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AULA 1 Processo civil 1

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Roteiro de aula (aula 1)
Processo Civil I 
Competência 
I. Conceito e natureza jurídica 
O termo competência é conceituado como o limite da jurisdição. Isso porque dentro da competência o juiz exerce a sua jurisdição . 
Majoritariamente, a competência tem natureza jurídica de pressuposto processual para o desenvolvimento válido de um processo. 
Rodolfo Hartmann discorda, apesar de ser minoritário, sustenta que, sendo adotada uma interpretação literal, a competência não deveria ser reputada como pressuposto processual. Isso porque eventual declaração de incompetência somente irá atingir os atos processuais, se o magistrado que estiver lotado em um novo juízo entender por bem revogá-los (art. 64, §4º). Não teria aqui então um pressuposto processual. Para ele, melhor seria reputar a competência como um requisito para que o mérito possa ser regularmente apreciado.
II. Princípios reitores 
a) Princípio da perpetuatio jurisdictionis 
A competência de um juízo não mais se modifica por alterações de fato ou de direito relativas as partes, que venha a ocorrer após a determinação e a fixação da competência jurisdicional. 
São diversas as hipóteses em que este princípio é relativizado: 
 União intervém no feito, passando para a Justiça Federal 
 Conexão ou continência de processo 
b) Princípio da competência sobre a competência (kompetenz-kompetenz) 
Trata-se de um princípio que não está previsto na Constituição ou na legislação, mas todo o órgão jurisdicional o tem. Mesmo o absolutamente incompetente tem o mínimo de competência para reconhecer que é incompetente para o deslinde do feito. 
Jurisdição Internacional Exclusiva e Concorrente.
IV. Jurisdição interna e jurisdição internacional 
Para identificar o órgão jurisdicional competente, é saber se a solução do litígio vai se dar por meio da jurisdição brasileira ou não. 
Existem situações em que a jurisdição brasileira é a única que pode atuar, quando por exemplo o litígio envolver bens imóveis situados no Brasil, ou para proceder inventário ou partilha de bens situados no Brasil. 
Outras normas vão admitir que sejam propostas demandas simultâneas, tanto na justiça brasileira quanto na justiça estrangeira. No entanto, isto não implicará litispendência. Ex.: sentença estrangeira que já tenha transitado em julgado não impede que seja ajuizado um feito sobre o assunto no Brasil. 
Todavia, esta sentença estrangeira transitada em julgada no estrangeiro poderá ser homologada no Brasil, por meio do STJ. Ainda que haja uma ação em curso no Brasil, isto não impede que haja a homologação de sentença estrangeira pelo STJ. 
Quando transitar em julgado a decisão que homologou a sentença estrangeira, passará ela a produzir efeitos no Brasil, devendo o feito que estaria correndo no Brasil ser extinto, mas não por litispendência, e sim por coisa julgada. 
É somente neste momento que o processo que tramitava no Brasil deverá ser extinto sem resolução do mérito. 
O inverso também é verdadeiro. Isto é, se durante o trâmite do processo de homologação no STJ, a sentença, no Brasil, transitar em julgado, não haverá mais como fazer a homologação. 
São hipóteses em que se destaca o ajuizamento de ação no Brasil e no estrangeiro: 
 Quando o demandado for domiciliado no Brasil (agência, filial ou sucursal), a demanda poderá ser proposta no Brasil, ainda que o fato tenha ocorrido no estrangeiro. 
 Quando a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil, demanda poderá ser proposta no Brasil. 
 Quando o fato ou ato litigioso tiver ocorrido no Brasil, demanda poderá ser proposta no Brasil. 
 Quando envolver o pagamento de alimentos, quando o credor tiver domicílio ou residência no Brasil, a demanda poderá ser proposta no Brasil. 
LER ARTIGOS 21 A 25 CPC
V. Jurisdição interna e a homologação de decisão estrangeira 
Com a EC 45, a competência que era do STF passou a ser do STJ para homologar sentença estrangeira. 
Cabe ressaltar que o STJ não analisa o mérito da sentença estrangeira. A atuação do STJ se limita a verificar a forma, competência, autenticidade, se há ofensa ou não à ordem pública, ou seja, há apenas um juízo de delibação. 
Nos casos de competência exclusiva, a sentença estrangeira não pode ser homologada, pelo que não produz efeito no Brasil. Pela interpretação a contrário senso, o juízo brasileiro deveria reconhecer que não poderá conhecer de mesmas demandas quanto aos imóveis situados no estrangeiro ou a inventário e partilhas situados no estrangeiro, casos que também escapariam dos limites da jurisdição nacional. 
Após a homologação da sentença estrangeira, o título executivo passa a ser a decisão brasileira que homologou a sentença. 
Esta decisão é título executivo judicial. Mas apesar disso, haverá a criação de uma nova relação jurídica processual, a qual se processa e será executada perante a Justiça Federal de 1º grau. 
O regime anterior (CPC 1973) adotava a alcunha de homologação de sentença estrangeira. No entanto, o CPC/2015 chama de homologação de decisão estrangeira, abrangendo também acórdãos, decisões monocráticas e interlocutórias estrangeiras. 
Existem exceções em que não se admite a homologação de sentença estrangeira, tal como a ofensa que contraria manifestamente a ordem pública. 
As decisões estrangeiras decididas em processo de jurisdição voluntária também precisam ser homologadas, inclusive aquelas que tratem de estado de pessoas. Atente-se que a única ressalva do CPC é a sentença estrangeira de divórcio consensual, a qual não necessita de homologação e produz desde logo efeitos regulares no Brasil (art. 961, §5º). 
VI. Procedimento de homologação da decisão estrangeira 
O procedimento de homologação da sentença estrangeira é do Presidente do STJ, salvo se houver uma contestação ao procedimento, razão pela qual passará a ser da Corte Especial. 
A petição inicial deverá conter: 
 Certidão, ou cópia autenticada, do texto integral da decisão estrangeira que se quer homologar. 
 Ato proferido por autoridade competente 
 Partes tenham sido citadas, ou tenha ocorrido à revelia 
 Prova do trânsito em julgado da sentença estrangeira 
Havendo necessidade, poderá ser concedida alguma tutela provisória de urgência neste processo. O CPC prevê que o exame de urgência deverá ser realizado pela autoridade estrangeira, como diz o art. 962, §3º. 
No entanto, Rodolfo Hartmann e Samer afirmam que a autoridade estrangeira poderá verificar a urgência da medida liminar, mas isto não impediria que o STJ verificasse a medida liminar. 
Contudo, pelo NCPC este juízo é feito pela autoridade estrangeira. 
A demandada é citada para contestar o pedido no prazo de 15 dias. Contestando, a defesa não poderá versar sobre todo e qualquer fundamento, eis que não é o momento de questionar se a decisão foi justa ou injusta. 
O que poderá fazer é questionar sobre a autenticidade do documento, inteligência da decisão (ex.: interpretação diversa), observância de requisitos, inclusive no regimento interno do STJ. 
Mas o mais importante é de que o STJ não poderá ingressar no mérito. 
O MPF, após a contestação, terá vista dos autos, os quais retornarão ao STJ para julgamento.
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL (art 26 e 27)
Pedido de cooperação internacional: auxílio direto e carta rogatória 
O pedido de cooperação internacional pode ser realizado de duas formas: 
 Auxílio direto: modalidade adequada para atos que não necessitam de prestação jurisdicional. 
i. Auxílio direto 
Auxílio direto ocorre quando o pedido de cooperação não tenha por objeto uma decisão judicial estrangeira que esteja sujeita a um juízo de delibação feita pela autoridade brasileira. O auxílio direto é típico de medidas de cunho administrativo, extrajudicial. 
O art. 29 diz que a solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. A autoridade central á o Ministério da Justiça. Caso não esteja claro, poderá a autoridadecentral pedir esclarecimentos antes de decidir. 
O art. 30 traz um rol das hipóteses que poderão ser caso de auxílio direto: 
 Auxílio direto para obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso; 
 Auxílio direto para colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira; 
 Qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. 
SOLICITANTE – MP diretamente ou AGU por solicitação
Carta rogatória: é uma carta oriunda de um país, com destino a outro país. Neste caso, serve para o cumprimento de medida judicial. Seria uma espécie de carta precatória entre países diferentes. 
O art. 27 irá enumerar de forma exemplificativa as medidas que podem ser objeto de cooperação jurídica internacional: 
 Citação 
 Intimação 
 Notificação (judicial ou extrajudicial) 
 Colheita de provas 
 Homologação de decisão 
 Cumprimento de decisão 
 Concessão de medida judicial de urgência 
 Assistência jurídica internacional 
 Qualquer ato judicial ou extrajudicial, desde que não vedado pela legislação brasileira 
ii. Carta rogatória 
A carta rogatória necessita passar por um filtro feito pelo Superior Tribunal de Justiça, situação na qual concede o exequatur. Nesta situação será necessário um juízo de delibação. 
Neste caso, um juiz federal dará cumprimento a esta carta rogatória na primeira instância. Após, encaminhará ao STJ, o qual emitirá o envio à autoridade central (Ministério da Justiça).
Questões
1ª Questão. Maria, brasileira, casou com Glen, americano. Desde a constância do matrimônio o casal passou a residir no Brasil. Na constância do matrimônio nasceu Peter que encontra-se hoje com 5 anos de idade. Ano passado o casal resolveu se divorciar. Glen, então resolveu voltar para cidade onde nasceu, Santa Bárbara, Califórnia. Maria procura, você, advogado, desejando que Glen pague alimentos ao filho Peter. Diante do caso em tela questiona-se:
 a) A ação de alimentos proposta por Peter, representado por sua mãe, Maria, em face de Glen, deve ser promovida na Justiça do Brasil? Justifique e fundamente a resposta. 
2ª Questão. Segundo o NCPC, compete exclusivamente a autoridade judiciária brasileira: 
a) ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil. 
b) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
c) conhecer de ações relativas a imóveis situados no exterior. 
d) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de inventário e à partilha de bens situados no Brasil e no exterior, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
3ª Questão. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: 
a) colheita de provas e obtenção de informações. 
b) qualquer medida judicial. 
c) qualquer medida extrajudicial. 
d) citação, intimação e apenas notificação judicial.

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