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Direito Internacional Privado

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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Conceito: Disciplina jurídica que trabalha conflitos de legislações que tenham conexão internacional. Disciplina de caráter instrumental, porque não aponta soluções para os casos postos a sua apreciação, somente indica o caminho. 
Conexão Internacional: para o direito internacional privado agir sempre precisa existir relação jurídica que estabelecida que envolva pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou nacionais de países distintos. Exemplo: contrato de compra e venda de brasileiro com empresa chinesa. 
Críticas à nomenclatura: estuda pessoas, como principal legislação a interna LINDB. A crítica se dá em razão da conexão internacional. Outra crítica é em relação a palavra privado (privado porque a relação é entre pessoas).
Diferenças entre DIP e DIPr: 
· Direito Internacional Público: trata-se de disciplina jurídica da sociedade internacional, trabalha basicamente com tratados, normas diretas (aplicação direta nas condutas dos envolvidos).
· Direito Internacional Privado: resolve conflitos de leis decorrentes de uma relação jurídica com conexão internacional, diz respeito a normas internacionais e nacionais, chamadas de normas indiretas ou indicativas, pois apenas indicam o direito a ser aplicado. Cada ordenamento jurídico pode determinar as suas próprias regras, salvo países signatários de documentos internacionais, sendo o principal deles o Código de Bustamante. 
Elemento estrangeiro | |elemento de estraneidade: ralação jurídica internacional
Fontes do DIPr
· Internas (nacionais): civil low (costume não é tão importante)
· CF e leis – principal fonte lei interna
· Costume Nacional
· Doutrina e Jurisprudência interna
· Internacionais:
· Tratados Internacionais
· Costumes Internacionais
· Jurisprudência internacional
· Transnacionais:
· São códigos de conduta aplicados para mais de um país, mas que não tem a força e nem as formalidades de um tratado. Ex. Lex esportiva do Comitê Olimpico Internacional.
Conflitos entre Fontes:
· Fontes de categorias distintas: tratado lei = parte doutrina afirma que o tratado irá prevalecer. Outros afirmam que a fonte mais benéfica prevalecerá. 
· Fontes de mesma categoria: lei + lei = fonte mais benéfica às partes.
Direito Privado e a obediência aos direitos humanos: deve sim obediência, inclusive protegendo os particulares nas relações internacionais.
Direito e a perspectiva de direito uniforme (padronizado): cada país pode ter legislação específica, a internacionalização de documentos ainda não é realidade, portanto não se tem um direito uniforme.
Legislação de direito material: legislação que atribuem direitos subjetivos com sujeitos. Ex. CC.
Legislação de Direito Processual: legislação instrumental, estabelece os meios para que os direitos sejam alcançados. 
Conflitos de leis e o direito brasileiro: vinculação ao LINDB (art. 7º a 19).
· Brasil não adota o sistema da territorialidade estrita porque podem ser aplicadas legislações estrangeiras, somente a “lesc fore” (lei do foro) pode ser aplicada nos países que eventualmente adotarem o sistema da territorialidade estrita. 
IMPORTANTE: Estatuto pessoal do Direito Privado brasileiro: conjunto de relações inerentes ao estado da pessoa e sua capacidade jurídica (aptidão para exercer direitos e contrair obrigações).
Os países adotam diferentes critérios para o estatuto:
· Critério Geográfico: a lei determina que o estatuto pessoal é a do domicilio. O Brasil adota esse critério, juntamente com a Argentina, EUA, Inglaterra, Canadá...
· Critério Político: nacionalidade. Alemanha, França e Itália adotam.
· Sistema híbrido: adota os dois (domicilio e nacionalidade) para determinação do estatuto pessoa. Chile e Equador. 
Elemento Objetivo: residência
Elemento Subjetivo: ânimo de definitividade.
Elemento e objetivo de conexão: direito privado regula relações com conexão internacional.
Conexão: todas as normas previstas na LINDB sobre conflito de leis no espaço com conexão internacional possuem uma estrutura característica composta de um objeto de conexão e de um elemento de conexão. LINDB, art 7º e ss. 
· Objeto de conexão: é a matéria regulada pela norma indicativa (ramo do direito). 
· Elemento de conexão: solução dada pelo direito internacional privado ao conflito de legislações. 
Art. 9º da LINDB. Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
Obrigações – objeto de conexão lei do país em que se constituírem – elemento de conexão 
CONEXÃO INTERNACIONAL
Conexão internacional é a relação privada entre pessoas de estados distintos, nacionalidade, domicílio e local do contrato.
Os objetos e elementos da ação de conexão são:
· O objeto de conexão é a matéria do direito envolvido no caso.
· O elemento de conexão é a solução que a DIP traz ao conflito de normas exposto no enunciado normativo. Ex. art. 8, LINDB.
· 
Objeto de conexão: disciplina jurídica que envolva o caso concreto. Ex. Bens, obrigações...
Elemento de conexão da norma: é a solução que o direito internacional privado traz ao conflito de normas exposto no enunciado normativo. 
Classes de elementos de conexão:
· Pessoas, domicílios (art. 7º, LINDB) e nacionalidade: a primeira classe. 
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. (No Brasil, lei do domicílio).
· Reais (art. 8º, LINDB): direitos reais dizem respeito a vinculação de posse e propriedade previstos no art. 1225 do C, regulando-se a transmissão desses bens e a forma de adquirir a propriedade móvel ou imóvel. Quando disser respeito a coisas 
· Voluntárias (art. 9º, LINDB), autonomia da vontade: voluntária, porque é onde as partes voluntariamente estipularam. Atualmente entende-se que a autonomia da vontade (liberdade para contratar), pode ser considerada como elemento de conexão, na medida em que deve ser observada pelo julgador no caso concreto. 
Qualificação em direito internacional privado: Subsumir o fato a categoria jurídica. Qualificar é um processo técnico jurídico sempre presente no direito, pelo qual se classificam ordenadamente os fatos da vida relativamente às instituições criadas pela lei ou pelo costume a fim de bem enquadrar as primeiras nas segundas, encontrando-se assim a solução mais adequada para os conflitos existentes nas relações humanas. 
É importante fazer a qualificação do direito privado internacional, porque uma vez qualificado o fato, será encontrado o objeto e por consequência a solução.
SOBREDIREITO: significa que o direito internacional privado dará o caminho para resolução do caso e não a sua solução.
INTERPETRAÇÃO E PROVA DIREITO MATERIAL ESTRANGEIRO 
Dever de aplicação do direito estrangeiro indicado (copiar da linda da Morgana): aplicação do direito estrangeiro pelo juiz nacional, ainda que temporiamente quando o DIPr a legislação estrangeira da passa compor a coleção de las nacionais, faz parte da coleção lato sensu – ad hoc.
Utilização de legislação estrangeira não causa efeitos na soberania.
· Imposição legal de aplicação do direito estrangeiro: não é faculdade é um dever. Aplicação da LINDB + código de Bustamante. Cada magistrado pode solicitar um auxílio das relações exteriores ate mesmo diplomática, de como se pode aplicar a legislação.
· Norma estrangeira como direito e não como fato: não é utilizada para corroborar os fatos elencados pelo autor ou réu, mas para a fundamentação do caso.
Natureza jurídica da norma estrangeira no Brasil: vide art. 2º da Convenção Internacional de Direito Privado. O juiz deve julgar tal qual o faria o magistrado de seu país de origem.
Aplicação direta da Legislação Estrangeira: 
· Aplicação de ofício: é dever do juiz usar lei estrangeira se entender cabível. (ex office). Jura novit cúria. O juiz não pode impor as partes a prova do direito estrangeiro. Magistrado tem o dever de apreciar o caso, sob pena de non liquet (uma vez que chegue o caso ao magistrado, ele não pode eximir-se de analisar).
· Prova do DireitoEstrangeiro: art. 14 LINDB e 376 c|c 369, CPC. Juiz pode solicitar ou determinar caso quem tenha suscitado a legislação estrangeira seja a própria parte
· Vide art. 409 do Código de Brustamonte.
· Também poderá ser provado por cópia de doutrina ou repertório de jurisprudência, autenticados por agente postulares e traduzidos por tradutor público juramentado.
· Análise e Interpretação da Lei Estrangeira: o juiz deve interpretar a norma estrangeira conforme o ordenamento jurídico de seu país de origem, levando em consideração inclusive, se for o caso, os costumes, a doutrina, o entendimento jurisprudencial, atuando como se fosse o magistrado do país de origem.
· Recurso de cassação: previsto no art. 412 do Código de Bustamonte, apelação, magistrado ode ser corrigido pelos Tribunais, o procedimento é o mesmo, a regra processual é brasileira, somente o entendimento que é diferente. 
· No Brasil, se o magistrado não conseguir encontrar a solução para o caso, poderá valer-se de norma estrangeira comparada compatível, norma do foro (brasileira) e art. 4º da LINDB.
· Limites para aplicação do Direito Estrangeiro: como regra geral o uso de leis estrangeiras não fere a soberania nacional.
Exceto: Não será usada quando fere direitos humanos e fundamentos previstos em nossa Carta Magna; ferimento a soberania nacional de algum modo \ ferimento de questões de ordem pública como um todo e não comente a legislação e instituições desconhecidas.
Competência Internacional: A competência internacional diz respeito ao exercício do poder jurisdicional de um Estado em relação a um conflito que tenha, de qualquer modo, como parte, um elemento estrangeiro.
· Competência concorrente: ação pode ser ajuizada em mais de um Estado, discricionariedade. 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; Exemplo: duas pessoas celebram contrato no EUA acerca de uma obra que deverá ser realizada no Brasil, em caso de litigio, podem as partes entrar com a ação no Brasil ou no estrangeiro.
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. Ex: acidente de transito envolvendo dois estrangeiros.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I - de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
· Competência exclusiva: a ação deve ser ajuizada obrigatoriamente no Brasil.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra.
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
· Cláusula de eleição de foro exclusivo: quando as partes em comum acordo escolhem o foro em que se dará a lide. o artigo 25 prevê hipótese em que não competirá à autoridade brasileira o processamento e julgamento da ação. Nesse caso, mesmo tendo a Justiça brasileira competência (concorrente), para o julgamento da causa, esta será afastada tendo em vista a autonomia da vontade das partes. 
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º.
· Litispendência Internacional: estado de um litígio conduzido simultaneamente perante dois tribunais do mesmo grau, um e outro igualmente competentes para julgá-lo. mesmo havendo duplicidade de ações (no Brasil e no estrangeiro) sobre a mesma causa ou das causas que lhe são conexas, não haverá litispendência a justificar a extinção de qualquer delas em se tratando de jurisdição internacional concorrente, e poderão ser homologadas no Brasil as sentenças estrangeiras, quando assim se exigir para que aqui produzam efeitos, mesmo se pendente causa perante a jurisdição brasileira. Nesses casos, já decidiu o STJ (SEC 14.914 e SEC 5.736) que a mais antiga coisa julgada (se a decisão é estrangeira considera-se para esse efeito o trânsito em julgado da decisão que a homologa), que se levará em conta para atribuir efetividade à decisão. Havendo, no entanto, tratados ou acordos internacionais a determinar regras diversas sobre competência, suas disposições terão prevalência. 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Cooperação Jurídica Internacional: Esse instituto é o conjunto de mecanismos jurídicos pelos quais um determinado Estado pode solicitar o auxílio de outro para prosseguir com um processo judicial ou executar determinada decisão. os pedidos de cooperação internacional estão sujeitos tanto à lei brasileira como à lei do outro Estado de acordo com a situação.
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I - citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II - colheita de provas e obtenção de informações;
III - homologação e cumprimento de decisão;
IV - concessão de medida judicial de urgência;
V - assistência jurídica internacional;
VI - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
a) Carta Rogatória: segue a norma do Estado Rogante o conteúdo, mas o cumprimento observa as regras do Estado Rogado.
· Ativa: Estado Rogante.
· Passiva: Estado Rogado – que recebe.
Para recebimento de carta rogatória pelo Brasil, primeiramente é entregue ao STJ que irá apreciar e determinar ou não seu cumprimento pela justiça federal. Chamado de exame de delibação. Essa determinação é chamada de exequatur, que nada mais é que a ordem de execução da determinada diligência no território brasileiro
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.
Cumprida a carta rogatória ou verificada a impossibilidade de seu cumprimento, será devolvida ao Presidente do STJ no prazo de 10 dias, o qual a remeterá, em igual prazo, por meio do Ministério da Justiça ou do Ministério das Relações Exteriores, à autoridade estrangeira de origem (RISTJ, art. 126-X). 
Pelo Regimento Interno do STJ, compete ao Presidente da corte conceder exequatur às cartas rogatórias, tenham elas por objeto atos decisórios ou não decisórios(RISTJ, art. 216-O e § 1º).
Art. 17, LINDB. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
b) Homologação de Sentença Estrangeira: participação do STJ, ele que fará o exame, verifica se estão presentes os requisitos para a execução no Brasil. Vale ressaltar também que, apesar de o instituto ser denominado de homologação de sentença, é possível homologar decisões administrativas e até mesmo extrajudiciais (como decisões arbitrais). Quem executa a sentença estrangeira é a Justiça Federal.
Requisitos: assim como no procedimento da carta rogatória, o STJ é o órgão competente para realizar o juízo de delibação, observando se estão presentes os requisitos legais para que a sentença seja executada em território nacional.
Os requisitos de admissibilidade nessas situações estão dispostos no CPC, a partir do art. 960. Dentre eles, são indispensáveis os requisitos do art. 963, quais sejam:
· Ser proferida por autoridade competente: Assim como as exigências de competência aplicadas aos procedimentos judiciais brasileiros, faz-se necessário que a decisão carente de homologação tenha sido proferida por uma autoridade competente. Caso contrário, o juízo de delibação do STJ é negativo.
· Ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia: Tópico intimamente ligado ao princípio do devido processo legal e do contraditório, é requisito também a existência de uma citação regular da parte. A revelia não se impõe como um critério desqualificador da homologação, ou seja, desde que a parte tenha sido efetivamente procurada para a citação ao processo, é possível homologar a decisão.
· Ser eficaz no país em que foi proferida: A ideia aqui é a seguinte: se a decisão não possui eficácia nem em seu país de origem, não há motivo para produzir efeitos no Brasil.
· Não ofender a coisa julgada brasileira: Temos como um dos princípios da ordem pública brasileira, garantido inclusive na Constituição Federal, o respeito à coisa julgada. Portanto, a decisão estrangeira não pode representar uma violação ou ofensa à coisa julgada estabelecida em território nacional.
· Estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado: A tradução oficial serve para tornar mais direta e acessível a decisão que possivelmente ocasionará a execução da parte residente no Brasil. Esse requisito pode ser dispensado em situações ou causa específicas caso haja previsão em tratado internacional.
· Não conter manifesta ofensa à ordem pública: Em consonância com o requisito do respeito à coisa julgada, exige-se o respeito à ordem pública brasileira, como as normas que tratam de princípios processuais, competência, etc.
c) Auxílio direto: objetivando simplificar e agilizar a cooperação jurídica entre os Estado tendo em vista a morosidade dos procedimentos cooperativos ainda presentes nas ordens jurídicas de diversos países. As autoridades centrais colaboram umas com as outras em relação à solicitação do auxílio direto em causa, sem a necessidade em regra de ordem de execução interna levada a efeito por juízo delibatório, guardadas as particularidades de cada ordenamento jurídico.
Art. 28, CPC. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29, CPC. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes objetos:
I - obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II - colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III - qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. Exemplo: solicitação de auxílio direto para o fim de conhecer a localização e a quantidade de bens imóveis de propriedade de um indivíduo no Brasil, podendo a autoridade central brasileira requerer junto aos órgãos competentes (ofícios registrais) as informações requeridas e enviá-las diretamente à autoridade central do Estado requerente. Nessa hipótese, como a pesquisa sobre a propriedade de bens imóveis no Brasil é pública, independendo de prestação jurisdicional, deverá a autoridade central brasileira adotar diretamente as providências necessárias para o seu efetivo cumprimento. 
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
Exemplo: o caso de o Estado estrangeiro pretender informações fiscais ou bancárias de certo indivíduo no Brasil. Não havendo sentença sobre a quebra do sigilo fiscal ou bancário no Estado de origem, a qual demandaria homologação pelo STJ, competirá à AGU ou ao MPF, a depender do caso, deflagrar pedido judicial para a efetivação da medida. 
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Arbitragem: LEI Nº 9.307, DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.
· Conceito: É uma modalidade de heterocomposição voltada à existência ou inexistência de um direito. Diferencia-se da conciliação pois esta permite apenas que um terceiro imparcial conduza as partes a um acordo, nada mais podendo fazer se isso se tornar inviável. Já na arbitragem, não havendo possibilidade de acordo entre as partes, caberá ao árbitro impor a sua decisão, solucionando a controvérsia, em razão do fato de que as partes haviam acordado previamente que se submeteriam àquilo que viesse a ser decidido. 
· A lei atribuiu eficácia própria à sentença arbitral, proporcionando os mesmos efeitos da sentença judicial, inclusive com força de título executivo, podendo o procedimento ser utilizado por partes maiores e capazes que disputam direitos patrimoniais disponíveis. 
Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de conformidade com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com os termos desta Lei.
Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida fora do território nacional. (CRITÉRIO DA TERRITORIALIDADE)
Art. 35.  Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira está sujeita, unicamente, à homologação do Superior Tribunal de Justiça.
Art. 36. Aplica-se à homologação para reconhecimento ou execução de sentença arbitral estrangeira, no que couber, o disposto nos arts. 483 e 484 do Código de Processo Civil. (No atual CPC/15, as disposições acerca da homologação de decisão estrangeira encontram-se nos artigos 960 e seguintes).
Obrigações e Contratos:
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem. Partes presente, lei do país de celebração do contrato
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quantoaos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir o proponente. Já nos casos em que o contrato é celebrado à distância - algo muito comum com o surgimento das vendas online - a LINDB define que as regras aplicáveis ao contrato são do local de domicílio do proponente.
A lei aplicável será a do país onde o contrato foi pactuado. Pode haver cláusula de eleição de foro, determinando que eventuais conflitos podem ser solucionados no Brasil, por exemplo. A autoridade competente será a brasileira, mas deverá utilizar a lei dos Estados Unidos. 
A definição é importante porque dá a referência dos direitos e deveres das partes, das modalidades de extinção do contrato (ou das obrigações) e fornece informações sobre nulidade.
Exemplo: as partes podem celebrar um contrato presencial no Japão, com uma cláusula de eleição de foro escolhendo o Brasil como competente para resolver conflitos. Nessa situação, o juiz brasileiro irá dirimir a lide com base na lei japonesa no que tange às obrigações e aos contratos.
· Capacidade das partes: Diferentemente da regra que define a lei aplicável, para determinar se a parte é capaz ou não, utiliza-se a lei do seu domicílio.
X", 16 anos, domiciliado na Argentina, e "Z", 20 anos, domiciliado no Paraguai, celebram um contrato de compra e venda durante uma viagem de negócios na Suíça. O contrato estabelece que eventuais conflitos sobre o adimplemento das obrigações devem ser resolvido no Brasil, onde ambos possuem familiares e amigos próximos.
Você, como advogado e consultor pessoal de "Z", quer analisar o contrato e destacar tópicos interessantes que podem ser úteis futuramente. Qual é a lei aplicável? X possui capacidade para celebrar o contrato? Quem deve resolver um conflito sobre a qualidade dos produtos entregues?
No exemplo posto em pauta, existem diversas questões a se observar. Primeiramente, entende-se que a lei aplicável ao contrato é a lei da Suíça, tendo em vista que o contrato foi celebrado lá. Além disso, deve-se analisar a capacidade das partes conforme as leis argentina (para X) e paraguaia (para Z), objetivando descobrir se o contrato é realmente válido. Por fim, o foro competente para julgar um conflito sobre a qualidade dos produtos entregues, por exemplo, é da justiça brasileira.
Casamento e Divórcio:
· Primeiramente: capacidade.
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Assim, por exemplo se um argentino quer se casar no Brasil, deverá ser observada as leis argentinas quando a capacidade.
§1° Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. Portanto quanto impedimentos e às formalidades de celebração, por exemplo quantas testemunhas devem ser levadas ao cartório, são utilizadas a lei brasileira
§2° O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. Todavia, é necessário que ambos os nubentes tenham a mesma nacionalidade.
§3° Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§4° O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. Se até a data da celebração, os cônjuges morassem no Brasil, aplicar-se-á a lei do Brasil, ainda que depois do casamento mudaram-se para outro país. Todavia se um morava no Brasil, outro na Argentina e resolvem casar-se nos Estados Unidos e após constituir domicilio na França, a solução é a aplicação do primeiro domicílio conjugal, no caso França. 
§5° O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. Pode divorciar no consulado, da mesma maneira que ocorre o casamento consular, ambas as partes devem ser brasileiras, o casal não pode ter filhos menores ou incapazes e por fim devem contar com assistência de um advogado.
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Bens:
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. Bens imóveis, móveis em situação permanente.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. Bens em trânsito, bens que estão com a pessoa ou aquelas que deve chegar em algum lugar.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Penhor, dado bem móvel na garantia da dívida. Credor tem domicílio no Brasil e devedor na Argentina. Devedor ficou coma posse, assim aplica-se a lei Argentina, se for o credor, aplica-se do Brasil.
Sucessões: 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Assim, se fizesse uma viagem para o Estados Unidos e falecesse lá, mas residia na Argentina e deixou bem no Brasil. O inventário deve ser proposto no Brasil, e a fundamentação (quem são os herdeiros, quinhões), segue-se o último domicilio do de cujus
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. Dentro das opções a quem seja mais favorável. Situação específica pessoa estrangeira, deixou bens no Brasil, deixou cônjuges ou herdeiros brasileiros.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Lei do domicílio do legatário ou herdeiro. Capacidade de fato (analisa-se de acordo com a lei do herdeiro e legatário) e de direito (discute-se quem são os herdeiros – analisada na regra geral – último domicílio do de cujus)
· Competência exclusiva, em relação a sucessão hereditária, os bens situados no Brasil devem ser analisados pelo juízo brasileiro. Inventário proposto obrigatoriamente no Brasil. 
· Regra geral: ultimo domicilio do de cujus, ainda que o inventário seja feito posteriormente.
TESTAMENTO: bem localizado no Brasil, deve ser utilizada lei brasileira. Deve-se cuida a validade, pode ser; material (discute-se conteúdo, último domicilio do de cujus) e formal (analisa de acordo com o país de celebração do testamento).
Pessoa tinha domicílio na Argentina e faz testamento na França referente a bem localizado no Brasil. Competência exclusiva do Brasil para analisar o testamento, a validade material será utilizada a do último domicilio do de cujus (Argentina) e validade formal, onde o testamento foi celebrado (França).

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