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exame parasitologico

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Coleta de fezes ........................................................... 5
3. Exame protoparasitológico de fezes (EPF) ...... 6
4. Técnicas do exame parasitológico de fezes ..10
5. Orientações específicas sobre o EPF ...............16
6. Pesquisa de Sangue Oculto nas 
Fezes (PSOF) ..................................................................17
7. Técnicas para realização da PSOF ....................17
8. Orientações específicas sobre a PSOF ...........19
Referências Bibliográficas ........................................21
3EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
1. INTRODUÇÃO
Sendo o Brasil um país onde a pre-
valência de parasitoses intestinais 
ainda é considerada elevada, o exa-
me parasitológico de fezes (EPF) de-
veria assumir mais importância na 
prática médica. No entanto, muitas 
vezes, as parasitoses intestinais não 
fazem parte da hipótese diagnóstica 
e o EPF não é incluído entre os exa-
mes complementares solicitados. Em 
várias situações, esse exame, quando 
bem executado, poderia evitar a rea-
lização de procedimentos mais com-
plexos, invasivos e onerosos, como 
a endoscopia digestiva, exames de 
imagem e biópsias. Frequentemente, 
observam-se infecções parasitárias 
com formas graves e complicadas 
em pacientes que se submeteram a 
procedimentos diagnósticos de alta 
tecnologia, sem que fosse realizado o 
EPF, necessário para o diagnóstico da 
doença.
O EPF, comparado com outros méto-
dos, é barato, de fácil execução e não-
-invasivo, constituindo-se ferramenta 
para diagnóstico de certeza, permitin-
do o encontro de uma das formas do 
parasito nas fezes. Em contrapartida, 
o desempenho do microscopista e a 
escolha do(s) método(s) de exame de 
fezes executado(s) têm relação direta 
com a eficiência do exame. 
No EPF são pesquisadas as diferen-
tes formas parasitárias que são elimi-
nadas com as fezes, ou seja, ovos e 
larvas de helmintos, trofozoítos, cis-
tos e oocistos de protozoários.
No Brasil, as parasitoses intestinais 
constituem importante problema de 
saúde pública, tendo em vista sua 
elevada prevalência e os sintomas 
que podem ocasionar. Especial aten-
ção deve ser dada às crianças, pelo 
fato de as parasitoses intestinais po-
derem interferir no seu desenvolvi-
mento físico e mental. Fatores como 
saneamento básico, condições so-
cioeconômicas, educacionais e cli-
máticas, aglomeração populacional e 
hábitos da população influem na pre-
valência das enteroparasitoses. 
No Brasil, a prevalência dessas para-
sitoses continua alta e os dados são 
fragmentados ou mesmo inexisten-
tes para algumas regiões.
4EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
ESPÉCIE
HABITAT DO VERME 
ADULTO
MECANISMO DE 
INFECÇÃO
FORMA DIAGNÓSTICA
Ascaris lumbricoides Intestino delgado
Ingestão do ovo contendo 
a larva infectante
Ovo não embrionado
Trichuris trichiura Intestino grosso
Ingestão do ovo contendo 
a larva infectante
Ovo não embrionado
Enterobius vermicularis
Intestino grosso. Fêmeas 
grávidas migram para a 
região perianal
Ingestão do ovo contendo 
a larva infectante. Pode 
ocorrer autoinfecção
Ovo (larvado ou não-
-embrionado), fêmea do 
parasito
Ancylostoma duodenale e 
Necator americanus
Intestino delgado
Penetração ativa pela 
pele ou ingestão da larva 
filarioide
Ovo não embrionado
Em fezes envelhecidas: 
ovo larvado ou eventual-
mente a larva rabditoide
Strongyloides stercoralis Intestino delgado
Penetração ativa pela 
pele ou ingestão da larva 
filarioide. Pode ocorrer 
autoinfecção
Larva rabditoide
Taenia saginata Intestino delgado
Ingestão de carne de boi 
crua ou mal cozida, con-
tendo cisticercos
Ovo
Taenia solium Intestino delgado
Ingestão de carne de 
porco crua ou mal cozida, 
contendo cisticercos. A 
ingestão dos ovos do pa-
rasito leva à cisticercose
Teníase: ovo
Cisticercose: visibilização 
da cisticerco, através de 
métodos de diagnóstico 
por imagem
Hymenolepisis nana Intestino delgado
Ingestão do ovo ou de 
insetos contendo a larva 
cisticercoide
Ovo
Hymenolepsis diminuta Intestino delgado
Ingestão de insetos con-
tendo a larva cisticercoide
Ovo
Schistosoma mansoni Sistema porta
Penetração de cercarias 
pela pele
Ovo
Fasciola hepática Vias biliares
Ingestão de água ou ver-
duras contaminadas com 
as metacercárias
Ovo
Tabela 1. Tabela com os principais helmintos parasitas intestinais do homem, no Brasil, com seus respectivos habitat, 
mecanismo de infecção e forma diagnóstica.
5EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
eliminadas no solo ou no vaso sanitá-
rio são inadequadas ao EPF.
A quantidade de fezes transferida 
pode ser equivalente a uma colher de 
sopa ou 10 mL. O armazenamento 
das fezes até a chegada ao laborató-
rio pode ser variado. Para fezes líqui-
das, o prazo é de até 1 hora. Para fe-
zes sólidas, de até 24 horas. As fezes 
não devem ser congeladas. Cabe ao 
paciente identificar o frasco contendo 
as fezes com nome completo, data e 
hora da coleta das fezes.
Dependendo do método de EPF a ser 
executado, pode ser necessária cole-
ta de fezes frescas ou em conservan-
te, além de mais amostras fecais.
2. COLETA DE FEZES
A coleta adequada da amostra fecal 
tem relação direta com a qualidade 
do EPF. O paciente tem participação 
ativa nesta etapa, pois é ele quem vai 
coletar as fezes, sendo fundamental 
a sua colaboração. O médico pode 
auxiliar, reforçando, junto ao seu pa-
ciente, a importância de se coletar 
corretamente as fezes, segundo as 
instruções do laboratório. 
A defecação deverá ser feita em um 
recipiente seco e limpo, transferindo-
-se parte das fezes, recolhidas de di-
ferentes porções do bolo fecal, para o 
frasco próprio, que deve ser de boca 
larga, com boa vedação e capaci-
dade aproximada de 50 mL. Fezes 
ESPÉCIE
HABITAT DO VERME 
ADULTO
MECANISMO DE INFECÇÃO FORMA DIAGNÓSTICA
Giardia 
lamblia
Intestino delgado
Ingestão de cistos com água ou alimentos 
contaminados; transmissão direta de pesso-
a-pessoa, contato sexual
Em fezes diarreicas: 
trofozoíto;
Em fezes formadas: cisto
Amebas
Intestino grosso
Entamoeba histolytica 
também no fígado, pul-
mão, cérebro e pele
Ingestão de cistos com água ou alimentos 
contaminados, contato sexual
Em fezes diarreicas: 
trofozoíto
Em fezes formadas: cisto
Cryptospori-
dium parvum
Intestino delgado
Ingestão de oocistos com água ou alimentos 
contaminados; transmissão direta de pes-
soa-pessoa ou animal-pessoa. Pode ocorrer 
autoinfeccção interna ou externa. O oocisto 
que sai nas fezes já é infectante
Oocisto esporulado
Isospora belli Intestino delgado
Ingestão de oocistos com água ou alimentos 
contaminados. O oocisto eliminado com as 
fezes só se torna infectante após 2-5 dias
Oocisto não esporulado
Tabela 2. Tabela com os principais protozoários parasitos intestinais do homem, no Brasil, com seus respectivos habi-
tat, mecanismo de infecção e forma diagnóstica.
6EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
3. EXAME 
PROTOPARASITOLÓGICO 
DE FEZES (EPF)
Em linhas gerais, o EPF serve para 
identificar ovos e larvas de helmin-
tos, e oocistos, cistos e trofozoítos de 
protozoários.
HORA DA REVISÃO!
Quanto à morfologia, os protozoários 
apresentam grandes variações confor-
me sua fase evolutiva e meio a que es-
tejam adaptados. Dependendo da sua 
atividade fisiológica, algumas espécies 
possuem fases bem definidas. Assim, 
temos:
• Trofozoíto – é a forma ativa do pro-
tozoário na qual ele se alimenta e se 
reproduz por diferentes processos;
• Cistos e oocistos – são formas de re-
sistência. O protozoário secreta uma 
parede resistente que o protegerá 
quando estiver em meio impróprio 
ou em fase de latência (os cistos po-
dem ser encontrados em tecidos ou 
fezes dos hospedeiros; enquanto os 
oocistos são encontrados nas fezes 
do hospedeiro e são provenientes de 
reprodução sexuada).
7EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
ESPÉCIE DOENÇA
MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS
MORFOLOGIA EPIDEMIOLOGIA
Ascaris 
lumbricoides
Ascaridíase- 
“lombriga”
Dor abdomi-nal, diarreia, 
emagrecimento
Maior nematódeo que para-
sita o organismo humano, 
corpo cilíndrico, com tubo 
digestivo completo
Sem dados de prevalência no 
Brasil. Acredita-se que seja bem 
distribuída mundialmente, mais 
frequente em populações de me-
nor faixa etária
Trichuris 
trichiura
Tricuríase
Diarreia e perda de 
apetite. Pode ocor-
rer prolapso retal
Brancos, com dimorfismo 
sexual aparente e ovo em 
formato elíptico
Geohelmintíase antotrópica, 
de prevalência semelhante à 
ascaridíase
Enterobius 
vermicularis
Enterobiose/
oxiuríase
Prurido anal
Brancos, filiformes, com asas 
cefálicas e dimorfismo sexual. 
Ovos em formato de “D”
Universalmente distribuída. Mais 
propícia em climas frios. Do-
ença de locais aglomerados e 
confinados
Ancylostoma 
duodena-
le e Necator 
americanus
Ancilos-
tomíase/
amarelão
Irritabilidade, ane-
mia, emagrecimen-
to, cólica
Branco-róseos, afilados, com 
cápsula bucal com dois pares 
de dentes triangulares e um 
par rudimentar, apresentam 
dimorfismo sexual
Muito comum em países em de-
senvolvimento, com aproximada-
mente 600 milhões de infectados 
no mundo. Estimam-se 65 mil 
mortes/ano
Taenia saginata 
e Taenia solium
Teníase e 
cisticercose
Cólica abdominal, 
diarreia, irritabili-
dade, anemia
Segmentados, hermafroditas, 
sem tubo digestório
Alta prevalência em zona rural de 
áreas de pobreza. A neurocisticer-
cose é a parasitose mais frequente 
do SNC
Schistosoma 
mansoni
Esquistos-
somose
Dor abdominal, 
cólica e diarreia
Platelminto trematódeo, dioi-
co, com dimorfismo sexual
Endêmica no norte de Minas Ge-
rais e Nordeste, com 2,5-3,0 mi-
lhões de infectados e 30 milhões 
de expostos ao risco no Brasil
Strongyloides 
stercoralis
Estrongiloi-
díase
Eosinofilia, diarreia 
e cólica abdominal
Fêmea partenogenética e 
ovovivípara. A forma infec-
tante é a de larva filarioide
Alta endemicidade no Brasil, pre-
sente em regiões quentes e úmi-
das – climas tropical e subtropical
Giardia lamblia Giardíase
Diarreia e dor 
abdominal
Protozoário flagelado intraca-
vitário de contorno simétrico 
bilateral
200 milhões de infectados, se-
gundo OMS. 30% das parasitoses 
intestinais em países em desenvol-
vimento com saneamento básico 
precário
Entamoeba 
histolytica
Amebíase
Diarreia, dor ab-
dominal, anemia, 
sangue oculto nas 
fezes
Protozoário ciliado com 
pseudópodos
Bem distribuída ao redor do globo
Tabela 3. Tabela com as principais parasitoses intestinais do homem e suas características.
8EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
Figura 2. Imagem demonstrando diferenças do polo cefá-
lico das tênias. Fonte: https://multivix.edu.br/wp-content/
uploads/2019/11/complexo-teniase-cisticercose-aspec-
tos-epidemiologicos-e-implicacoes-em-saude-publica.pdf
Figura 1. Imagem demonstrando os dois representantes da espécie Ascaris lumbricoides. Fonte: https://nematolandia.
wixsite.com/nematolandia/contedo
Taniea solium
Taniea saginata
Ventosas
Ventosas
Ganchos
9EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
SE LIGA! Quando, na suspeita de Ente-
robius vermicularis, o EPF vier negativo, 
deve-se solicitar o pedido de swab anal, 
uma vez que este método é mais sensí-
vel para detecção de enterobiose.
Isospora belli, Cryptosporidium par-
vum e Cyclospora cayetanensis são 
os principais causadores de diarreia 
crônica em pacientes imunossupri-
midos e, por isso, são protozoários 
oportunistas. Esse quadro de diarreia 
crônica é responsável por produzir fe-
zes líquidas, facilitando, assim, a pes-
quisa de tais protozoários.
SE LIGA! Para pacientes imunossupri-
midos, deve-se sempre adicionar na so-
licitação a pesquisa para protozoários 
oportunistas, já que o EPF não é o exame 
ideal para a detecção destes agentes.
Além disso, os protozoários Entamo-
eba coli e Endolimax nana não são 
causadores de doenças em humanos, 
apenas em animais. Portanto, não 
exigem tratamento.
Figura 3. Imagem demonstrando a morfologia dos vermes da espécie Trichuris trichiura. Fonte: http://oparasito.blogs-
pot.com/2011/04/trichuris-trichiura.html
10EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
MAPA MENTAL: PRINCIPAIS PROTOZOÁRIOS E HELMINTOS QUE PARASITAM 
OS SERES HUMANOS E AS RESPECTIVAS DOENÇAS QUE CAUSAM
Ascaris lumbricoides
Taenia saginata e 
Taenia solium
Schistosoma mansoni
Strongyloides stercoralis
Entamoeba histolytica
Ascaridíase - lombriga
Trichuris trichiura
Tricuríase
Enterobius vermicularis
Enterobiose/oxiuríase
Ancylostoma duodenale e 
Necator americanus
Ascilostomíase/ 
Amarelão
Teníase e cisticercose
Esquistossomose
Estrongiloidíase
Amebíase
Giardia lamblia
Giardíase
4. TÉCNICAS DO EXAME 
PARASITOLÓGICO DE 
FEZES
• Exame direto a fresco – Nes-
ta técnica, as fezes são examina-
das ao microscópio, entre lâminas. 
Para a realização deste exame, 
deve-se colocar duas a três gotas 
de solução salina a 0,85% em uma 
lâmina de microscopia. Posterior-
mente, deve-se tocar, com a ponta 
de um palito, em vários pontos das 
fezes, transferindo uma pequena 
porção destas para a lâmina. Es-
palhar as fezes, fazendo um esfre-
gaço e examinar com as objetivas 
de 10x e/ou 40x. A espessura do 
11EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
esfregaço não deve impedir a pas-
sagem de luz. Para a identificação 
de cistos de protozoários e larvas 
de helmintos, corar a preparação 
com lugol. O uso de lamínula é fa-
cultativo. Este método apresenta 
baixa sensibilidade, pois não uti-
liza um processo para a concen-
tração das formas parasitárias, a 
quantidade de fezes empregada 
é muito pequena e o excesso de 
detritos pode mascarar as formas 
parasitárias. Entretanto, é útil para 
a pesquisa de trofozoítos de proto-
zoários em fezes diarreicas recém-
-emitidas (no máximo 30 minutos 
após). É aconselhável examinar, 
no mínimo, três lâminas de cada 
amostra. Permite a identificação 
da morfologia e movimentação 
dos protozoários, principalmente 
de Giardia lamblia e Entamoeba 
histolytica.
• Método de Willis-Faust (centrí-
fugo-flutuação em sulfato de 
zinco) – Neste método, deve-se 
diluir 10 g de fezes em 20 mL de 
água filtrada, homogeneizando 
bem. Posteriormente, deve-se fil-
trar através de gaze dobrada em 
quatro, em um copo plástico, e 
transferir para um tubo de Was-
serman (tubo de hemólise). Centri-
fugar por um minuto a 2500 rpm. 
Desprezar o líquido sobrenadante 
e ressuspender o sedimento em 
água. Deve-se repetir as duas úl-
timas etapas mais duas ou três 
vezes, até que o líquido sobrena-
dante fique claro. Neste momento, 
deve-se desprezar a água sobre-
nadante e ressuspender o sedi-
mento com uma solução de sulfato 
de zinco a 33%. Centrifugar nova-
mente por um minuto a 2500 rpm. 
Os cistos e alguns oocistos de 
protozoários e os ovos leves, pre-
sentes na amostra fecal, estarão 
na película superficial. Recolher a 
película com alça de platina, co-
locar em lâmina, acrescentar uma 
gota de lugol e cobrir com lamínu-
la. Examinar com as objetivas de 
10x e/ou 40x. O material deve ser 
examinado imediatamente, pois o 
contato com a solução de sulfato 
de zinco pode deformar as formas 
parasitárias, especialmente os cis-
tos de protozoários. Este método 
permite a visualização tanto de 
protozoários quanto de helmintos.
• Método de Hoffman, Pons e Ja-
ner ou Lutz (sedimentação es-
pontânea) – Deve-se colocar 
aproximadamente 2 g de fezes em 
um frasco Borrel (pode ser substi-
tuído por copo plástico descartá-
vel), com cerca de 5 mL de água, 
e triturar bem com bastão de vidro. 
Acrescentar mais 20 mL de água. 
Filtrar a suspensão para um cálice 
cônico com 200 mL de capacida-
de, por intermédio de tela metáli-
ca ou de náilon com cerca de 80 
a 100 malhas por cm2, ou gaze 
cirúrgica dobrada em quatro. Os 
12EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
detritos retidos são lavados com 
mais 20 mL de água, agitando-se 
constantemente com o bastão de 
vidro, devendo o líquido da lava-
gem ser recolhido no mesmo cáli-
ce. Completar o volume do cálice 
com água. Deixar esta suspensão 
em repouso durante 2 a 24 horas.Ao fim deste tempo, observar o 
aspecto do líquido sobrenadante, 
tomando uma das duas condutas: 
se o líquido estiver turvo, descar-
ta-lo cuidadosamente sem levan-
tar ou perder o sedimento, colocar 
mais água até o volume anterior 
e deixar em repouso por mais 60 
minutos; se o líquido estiver límpi-
do e o sedimento bom, colher uma 
amostra do sedimento para exa-
me. Colocar parte do sedimento 
em uma lâmina e fazer um esfre-
gaço. O uso de lamínulas é faculta-
tivo. Examinar com as objetivas de 
10x e/ou 40x. Deve-se examinar, 
no mínimo, duas lâminas de cada 
amostra. Para a identificação de 
cistos de protozoários e larvas de 
helmintos, corar a preparação com 
lugol.
Figura 4. Método de Lutz ou de Hofmann, Pons e Janer: A) Frasco de Borrel com fezes, água e bastão; B) Cálice com 
a gaze e método de transferir as fezes dissolvidas na água; C) Cálice com o sedimento pronto para exame e o líquido 
sobrenadante. Fonte: http://ter.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/41/2018/08/T%C3%A9cnica-Lutz.pdf
13EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
• Método de Rugai-Baermann & 
Moraes (hidrotermotropismo) – 
Deve-se coletar de 8 a 10 g de fe-
zes e colocar em uma gaze dobra-
da em quatro ou em uma peneira. 
Colocar o material assim preparado 
sobre um funil de vidro, contendo 
um tubo de borracha conectado à 
extremidade inferior de sua haste. 
Obliterar o tubo de borracha com 
uma pinça de Hoffman e adicionar, 
ao funil, água aquecida (45°C) em 
quantidade suficiente para entrar 
em contato com as fezes. Deixar 
uma hora em repouso. Ao fim des-
te tempo, colher 5 a 7 mL da água, 
em um tubo de centrífuga, abrin-
do-se a pinça. Centrifugar a 1000 
rpm durante um minuto. Colher o 
sedimento, sem desprezar o líqui-
do sobrenadante e examinar ao 
microscópio (10x). Caso se de-
tecte a presença de larvas, estas 
deverão ser coradas com lugol e 
observadas com a objetiva de 40x 
para identificação. Permite a iden-
tificação do Strongyloides sterco-
laris, causador da estrongiloidíase.
Figura 5. Método de Rugai-Baermann-Moraes: A) Cálice contendo água morna (45°C); B) Aparelho já montado, 
com as fezes sobre a gaze, em contato com a água morna. Fonte: Medicina Laboratorial para o Clínico, 1ª ed.
• Método de Kato, modificado por 
Katz e cols. – Neste método, de-
ve-se preparar uma solução de 
verde malaquita, que, por sua vez, 
tem a finalidade de conservar as 
fezes e clarificar as formas parasi-
tárias. Cortar papel celofane semi-
permeável em pedaços de 24 mm 
14EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
1 a 2 horas e examinar ao micros-
cópio, contando todos os ovos pre-
sentes na preparação. O número 
de ovos encontrados no esfregaço 
fecal, multiplicado por 23, corres-
ponderá ao número de ovos por 
fezes. Muito utilizado para detec-
ção de esquistossomose, a con-
tagem dos ovos permite detectar 
a evolução clínica e, dessa forma, 
permite o acompanhamento da 
doença. Caso uma nova contagem 
de ovos seja inferior à anterior, isto 
significa que o tratamento para a 
esquistossomose tem se mostra-
do eficaz.
SE LIGA! Na rotina laboratorial usa-se 
com maior frequência o método qualita-
tivo, abolindo-se, para isso, o cartão re-
tangular. Segundo a OMS, este método 
é indicado para ovos de S. mansoni, A. 
lumbricoides, T. trichiura. Não é possível 
a execução do método com fezes diar-
reicas. Cistos de protozoários, apesar de 
passarem pela tela, não são visualizados 
nesta preparação.
por 30 mm e deixá-los mergulha-
dos na solução de verde malaqui-
ta por pelo menos 24 horas. Colo-
car, sobre um papel higiênico, uma 
porção da amostra de fezes a ser 
examinada. Comprimir as fezes 
com um pedaço de tela metálica 
ou similar de náilon. Nesta malha 
passam ovos de helmintos e de-
tritos menores do que estes. Re-
tirar as fezes que passaram para 
a parte superior da tela e transfe-
ri-las, com o auxílio de um palito, 
para o orifício, com 6 mm de diâ-
metro, de um cartão retangular de 
plástico, colocado sobre uma lâmi-
na de microscopia. Após encher 
completamente o orifício, retirar o 
cartão, cuidadosamente, deixan-
do as fezes (aproximadamente 42 
mg) sobre a lâmina de vidro. Cobrir 
as fezes com a lamínula de papel 
celofane embebida na solução de 
verde malaquita, inverter a lâmina, 
sobre uma folha de papel absor-
vente e comprimi-la. Aguardar de 
15EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
Trofozoítos
Exame direto a fresco
Kato-Katz Lutz-Hofmann
Willis-Faust Rugai-Baermann & Moraes
Entamoeba histolytica e 
Giardia lamblia
Strongyloides 
stercoralis
Hidrotermotropismo 
das larvas
Ovos pesados
Sedimentação 
espontânea
Schistosoma mansoni
Pesquisa de ovos de 
forma quantitativa
Taenia solium e 
Taenia saginata
Ovos leves
Centrífugo-flutuação
Trichuris trichiura e 
Enterobius vermicularis
MAPA MENTAL: METODOLOGIA UTILIZADA NO EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES E RESPECTIVOS PATÓGENOS AVALIADOS
16EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
5. ORIENTAÇÕES 
ESPECÍFICAS 
SOBRE O EPF
É necessário que sejam ofertadas 
orientações específicas ao paciente 
antes do EPF. São elas: 
• Não utilizar de 2 a 3 semanas an-
tes do exame:
◊ Antiácidos e antidiarreicos que 
contenham bismuto, magné-
sio ou cálcio: formam cristais 
com os trofozoítos, impedindo 
a visualização dos mesmos, 
destruindo-os ou mudando 
sua morfologia;
◊ Laxantes que contenham va-
selina ou óleo mineral: para os 
pacientes que usam laxantes 
de forma crônica, o ideal é o 
uso de laxantes à base de só-
dio. A vaselina e o óleo mineral 
contribuem para a formação 
de glóbulos das formas visí-
veis dos protozoários, unin-
do cistos, oocistos e trofozo-
ítos, dificultando, assim, sua 
identificação;
◊ Contraste baritado por via oral: 
pode ser responsável por des-
truir as formas trofozoíticas 
dos protozoários, ocasionando 
resultados falso-negativos;
◊ Antibióticos: alteram a flora 
intestinal de forma transitória, 
podendo destruir alguns para-
sitas identificáveis ao EPF. 
Na ocorrência de qualquer uma des-
tas intercorrências, deve-se fazer a 
recontagem do período prévio de ex-
posição a tais fatores. Após 2-3 sema-
nas, então, o EPF deve ser realizado.
• Coletar 3 amostras de fezes em 
dias alternados (duração total de 6 
dias).
Outro ponto que deve ser ressal-
tado são os fatores que justificam 
a coleta de múltiplas amostras de 
fezes para a pesquisa de helmintos 
e protozoários. São eles: 
◊ Intermitência da eliminação de 
alguns parasitos, dependendo 
do ciclo de vida dos patógenos 
 Cada parasita possui um ci-
clo de vida diferente, eliminan-
do suas formas de resistência 
em dias pré-determinados, 
de acordo com seus ciclos de 
vida;
◊ Distribuição não uniforme 
de ovos nas fezes  Não há 
como garantir que a amostra 
de fezes tomada pelo pacien-
te conterá os ovos do parasi-
ta. Portanto, caso o paciente, 
a olho nu, veja algo que “salte 
aos olhos” ao coletar as fezes, 
informe-o para adicionar tal 
parte das fezes à amostra;
◊ Estágios dos protozoários, se-
gundo o ciclo de vida destes;
◊ Limitação da técnica  Como 
existem diversas técnicas para 
17EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
análise das fezes após sua co-
leta, uma única técnica, mes-
mo sendo específica para a 
hipótese diagnóstica dos mé-
dicos, pode não ser sensível 
ou específica o suficiente para 
detecção do patógeno.
A sensibilidade adequada para a ava-
liação de resultados positivos pode 
ser adquirida com a coleta de 3 amos-
tras em um total de 6 dias.
6. PESQUISA DE SANGUE 
OCULTO NAS FEZES 
(PSOF)
A pesquisa de sangue oculto nas fe-
zes é recomendada como método de 
rastreamento do carcinoma colorretal 
nos Estados Unidos desde 1995, em 
virtude de alguns estudos terem de-
monstrado diminuição na mortalida-
de por esta neoplasia a partir da rea-
lização anual do teste. Apesar dessa 
redução, ainda está em debate o cus-
to-benefício dessa abordagem frente 
a métodos invasivos, como a colo-
noscopia e a retossigmoidoscopia.
Está indicada a realização de PSOF em 
pessoas assintomáticas, de 50 a 75 
anos, com risco moderado para cân-cer colorretal. A triagem só é adequa-
da se for realizada ANUALMENTE.
7. TÉCNICAS PARA 
REALIZAÇÃO DA PSOF
• O-toluidina ou guaiacol – Cora 
as fezes na presença de sangue. 
Quando utilizamos o peróxido de 
hidrogênio mediante presença de 
sangue nas fezes, a hemoglobina 
catalisa esta reação (o grupo heme 
da hemoglobina apresenta ativi-
dade “peroxidase-like”), formando 
água e oxigênio. Além disso, esse 
oxigênio liberado também é capaz 
de oxidar outras substâncias, como 
FLUXOGRAMA 1: TRIAGEM NÃO-INVA-
SIVA PARA CÂNCER COLORRETAL PELA 
PSOF
Risco moderado de câncer colorretal
Pesquisa de sangue oculto POSITIVA
Triagem invasiva
Colonoscopia e/ou retossigmoidoscopia
18EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
os cromógenos utilizados, sofren-
do mudança de cor (geralmente 
para azul-esverdeado). Entretanto, 
outras substâncias também cata-
lisam essa reação, liberando O2. 
Assim, a cor das fezes também 
pode ser mudada pela ação de ou-
tras substâncias que sejam dife-
rentes dos cromógenos utilizados. 
Esta técnica apresenta alta sensi-
bilidade e baixa especificidade, po-
rém pode também acusar falsos-
-positivos. Como vantagem de tal 
método, as fezes podem ser arma-
zenadas por até 24 h.
FLUXOGRAMA: ESQUEMA SOBRE A ATUAÇÃO DA 
TÉCNICA DE O-TOLUIDINA/GUAIACOL PARA PSOF
Hb
O2
Peróxido de hidrogênio (H2O2) Água + O2
Cromógenos* Mudança de cor das fezes pelo cromógeno
* → o-toluidina OU guaiacol
• Teste imunohistoquímico – Ba-
seia-se na ligação de um anticorpo 
à hemoglobina humana, apresen-
tando melhores índices de sen-
sibilidade e especificidade que o 
guaiacol, além de apresentar mais 
adesão do paciente, pelo fato de 
não precisar de dieta prévia à cole-
ta. São recomendadas pelo menos 
três amostras consecutivas devido 
ao fato do câncer apresentar san-
gramento intermitente. Porém, as 
fezes não podem ser armazena-
das por tempo prolongado, como 
ocorre na utilização de o-toluidina/
guaiacol, com riscos evidentes de 
ocorrer falsos-positivos, carac-
terizando, assim, limitação deste 
método.
19EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
8. ORIENTAÇÕES 
ESPECÍFICAS SOBRE A 
PSOF
Assim como para realização do exame 
parasitológico de fezes, para a PSOF 
são necessárias algumas orientações, 
como: 
• Não fazer uso de AINEs, aspirina e 
sulfato ferroso  Tais medicações 
predispõem a maior risco de san-
gramento gastrointestinal. Além 
disso, o sulfato ferroso pode catali-
sar a reação oxidativa do oxigênio, 
conforme supracitado;
• Evitar alimentos com coloração 
mais avermelhada e com hemo-
globina animal, como: beterraba, 
rabanete, tomate e carne. Essa die-
ta “restrita” deve ser colocada em 
prática se a técnica utilizada para a 
PSOF for pelo método o-toluidina/
guaiacol;
• Cuidado ao escovar os dentes: evi-
tar sangramento gengival  Moti-
vo para reprogramação do exame, 
haja vista que a presença deste 
sangramento pode ser detectada 
nas fezes a serem examinadas.
20EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
MAPA MENTAL 3: EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES E PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES
Não usar AINEs, 
aspirina e sulfato ferroso
Protoparasitológico 
de fezes
Evitar alimentos 
com cor avermelhada
Orientações 
específicas
Utilidade
PSOF
Wiilis-Faust 
(centrífugo-flutuação)
Lutz-Hoffman 
(sedimentação espontânea)
Ovos leves
Rugai-Baermann 
& Moraes
Exame direto a fresco
Ovos pesados
Kato-Katz (quantitativo)
Hidrotermotropismo 
das larvas
Trofozoítos
Técnicas
3 amostras em dias alternados
Não utilizar 2-3 semanas antes
Antiácidos/antidiarreicos
Laxantes
Antiácidos
Contraste baritado
Helmintos
Protozoários
Identificação de 
ovos e larvas
Identificação de 
trofozoítos, cistos 
e oocistos
Triagem não-invasiva 
para câncer colorretal
Realizar 
anualmente
Técnicas principais
Em quem fazer
Orientações
↑ sensibilidade, ↓ 
especificidade
Técnica do 
O-toluidina/guaiacol
Hb peroxidase-like
Oxigênio oxida cromógeno → 
mudança de cor
Técnica imunohistoquímica
Colonoscopia ou 
retossigmoidoscopia
Se positivo
Risco moderado 
para CA colorretal
Pessoas assintomáticas
50-75 anos
21EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Medicina laboratorial para o clínico – 1 ed. – Luciana de Gouvêa Viana;
Parasitologia Humana, 11ª ed., Editora Atheneu, David Pereira Neves;
Como interpretar exames laboratoriais? Laboratório Hermes Pardini, 2020.
22EXAME PROTOPARASITOLÓGICO DE FEZES

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