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Agroindustria polpa de frutas

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1
 
 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica para Abertura de uma 
Agroindústria Processadora de Polpa de Frutas 
no Município Aimorés-MG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Viçosa, 28 de março de 2005. 
 3
 
 
 
 
 
Empresa Responsável 
Intec Assessoria e Consultoria em Gestão Estratégica 
– Coordenação Geral e Análises Econômico Financeiras 
 
Parceria 
Arve Alimentos 
– Análises Técnicas 
 
Equipe Técnica 
Sidiney Cabral de Sousa – Intec Consultoria 
Renata R. Santiago – Intec Consultoria 
Fábia Giovana do Val - Intec Consultoria 
Bruno Figueira Ramos- Arve Alimentos 
Emanuel Roberto Faria - Arve Alimentos 
 
 
 
 4
SUMÁRIO 
 
 
1. Apresentação ................................................................................................... 7 
2. Aspectos metodológicos..................................................................................... 9 
3. Caracterização e Análises Preliminares............................................................... 11 
3.1 Concepção do Projeto................................................................................. 11 
3.2 Infra-estrutura Empresarial ......................................................................... 13 
3.2.1 Dimensionamento e Localização............................................................. 13 
3.2.2 – Aspectos da Legislação vigente ........................................................... 14 
3.3 Processo Produtivo..................................................................................... 15 
3.3.1 Colheita ............................................................................................. 22 
3.3.2 Transporte.......................................................................................... 22 
3.3.3 Recepção............................................................................................ 23 
3.3.4 Lavagem ............................................................................................ 23 
3.3.5 Seleção .............................................................................................. 24 
3.3.6 Preparo .............................................................................................. 25 
3.3.7 Despolpa ............................................................................................ 25 
3.3.8 Acumulação de massa no tanque de equilíbrio ......................................... 26 
3.3.9 Tratamento térmico ............................................................................. 26 
3.3.9 Envase e conservação .......................................................................... 27 
3.3.10 Armazenamento e Expedição ............................................................... 28 
3.3.11 Higienização...................................................................................... 28 
3.4 Layout ..................................................................................................... 29 
3.5 Matérias-primas e insumos necessários......................................................... 32 
3.5 Matérias-primas e insumos necessários......................................................... 33 
3.5.1 Necessidade anual estimada de matéria-prima......................................... 33 
3.6 Mão-de-obra necessária.............................................................................. 34 
3.6 Mão-de-obra necessária.............................................................................. 34 
3.7 Possibilidades de diversificação da produção.................................................. 34 
4. Análise de Mercado e Competitividade ............................................................... 35 
4.1 Macroambiente do Empreendimento: Ameaças e Oportunidades....................... 35 
4.1.2 Considerações sobre o Mercado ............................................................. 35 
4.1.2.1 Exportações ..................................................................................... 36 
4.1.2.2 Mercado Interno ............................................................................... 37 
4.1.2.3 Mercado para as polpas das principais frutas de Aimorés ........................ 39 
4.1.3 Considerações sobre a dinâmica da Cadeia Agroindustrial .......................... 41 
 5
4.1.4 Fornecedor ......................................................................................... 42 
4.1.4.1 Produção em Minas Gerais ................................................................. 43 
4.1.4.2 Produção no município de Aimorés ...................................................... 47 
4.1.5 Consumidor ........................................................................................ 50 
4.1.6 Concorrente........................................................................................ 52 
5. Viabilidade Técnica ......................................................................................... 53 
5.1 Descrição dos produtos e serviços ................................................................ 53 
5.1.1 Características .................................................................................... 53 
5.1.2 Considerações sobre objetivos............................................................... 54 
5.1.3 Tecnologia Utilizada ............................................................................. 54 
5.2 Investimentos fixos programados................................................................. 54 
5.2.1 Construções civis e instalações complementares ...................................... 54 
5.2.2 Máquinas e equipamentos..................................................................... 58 
6. ANÁLISES ECONÔMICAS.................................................................................. 65 
6.1 Considerações iniciais................................................................................. 65 
6.2 Considerações teóricas ............................................................................... 66 
6.1.1 Fluxo de Caixa .................................................................................... 66 
6.1.2 Período de Payback.............................................................................. 66 
6.1.3 Valor Presente Líquido.......................................................................... 67 
6.1.4 Taxa Interna de Retorno....................................................................... 67 
6.1.5 Ponto de Equilíbrio............................................................................... 67 
6.1.6 Margem de Contribuição ....................................................................... 67 
6.1.7 Custo Fixo e Despesas Fixas.................................................................. 68 
6.1.8 Custo Variável..................................................................................... 68 
6.3 Resultados em função da Capacidade Produtiva ............................................. 69 
6.4 Pontos de Equilíbrio e equivalência produtiva................................................. 71 
6.4.1 Ponto de equilíbrio ............................................................................... 71 
6.4.2 Equivalência produtiva ......................................................................... 73 
6.4.3 Síntese de indicadores operacionais e financeiros ..................................... 74 
6.4.4 Custos de Produção ............................................................................. 76 
7. Conclusões sobre a Viabilidade ......................................................................... 77 
7.1 Parecer Técnico .........................................................................................77 
7.2 Parecer Econômico..................................................................................... 78 
8. Referencial Bibliográfico................................................................................... 80 
9. Anexos.......................................................................................................... 82 
9.3 Projeto 1 – PRONAF....................................................................................... 92 
9.4 Projeto 2 – 465 kg/hora................................................................................109 
5 Projeto 3 – 930 kg/hora...................................................................................109 
 6
 
Índice de Tabelas 
Tabela 1 – Listagem de Maquinas e Equipamentos .................................................. 30 
Tabela 2 – Consumo Estimado de kg de frutas/ano ................................................. 33 
Tabela 3 – Mão-de-obra necessária ....................................................................... 34 
Tabela 4 – Evolução da participação do estado de Minas Gerais na comercialização de 
frutas em comparação com a Importação São Paulo e Demais estados....................... 44 
Tabela 5 – Produção de Frutas na Micro-região de Aimorés....................................... 48 
Tabela 6 – Local de comercialização por fruta ......................................................... 49 
Tabela 7 – Estimativa do potencial de produção de frutas em Aimorés com o número de 
pés atualmente existentes ................................................................................... 49 
Tabela 8 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 1................................... 59 
Tabela 9 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 2 e 3 ............................. 62 
Tabela 10 – Esquema de Financiamento Simulado................................................... 65 
Tabela 11 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 300kg de polpas/hora........................... 69 
Tabela 12 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 465kg de polpas/hora........................... 70 
Tabela 13 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 930kg de polpas/hora........................... 70 
Tabela 14 – Equivalência Produtiva ....................................................................... 73 
Tabela 15 – Síntese dos indicadores operacionais e financeiros ................................. 74 
Tabela 16 – Custos Unitários................................................................................ 76 
 
Índice de Figuras 
 
Figura 1: Balanço de massa para Planta 1.............................................................. 16 
Figura 2: Fluxograma de produção da polpa de fruta ............................................... 17 
Figura 3 - Balanço de massa do projeto para Planta 2............................................. 18 
Figura 4: Fluxograma de produção da polpa de fruta para Planta 2 ............................ 19 
Figura 5 - Balanço de massa do projeto para Planta 3.............................................. 20 
Figura 6: Fluxograma de produção da polpa de fruta Planta 3 ................................... 21 
Figura 7: Planta 1............................................................................................... 30 
Figura 8: Planta 2............................................................................................... 31 
Figura 9: Ponto de Equilíbrio – Planta 1 ................................................................ 71 
Figura 10: Ponto de Equilíbrio – Planta 2 ............................................................... 72 
Figura 11: Ponto de Equilíbrio – Planta 3 ............................................................... 72 
 
 
 7
1. Apresentação 
 
A agroindústria, de acordo com SILVEIRA (2005), é um dos principais segmentos da 
economia brasileira, com importância tanto no abastecimento interno como no 
desempenho exportador do Brasil. Uma análise recente estima que sua participação no 
Produto Interno Bruto (PIB) seja de 12%, tendo assim uma posição de destaque entre os 
setores da economia, juntamente com a indústria química e a petroquímica. 
De acordo com NASCENTES (2004) as agroindústrias podem representar um 
elemento chave para introduzir opções de atividades nas comunidades do interior, com 
efeito indireto no emprego rural. Segundo Prof. Samuel Pohoryles, do Settlement Study 
Center de Rehovot - Israel, a agroindústria é uma poderosa força para melhorar o uso dos 
recursos materiais, humanos e diversificar fontes de renda das zonas rurais, promovendo 
os objetivos do desenvolvimento e da prosperidade material da vida rural. A 
interdependência da agroindústria com a agricultura deve-se, também, ao caráter 
altamente perecível dos produtos e à grande perda de peso ou de volume no processo de 
industrialização. Assim, os produtos beneficiados apresentam vantagens em termos de 
custo de transporte com o produto in natura; além disso, podem ser transportados, a 
longas distâncias, mais adequadamente na forma industrializada. 
“Nesse contexto, a Agroindústria Mineira destaca-se no cenário nacional pela 
competitividade auferida nos segmentos industriais já consolidados, como o do café, 
cachaça, carnes e laticínios, e nos segmentos altamente promissores: sucro-alcooleiro, 
frutas tropicais e processamento de vegetais, processamento de grãos e processamento 
de café” (INDI, 2005). 
Para SILVA (2000) o reconhecimento da importância da atividade agroindustrial no 
processo de desenvolvimento econômico e social levou os formuladores de políticas 
públicas, no Brasil e no exterior, a eleger o setor como prioritário para a promoção de 
investimentos em novos empreendimentos. 
Segundo SILVEIRA (2005), seguindo os passos da indústria de alimentos mundial, a 
indústria processadora de sucos no Brasil está passando por um processo de concentração 
produtiva e da propriedade e de crescente inserção internacional, até como exportadora 
de capital. Nesse sentido, há uma mudança na visão de agroindústria processadora de 
sucos identificada especificamente com algumas regiões produtoras. 
 8
De acordo com o INDI (2005) o setor de sucos de frutas ocupa um papel de 
destaque no agronegócio sendo um dos maiores negócios do mundo, com especial parcela 
reservada aos países em desenvolvimento, hoje responsáveis por metade das exportações 
mundiais. 
Neste sentido, torna-se relevante à preocupação do Instituto Terra com o processo 
de agroindustrialização no município de Aimorés, uma vez que, esta demonstra, em linhas 
gerais, ser uma alternativa viável de desenvolvimento sustentável. Assim, o objetivo deste 
trabalho consiste em avaliar a Viabilidade Técnica e Econômica para Abertura de uma 
Agroindústria Processadora de Polpa de Frutas em Aimorés-MG ofertando a investidores 
potenciais uma série de parâmetros que os permitam compreender a dinâmica, riscos e 
oportunidades de tal atividade. 
De forma mais pontual o trabalho apresenta discussões sobre: 
ƒ Dimensionamento da planta industrial 
ƒ Especificação de produtos 
ƒ Processos Produtivos 
ƒ Aspectos legais 
ƒ Aspectos técnicos 
ƒ O perfil geral do cliente de polpa de frutas 
ƒ A dimensão do mercado aparente 
ƒ Investimento necessário para implantação 
ƒ Projeções de resultados financeiros 
ƒ Simulações financeiras identificando a faixa de viabilidade da agroindústria 
 
Cabe ressaltar que este trabalho tem como finalidade básica servir como 
instrumento para a orientação geral sobre o potencial e riscos do empreendimento, neste 
sentido, para a implantação efetiva da Agroindústria torna-se necessário o 
desenvolvimento do Planejamento Estratégico da mesma, no qual deverá levar em 
consideração o perfildo empreendedor, seus objetivos e sua rede de contatos, o 
detalhamento do mercado e da logística. 
 
 
 9
2. Aspectos metodológicos 
 
O presente trabalho foi fundamentado no Perfil Agroindustrial de Polpas de Frutas 
e Tomate da Secretaria da Agricultura Familiar – Ministério do Desenvolvimento Agrário, 
produzidos sob a coordenação do Departamento de Tecnologia de Alimentos da 
Universidade Federal de Viçosa - o qual visa permitir que os investidores interessados 
possam utilizá-lo como fonte básica de informações sobre as características técnicas e 
econômicas do empreendimento agroindustrial desejado. 
 Como forma de possibilitar uma análise mais aprofundada do projeto realizou-se a 
revisão do referencial teórico adotado para construção do Perfil Agroindustrial e da 
tecnologia a ser empregada. Como base para a revisão considerou-se entre outras 
variáveis as mudanças no patamar tecnológico nacional, nos hábitos alimentares e nas 
exigências dos consumidores – pessoas físicas e jurídicas – dentro e fora do território 
nacional. 
 Como resultado foram dimensionadas agroindústrias com flexibilidade produtiva – 
produção e linhas de produtos. As unidades agroindustriais projetadas foram comparadas 
entre si e com a unidade projetada pelo PRONAF possibilitando ao investidor definir o 
perfil de empreendimento que melhor se adeque aos seus objetivos. 
Foram realizadas simulações financeiras na forma matricial possibilitando a 
identificação de centenas de hipóteses diferentes o que possibilita a visão com maior 
clareza dos riscos inerentes ao presente investimento. 
A hipótese de captação de recursos junto a terceiros foi considerada tendo como 
base de cálculo o Programa de Geração de Emprego e Renda - Proger Urbano - 
considerando-se os limites máximos de aporte monetário (80% da instituição financeira, 
sendo limitado a 30% do montante para Capital de Giro associado e o restante para 
Investimentos), de carência (12 meses) e de prazo de pagamento (60 meses). 
Todos os cálculos foram realizados considerando a empresa atuando no regime 
tributário do lucro real. Os preços das frutas foram estabelecidos conforme preços do 
CEASA-ES o que possibilita uma relevante redução de custos com as frutas sendo 
adquiridas no município de Aimorés e região a preços justos. 
As análises iniciais (Taxa interna de retorno; Tempo de retorno do Capital e Valor 
presente Líquido) foram realizadas para as empresas atuando com Capacidade Produtiva 
plena. Desta forma pode-se visualizar os limites superiores – considerando-se 08 horas 
de trabalho dia – de cada unidade agroindustrial estudada. Para possibilitar um 
dimensionamento abaixo dos limites superiores realizou-se uma série de simulações as 
 10
quais visam subsidiar o investidor na formatação de parâmetros dentro das suas metas 
efetivas. 
 Cabe ressaltar, entretanto, que pela natureza do estudo faz-se necessário para a 
implantação a consulta a especialistas nas áreas técnicas e de gestão para a 
customização do projeto e redução dos riscos. 
 
 
 11
3. Caracterização e Análises Preliminares 
 
3.1 Concepção do Projeto 
 
Atualmente, o Brasil tem se destacado na produção e exportação de frutas tropicais. 
Em 2003 o Brasil, se destacou como o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas de 
China e Índia, foi responsável por vendas de 340 milhões de dólares, ou menos de 1,5% 
deste total, contudo o Brasil ocupa o 22º lugar no ranking de exportações de acordo com 
Instituto Brasileiro de Frutas (2003). 
A agroindústria de sucos e polpas de frutas cítricas e tropicais é bastante relevante 
no cenário mundial, mas ainda há um grande potencial a ser explorado neste setor. A 
sazonalidade é a principal característica das matérias-primas que serão utilizadas, assim 
surge necessidade do desenvolvimento tecnológico para sua conservação. A conservação 
através do congelamento tem se apresentado como uma boa alternativa para preservar as 
qualidades intrínsecas das frutas, e evitar o uso de aditivos químicos, indo de encontro às 
preferências atuais dos consumidores. 
De acordo com o PRONAF (2000) as pequenas fábricas de polpa de frutas estão 
atraindo pequenos produtores rurais, por exigirem investimentos relativamente baixos, e 
minimizarem as perdas de matéria-prima nos períodos de safra. 
Este projeto agroindustrial tem o objetivo de apresentar um conjunto resumido de 
informações técnicas e econômicas, que permitam a avaliação da viabilidade de 
implantação de uma fábrica de polpa de frutas tropicais, no Município de Aimorés. Os 
aspectos tecnológicos, considerados segundo a lógica do Perfil Agroindustrial (2000) do 
PRONAF, visam oferecer flexibilidade operacional, para variar o tipo de fruta processada e 
nível de qualidade desejada. A tecnologia descrita permite o processamento de vários 
tipos de frutas, tendo como produto final a polpa congelada em saquinhos de 100 g, ou 
estabilizada termicamente em embalagens de 1 kg, e/ou polpa concentrada, também em 
latas de 1 kg. Mas este projeto pode ser aplicado, apenas para a produção de um destes 
produtos, ou ainda, aproveitar a infra-estrutura para o desenvolvimento de outros 
produtos como doces e geléias de frutas. O que se pretende é apresentar um projeto, que 
ofereça aos fabricantes flexibilidade para se adaptar, e enfrentar possíveis dificuldades 
advindas de variações do mercado. 
 12
O mix de produção proposto, neste projeto seriam as seguintes frutas cultivadas no 
Município de Aimorés: abacaxi, goiaba, manga, maracujá, sendo que cada fruta seria 
processada na sua respectiva época de safra. Vale lembrar que a tecnologia aqui descrita 
pode ser aplicada a uma ampla variedade de frutas. 
Para ampliar a visão do projeto foram dimensionadas duas capacidades produtivas 
distintas e apresentada também a unidade projetada pelo Perfil Agroindustrial projetado 
pelo PRONAF: 
 
Planta 1 
A capacidade operacional da linha de processamento proposta pelo PRONAF é de 
300 kg/h de matéria prima, resultando na produção média de aproximadamente 1,8 t de 
produto acabado por dia. 
 
Planta 2 
A capacidade operacional desta linha de processamento é de 465 kg/h de matéria 
prima, resultando inicialmente na produção média de 2,0 t de produto acabado por dia. 
 
Planta 3 
A capacidade operacional de processamento da Planta 3 é de 930 kg/h de matéria 
prima, resultando inicialmente na produção média de 4,0 t de produto acabado por dia. 
 
Considerações sobre o dimensionamento: 
 
1 – As capacidades operacionais apresentadas são médias tendo em vista que há 
variações em função das características das frutas a serem processadas 
 
2 - Foi considerado o regime de trabalho de 08 horas para todas as situações 
analisadas. 
 13
3.2 Infra-estrutura Empresarial 
 
3.2.1 Dimensionamento e Localização 
 
O dimensionamento das instalações propostas neste projeto atende as 
necessidades das agroindústrias propostas para as capacidades produtivas das Plantas 1, 
2 e 3. 
 
Planta 1 
 Em condições adequadas, de acordo com o PRONAF (2000) para viabilizar a produção 
estimada é necessário um galpão industrial com 125,3 m2 e pé-direito de 4 m. O projeto 
apresenta também um croqui de sugestão para a sede da agroindústria, que ocupa 40 m2 
da área construída, e engloba um pequeno escritório, sanitários feminino e masculino, 
além de uma cantina para servir aos funcionários. 
 
Planta 2 e 3 
Para estas situações, em condições adequadas, é necessário uma área construída 
de aproximadamente 220 m2 com pé-direito de 4 m. 
 
Nos croquis das unidades agroindustriais (UA) apresentados pode-se observar a 
disposição recomendada para asmáquinas e equipamentos, bem como uma noção básica 
das dimensões dos mesmos para cada situação apresentada. 
Objetivando o melhor desempenho do projeto a agroindústria aqui estudada 
deverá buscar uma localização estratégica que lhe permita a maior proximidade da 
matéria-prima uma vez que, de acordo com o PRONAF (2000), o sistema de 
fornecimento de matéria-prima é de fundamental importância para a vitalidade da 
agroindústria. Ainda segundo o PRONAF (2000) os principais pontos a serem levados em 
consideração na escolha do local a ser implantada a agroindústria são: 
• o potencial de obtenção da matéria-prima na região deve ser superior à 
demanda da fábrica projetada e possibilitar futuras expansões na produção; 
• suprimento de água de boa qualidade (potável); 
• fornecimento suficiente de energia elétrica, sem interrupção; 
 14
• disponibilidade de mão-de-obra, incluindo pessoal de nível técnico; 
• ausência de contaminantes de qualquer espécie nos arredores da 
agroindústria; 
• infra-estrutura rodoviária em condições de uso e de fácil acesso; 
• disponibilidade de área suficiente para implantação da agroindústria e uma 
futura expansão. 
 
3.2.2 – Aspectos da Legislação vigente 
 
Antes de iniciar suas atividades, a agroindústria deverá solicitar o registro de sua 
unidade produtiva e também de seus produtos junto ao órgão regional do Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento/MAPA que emitirá um alvará permitindo o inicio da 
produção e comercialização. 
Todo estabelecimento novo deverá solicitar a aprovação de suas instalações junto 
ao órgão regional do Ministério do Trabalho, e este após realizar a inspeção prévia, 
emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações. Este procedimento é adotado com o 
objetivo de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livres de riscos 
de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão pela qual o estabelecimento que não 
atender a regulamentação fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme 
estabelece o art. 160 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), até que a norma seja 
cumprida. 
Além disso, deve-se observar alguns regulamentos técnicos específicos da área 
requisitada como o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e 
Qualidade para polpa de fruta. 
Outra necessidade é a de regularizar as questões ambientais. Segundo instruções 
da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM - para iniciar o processo de 
regularização ambiental, o empreendedor deverá preencher o Formulário Integrado de 
Caracterização do Empreendimento (FCEI), disponível no site, e protocolá-lo na sede da 
instituição. No interior do Estado, o FCEI poderá ser protocolado nos Núcleos de Apoio às 
Regionais do Copam, nos Escritórios Regionais e nos Núcleos de Floresta, Pesca e 
Biodiversidade do IEF. 
 15
A partir dos dados contidos no FCEI, o órgão ambiental classificará o 
empreendimento de acordo com o seu porte e potencial poluidor. O empreendedor 
receberá, então, o Formulário de Orientação Básica Integrado (FOBI), que contém a lista 
de documentos necessários para requerimento da Licença Ambiental ou da Autorização 
Ambiental de Funcionamento. 
A Autorização Ambiental de Funcionamento entrou em substituição do 
Licenciamento Ambiental para empreendimentos de impacto ambiental não significativo 
de acordo com a Deliberação Normativa (DN) 74/04 do Conselho Estadual de Política 
Ambiental (Copam) em substituição à DN 01/90 (FEAM, 2005). O objetivo principal é a 
redução da burocracia, mas os empreendimentos continuam passíveis de fiscalização e 
multas em caso de irregularidades. 
 
 
3.3 Processo Produtivo 
 
Seguindo a metodologia do projeto esta etapa foi baseada no Perfil Agroindustrial 
(2000), todavia havendo alteração significativa no que se refere ao fluxo de produção 
para as Plantas 2 e 3 em função da alteração do perfil tecnológico destas unidades. 
O processamento descrito é aplicado genericamente a quase todas as frutas 
podendo haver considerações específicas em função de alguma peculiaridade 
apresentada. 
A seguir são apresentados os balanços de massa e os fluxos de produção para as 
alternativas estudadas. Cada um das etapas apresentado no fluxograma é descrito logo a 
seguir. 
 16
Figura 1: Balanço de massa para Planta 1 
 
Fonte: PRONAF (2000)
 17
Figura 2: Fluxograma de produção da polpa de fruta. 
 
 
 
Fonte: PRONAF (2000)
 18
Figura 3 - Balanço de massa do projeto (Planta 2) 
 
 
 
 
 
 
 
 53,75% 
 
 
 
 
 
 
 
100% 
Frutas variadas 
( 3720 kg ) 
Unidade 
agroindustrial 
46,25% 
Resíduos para 
Compostagem 
( 1720.5 kg ) 
Polpa congelada de manga 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 800 kg ) 
Polpa congelada de abacaxi 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 400 kg ) 
Polpa congelada de goiaba 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 400 kg ) 
Polpa congelada de maracujá 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 400 kg )
10,75%
10,75%
10,75%
21,5%
 19
Figura 4: Fluxograma de produção da polpa de fruta (Planta 2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colheita 
Transporte 
Recepção 
Lavagem 
Seleção 
Preparo 
Despolpamento / Refinamento
Tanque de Equilíbrio 
Envase 
Congelamento/Armazenamento 
Expedição 
Câmara de climatização
Armazenamento de caixas
 20
Figura 5 - Balanço de massa do projeto (Planta 3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
53,75% 
 
 
 
 
 
 
 
100% 
Frutas variadas 
( 7440 kg ) 
Unidade 
agroindustrial 
46,25% 
Resíduos para 
Compostagem 
( 3441 kg ) 
Polpa congelada de manga 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 1600 kg ) 
Polpa congelada de abacaxi 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 800 kg ) 
Polpa congelada de goiaba 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 800 kg ) 
Polpa congelada de maracujá 
100g e/ou 500g e/ou 1kg 
( 800 kg )
10,75%
10,75%
10,75%
21,5%
 21
Figura 6: Fluxograma de produção da polpa de fruta Planta 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colheita 
Transporte 
Recepção 
Lavagem 
Seleção 
Preparo 
Despolpamento / Refinamento
Tanque de Equilíbrio 
Envase 
Congelamento/Armazenamento 
Expedição 
Câmara de climatização
Armazenamento de caixas
 22
3.3.1 Colheita 
A operação de colheita está condicionada às peculiaridades de cada fruta, à 
variedade de cultivar disponível e características desejáveis no produto. O estágio de 
maturação é a principal característica a ser observada. Para otimizar a coloração do suco 
colhem-se 10 a 15% de frutos maduros. 
Outro exemplo bastante ilustrativo é o maracujá, em que a queda da fruta ao solo é 
considerada como uma boa indicação de sua maturação. A coloração da fruta pode ser 
um bom indicador, mas varia também conforme a variedade. No caso do maracujá roxo 
quando o fruto atinge metade da sua coloração definitiva é sinal de que a maturação já 
atingiu um nível desejado. Contudo, o maracujá amarelo colhido com a epiderme 
totalmente amarela já mostra indícios de perda de qualidade, às vezes já iniciando um 
processo de senescência, mas é nesse estágio que eles apresentam a maior percentagem 
de suco e sólidos solúveis. 
Portanto, para se obter as características desejáveis da matéria-prima para o 
processamento, devem ser observados os seguintes atributos: maturação fisiológica 
(observar se o fruto é ou não climatério), pH, º Brixe acidez titulável. Estas informações 
devem ser obtidas quando o fruto ainda está no campo de produção para promover uma 
colheita seletiva de frutas. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.2 Transporte 
A forma como a fruta é levada até a indústria influencia muito na preservação da 
sua qualidade. Fatores como tempo e temperatura devem ser controlados. O transporte 
deve ser feito no menor prazo possível e em horários mais frescos (à noite ou pela 
manhã). Os caminhões devem ser bem ventilados e devem ser utilizadas caixas 
plásticas,padronizadas,que facilitem a pesagem, com capacidade de 20-23 kg de frutas. 
As caixas de madeira aceleram a deterioração das frutas durante o transporte e devem 
ser evitadas. O transporte e manuseio da matéria-prima devem ser feitos de maneira a 
não permitir choques mecânicos, elevação da temperatura e acúmulo de metabólitos. O 
empilhamento não deve causar danos às frutas que se encontram nas camadas 
inferiores, principalmente àquelas mais maduras. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 23
3.3.3 Recepção 
Ao chegarem na indústria, as frutas devem ser pesadas e passam por uma pré-
seleção, onde se separam as estragadas e aquelas em estágio de maturação avançado 
daquelas com maturação apropriada. 
Nesta etapa, para verificar a qualidade do suprimento da indústria, retira-se uma 
amostra representativa da carga para proceder-se às análises iniciais de ºBrix, acidez 
titulável, pH e uma avaliação sensorial por técnicos treinado para este fim. 
As caixas plásticas devem passar por um processo de higienização para limpeza e 
remoção de sujidades. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.4 Lavagem 
Como a matéria-prima tende a chegar a industria com uma carga de 
microrganismos, sujidades, e principalmente terra durante a colheita e transporte, é 
necessário que se tenha um controle de eliminação dos mesmos.A lavagem tem como 
objetivo reduzir o número de microrganismos iniciais a um mínimo aceitável, e ainda 
permitir melhor visualização das frutas durante a seleção.Esta operação é considerada 
uma das mais importantes no processamento. 
 A limpeza começa com a imersão das frutas em um tanque apropriado para 
promover a turbulência da água e, conseqüentemente, o amolecimento das sujidades 
aderidas na superfície. Após a retirada das sujeiras mais grosseiras, as frutas são 
submetidas a um banho de aspersão (jatos d'água) conjuntamente com a utilização de 
escovas para remoção das sujidades que permaneceram, além da retirada do excesso de 
cloro. 
Deve ser recomendado aplicação de água clorada nos banhos de imersão, com um 
teor de cloro residual livre (CRL) entre 5 e 10 ppm durante 15 minutos para desinfecção 
do material a ser processado. A combinação de "tempo x concentração" deve ser aplicada 
conforme as condições da matéria-prima. As frutas colhidas ao invés de recolhidas do 
chão em geral são imersas durante tempo reduzido com concentrações de cloro 
inferiores. 
 24
No processo de aspersão, visa-se a eliminação do excesso de cloro e remoção das 
impurezas remanescentes. A aspersão é feita através de bicos atomizadores que 
pulverizam a água tratada sobre as frutas. A concentração de CRL varia também com a 
safra, pois no seu início, com uma maior porcentagem de frutos verdes, utiliza-se o limite 
inferior dos valores recomendados e, no final da safra, com uma maior quantidade de 
frutas maduras ou afetadas pela podridão, aplica-se até 10 ppm. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.5 Seleção 
É feita após a operação de lavagem, é uma etapa muito importante, pois é 
responsável pela classificação final da fruta que será processada.Nesta seção, as frutas 
são expostas sobre mesas apropriadas, onde são avaliadas quanto à maturação, firmeza, 
machucaduras, defeitos causados por fungos, roedores e insetos.São retiradas todas as 
frutas que venham comprometer a qualidade do produto final. 
A seleção será realizada manualmente de acordo com o tamanho e estado de 
maturação da fruta. Frutos "verdes" (maturação imprópria), as partes florais, os 
amassados, em estado fitossanitário precário são separados. Pequenos defeitos e pontos 
podres podem ser retirados com facas de aço inoxidável. Os frutos não devem apresentar 
manchas ou rompimentos. 
As frutas em estágio de maturação adequado para o processamento são enviadas 
diretamente para a linha de produção, enquanto que as outras (com estágio de 
maturação atrasado), são colocadas em caixas, previamente higienizadas para evitar a 
recontaminação do produto, e vão para as câmaras de climatização. Aquelas que estão 
fora dos padrões, devem ser descartadas e/ou encaminhadas para compostagem. 
A maturação ou sua uniformização deve ser conduzida em local fresco e ventilado, 
ao abrigo de insetos e roedores. Se houver necessidade de maturação forçada, esta é 
conduzida em câmaras de temperatura e umidade controlada, podendo se recorrer à 
aplicação de gases para acelerar o processo. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
 
 
 25
3.3.6 Preparo 
Alguns frutos exigem a preparação prévia ao despolpamento como o descasque, 
retirada de talos e de sementes. Muitas vezes, a retirada da casca pode ser feita na 
própria despolpadeira constituída de vários estágios, como é o caso do maracujá. 
Em alguns casos, como a manga, a retirada da casca manualmente é indispensável. 
Mas para qualquer fruta deve se evitar que a casca seja esmagada junto com a parte 
comestível da fruta, pois pode ocasionar um sabor estranho no produto final devido à 
incorporação de alguns componentes orgânicos. 
A operação de descasque pode ser conduzida de diversas maneiras conforme a 
fruta a ser processada. Para algumas frutas existem processos mecanizados, como o caso 
do abacaxi, e processos químicos, como a aplicação de hidróxido de sódio (lixiviação) 
para goiaba. 
Em todos os casos é recomendada a utilização de máquinas e/ou utensílios, facas, 
em inox e de fácil limpeza. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.7 Despolpa 
A separação da polpa do fruto é realizada mediante o esmagamento de suas partes 
comestíveis em centrífugas horizontais. Em geral o despolpamento ocorre em 2 estágios. 
No primeiro faz-se à retirada da casca e/ou sementes. No segundo, refina-se a polpa. O 
despolpamento visa eliminar sementes, restos florais, fibras, etc. As sementes devem ser 
retiradas inteiras, pois a sua desintegração pode conferir sabor estranho ao produto. 
No caso do abacaxi, a despolpa é conduzida por prensagem em prensas especiais. 
Prensas helicoidais que pressionam os frutos através de sistema de rosca sem fim são 
preferidas por incorporarem menos quantidade de ar ao produto do que em processos 
centrífugos. 
No estágio de refinamento, a polpa passa por peneiras com furos de diâmetros 
diferenciados e específicos para cada caso. Além da troca de peneiras do equipamento, 
são realizadas trocas de palhetas de borracha por escovas de cerdas para evitar quebras 
de caroços e sementes durante a limpeza das peneiras. No caso da goiaba, peneiras com 
furos da ordem de 0,060 a 0,045 pol são suficientes para reter as sementes inteiras. No 
caso da manga, a mesma peneira separa uma grande porção das fibras existentes. 
 26
A velocidade da despolpa também influencia no rendimento e a temperatura 
também altera a sua eficiência conforme o tipo de matéria-prima. No caso de goiabas o 
despolpamento à temperatura ambiente alcança um excelente rendimento, já para a 
manga, o pré-aquecimento favorece esta operação. O refinamento bem conduzido 
propicia a qualidadeda polpa quanto à aparência, consistência e até mesmo a cor. Este 
último pode ser verificado na polpa de goiaba quando as "células duras ou pétreas", que 
possuem cor amarelo-palha, não são bem retiradas e reduzem a intensidade de cor no 
produto final, conferindo uma qualidade inferior. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.8 Acumulação de massa no tanque de equilíbrio 
É necessário que o material despolpado seja depositado nos tanques de equilíbrio 
(até a capacidade do tanque), a fim de proporcionar uma uniformidade ao produto final. 
Para se conseguir atender a um padrão de qualidade uniforme e constante, nesta 
fase do processamento, o produto pode sofrer algumas correções visando-se atingir um 
padrão pré-estabelecido em função de cada matéria-prima. Os padrões são estabelecidos 
a partir de análises sensoriais com os consumidores e através de análises físico-químicas 
pertinentes na legislação para o controle de qualidade. 
� Correção de polpa de fruta: quando a polpa não estiver com o ºBrix 
adequado para cada fruta, faz-se a sua correção através da adição de sacarose. A leitura 
do ºBrix é feita através de refratômetro. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.9 Tratamento térmico 
Feita as correções necessárias de cada matéria-prima, a polpa deve ser submetida a 
um tratamento térmico de acordo com a sua destinação. Em alguns casos esta etapa pode 
ser suprimida, promovendo-se o congelamento rápido, imediatamente após a despolpa. 
A seguir apresentaremos um resumo dos principais tipos de tratamentos térmicos. 
 
 
 27
 
3.3.9.1 Pasteurização da polpa de fruta 
A polpa será conduzida para um inativador enzimático (pasteurizador tubular, 
devidos à viscosidade e consistência do produto), onde receberá tratamento térmico 
suficiente para a inativação da catalase e peroxidase (enzimas que escurecem, e afetam a 
conservação do produto acabado). O tratamento térmico indicado depende da atividade 
enzimática de cada material e deve ser rápido. Nesta etapa a polpa passa por um 
processo de elevação da temperatura, o qual permite preservar as principais 
características (cor, sabor e aroma típicos) da fruta original, além de contribuir para a 
melhoria das características de conservação do produto (redução de contagem 
microbiológica). Em geral a polpa é aquecida a 90º C (+ ou - 2 ºC) por um período de 60 
segundos, ou o mínimo necessário para a destruição de microrganismos contaminantes. 
Os equipamentos de pasteurização possuem mecanismos de regeneração de calor, e são 
capazes de resfriar o produto à temperatura final desejada. 
 
Etapa do processo produtivo somente da Planta 1. 
 
3.3.9 Envase e conservação 
O procedimento do envase está diretamente relacionado ao método de conservação 
escolhido, que no caso foi o congelamento. A polpa deve ser envasada em saquinhos 
plásticos de 100g, 500g e 1Kg, mediante um dosador automático nas Plantas 2 e 3. A 
Planta 1 do PRONAF trabalha com envasamento manual. 
Em função da forma e da dimensão do alimento e, principalmente, do fato de este 
encontrar-se embalado em caixas, o congelamento pode ser feito na própria câmara de 
armazenagem. 
De acordo com a ITAMETAL (2005) o uso de freezer, do tipo doméstico, apresenta 
limitação quanto ao tempo requerido para congelar um determinado lote de produto, pois 
neste tipo de equipamento, a retirada de calor da massa é feita através do contato direto 
com as paredes do equipamento e por condução, no interior da polpa. Desse modo, o 
processo de congelamento se torna bastante lento. O emprego de câmaras de 
congelamento com ventilação forçada é mais eficiente e, portanto, deve ser preferido. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
 28
A Planta 1 possibilita outra forma de envase, o enchimento a quente ("hot filling"). 
Neste caso, a polpa imediatamente após a pasteurização será enviada a um sistema de 
enchimento, sendo então envasada à temperatura de pasteurização ou próximo dela 
(variando de 85 a 93º C). Este método é indicado apenas para produtos com pH abaixo de 
4,5; mas como a maioria das frutas tropicais são de natureza ácida (pH abaixo de 4,5), a 
aplicação deste método se torna viável. 
 Após o enchimento das latas apropriadas, coloca-se a tampa solta, espera-se o 
aquecimento desta, para que parte do ar que se encontra no espaço superior da 
embalagem saia, criando um vácuo parcial. Para fazer o fechamento, utiliza-se uma 
recravadeira manual para o fechamento das latas. Logo após o enchimento e fechamento 
hermético, as embalagens devem ser invertidas, e permanecer nessa posição por um 
período de três a cinco minutos, só depois deve seguir para o resfriamento. 
 
3.3.10 Armazenamento e Expedição 
As polpas devem ser acondicionadas em caixas de papelão, e armazenadas em 
câmaras frias com temperatura de –18º C. 
 Devido às baixas temperaturas de operação das câmaras frigoríficas, é necessário 
isolá-las com materiais de baixa condutividade térmica, para evitar perdas excessivas de 
energia, e também reduzir a capacidade dos equipamentos de refrigeração, também é 
necessário impermeabilizar as paredes, teto e piso, evitando a acúmulo de água nos 
isolantes e conseqüentemente a formação de gelo, causando deterioração dos mesmos, 
bem como redução do isolamento térmico. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.3.11 Higienização 
A higienização visa basicamente a preservação da pureza, da palatabilidade e da 
qualidade microbiológica dos alimentos, auxiliando na obtenção de um produto que, além 
das qualidades nutricionais e sensoriais, tenha uma boa condição higiênico-sanitária, não 
oferecendo riscos à saúde do consumidor. 
O método de higienização a ser utilizado vai depender do tipo de resíduo que se 
quer remover e da superfície que se que higienizar. Deve haver uma preocupação com a 
qualidade da água, a ser utilizada. 
 29
Após o processamento, os equipamentos, utensílios, pisos, paredes e o ambiente de 
maneira geral apresentam elevada carga de resíduos orgânicos e minerais, capazes de 
suportarem o crescimento rápido de microrganismos e devem ser removidos através da 
lavagem. Após essa etapa é realizado o procedimento de sanificação, ou seja, a redução 
do número de microorganismos a níveis toleráveis através de agentes sanificantes tais 
como álcool, ácidos, bases ou sais desses ácidos e bases. Os sanificantes devem ser 
aplicados sobre as superfícies desejadas. 
 
Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3. 
 
3.4 Layout 
Para melhor visualização das unidades agroindustriais estudas são apresentados os 
croquis referentes a cada Planta. 
O croqui é um esboço do layout da unidade agroindustrial ou seja, um desenho da 
estrutura física da fábrica vista de cima com equipamentos ilustrados nos seus devidos 
locais de instalação permitindo a visualização do fluxo de produção. 
O esboço apresentado a seguir não constitui um projeto da unidade agroindustrial, 
havendo a necessidade de recorrer a especialistas para adequar o projeto de implantação 
da agroindústria. 
 30
Tabela 1 – Listagem de Maquinas e Equipamentos 
Equipamentos 
Planta 1 
1,8t por dia 
Planta 2 
2t por dia 
Planta 3 
4t por dia 
Lavador por imersão x x x 
Mesa para aspersão x x x 
Prensa para abacaxi x x x 
Mesa de preparo x x x 
Despolpadeira x x x 
Pasteurizador tubular x 
Tanque pulmão x x x 
Dosador semi-
automático 
x 
Empacotadeira 
automática 
 x x 
Seladora x 
Mesas auxiliares x x x 
Bomba de transferência x x x 
Envasadora para potes x 
Recravadeira x 
Carrinho transportador x x x 
Câmarafria x x x 
Congelador x 
Balança comercial x x x 
Envasadora automática 
para copos 
 x 
Desidratador Vertical x 
 
 31
Figura 7: PLANTA 1 
 
Fonte: PRONAF (2000) 
 
 32
Figura 8: Planta – 2 e 3 
 33
3.5 Matérias-primas e insumos necessários 
 
Para Fonseca & Nogueira (1989), as frutas constituem uma matéria-prima 
altamente perecível e por isso, devem ser processadas o mais rapidamente possível após 
a colheita. Sendo necessário para industrialização adaptação e seleção de variedades 
para se obter técnicas de processamento satisfatórias, a fim de que se possa oferecer ao 
mercado consumidor um produto tal que satisfaça a sua exigência, que se torna cada vez 
maior com o passar dos anos. 
Entre as principais matérias-primas para uma indústria de polpa de frutas 
congelada, figura as frutas tropicais de maior relevância, no município de Aimorés, como, 
abacaxi, manga, maracujá e goiaba. Entretanto, pode-se fazer o processamento de um 
número diverso de frutas tropicais como acerola, mamão, cupuaçú, morango, graviola, 
cacau, caju, jenipapo, pitanga, umbu, e cajá. Segundo o PRONAF (2000), de um modo 
geral, deseja-se que as frutas destinadas ao processamento apresentem uma 
uniformidade quanto à composição, coloração e sabor. Por isso devem ser estabelecidas 
faixas de valores para as medidas objetivas e exige-se uma certa prática para a 
realização de avaliações de caráter subjetivo. Mais detalhes sobre as características das 
matérias-primas pode ser visto no Anexo 2. 
 
3.5.1 Necessidade anual estimada de matéria-prima 
A seguir segue tabela com a demanda média de frutas para as dimensões 
estudadas das agroindústrias em função da capacidade produtiva utilizada: 
 
Tabela 2 – Consumo Estimado de kg de frutas/ano 
Consumo Estimado de kg de frutas/ano 
Capacidade 
Utilizada 
Planta 1 Planta 2 Planta 3 
30% 145.800 301.320 602.640 
40% 194.400 401.760 803.520 
50% 243.000 502.200 1.004.400 
60% 291.600 602.640 1.205.280 
70% 340.200 703.080 1.406.160 
80% 388.800 803.520 1.607.040 
90% 437.400 903.960 1.807.920 
100% 486.000 1.004.400 2.008.800 
 
 34
3.6 Mão-de-obra necessária 
Tabela 3 – Mão-de-obra necessária 
Função Planta 1 Planta 2 Planta 3 
Gerente Geral 1 1 1 
Secretária 1 1 1 
Contador 1 1 1 
Auxiliar Administrativo 2 2 2 
Gerente Comercial 1 1 1 
Gerente de Produção 1 1 1 
Supervisor de Máquinas 1 1 1 
Operadores de Máquinas e Assistentes de Produção 6 9 11 
Total 14 17 19 
 
3.7 Possibilidades de diversificação da produção 
Tendo em vista, o potencial regional do fornecimento de outras frutas, como a banana, 
e pensando em agregar mais valor a matéria-prima, é sugerido o lançamento de novos 
produtos, como a banana-passas e a polpa de fruta pronta para o consumo, aumentando 
assim a competitividade e a viabilidade técnico-econômico da unidade agroindustrial. 
 
 35
4. Análise de Mercado e Competitividade 
 
4.1 Macroambiente do Empreendimento: Ameaças e 
Oportunidades 
 
4.1.2 Considerações sobre o Mercado 
De acordo com o PRONAF (2000) “no Brasil, a polpa industrializada destina-se 
principalmente à produção de sucos concentrados, para o abastecimento do mercado 
interno e de exportação. Os negócios de sucos de frutas nos mercados internos e externo 
são de extremo interesse num contexto de desenvolvimento da agroindústria brasileira e 
mundial, devido ao grande crescimento do mercado internacional destes produtos nos 
últimos trinta anos”. 
Ainda segundo o PRONAF (2000), desde 1980, o mercado externo triplicou, e o 
Brasil foi o país que mais cresceu nesta área transformando-se no maior exportador de 
sucos e polpa de frutas neste período, principalmente quando se trata de frutas cítricas e 
tropicais. 
Há boas razões para se prever que os negócios de sucos de frutas permanecerão 
crescendo por um longo período, já que o consumo per capita no mundo, e mesmo no 
Brasil, ainda se encontra num patamar baixo em muitos mercados, incluindo Europa e 
EUA, que são os maiores consumidores destes produtos na atualidade. 
Todavia de acordo com levantamentos feitos pelo BNDES (2000) as micro, 
pequenas e médias empresas ofertam, os sucos e polpas a clientes institucionais, ou 
seja, industrias engarrafadoras de sucos, néctares e refrigerantes, industrias de sorvetes, 
e eventualmente, a industrias de produtos lácteos, que já possuam marcas reconhecidas 
e que desejam diversificar suas cestas de sabores, desta forma a abertura, a conquista, e 
a manutenção de novos mercados para colocação de grandes quantidades de sucos e 
polpas tropicais exige duas ações simultâneas, como: reestruturação do setor produtivo, 
viabilizando a introdução de novos métodos produtivos(o qual exige aumento das 
atividades de pesquisas cientificas e de extensão rural); e o apoio as empresas brasileiras 
nos mercados internacionais, tanto direta como indiretamente( através de associações 
com empresas locais) de forma a conseguir uma colocação permanente dos produtos 
brasileiros. 
 36
Dentre as oportunidades que se apresentam para as industrias de sucos e de polpas 
destaca-se a conquista de novos mercados. “Por exemplo o mercado japonês é o mais 
promissor no momento, uma vez que, que o país diminui as exportações de produtos 
cítricos” (BNDES, 2004). 
 
4.1.2.1 Exportações 
 
Observando-se a Balança Comercial do Agronegócio no mês de janeiro 2005, as 
exportações do agronegócio totalizaram US$ 2,582 bilhões, o que representou um 
crescimento de 11,1%, em relação a igual período do ano anterior; dentre este 
montante, destacamos a participação dos sucos de frutas (11,8%). 
De acordo com relatórios da SECEX/MDIC o valor de exportações de sucos, 
aumenta significativamente a cada ano; em janeiro de 2004, 77.785 (em US$ mil) do 
produto e no mesmo mês em 2005 aproximadamente 86.992; e os valores de 
importações foram de 5.621 em 2004, e de 8.116 em 2005 (em US$ mil); 
A exportações de sucos de frutas, segundo o BNDES (2000) é o terceiro subgrupo 
na pauta do complexo das frutas brasileiras. “Exportações de sucos de algumas frutas 
como o maracujá, o abacaxi e o limão apresentaram resultado bastantes irregulares, 
características de produtos comercializados em função de oportunidades temporais do 
mercado internacional” (BNDES,2000). 
Segundo MAURO (2004) os sucos de frutas tropicais (Cajá, graviola, manga, caju, 
acerola, maracujá), que há muito tempo fazem parte do cardápio de nordestinos e 
começam a se popularizar dentro do Brasil, também devem chegar às mesas de 
consumidores de outros países a partir dos próximos anos. “Esta, pelo menos é a 
expectativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), após a conclusão do relatório 
com as normas que irão regulamentar o comércio internacional de sucos de frutas” 
MAURO (2004). 
Elaboradas conjuntamente por representantes de 21 países e da União Européia, as 
regras foram apresentadas no encerramento da reunião realizada em Fortaleza, durante 
toda a semana, do Grupo Codex Alimentarius, entidade vinculada à Organização das 
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo Odilson Ribeiro, chefe da 
Divisão de Ações Sanitárias do Mapa, o ponto mais importante do documento, para o 
Brasil, é a definição de parâmetros técnicos de qualidade para os sucos de frutas 
tropicais. 
 
 37
''O Brasil tem muito potencial nesse campo'', afirma ele. Atualmente, as 
exportações do País ainda estão concentradas no suco de laranja, que representou mais 
de 95% de todo o volume comercializado no ano passado - um total de mais de US$ 1 
bilhão em vendas. Ribeiro esclarece que a falta de normas para as frutas tropicais erauma das causas para a pouca penetração dos sucos no mercado externo. 
Após a aprovação das normas na reunião do Codex, Ribeiro ressalta que o mais 
importante, agora, é acompanhar a sua votação definitiva para implantação, previsto 
para julho de 2005. ''Alguns países são contra modificações que foram feitas e podem 
tentar alterar novamente o documento'', explica. Ele cita como exemplo o suco de 
abacaxi, cujo padrão de acidez foi diminuído, beneficiando o Brasil e prejudicando a 
Tailândia - maior exportador mundial do produto, atualmente. 
Observando o mercado específico de Polpa de Frutas há uma correlação positiva e 
direta com o desempenho do mercado de sucos e outros uma vez que, segundo o BNDES 
(2000), “o potencial de crescimentos das exportações de polpas de frutas depende de sua 
capacidade de abrir e manter mercados para fornecimentos de matérias-primas, para 
uma multiplicidade das indústrias alimentícias, tais como sorvetes, doces, produtos 
lácteos, biscoitos, bem como para o segmento de sucos e outras bebidas que as utilizem 
como insumo para misturas ou diluições”. A mesma correlação pode ser estabelecida 
para o mercado externo. 
De acordo com o BNDES (2004) as produções de polpas participaram com o total 
de 2% no total exportado pelo complexo fruticultura nos anos 90, e atingiram 3% em 
1999. As exportações deste subgrupo mantiveram-se no patamar anual de US$ 1 milhão 
ate 1995, devido principalmente a limite na oferta, o que pode ser percebido quando 
houve a entrada de novos compradores como Alemanha e Argentina, o que resultou no 
embarque para os Países Baixos e o Japão, clientes tradicionais. “Em 1996 as vendas 
passaram para US$ 5 milhões, com a retomada do embarque para países tradicionais, e 
atingiram no final dos anos 90 US$ 8,5 milhões anuais. Infelizmente as informações da 
secretaria de comercio exterior SECEX, não possibilitam a identificação por frutas das 
polpas exportadas” (BNDES, 2004). 
 
4.1.2.2 Mercado Interno 
O mercado brasileiro de frutas tem crescido de forma acentuada, apresentando 
uma grande demanda no consumo de frutas frescas e processadas, tornando-se cada vez 
mais exigente em qualidade, pressionando a busca de novas tecnologias de produção, 
colheita, pós-colheita, armazenamento, transporte e comercialização (Pasqual et al. 
1997). 
 38
Em 2001, a fruticultura no Brasil gerou cerca de R$ 5,2 bilhões, dos quais as frutas 
tropicais respondem por 74%, com comercialização formal em torno de 8,2 milhões de 
toneladas/ano. Do total produzido, 53% destina-se ao mercado interno in natura, 46% a 
indústria processadora e apenas 1% ao mercado externo de frutas frescas. Mesmo assim, 
a cadeia produtiva das frutas é um dos setores do agronegócio nacional que apresenta 
maior potencial. Atualmente, o Brasil produz, aproximadamente, 40 milhões de toneladas 
em uma área cultivada de mais de 2,2 milhões de hectares. É o primeiro produtor mundial 
de laranja, banana e mamão, e, encontra-se entre os principais de abacaxi, manga, e uva. 
Para o PRONAF (2000) “ a utilização final dos sucos de fruta, concentrados e polpa, 
obviamente varia com o tipo de fruta e o mercado em questão. As principais indústrias 
processadoras são as de bebida, laticínios e de outros alimentos, além das padarias, 
lanchonetes e restaurantes, aos quais se destinam os produtos em embalagens menores 
de uso individual” . 
Ainda de acordo com o PRONAF (2000) pode-se listar uma série de produtos 
derivados da polpa de frutas em diferentes seguimentos: 
- A indústria de bebidas produz sucos, néctares, drinks de sucos de frutas, drinks 
dietéticos e para diabéticos, licores alcoólicos, xaropes etc. A descrição exata dos produtos 
individualmente (porcentagem de suco/polpa de fruta no produto) pode diferir entre 
mercados, de acordo com a legislação nacional de alimentos e da prática industrial. 
- A indústria de laticínios produz itens tais como iogurte, bebidas de iogurte, 
sorvetes, pudins, sobremesas e molhos. O Iogurte de frutas representa o produto mais 
importante deste setor, possui em média 10 a 20% de fruta sob as modalidades de suco, 
concentrados e polpa. Com o interesse sempre crescente em iogurte e outros laticínios, os 
consumidores estão muitas vezes dispostos a experimentar novos sabores, e como 
resultado disso a indústria está usando quantidades maiores de sucos e polpa de frutas 
tropicais. 
- A parcela do mercado representada pelas lanchonetes e supermercados mostra 
uma grande perspectiva, onde se exploram a venda de polpa congelada em embalagens 
pequenas (100 e 200 g) de consumo individual. Nesta fatia de mercado tem-se a opção da 
utilização das frutas regionais consumidas no mercado local, e mercados mais distantes, 
sendo necessário um investimento maior no setor de distribuição. 
A diversidade de frutas existentes no Brasil incrementa este setor da agroindústria, 
visto que, a procura por produtos regionais em grandes centros aumenta a cada dia. É 
notável o aumento do uso de polpa de frutas como cupuaçu, açaí, mangaba etc, em 
lanchonetes e restaurantes de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, grandes centros 
consumidores do país. 
 39
4.1.2.3 Mercado para as polpas das principais frutas de 
Aimorés 
 
ABACAXI 
A produção nacional de suco de abacaxi cresceu mais de 55% no período de 1993 
a 1997 chegando a 30.142 toneladas, conforme dados da ASTN, sendo que o mercado 
interno absorve mais de 90% da produção total. Os principais importadores de suco são 
os Países Baixos e os países da América latina. 
O comércio mundial de abacaxi e seus derivados está em crescimento. Enquanto o 
comércio de fruta fresca atinge 700 mil toneladas, o de suco ou conserva equivale a 4 
milhões de toneladas de frutas frescas (FNP, 2000). 
Pratica-se a cultura visando o mercado interno de frutas frescas, justificando o 
fato do país ter uma participação modesta no mercado mundial. O mercado externo 
exigente em qualidade requer a produção do abacaxi em base especializada. Assim, se o 
objetivo é exportar fruta fresca os cuidados na escolha da variedade, condução da 
cultura, pós-colheita e comercialização devem ser adequados a este fim e o mesmo deve 
ocorrer para o caso da venda do abacaxi na forma industrializada. No caso do produtor a 
especialização da produção da fruta para mesa ou para indústria pode não ser vantajosa, 
por não se ter a opção de em determinadas situações de mercado oferecer seu produto a 
um ou outro. Neste caso, o ideal seria o uso de variedades que associem as qualidades 
desejadas pela indústria e pelo consumidor da fruta fresca, o que não é fácil (FNP, 2000). 
 
MANGA 
Os mais promissores produtos industrializados de manga são: manga em calda e 
polpa de manga. A polpa pode ser empregada na elaboração de polpas concentradas, 
doces, compotas e geléias, purês, sucos e néctares. Além disto, a polpa pode ser utilizada 
na fabricação de sorvetes, em misturas de suco, em licores e outros produtos. 
Alguns produtos de manga de importância em outros países seriam o chutney, 
manga desidratada, manga cristalizada e o picles de manga. Sua utilização em saladas de 
frutas tropicais seria outra possibilidade industrial importante. 
 A casca e o caroço podem ser aproveitados para elaboração de rações para 
animais. 
 40
A produção de polpa de manga em 1997 ficou em torno de 2800 toneladas, 
segundo dados da ASTN com um crescimento de 21% de 93 a 97. Esta produção se 
destina basicamente ao mercado externo (84%). 
 
MARACUJA 
O mercado não tem expandido por falta de produto, e de uma política de 
ampliação para grandes produtores. O maior problema está na flutuação da oferta, pela 
dificuldade na obtenção de matéria-prima.As indústrias alegam ser difícil manter grandes 
contratos por não contarem com um mercado firme para o fornecimento de frutos para o 
processamento. 
Para os pequenos produtores, uma boa opção seria a comercialização da polpa 
congelada (podendo conter sementes), em sacos plásticos para venda para restaurantes, 
hotéis e lanchonetes, podendo ser utilizados na produção de refrescos e bebidas 
alcoólicas. 
 Em 1997 a produção nacional de suco 50º Brix atingiu 79.335 toneladas, sendo 
que deste total 92% foram destinados ao mercado interno (ASTN), sendo a parcela 
destinada ao mercado externo muito pouco representativa. 
 
GOIABA 
As indústrias processadoras desta fruta são em geral muito pequenas, e não 
possuem condições de investir em distribuição e marketing de modo a aumentar o 
mercado interno. As empresas de maior porte têm na linha de goiaba apenas um 
complemento para seu mix de produtos, sem interesse de fazer investimentos para 
promover a fruta. 
 A situação da cultura depende de iniciativas de associações para encontrar novos 
mercados para fruta no Brasil e no exterior. 
 O produto de melhor aceitação é a polpa de goiaba, mas somente têm boa 
remuneração as polpas de goiabas vermelhas. O Brasil possui condições para assumir a 
liderança deste mercado, desde que produza com qualidade, padronização, assiduidade e 
a preço competitivo. 
 
 41
4.1.3 Considerações sobre a dinâmica da Cadeia 
Agroindustrial 
 
Com relação às agroindústrias do Estado de Minas Gerais que processam as frutas, 
o principal gargalo identificado, segundo SEBRAEMG, foi à dificuldade para obtenção da 
matéria-prima, o preço e a qualidade competitivos a de outras regiões. 
O SEBRAE-MG (2005) afirma, que no caso das indústrias processadoras de suco e 
polpas, que o aspecto tecnológico não é considerado pelos dirigentes entrevistados, como 
um problema para o desempenho competitivo. De fato, na grande maioria dos casos os 
equipamentos podem ser considerados adequados ao porte e mix de produção específicos 
de cada empresa. 
No caso da Zona da Mata, onde várias agroindústrias se instalaram nos últimos 
anos, esta dificuldade é ainda maior e estas indústrias são oneradas pelos altos custos de 
frete associados à obtenção de frutas de outras regiões. As empresas de menor porte são 
obrigadas a adquirir frutas nas centrais de abastecimento urbanas, evidentemente em 
condições desfavoráveis frente aos competidores de dentro e fora do estado. 
No Sul do Estado predominam as agroindústrias de doces de micro e pequeno 
porte, que processam frutas da região, como pêssego e figo, entre outras trazidas de 
outros Estados para compor seu mix de produtos. Nestas, predomina o processo de 
produção artesanal, com equipamentos, na maioria dos casos obsoletos. Mesmo assim, 
estas indústrias vêm resistindo ao declínio no consumo de doces, e a competição com os 
grandes processadores nacionais, que abastecem os grandes centros consumidores, 
amparadas na sua tradição. 
No Triângulo Mineiro estão localizadas grandes indústrias processadoras de sucos, 
entre elas uma multinacional, a Maguary. Graças a estas empresas, o cultivo do maracujá 
próprio para indústria prosperou na região, além do abacaxi, da variedade havaiano, 
também utilizado para industrialização. 
No norte do Estado a situação é exatamente contrária; a região possui 
disponibilidade para produção de frutas para aproveitamento industrial, além dos 
excedentes de produção durante as safras, infra-estrutura, incentivos fiscais e, no 
entanto, não conta com um parque agroindustrial capaz de promover o processamento 
de frutas na região. A presença mais intensa da agroindústria seria um fator 
determinante para dinamização do pólo de irrigação no Norte de MG e a presença de uma 
empresa de sucesso na região poderia atrair outros investidores, assim como ocorreu na 
Zona da Mata Mineira. Para tanto, é necessário assegurar as condições para geração de 
 42
atividades não agrícolas que são fundamentais para o desenvolvimento sustentado da 
região. 
Na Zona da Mata Mineira, apesar dos equipamentos e tecnologia instalados não 
serem considerados gargalos para o desempenho operacional, a maioria das indústrias 
considera ser difícil o acesso às informações tecnológicas, principalmente no caso das 
empresas que foram implantadas mais recentemente. Na maioria dos casos, estas novas 
empresas buscam apoio junto às Universidades, consultores e até mesmo fornecedores 
de equipamentos para orientação tecnológica em processos e desenvolvimento de novos 
produtos. No entanto, as reiteradas manifestações de insatisfação quanto à eficiência 
dessa forma de atuação sugerem a necessidade de se desenvolver mecanismos mais 
eficientes para o atendimento às demandas tecnológicas do segmento. 
As indústrias que possuem maior capacidade de extração de frutas tendem a 
vender parte da sua produção de polpa concentrada para empresas concorrentes. Alguns 
analistas, como GAYET(1998), advogam que este é um nicho comercial que poderia, 
inclusive, ser aproveitado pelos próprios produtores de frutas, visto que a compra e a 
extração normalmente demandam um significativo esforço gerencial para as firmas de 
maior porte, que estão mais preocupadas com a conquista de mercados, distribuição e 
marketing de seus produtos. Em princípio, a aquisição de frutas “in natura” por estas 
empresas implica em maiores custos de transação do que a compra de polpas. Além 
disto, as frutas compradas nos mercados “spot”, são normalmente, de baixa qualidade, 
por serem refugos ou excedentes de produção e há perdas no transporte devido à 
perecibilidade. 
 
4.1.4 Fornecedor 
“Apesar do Brasil, ser um grande produtor de frutas tropicais e subtropicais, a maior 
parcela de sua produção tem-se destinado, historicamente, ao mercado interno. Este 
quadro, no entanto, tende a mudar. O Brasil vem conquistando a condição de exportador, 
e isso se deve à eficiência da comercialização, que vem sendo assegurada através do 
desenvolvimento de novas técnicas relacionadas, principalmente, com a conservação, 
embalagem e transporte” (PRONAF, 2000). 
 43
O Brasil é atualmente, o segundo produtor mundial de banana, o quarto de abacaxi, 
o quinto de manga, e o maior produtor e exportador de mamão papaia, e maracujá do 
mundo, e se destaca na produção e exportação de todas as frutas tropicais. Mas um dos 
problemas fundamentais que as indústrias de processamento ainda enfrentam é a 
ausência de suprimentos regulares, consistentes e de boa qualidade, o que ainda dificulta 
o desenvolvimento a longo prazo da indústria de frutas. Depois do abacaxi, os sucos e 
polpa/purê tropicais mais vendidos são os de maracujá, manga. 
 
4.1.4.1 Produção em Minas Gerais 
A fruticultura mineira teve somente nos últimos anos, uma grande expansão, 
aumentando de maneira significativa à influência desta atividade na economia do Estado 
e, principalmente, na renda familiar do pequeno agricultor. Mesmo assim, das 464.500 
toneladas das frutas comercializadas na CEASA- MG em 1997, cerca de 75% (42.000 
toneladas) foram importadas de outros Estados e/ou Países (Gonçalves, 1998). 
Minas Gerais tem-se destacado como um dos maiores produtores de frutas do 
país, apresentando, em 1993, uma área plantada de cerca de 122.000 hectares, 
considerando-se apenas os municípios assistidos pela EMATER-MG, e uma produção 
correspondente a um montante de US$ 460.200.000,00, para os mesmos municípios. 
As frutas mineiras abastecem os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito 
Federal e diversos Estados das regiões Norte e Nordeste. 
É importante ressaltar que Minas Gerais destacou-se em 2002, como principalprodutor de abacaxi, com 27% do total do país, e as principais variedades cultivadas são 
o smooth cayenne e o pérol. Atualmente, é o segundo maior produtor de abacaxi, quarto 
de laranja e sexto de banana. 
Em se tratando de exportações, o valor tem decrescido em Minas Gerais. No ano 
de 1998, o Estado obteve cerca de US$ 2,8 milhões com a venda externa de produtos in 
natura ou semi industrializados1 do segmento frutícola. Já em 2000, esse valor caiu para 
US$ 1,9 milhões, o que representou uma queda de, aproximadamente, 32%. Esses 
valores mostram, que as exportações estaduais de frutas ainda são incipientes, o que 
pode constituir uma oportunidade para abertura de mercado externo e expansão da 
fruticultura estadual. 
As principais frutas exportadas pelo estado são o abacaxi, que responde por 89% 
do total exportado, a goiaba, a maçã e a banana. 
 
1 Consiste em frutas secas, congeladas ou cozidas, exportadas nessas condições para garantir 
maior durabilidade e resistência ao transporte. 
 44
Tabela 4 – Evolução da participação do estado de Minas Gerais na comercialização 
de frutas em comparação com a Importação São Paulo e Demais estados. 
Ano Minas Gerais São Paulo Exterior Outros Estados Total 
 Qde. t) % Qde. (t) % Qde. (t) % Qde. (t) % Qde. t) % 
1977 38.024,4 26,3 76.314,4 52,8 11.193,5 7,7 18.877,0 13,2 144.409,3 100,0 
1978 43.706,9 25,5 90.804,4 53,1 10.630,5 6,2 25.788,4 15,2 170.930,2 100,0 
1979 46.505,2 24,8 99.304,0 52,9 9.821,1 5,2 31.871,0 17,1 187.501,3 100,0 
1980 52.840,8 26,8 103.583,6 52,4 7.060,4 3,6 33.987,3 17,2 197.472,1 100,0 
1981 45.012,6 23,4 105.302,1 54,6 5.758,8 2,9 36.600,4 19,1 192.673,9 100,0 
1982 52.502,5 23,4 124.672,9 55,3 6.459,4 2,9 41.483,4 18,4 225.118,2 100,0 
1983 52.930,4 23,4 125.550,9 55,2 6.346,9 2,8 42.326,0 18,6 227.154,2 100,0 
1984 51.011,4 26,6 91.167,7 47,6 4.411,5 2,3 44.957,3 23,5 191.547,9 100,0 
1985 61.648,3 30,6 87.200,6 43,2 4.616,5 2,2 48.398,1 24,0 201.863,5 100,0 
1986 62.023,0 23,9 130.369,6 50,2 5.120,2 1,9 62.082,6 24,0 259.595,4 100,0 
1987 70.455,8 25,6 131.448,5 47,5 5.704,7 2,1 68.577,9 24,8 276.186,9 100,0 
1988 62.206,4 23,9 116.641,1 44,9 5.987,8 2,4 74.625,8 28,8 259.461,1 100,0 
1989 63.455,4 22,1 137.223,7 47,6 8.586,5 2,9 78.998,5 27,4 288.264,1 100,0 
1990 73.415,7 24,6 134.067,5 44,7 8.411,9 2,8 83.651,9 27,9 299.547,0 100,0 
1991 80.967,0 26,3 126.540,9 41,2 5.916,5 1,9 93.951,0 30,6 307.375,4 100,0 
1992 75.374,2 25,1 121.732,7 40,4 4.659,1 1,6 98.920,6 32,9 300.686,6 100,0 
1993 96.431,7 30,5 116.139,6 36,7 5.126,5 1,6 98.905,1 31,2 316.602,9 100,0 
 
 
 45
Áreas e Regiões de Produção: 
As culturas encontram-se localizadas nas mais diversas regiões, segundo os dados 
apresentados nos Relatórios de Acompanhamento de Safra - 1993 da EMATER-MG, que 
abrange 453 municípios conveniados, conforme apresentado a seguir: 
 
• Abacate: as regiões produtoras são: Patos de Minas com 1.123,4 há; Uberaba, 
com 94,0 há; Muriaé, 128,0 há; e, Sete Lagoas, com 49,0 há. As variedades mais 
cultivadas são: Wagner, Prince, Manteiga, Colhinson, Quintal, Fortuna e plantas de 
pé franco. A produtividade média é de 9.860 kg/ha. 
• Abacaxi: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 16.348 ha, responde por uma 
produção anual de 340 milhões de frutos e tem rendimento de 20.842 frutos/ha. 
As regiões produtoras são: Uberlândia (17.251,0 ha); e Sete Lagoas (270,0 ha). 
As variedades mais plantadas são: Smooth Cayenne (90,0 %) e Pérola. 
• Ameixa: as regiões produtoras são: Pouso Alegre (38,5 ha); Juiz de Fora (32,5 
ha); e Alfenas (16,3ha). A área total plantada é de 87,4 ha. As variedades mais 
cultivadas são: Carmesim e Roxa de Delfim Moreira. A produtividade média é de 
14.369 kg/ha. 
• Banana: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 37.245 ha, respondendo por 
uma produção anual de 37 milhões de cachos e com rendimento médio de 1.020 
cachos/ha. As regiões produtoras são: Banana Nanica / Nanicão: Janaúba (790,0 
ha); Sete Lagoas (617,1 ha); Juiz de Fora (249,5); Banana Prata: Pouso Alegre 
(2.369,0 ha); Janaúba (619,0 ha); Governador Valadares (635,0 ha); e Alfenas 
(538,1 ha). 
• Caqui: as regiões produtoras são: Juiz de Fora, Pouso Alegre e Alfenas. Em 1988, 
a área assistida pela EMATER-MG foi de 117,5 ha, porém, em 1993, foi de 17,8 
ha. É de conhecimento que o município de Turvolândia, encontra-se a maior área 
de plantio (38,0 ha em 1988). As variedades mais cultivadas são: Rama Forte, 
Taubaté e Chocolate. A produtividade média é de 19.063 kg/ha. 
• Coco: as regiões produtoras são: Muriaé com 29,1 ha; e Teófilo Otoni (14,0 ha) 
São cultivadas as variedades de coco Anão e Coco Gigante. A área plantada é de 
43,1 ha e a produtividade média é de 19.835 kg/ha. A cultura tem-se expandido 
na região de Muriaé. 
• Figo: as regiões produtoras são: Pouso Alegre e Alfenas. Em 1988, a área 
plantada era de 186,8 ha nos municípios assistidos pela EMATER-MG. Em 1993, foi 
de 63,4 ha, pois municípios produtores como Caldas e Santa Rita de Caldas 
 46
deixaram de ter convênios com a EMATER-MG. A produtividade média é de 16.863 
ha. A variedade cultivada é o Roxo-de-valinhos. 
• Goiaba: as regiões produtoras são: Muriaé (22,0 ha) e Pouso Alegre (22,0 ha). As 
variedades mais plantadas são a Guanabara e Pirassununga. A área plantada é de 
62,7 ha e a produtividade média é de 14.535 kg/ha. 
• Laranja: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 41.430 ha, respondendo por 
uma produção de 2.267 milhões de frutos e tem rendimento de 63.425 frutos/ha. 
As regiões produtoras são: Uberaba (9.728,1 ha); Alfenas (7.103,0 ha); 
Uberlândia (4.490 ha); e a produtividade é de 10.082 kg/ha. 
• Lichia: a área plantada é de 112,1 ha e as regiões produtoras são: Juiz de Fora e 
Alfenas. A produtividade média é de 9.231 kg/ha. 
• Limão: a área plantada é de 4514,2 ha e as regiões produtoras são: Alfenas 
(168,8 ha); Sete Lagoas (81,7 ha); e Montes Claros (45,0 ha). A produtividade 
média é de 14.382 kg/ha. O limão Tahiti é o mais plantado. 
• Maçã: esta cultura não conseguiu se firmar no Estado. Os registros apontam uma 
área de 7,3 ha, localizados em Jacuí e Carandaí. A produtividade média é de 3.000 
kg/ha. As variedades cultivadas são: Ana, Rainha, Brasil, Melrose e Golden. 
• Macadâmia: a área plantada é de 57,5 ha. A produção se concentra nas regiões 
de Alfenas, Pouso Alegre e Unaí. 
• Mamão: a área plantada é de 127,4 ha e tem produtividade média de 12.755 
kg/ha. A produção concentra-se na região de Montes Claros (92,5 ha). A 
predominância é da variedade Hawai (solo). 
• Manga: a área plantada é de 2.602,1 ha e tem produtividade média de 13.119 
kg/ha. A produção está concentrada nas regiões de Montes Claros (1.399,6 ha); 
Sete Lagoas (353,7 ha); Governador Valadares (320,0 ha); e Uberaba (242,0 ha). 
Plantios comerciais com variedades novas estão nessas regiões, com exceção de 
Governador Valadares. As variedades mais plantadas são: Haden, Tommy Atkins e 
Keit, como novas variedades, e Ubá, Espada, Sapatinha, com plantios antigos. 
• Maracujá: a área plantada é de 4.260,2 ha, com produtividade média de 11.105 
kg/ha. A produção esta concentrada nas regiões de Patos de Minas (1.985,5 ha), 
Montes Claros (1.535,1 ha) e Uberlândia (440,0 ha). A predominância é da 
variedade amarela, para indústria. 
• Marmelo: em 1988, a área plantada foi de 129,7 ha. Em Delfim Moreira, 
encontra-se a maior produção, na área assistida pela EMATER-MG foi de 40,6 ha, 
 47
com produtividade média de 8.601 kg/ha. A variedade cultivada é a Portugal. A 
produção concentra nas regiões de Pouso Alegre e Teófilo Otoni. 
• Nectarina: a produção está concentrada na região de Juiz de Fora. A área 
plantada é de 24,4 ha

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