vigorosa imediatamente; ▫ corar pelo pan-ótico e deixar secar. - Exame parasitológico de fezes: � Hoffmann: ▫ Colocar aproximadamente 2g de fezes em um frasco com cerca de 5mL de água e homogeneizar; ▫ Filtrar a suspensão para um cálice cônico, utilizando uma peneira e uma gaze dobrada em quatro; ▫ Lavar os detritos retidos com 200mL de água e utilizando o bastão de vidro; ▫ Completar o volume do cálice com água; ▫ Deixar essa suspensãoem repouso durante duas a 24 horas; ▫ Observar o sobrenadante: se estiver muito turvo, trocar a água e deixar em repouso mais 60 minutos (cuidado para não desprezar o sedimento; despreza- se somente o sobrenadante); se o sobrenadante estiver límpido, colher a amostra. ▫ Para colher, pode-se fazer dois processos: 1) colher o sedimento utilizando uma pipeta; 2) desprezar o sobrenadante, homogeneizar o sedimento e recolher uma gota deste. O segundo processo é mais recomendado. ▫ Após colocar uma gota do sedimento na lâmina, corar com uma gota de lugol e cobrir com lamínula. ▫ Examinar em objetivas de 10x e/ou 40x. ▫ Recomenda-se examinar no mínimo duas lâminas de cada amostra. � Willis: ▫ Colocar 10g de fezes em um frasco. ▫ Diluir as amostras em solução saturada de açúcar ou sal (NaCl). ▫ Completar o volume até a borda do frasco. ▫ Colocar na boca do frasco uma lâmina, que devera estar em contato com o líquido. ▫ Deixar em repouso por cinco minutos. ▫ Após o tempo de repouso, retirar rapidamente a lâmina, voltando à parte molhada para cima. ▫ Examinar ao microscópio com objetiva de 10x e/ou 40x; ▫ O uso de lamínula é facultativo. Outras provas freqüentes no exame de fezes 1- Exame macroscópico a) Cor e consistência: a consistência das fezes pode ser aquosa, pastosa, formada ou dura. Aparência Possível Causa Preta ▫ Hemorragia da parte superior do tubo digestivo; ▫ Terapia com ferro; ▫ Carvão; ▫ Bismuto (antiácidos). Vermelha ▫ Hemorragia da parte inferior do tubo digestivo; ▫ Compostos de piridina; ▫ Coloração por beterraba e alimentos; ▫ Uso de rifampicina. Amarelo claro, branca, cinza ▫ Obstrução do ducto biliar; ▫ Uso de bário. Amarela ▫ Ruibarbo. Verde ▫ Biliverdina; ▫ Verduras; ▫ Antibióticos. Volumosas/espumosas ▫ Esteatorréia. Em forma de fita ▫ Estenose intestinal. Muco ▫ Constipação; ▫ Neoplasia; ▫ Colite. 2- Microscópico a) Pesquisa de leucócitos – é usado para determinar a causa da diarréia. ▫ Observa-se leucócitos sempre que as paredes intestinais são afetadas como ocorre na colite ulcerativa e na infecção por agentes bacterianos patogênicos; ▫ Não são observados em infecções por bactérias que causam diarréia por produção de toxinas (e não por invasão intestinal), por vírus e parasitas. ▫ A invasão por agentes patogênicos é indicada pela presença de apenas três neutrófilos p/c. ▫ As amostras podem ser examinadas a fresco ou coradas com azul de metileno ou Wright. b) Parasitológico 3- Bioquímico a) Sangue oculto – é usado para detecção de sangue. ▫ Usa-se as seguintes substâncias bioquímicas para esta reação: benzidina, orto- toluidina e goma guaiacol. Todas elas utilizam a atividade pseudoperoxidase da hemoglobina que reage com o peróxido de hidrogênio para oxidar um composto incolor e convertê-lo em um composto corado. ▫ A atividade pseudoperoxidase, chave para esta reação, também está presente na hemoglobina animal, em certos vegetais e em algumas bactérias intestinais. ▫ Atualmente, provas mais sensíveis para detecção de sangue oculto como a prova imunológica (específica para hemoglobina humana) e quantitativa (detecta hemoglobina e porfirina) vem substituindo o primeiro método citado. b) Análise de gordura fecal: em casos de suspeita de esteatorréia ou para monitorar pacientes em tratamento de distúrbios de absorção. c) Tripsina (α-1-anti-tripsina): proteína resistente à degradação pelas enzimas digestivas, sendo utilizada como marcador endógeno de perda protéica pelo tubo digestivo. As patologias que causam perda protéica pelo intestino são classificadas como enteropatias com perda protéica. d) Carboidratos (substâncias redutoras): é importante na avaliação da diarréia em lactentes e útil no diagnóstico das deficiências enzimáticas, sobretudo de lactase, onde a má absorção dos diferentes açúcares determina o aparecimento de substância redutoras nas fezes. Pode ser acompanhada da determinação do pH (que nas fezes normais varia de 7 a 8) que diminui quando a utilização de carboidratos pelas bactérias intestinais é elevada. Comentário – 3: I- Protozoários 1- Giardia lamblia ▫ Cisto: forma ovalada, presença de núcleos, axonema e corpo parabasal; ▫ Trofozoíto: forma piriforme, região anterior mais larga, dois núcleos do tipo vesiculoso e axonema que divide o flagelado ao meio. 2- Entamoeba coli ▫ Cisto: presença de membrana cística, apresenta de 4 a 8 núcleos, forma circular. 3- Entamoeba histolytica ▫ Cisto: presença de membrana cística, apresenta até 4 núcleos, forma circular. ▫ Trofozoíto: apresenta grande núcleo com cariossomo central e puntiforme e hemácias no citoplasma. 4- Trichomonas vaginalis ▫ Trofozoíta: tem forma arredondada, com núcleo, blefaroplasto, de onde saem dois dos quatro flagelos, membrana ondulante que se estende até a metade do corpo do flagelado. É observado em secreção vaginal e uretral. II- Helmintos 1- Platelmintos b) Taenia sp ▫ Não se diferencia a espécie (solium ou saginata) pela visualização do ovo, por isso usa-se o termo sp após o nome do gênero (espécie desconhecida). ▫ Tem estrutura sub-esféria com dupla membrana, apresenta trabéculas entre estas membranas dando-lhe aparência raiada e embrião hexacanto no interior da membrana interna. c) Schsitosoma mansoni ▫ Apresenta grande espículo lateral presente na região mais dilatada do ovo. ▫ Presença de larva miracídio no interior do ovo. 2- Nematelmintos a) Ascaris lumbricoides ▫ Presença de 3 membranas: 1) interna, delicada, de natureza lipídica; 2) mediana, grosseira, denominada casca; 3) externa, de natureza albuminóide, de morfologia mamilonada, característica do ovo corticado. ▫ Presença de larva no interior do ovo (fértil); ▫ O ovo infértil não apresenta larva em seu interior; ▫ Forma arredondada (ovo fértil); ▫ Forma elíptica (ovo infértil). b) Trichuris trichiura ▫ Ovo de formato elíptico; ▫ Apresenta saliências nas regiões polares (opérculos); ▫ Observa-se presença de massa germinativa no interior do ovo (não embrionado). c) Enterobius vermicularis ▫ Ovo em forma de D; ▫ Envoltório de dupla membrana; ▫ Presença de larva no interior do ovo. d) Ancilostomídeo ▫ Compreende ovos de Ancylostoma duodenale e Necator americanus; ▫ Apresenta contorno ovalado; ▫ Presença de duas membranas e no interior massa germinativa, constituída pelos blastômeros. e) Strongyloides stercoralis ▫ Estrutura presente no exame de fezes: larva filarióide; ▫ Apresenta esôfago longo e retilíneo, terminando na metade do corpo da larva; ▫ Presença de vestíbulo bucal curto; ▫ Presença de cauda com entalhe.
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