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CONCEITOS E TEMAS - - LOBATO

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geografia. 
Bibliografia
CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço: um conceito-chave da geografia. In: CASTRO,
Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato (orgs.)
Geografia: Conceitos e Temas. 5ª edição. Bertrand: Rio de Janeiro, 2003.
ESPAÇO, UM CONCEITO-CHAVE DA GEOGRAFIA
“A expressão espaço geográfico ou simplesmente espaço, aparece como vaga,
ora estando associada a uma porção específica da superfície da Terra identificada seja
pela natureza, seja por um modo particular como o Homem ali imprimiu as suas marcas,
seja com referência a simples localização.” (p.15)
O ESPAÇO E AS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO
“... Como ciência social a geografia tem como objeto de estudo a sociedade que
se refere a ação humana modelando a superfície terrestre: paisagem, região, espaço,
lugar e território.”(p.16)
“... Lugar e região, tem sido diferentemente conceitualizado segundo as diversas
correntes da geografia. Ressalta-se, a propósito, que o debate tem sito extremamente
salutar pois se revela conflitos, permite, por isso mesmo, avanços na teoria geográfica...
o embate conceitual não é exclusivo a geografia: vejam-se, por exemplo, os conceitos
de valor entre os economistas, classe social entre os sociólogos e cultura entre os
antropólogos.”(p.16)
Espaço e a geografia tradicional
“O conjunto de correntes que caracterizou a geografia no período que se estende
de 1870 aproximadamente,... a década de 1950, quando verificou-se a denominada
revolução teorético-quantitativa, é por nós identificado como geografia tradicional, que
antecede as mudanças que se verificarão nas décadas de 1950, primeiramente, e, depois,
na de 1970.”(p.17)
“A geografia tradicional privilegiou os conceitos de paisagem e região, em torno
dele estabelecendo-se a discussão sobre o objeto da geografia e a sua identidade no
âmbito das demais ciências....os debates incluíam os conceitos de paisagem, região-
natural e região-paisagem, assim como os de paisagem cultural, gênero de vida e
diferenciação de áreas. Envolviam geógrafos vinculados ao positivismo e ao
historicismo, ...aqueles geógrafos deterministas, possibilistas, culturais e
regionais.”(p.17)
“O espaço não se constitui em um conceito chave na geografia tradicional. Está
presente na obra de Ratzel e de Hartshorne, ainda que, como no caso do segundo, de
modo implícito.”(p.17)
“O espaço em Ratzel é visto como base indispensável para a vida do homem,
encerrando as condições de trabalho, quer naturais, quer aqueles socialmente
produzidos.”(p.18)
“Ratzel desenvolve assim dois conceitos....Trata-se do conceito de território e de
espaço vital, ambos com fortes raízes na ecologia. O primeiro vinculado à apropriação
de uma porção do espaço por um determinado grupo, enquanto o segundo expressa as
necessidades territoriais de uma sociedade em função do seu desenvolvimento
tecnológico, de total de população e de recursos naturais.... A preservação e ampliação
do espaço vital constitui-se, na formulação ratzeliana, na própria razão de ser do
Estado”(p.18)
“O espaço transforma-se, assim, através da política, em território, em conceito
chave da geografia.”(p.18)
“O espaço na visão hartshoriana é o espaço absoluto, isto é, um conjunto de
pontos que tem existência em si, sendo independente de qualquer coisa...A geografia
constituir-se-ia na ciência que estudaria todos os fenômenos organizados espacialmente,
enquanto a história, por outro lado, estudar os fenômenos segundo a dimensão
tempo.”(p.18)
““...é somente um quadro intelectual do fenômeno, um conceito abstrato que não
existe em realidade(...) a área, em si própria, está relacionada aos fenômenos dentro
dela, somente naquilo que ela os contém em tais localizações.” (HARTSHORNE, 1939,
p.395).” (p.19)
“...Estamos de acordo com Harvey (1973) quando este argumenta que as
diferentes práticas humanas estabelecem diferentes conceitos de espaço, conceitos que
sob certas circunstâncias são por nós empregados.”(p.19)
 
Espaço e a geografia teorético-quantitativa
“Calcada no positivismo lógico a revolução teorético-quantitativa da década de
1950 introduziu profundas modificações na geografia... Adotou-se a visão da unidade
epistemológica da ciência, unidade calcada nas ciências da natureza, mormente a física.
O raciocínio hipotético-dedutivo foi, em tese, consagrado como aquele mais pertinente e
a teoria foi erigida em culminância intelectual.”(p.20)
“Tanto em Schaefer como Bunge, assim como em ULLMAN (1954) e WATSON
(1955), o espaço aparece, pela primeira vez na história do pensamento geográfico, como
o conceito-chave da disciplina ...Lugar e território não são conceitos significativos na
geografia teorético-quantitativa.”(p.20)
“...o espaço é considerado sob duas formas que não são mutuamente
excludentes... de planícies isotrópicas e , de sua representação matricial.”(p.20)
“A planície isotrópica é uma construção teorética que resume uma concepção de
espaço derivada de um paradigma racionalista e hipotético-dedutivo...há uma uniforme
densidade demográfica, de renda e de padrão cultural que se caracteriza, entre outros
aspectos, pela adoção de uma racionalidade econômica fundada na minimização dos
custos e maximização dos lucros ou da satisfação. A circulação nesta planície é possível
em todas as direções.”(p.21)
“Sobre esta planície de lugares iguais desenvolvem-se ações e mecanismos
econômicos que levam à diferenciação do espaço”(p.21)
“Na planície isotrópica a variável mais importante é a distância, aquela que
determina em um espaço previamente homogêneo a diferenciação espacial.”(p.21)
“Harvey (1969) ... o espaço relativo é entendido a partir das relações entre os
objetos, relações estas que implicam em custos- dinheiro, tempo, energia- para se
vencer a fricção imposta pela distância. É no espaço relativo que se obtêm rendas
diferenciais (de localização) e que desempenham papel fundamental na determinação do
uso da terra.”(p.22)
“...a geografia como uma ciência espacial, que estudaria fenômenos sociais e da
natureza sob um ângulo comum, o espacial, que forneceria assim a unidade à geografia.
Deste modo rios e lugares centrais poderiam ser analisados com o mesmo método e
mesma linguagem.”(p.22)
“as representações matricial e topológica devem, no nosso entender, se constituir
em meios operacionais que nos permitam extrais um conhecimento sobre localizações e
fluxos, hierarquias e especializações funcionais, sendo, neste sentido, uma importante
contribuição que, liberada de alguns de seus pressupostos como a planície isotrópica, a
racionaliodade econômica, a competição perfeita e a a-hitoricidade dos fenômenos
sociais, pode ajudar na compreensão da organização espacial.” (p.23)
Espaço e geografia crítica
“A década de 1970 viu o surgimento da geografia crítica fundada no
materialismo histórico e na dialética. Trata-se de uma revolução que procura romper, de
um lado, com a geografia tradicional e, de outro, com a geografia teorética-quantitativa.
Intensos debates entre geógrafos marxistas e não-marxistas ocorrem a partir daquela
década.”(p.23)
“... o espaço reaparece como o conceito-chave”(p.23)
“A favor de Marx está o artigo de FARVEY (1975), no qual pretende reconstruir
geograficamente a teoria marxiana, cuja dimensão espacial foi larga e longamente
ignorada. O negligenciamento da dimensão espacial no marxismo ocidental é discutido
por SOJA e HADJIMICHALIS (1979). Segundo estes autores, os marxistas tinham
abordado o espaço de modo semelhante àquele das ciências burguesas, considerando-o
como um receptáculo ou como um espelho externo da sociedade.”(p.24)
“O desenvolvimento da análise do espaço no âmbito da teoria marxista deve-se,
em grande parte, “à intensificaçãodas contradições sociais e espaciais tanto nos países
centrais como periféricos”, devido à crise geral do capitalismo durante a década de
1960.”(p.25)
“O espaço aparece efetivamente na análise marxista a partir da obra de Henri
Lefébvre. Em seu Espacio y Política argumenta que o espaço “desempenha um papel ou
uma função decisiva na estruturação de um totalidade, de uma lógica, de um
sistema.”(p.25)
“O espaço é o lócus da reprodução das relações sociais de produção.”(p.25)
“Esta concepção de espaço marca profundamente os geógrafos que, a partir da
década de 1970, adotaram o materialismo histórico e dialético como paradigma.”(p.26)
“...uma sociedade sé se torna concreta através de seu espaço, do espaço que ela
produz e, por outro lado, o espaço só é inteligível através da sociedade. Não há, assim,
por que falar em sociedade e espaço como se fossem coisas separadas que nos
reuniríamos a posteriori, mas sim de formação sócio-espacial.”(p.27)
“Segundo Milton Santos... o espaço organizado pelo homem é como as demais
estruturas sociais, uma estrutura subordinada-subordinante. E como as outras instâncias,
o espaço, embora submetido a lei da totalidade, dispões de uma certa
autonomia...”(p.28)
“Em realidade o espaço organizado pelo homem desempenha um papel na
sociedade, condicionando-a, compartilhando do complexo processo de existência e
reprodução social.”(p.28)
“Buch-hanson e Nielsen (1977) e de Coraggio (1979), Corrêa (1986),...
organização espacial é o conjunto de objetos criados pelo homem e dispostos sobre a
superfície da Terra.” (p.28)
 “Segundo Santos (1985) o espaço deve ser analisado a partir das categorias
estrutura, processo, função e forma, que devem ser consideradas em suas relações
dialéticas.”(p.28)
“De acordo co Santos, forma é o aspecto visível, exterior, de um objeto, seja
visto isoladamente, seja considerando-se o arranjo de um conjunto de objetos, formando
um padrão espacial.”(p.28)
“A noção de função implica uma tarefa, atividade ou papel a ser desempenhado
pelo objeto criado, a forma.”(p.29)
“... é necessário ir além, inserindo forma e função na estrutura social, sem o que
não comparemos a natureza histórica do espaço. A estrutura diz respeito à natureza
social e econômica de uma sociedade em um dado momento de tempo: é a matriz social
onde as formas e funções são criadas e justificadas.”(p.29)
“forma , função, estrutura e processo são quatro termos disjuntivos associados , a
empregar segundo um contexto do mundo de todo dia. Tomamos individualmente,
representam apenas realidades parciais, limitadas, do mundo. Considerados em
conjunto, porém, e relacionados entre si, eles constroem uma base teórica e
metodológica a partir da qual podemos discutir os fenômenos espaciais em
totalidade”(SANTOS, 1985, p.52)
Espaço e geografia humanista e cultural
“A década de 1970 viu também o surgimento da geografia humanista que foi, na
década seguinte, acompanhado da retomada da geografia cultural. Semelhantemente à
geografia crítica, a geografia humanista, calcada nas filosofias do significado,
especialmente a fenomenologia e o existencialismo, é uma crítica à geografia de cunho
lógico-positivista. ...é a retomada da matriz historicista que caracterizava as correntes
possibilista e cultural da geografia tradicional.”(p.30)
“A paisagem torna-se um conceito revalorizado, assim como a região, enquanto
o conceito de território tem na geografia humanista uma das suas matrizes. O lugar
passa a ser o conceito-chave mais relevante, enquanto o espaço adquire, para muitos
autores, o significado de espaço vivido.”(p.30)
“Segundo TUAN (1979) no estudo do espaço no âmbito da geografia humanista
consideram-se os sentimentos espaciais e as idéias de um grupo ou povo sobre o espaço
a partir da experiência.”(p.30)
“O espaço vivido é uma experiência contínua, egocêntrica e social, um espaço de
movimento em um espaço-tempo vivido... (que) ... se refere ao efetivo, ao mágico, ao
imaginário”(HOLZER, 1992, p.440.”(p.32)
“O espaço vivido é fragmentado em função do pertencimento ao mesmo
povoado, linhagem, tribo, grupo etnolinguístico, casta ou área cultural, que fornecem
referenciais básicos para o cotidiano em sua dimensão espacial.”(p.32)
“A distância estrutural pode ampliar as relações quando confrontada com a
distância objetiva. “(p.33)
“As relações comerciais entre consumidores e vendedores são por outro lado,
influenciadas pelo fato de ambos pertencerem ou não a mesma tribo ou grupo étnico. A
despeito de grandes distâncias, objetivamente definidas, as relações comerciais são mais
intensas com centros mais distantes do que com aqueles núcleos mais próximos, porém
dominados por outras tribos ou grupos étnicos.”(p.33)
AS PRÁTICAS ESPACIAIS
“... o Homem estabeleceu um conjunto de práticas das quais são criadas,
mantidas, desfeitas e refeitas as formas e as interações espaciais.”(p.35)
“As práticas espaciais resultam, de um lado, da consciência que o Homem tem
da diferenciação espacial.”(p.35)
“As práticas espaciais, são meios efetivos através dos quais objetiva-se a gestão
do território, isto é, a administração e o controle da organização espacial em sua
existência e reprodução.”(p.35)
“Se as práticas resultam da consciência da diferenciação espacial, de outro lado
são ingredientes através dos quais a diferenciação espacial évalorizada, parcial ou
totalmente desfeita e refeita ou permanece em sua essência por um período mais ou
menos longo.”(p.35)
Seletividade espacial
“No processo de organização de seu espaço, o Homem age seletivamente.
Decide sobre um determinado lugar segundo este apresente atributos julgados de
interesse de acordo com os diversos projetos estabelecidos. A fertilidade do solo, um
sítio defensivo, a proximidade da matéria-prima, o acesso ao mercado consumidor ou a
presença de um porto, de uma força de trabalho não qualificada e sindicalmente pouco
ativa, são alguns dos atributos que podem levar a localizações seletivas.”(p.36)
Fragmentação- remembramento espacial
“A fragmentação e o remembramento desta porção de espaço são uma prática
corrente.”(p.37)
“Na dinâmica de uma dada empresa o seu espaço de atuação pode ser submetido
à fragmentação deriva da intensificação da atuação da empresa, que leva à implantação
de novas unidades vinculadas, quer à produção, quer à distribuição, unidades que
possuem, cada uma, uma exclusiva área de atuação.”(p.38)
“O remenbremento espacial, deriva, de uma política da empresa visando impor
outra racionalidade ao seu espaço de atuação... a diminuição da oferta da produção é
uma das razões que leva ao remembreamento espacial. O aumento da acessibilidade,
pode eliminar localizações que só faziam sentido no contexto deprecaria
circulação.”(p.39)
 
Antecipação espacial
“Antecipação espacial significa reserva de território, significa garantir para o
futuro próximo o controle de uma dada organização espacial, garantindo assim as
possibilidades, via ampliação do espaço de atuação, de reprodução de suas condições da
produção.”(p.39)
Marginalização do espaço
“O valor atribuído a um dão lugar pode variar ao longo do tempo. Razões de
ordem econômica, política ou cultural podem alterar a sua importância e, no limite,
marginalizá-lo, deixando-o à margem da rede de lugares a que se vinculava... o
abandono de uma dada região, pode, por outro lado, marginalizar determinadas cidades
que tinham a sua razão de ser em função daquela atividade agrícola.”(p.41)
“A marginalização espacial tem impactos diversos , afetando o nível de
empregos e de impostos via fechamento das unidades de corporação e daquelas
atividadesdireta e indiretamentes ligadas a ela. Afeta também as interações espaciais
dos lugares marginalizados, situados fora da rede de ligações internas à corporação. O
fechamento da unidade pode, ser acompanhado de uma reconversão funcional no
âmbito da própria corporação, na qual uma atividade substitui aquela que foi retirada do
lugar, ou aí permanece uma parte de suas antigas funções: trata-se, no caso, da
marginalização espacial.”(p.41)
Reprodução da região produtora
“No processo de valorização produtiva do espaço é necessária que se viabilize a
reprodução das condições de produção. Isto implica em práticas espacialmente
localizadas, via de regra efetivadas pelo Estado ou pelas grandes e complexas
corporações.”(p.42)
	geografia.

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