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Relatório do 5º Experimento de FISEXPI Data: 06/06/2017 Turma: EQ4 Alunos: Beatriz Cunha e Bernardo Sanches. 1. Resumo O objetivo do experimento é estudar a colisão elástica de dois carrinhos em um trilho horizontal de ar com atrito desprezível e avaliar se houve conservação do momento e energia cinética. Foi utilizada uma câmera digital montada em um tripé para filmar o movimento e o programa ImageJ para levantamento dos dados necessários. Os resultados foram analisados através do Método dos Mínimos Quadrados: O mesmo gráfico, reta e cálculo foram feitos no programa Qtiplot, resultando nas velocidades antes da colisão (47,3±0,4)cm/s do carrinho 1, (0±0)cm/s carrinho 2, energia cinética (250000 ± 2000) e momento linear (8600 ± 200)cm.g/s. Já após a colisão, as s2 g·cm2 velocidades foram (-10 ±1)cm/s do carrinho 1, (32±1) do carrinho 2, energia cinética (160000 ± 3000) e momento linear (7600 ± 300) cm.g/s. Percebe-se que os s2 g·cm2 resultados foram coerentes, mas a energia cinética não foi conservada. Isso pode ser explicado pela possível presença de forças dissipativas de energia, como a força de atrito, por exemplo, ou certa inclinação no trilho de ar, gerando uma força resultante. 2. Introdução Em física, colisão elástica é toda a colisão entre dois ou mais corpos em que tanto a energia cinética quanto o momento linear do sistema são conservados. E, entende-se por colisão o encontro de dois corpos distintos, no qual, dependendo das condições (se colidem elástica ou inelasticamente), os objetos apresentam um comportamento diferente da configuração inicial. No caso de uma colisão elástica, os corpos mantêm o momento linear (e consequentemente a velocidade, pois não há variação de massa) e a energia cinética durante o movimento. No entanto, apesar de conservar o momento, os sentidos dos momentos são invertidos no instante da colisão. O momento linear de um corpo (P) pode ser calculado através da expressão: P= M1V1i Onde, M1 = Massa do objeto; V1i = Velocidade do objeto; Já a energia cinética (K) de um corpo pode ser calculada através da expressão: K= M1V1i²/2 Onde, M1 = Massa do objeto; V1i = Velocidade do objeto; A partir disso, foi realizado um experimento no trilho de ar para a observação do fenômeno de colisão entre dois carrinhos com massas diferentes. Para tal, foram consideradas as seguintes hipóteses: ✓ Atrito no trilho de ar era desprezível; ✓ O eixo do trilho era perfeitamente horizontal; ✓ As forças externas do carrinho eram iguais à zero; O experimento foi iniciado com o carrinho 2 em repouso e o carrinho 1 com velocidade inicial V1i. E, para avaliar como a velocidade do sistema se comportou antes e após a colisão, utilizou-se a grandeza centro de massa (Cm), que é a média ponderada entre as massas tendo base a distância entre elas. O centro de massa de um corpo pode ser calculado a partir da expressão: Cm= M1X1 + M2X2/ M1 + M2 Onde, M1= Massa do carrinho 1 M2= Massa do carrinho 2 X1= Posição do carrinho 1 X2= Posição do carrinho 2 2 De acordo com as hipóteses consideradas (atrito desprezível e trilho horizontal), o movimento esperado que os carrinhos realizassem era o uniforme. 3. Processo Experimental O experimento foi executado e gravado para que, através das imagens, o movimento dos carrinhos fosse avaliado quantitativamente. Inicialmente, foi ajustada a inclinação do trilho de ar, de modo que o carrinho ficasse o mais parado possível no centro. Realizado o ajuste de inclinação, o carrinho 1 (o mais leve) foi impulsionado para ir de encontro ao carrinho 2, que estava em repouso. Após a colisão, observou-se que o carrinho 1 mudou de sentido e que o carrinho 2, antes em repouso, iniciou um movimento. A partir das filmagens, o vídeo foi tratado no programa ImageJ. Lá, a imagem foi rotacionada para ficar o mais horizontal possível e assim, reduzir o erro. Logo após, determinou-se os pontos em pixel do trilho de ar (pontos para o cálculo da constante de calibração) e dos carrinhos antes e após a colisão. Colhidos os dados de posição e tempo, efetuou-se o tratamento dos dados no programa Qtiplot. O programa Qtiplot foi utilizado para o cálculo de velocidade do carrinho 1, 2 e centro de massa através do método de mínimos quadrados, o qual é uma regressão linear a partir dos dados de posição. No software, o primeiro passo foi construir uma tabela e estabelecer os dez pontos de posição do carrinho 1, carrinho 2, centro de massa antes e após a colisão como a variável X. Além disso, estabeleceu-se o instante ∆t em que foram marcadas as posições como a variável Y. Construída a tabela, a função FIT linear, que forneceu as velocidades e respectivas incertezas, foi acionada no campo de análise do programa. Sendo assim, verificando que o trilho de ar estava nivelado horizontalmente (observou-se que ao abandonar ambos os carrinhos em cima do trilho, eles não variavam de posição) podemos começar o preparo do experimento. Colocamos dois pesos de 50g no carrinho A ( 180,8 ± 0,1) g de forma que tivesse por volta de mA = 100g a mais que o carrinho B ( 291,8 ± 0,1) g e uma armação com elástico para mB = que a colisão ocorresse de maneira elástica. Posicionamos a câmera digital montada em um tripé de modo que o trilho ficasse completo e centrado no campo de visão. Iniciamos o movimento de um carrinho, traçando uma rota de colisão com um segundo carrinho, sem movimento, e filmamos seu trajeto no percurso do trilho para a coleta dos dados por meio do programa ImageJ. 3 Realizamos 10 medições e dividimos em intervalos de tempo iguais pra facilitar os cálculos. Foi observado, também, que o choque dos dois carrinhos ocorreu no tempo 4,96 s. Então organizamos os dados nas tabelas a seguir:tC = Antes da Colisão Tempo (s) X1 (cm) δX1 (cm) X2 (cm) δX2 (cm) CM (cm) δCM (cm) 4,04 56,5 0,5 116,4 0,8 93,5 0,3 4,12 60,7 0,5 116,4 0,8 95,1 0,3 4,2 64,1 0,5 116,4 0,8 96,4 0,3 4,28 67,9 0,5 116,4 0,8 97,8 0,3 4,36 71,7 0,6 116,4 0,8 99,3 0,3 4,44 75,6 0,6 116,4 0,8 100,8 0,3 4,52 78,6 0,6 116,4 0,8 101,9 0,3 4,6 83,2 0,6 116,4 0,8 103,7 0,3 4,68 87 0,7 116,4 0,8 105,1 0,4 4,76 90,8 0,7 116,4 0,8 106,6 0,4 Depois da Colisão Tempo (s) X1 (cm) δX1 (cm) X2 (cm) δX2 (cm) CM (cm) δCM (cm) 5,1 98,5 0,7 120,6 0,9 112,1 0,4 5,2 97,7 0,7 122,9 0,9 113,2 0,4 5,2 96,9 0,7 125,5 0,9 114,6 0,4 5,3 96,2 0,7 128,2 0,9 116 0,4 5,4 95 0,7 130,9 0,9 117,2 0,4 5,5 94,6 0,7 133,6 1 118,7 0,4 5,6 93,9 0,7 136,2 1 120 0,4 5,6 92,7 0,7 138,5 1 121 0,4 5,7 92,3 0,7 140,8 1 122,3 0,4 5,8 91,2 0,7 143,9 1 123,7 0,4 4. Análise de dados Primeiramente, para passar dos valores de posição em pixels para centímetros, utilizou-se uma constante de calibração, de acordo com a fórmula explicitada abaixo, que teve o valor de k = (0,382±0,001) cm·pixels-1 k = p L k δ = √( ·δL)p1 2 + (− ·δp)Lp² 2 4 Após recolhimento de todos os dados foi feito no papel milimetrado um gráfico (posição x tempo)com as posições ., x , xxA B CM Realizando o ajuste linear do programa, encontramos a reta que melhor os representasse para determinar seu coeficiente angular, que é sua velocidade em cm/s. v Isto foi feito em 4 etapas pois precisávamos de 4 velocidades distintas ( , , , vAi vAf vBi de acordo com o carrinho (A e B) e o impacto (antes e depois).) vBf Chegamos a 4 velocidades que serão utilizadas para compreendermos o estudo do momento linear e da energia cinética. Em uma colisão elástica, espera-se tanto o momento linear quanto a energia cinética se conservem, segundo as fórmulas abaixo, respectivamente relacionadas à conservação do momento, e a conservação da energia mecânica: v v v v mA Ai + mB Bi = mA Af + mB Bf 2 m vA Ai 2 + 2 m vB Bi 2 = 2 m vA Af 2 + 2 m vB Bf 2 Abaixo estão gráficos S x T com a reta gerada no Qtiplot via ajuste linear em relação ao Carrinho 1 antes e depois da colisão, ao Carrinho 2 depois da colisão, e ao centro de massa antes e depois da colisão. Carrinho 1 – Antes da Colisão 5 Carrinho 1 – Depois da Colisão Carrinho 2 – Depois da Colisão 6 Centro de Massa – Antes da Colisão Centro de Massa – Depois da Colisão Então, realizamos uma tabela específica com os valores de velocidade para cada carrinho antes e depois da colisão. Tabela 3.1 .:. Velocidades em cm/s 7 Posição v v δ Antes da colisão Ai 47,3 0,4 Bi 0 0 Depois da colisão Af -10 1 Bf 32 1 Através da tabela 3.1 e da massa dos carrinhos, podemos realizar a análise que queremos: Tabela 3.2 .:. Momentos lineares e Energias Cinéticas em g.cm/s 1iv cm/s)( 2iv cm/s)( 1fv cm/s)( 2fv cm/s)( ip ( m·gc /s) fp ( /s)m·gc Eci )( s2 g·cm2 Ecf )( s2 g·cm2 47,3±0,4 0 ± 0 -10 ± 1 32 ± 1 8600 ± 200 7600 ± 300 250000 ± 2000 160000 ± 3000 Determinamos os dois momentos lineares, antes e após a colisão, encontrando (8600 ± 200) g.cm/s e (7600 ± 300) x 10 g.cm/sP i = P f = Determinamos também as duas energias cinéticas, antes e após a colisão, encontrando 250000 ± 2000 g.cm²/s² e 160000 ± 3000 g.cm²/s².K i = K f = Afim de melhor compreender os resultados, calculamos a porcentagem de variação de energia cinética usando a formula: K i |K −K |f i Onde: é a energia cinética final;K f é a energia cinética inicial ;K i Obtendo uma variação de 36%, valor que se mostra muito alto para uma colisão elástica. Conclui-se, então, que não houve conservação de energia, pois a variação é grande demais para ser explicada por múltiplas medidas indiretas. 8 5. Conclusão É possível concluir, então, que os resultados inicialmente são condizentes com o esperado, afinal o carrinho de maior massa seguiu com maior velocidade após a colisão enquanto que o de menor massa seguiu no sentido contrário (velocidade negativa). Não apenas por essa analise podemos dizer que o experimento foi coerente, para sabermos se de fato o choque foi elástico devemos ver se houve conservação tanto de momento linear quanto de energia cinética. Pela fórmula contida no apêndice para confirmação de compatibilidade dos valores, podemos concluir que os momentos lineares são conservados, visto que os valores se confirmam na fórmula, diferentemente das energias cinéticas, que extrapolam muito o valor estipulado para compatibilidade. Esse fato pode ser explicado pela possível presença de forças dissipativas de energia, como a força de atrito, por exemplo, ou certa inclinação no trilho de ar, gerando uma força resultante. 6. Referências http://www.infoescola.com/fisica/colisao-elastica/ 7. Apêndice ) Incerteza da constante de calibração: A c δ = √( δL)d1 2 + ( δd)Ld2 2 ) Incerteza da posição em cm:B x δ = √(c δp)2 ) Incerteza do momento linear: C P δ = √(v δm)2 + (m δv)2 ) Incerteza da energia cinética: D Ec δ = √( )2v1 ·δm12 2 + ( )22v1·m1·δv1 2 + ( )2v2 ·δm22 2 + ( )22v2·m2·δv2 2 9 E) Incerteza do centro de massa Xcm δ = 1M √(x1·δm1) + x2·δm2)2 + (m1·δx1)2 ( 2 + (m2·δx2)2 + ( )Mm1·x1+m2·x2 2 D) Fórmulas de Compatibilidade < 3|| pantes−pdepois √δpantes +δpdepois2 2 < 3|| Ecantes−Ecdepois √δEcantes +δEcdepois2 2 10
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