Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Matemática - Geometria Analítica 1 Prof. Rodrigo Cavalcante Quarta Lista Produtos Escalar e Vetorial 1. Seja β = ( → e 1, → e 2, → e 3) uma base ortonormal de V3. Determine as coordenadas do vetor unitá- rio que é ortogonal aos vetores → u= (3, 1, 0)β e→ v= (4,−1, 3)β .1 2. Considere a base β = ( → e 1, → e 2, → e 3) e os vetores→ u= (1, 1,−1), →v= (0, 1, 1) e →w= (2,−1, 1). a) Mostre que a sequência ( → u, → v , → w) é uma base ortogonal de V3; b) Determine as coordenadas do vetor → r , em relação à base β, que tenha norma √ 5, tal que o vetor → r seja ortogonal ao vetor (2, 1,−1)β e que os vetores →r , (1, 1, 1)β e (0, 1,−1)β sejam coplanares. 3. Sejam → u e → v dois vetores tais que ‖→u‖=‖→v ‖ e o vetor → u é ortogonal ao vetor → v . Mostre que os vetores → u − →v e →u + →v são ortogonais. 4. Mostre que ‖→u + →v ‖2 + ‖→u − →v ‖2= 2(‖→u‖2 + ‖→v ‖2) Qual a interpretação geométrica desse resultado? 5. Um vetor → v forma com os vetores → i e → j ângulos de pi3 e 2pi 3 , respectivamente. Determine as coor- denadas do vetor → v , em relação à base ( → i , → j , → k ), sabendo que ‖→v ‖= 2. 6. Em um quadrado ABCD cujos lados medem 2, seja M o ponto médio do lado BC. Calcule a medida angular entre −−→ DM e −−→ BD. 7. A medida angular entre → u e → v é pi4 , ‖ → u‖= √5 e ‖→v ‖= 1. Calcule a medida angular entre →u + →v e → u − →v . 8. Determine todos os vetores unitários → u= (x, y, z) cuja projeção ortogonal sobre → k é → k /2 e tais que a medida angular entre → v= (x, y, 0) e → i seja pi6 . 9. Mostre que se → u e → v são não-nulos, então Proj→ v Proj → v → u = ( → u · →v )2 ‖→u‖2‖→v ‖2 → v 10. Mostre que se → u ∧ →v=→w ∧ →t e →u ∧ →w=→v ∧ →t , então os vetores → u − →t e →v − →w são LD. 11. Calular x, sabendo que o triângulo ABC, de área √ 29 2 , temos −−→ AB = (1 − x,−2,−1) e −−→CB = (−1,−2, 1) 12. Encontre → u de norma √ 6 tal que → u ∧(→i + → j ) = 2( → i + → j − →k ). 13. Seja ABC um triângulo qualquer e P e Q pontos tais que 3 −→ AP = −→ AC e 3 −−→ BQ = 2 −−→ BC. Calcule a razão entre as áreas dos triângulos BPQ e ABC. 14. Sejam → u= (1, 1, 1) e → v= (0, 1, 2). Encontre uma base ortonormal positiva ( → w1, → w2, → w3) tal que: i. → w1 e → u sejam paralelos com o mesmo sen- tido; ii. → w2 seja combinação linear de → u e → v ; iii. → w3 · → k> 0. 1Tente fazer isso sem usar o produto vetorial e depois usando o produto vetorial. Segundo Semestre de 2017 1 Propostas de Respostas 1. Seja → w= (a, b, c)β o vetor procurado. Comece- mos fazendo sem usar o produto vetorial. Sabemos que ‖→w‖= 1 ⇒ a2 + b2 + c2 = 12 → w⊥→u ⇒ 3a+ b = 0 → w⊥→v ⇒ 4a− b+ 3c = 0 Das duas últimas equações obtemos b = −3a e c = − 7a3 e substituindo na primeira obtemos a2 + (−3a)2 + ( −7a 3 )2 = 1 ⇒ a2 = 9 139 De onde concluímos que a = ± 3√ 139 e consequentemente b = ∓ 9√ 139 e c = ∓ 7√ 139 Logo, → w = ( 3√ 139 ,− 9√ 139 ,− 7√ 139 ) → w = ( − 3√ 139 , 9√ 139 , 7√ 139 ) Ou mais compactamente → w = ± 1√ 139 (3,−9,−7) Usando o produto vetorial, podemos ter em conta que → w⊥→u e →w⊥→v para concluir que →w//→u ∧ →v . Logo, →w= λ →u ∧ →v . Mas → u ∧ →v= ∣∣∣∣∣∣ → e1 → e2 → e3 3 1 0 4 −1 3 ∣∣∣∣∣∣ = (3,−9,−7) Logo, → w= λ (3,−9,−7). Como →w é unitário ‖ λ (3,−9,−7) ‖ = |λ| ‖ (3,−9,−7) ‖ ⇒ |λ| √ 139 = 1 ⇒ λ = ± 1√ 139 Isto é, → w= ± 1√ 139 (3,−9,−7), como obtido anteriomente. 2. a) Pra que a sequência ( → u, → v , → w) seja uma or- togonal é preciso que seja LI e que os vetores sejam ortogonais dois a dois. Para verificar a independência linear calculamos o deter- minante D = ∣∣∣∣∣∣ 1 1 −1 0 1 1 2 −1 1 ∣∣∣∣∣∣ = 6 Como D 6= 0 a sequência é LI. As condi- ções de ortogonalidade são verificadas atra- vés dos produtos escalares entre os vetores tomados dois a dois. → u · →v = 1 · 0 + 1 · 1 + (−1) · 1 = 0 → u · →w = 1 · 2 + 1 · (−1) + (−1) · 1 = 0 → v · →w = 0 · 2 + 1 · (−1) + 1 · 1 = 0 Logo, → u⊥→v , →u⊥→w e →v⊥→w. De onde con- cluímos que a sequência forma uma base or- togonal. b) Seja → r= (x, y, z), transformando as infor- mações dadas em equações obtemos ‖ →r ‖= √ 5 ⇒ x2 + y2 + z2 = 5 → r⊥ (2, 1,−1) ⇒ 2x+ y − z = 0 coplanaridade ⇒ ∣∣∣∣∣∣∣ x y z 1 1 1 0 1 −1 ∣∣∣∣∣∣∣ = 0 −2x+ y + z = 0 Somando as equações que vem da copla- naridade e da perpendicularidade obtemos y = 0. Substituindo nas restantes obtemos{ x2 + z2 = 0 2x− z = 0 ⇒ { z = 2x x = ±1 Logo, → r= (1, 0, 2) ou → r= (−1, 0,−2). 3. Basta calcular o produto interno entre → u − →v e → u + → v . ( → u − →v )·(→u + →v ) = → u · →u + →u · →v − →v · →u − →v · →v =‖ →u ‖2 +0 + 0− ‖ →v ‖2 = 0 onda na segunda linha usamos a perpendiculari- dade entre os vetores e na terceira a igualdade entre as normas. 4. Calculando as normas de → u + → v e → u − →v obte- mos ‖→u + →v ‖2=→u · →u +2 →u · →v + →v · →v ‖→u − →v ‖2=→u · →u −2 →u · →v + →v · →v Segundo Semestre de 2017 2 Somando as duas igualdades obtemos ‖→u + →v ‖2 + ‖→u + →v ‖2 = = 2 ( → u · →u + →v · →v ) = 2 (‖ →u ‖2 + ‖ →v ‖2) Geometricamente esta identidade significa que a soma dos quadrados dos comprimentos das dia- gonais de um paralelepípedo é igual ao dobro da soma dos quadrados dos comprimentos dos lados deste mesmo paralelogramo. ~u ~v ~u+ ~v ~u− ~v 5. Dada uma base (ortonormal) as componentes de um vetor qualquer são dadas por → v= ( → v · →i , →v · → j , → v · →k ) Como já sabemos os ângulos entre → v e → i e entre → v e → j e também que ‖ →v ‖= 2 podemos concluir que → v = ( 2 cos (pi 3 ) , 2 cos ( 2pi 3 ) , → v · →k ) = (1,−1,→v · →k ) Imponto novamente que ‖ →v ‖= 2 temos: ‖ →v ‖2 = 12 + (−1)2 + (→v · →k )2 = 2 + ( → v · →k )2 = 4 ⇒ (→v · →k ) = 2 ⇒ →v · → k= ± √ 2 Logo, → v= (1,−1,√2) ou →v= (1,−1,−√2). 6. Da definição de produto interno sabemos que cos θ = −−→ BD · −−→DM ‖ −−→BD ‖‖ −−→DM ‖ e a geometria dada é a seguinte θ =ang ( −−→ BD, −−→ DM ) −−→ BD −−→ DM A B C D b b bb b De acordo com esta geometria temos{−−→ BD = −−→ AD −−−→AB−−→ DM = −−→ AB − 12 −−→ AD De forma que −−→ BD · −−→DM = (−−→AD −−−→AB) · (−−→AB − 1 2 −−→ AD) = −−→ AD · −−→AB − 1 2 ‖ −−→AD ‖2 − ‖ −−→AB ‖2 + 1 2 ( −−→ AD · −−→AB) = 0− 2− 4 + 0 = −6 Além disso: ‖ −−→BD ‖2 = (−−→AD −−−→AB) · (−−→AD −−−→AB) =‖ −−→AD ‖2 + ‖ −−→AB ‖2 ⇒ ‖ −−→BD ‖= √ 8 ‖ −−→DM ‖2 = (−−→AB − 1 2 −−→ AD) · (−−→AB − 1 2 −−→ AD) =‖ −−→AB ‖2 +1 4 ‖ −−→AB ‖2 ⇒ ‖ −−→DM ‖= √ 5 De onde vem cos θ = −6√ 8 · √5 ⇒ θ = cos −1 ( − 3√ 10 ) 7. Usando novamente a definição de produto in- terno cos θ = ( → u + → v ) · (→u − →v ) ‖ →u + →v ‖‖ →u − →v ‖ em que ( → u + → v ) · (→u − →v ) = ‖ →u ‖2 − ‖ →v ‖2 = 5− 1 = 4 ‖ →u + →v ‖2 = ‖ →u ‖2 + ‖ →v ‖2 +2 →u · →v = 5 + 1 + 2 · √ 5 · √ 2 2 = 6 + √ 10 ‖ →u − →v ‖2 = ‖ →u ‖2 + ‖ →v ‖2 −2 →u · →v = 5 + 1 + 2 · √ 5 · √ 2 2 = 6− √ 10 de onde vem cos θ = 4√ 6 + √ 10 · √ 6−√10 = 4√ 26 ⇒ θ = cos−1 ( 4√ 26 ) Segundo Semestre de 2017 3 8. De acordo com o enunciado Proj → v → k = (x, y, z) · (0, 0, 1) (0, 0, 1) · (0, 0, 1) (0, 0, 1) = (0, 0, z) = 1 2 → k ⇒ (0, 0, z) = ( 0, 0, 1 2 ) ⇒ z = 1 2Além disso, (x, y, 0) · (1, 0, 0) =‖ →v ‖‖ →i ‖ cos (pi 6 ) x = √ 3 ‖ →v ‖ 2 Obtemos ‖ →v ‖ fazendo: ‖ →v ‖2 = x2 + y2 = x2 + y2 + z2 − z2 =‖ →u ‖2 −z2 = 1− 1 4 = 3 4 De onde vem que x = √ 3 2 √ 3 2 = 3 4 Como → u é unitário ‖ →u ‖2 = x2 + y2 + z2 = 3 ‖ →v ‖2 4 + y2 + 1 4 = 9 16 + y2 + 1 4 = 1 ⇒ y2 = 3 16 ⇒ y = ± √ 3 4 Logo, → u= ( 3 4 , √ 3 4 , 1 2 ) ou → u= ( 3 4 ,− √ 3 4 , 1 2 ) 9. Usando a definição de projeção ortogonal obte- mos: Proj→ v Proj → v → u = Proj→ v ( → u · →v ‖ →u ‖2 → u ) = → u · →v ‖ →u ‖2 Proj → u → v = → u · →v ‖ →u ‖2 → v · →u ‖ →v ‖2 → v = ( → u · →v )2 ‖ →u ‖2‖ →v ‖2 → v 10. Usando as informações dadas podemos escrever{→ u ∧ →v = − →t ∧ →w − →t ∧ →v = →u ∧ →w Somando estas equações obtemos ( → u − →t )∧ →v = (→u − →t )∧ →w ( → u − →t )∧ →v − (→u − →t )∧ →w =→0 ( → u − →t ) ∧ (→v − →w) =→0 E por definição de produto vetorial os vetores → u − →t e →v − →w são LD. 11. Dado que −−→ AB = (1 − x,−2,−1) e −−→CB = (−1,−2, 1) temos que −→ AC = −−→ AB −−−→CB = (2− x, 0,−2) A área do triângulo ABC pode ser calculada usando S ABC = 1 2 ‖ −−→AB ∧ −→AC ‖ = 1 2 ‖ (4,−x, 4− 2x) ‖ = √ 16 + x2 + (4− 2x)2 2 = √ 29 2 ⇒ 16 + x2 + (4− 2x)2 = 29 5x2 − 16x+ 3 = 0 ⇒ x = 1 5 ou x = 3 12. Uma equação do tipo → u ∧ →A= → B só tem solução se → A⊥ → B. Como ( → i + → j ) · 2(→i + → j − →k ) = 4 6= 0 temos que → i + → j e 2( → i + → j − →k ) não são per- pendiculares e, por consequência, a equação não tem solução. 13. Temos a seguinte geometria A B C P Q b b b b b A área do triângulo ABC pode ser calculada como SABC = 1 2 ‖ −→CA ∧ −−→CB ‖ De forma semelhante podemos calcular a área do triângulo BPQ como SBPQ = 1 2 ‖ −−→BP ∧ −−→BQ ‖ Segundo Semestre de 2017 4 Mas −−→ BQ = 23 −−→ BC−−→ BP = −−→ BC + ( −→ CA+ −→ AP ) = −−→ BC + −→ CA+ 13 −→ AC = −−→ BC + 23 −→ CA de onde concluímos que SBPQ = 1 2 ∣∣∣∣∣∣∣∣(23−−→BC ) ∧ (−−→ BC + 2 3 −→ CA )∣∣∣∣∣∣∣∣ = 1 2 ∣∣∣∣∣∣∣∣23−−→BC ∧ −−→BC + 23 23−−→BC ∧ −→CA ∣∣∣∣∣∣∣∣ = 1 2 ∣∣∣∣∣∣∣∣23 →0 −49−−→CB ∧ −→CA ∣∣∣∣∣∣∣∣ = 4 9 1 2 ‖ −→CA ∧ −−→CB ‖ = 4 9 SABC Logo, SBPQ SABC = 4 9 14. Buscamos três vetores que sejam unitários e or- togonais dois a dois. i. Como → w1 e → u são paralelos com o mesmo sentido, temos que → w1= λ1 (1, 1, 1) , λ1 > 0 Para que → w1 seja unitário devemos tomar |λ1| = 1√ 3 Juntando as condições concluímos que → w1= 1√ 3 (1, 1, 1) ii. Como → w2 é combinação linear de → u e → v po- demos escrever → w2= α2(1, 1, 1) + β2(0, 1, 2) Da condição → w2 ⊥ →w1 obtemos 1√ 3 (1, 1, 1) · (α2(1, 1, 1) + β2(0, 1, 2)) = 0 ⇒ α2 + β2 = 0 ⇒ α2 = −β2 Isto é, → w2 = α2((1, 1, 1)− (0, 1, 2)) = α2(1, 0,−1) Da condição de normalização ‖ →w2 ‖ = 2α22 = 1 ⇒ α2 = ± 1√ 2 Logo → w2 = ± 1√ 2 (1, 0,−1) iii. Como → w3 · → k> 0, → w3 ⊥ →w1 e →w3 ⊥ →w2, se tomarmos → w3= (x, y, z) temos que (x, y, z)· 1√ 3 (1, 1, 1) = 0 ⇒ x+ y + z = 0 (x, y, z)· ( ± 1√ 2 (1, 0,−1) ) = 0 ⇒ x− z = 0 Resolvendo as duas equações conluímos que z = x e y = −2x, isto é → w3= x(1,−2, 1) Impondo a normalização obtemos que ‖ →w3 ‖ = |x| √ 6 = 1 ⇒ x = ± 1√ 6 Para que → w3 · → k> 0 é necessário tomar x com sinal positivo, de forma que → w3 = 1√ 6 (1,−2, 1) Temos então duas bases possíveis β1 ={ 1√ 3 (1, 1, 1), 1√ 2 (1, 0,−1), 1√ 6 (1,−2, 1) } β2 ={ 1√ 3 (1, 1, 1),− 1√ 2 (1, 0,−1), 1√ 6 (1,−2, 1) } Segundo Semestre de 2017 5
Compartilhar