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TESES para segunda fase OAB DIREITO PENAL

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TESES DE DIREITO PENAL PARTE GERAL.
O dever de impedir a ocorrência do resultado, conforme alíneas do art. 13, § 2.º, pode ter origem na lei, como acontece com os pais, policiais, bombeiros, médicos etc.; pode ser assumido voluntariamente por quem não tinha dever legal: babás, enfermeiros, acompanhantes de idosos, guardiões de piscinas privadas, vigias, motoristas etc.; ou o dever pode surgir da criação do risco de ocorrência do resultado, p. ex., o agente que empurra uma pessoa, que não sabe nadar, em uma piscina tem o dever de impedir sua morte por afogamento, devendo responder por ela caso se omita.
A conduta deve ser praticada voluntariamente, ou seja, o homem deve ter o controle consciente e físico da ação ou omissão que realiza, e atos inconscientes ou incontroláveis fisicamente não caracterizam condutas e não podem ser tipificados. São circunstâncias que excluem a voluntariedade, sendo o fato atípico:
–Estados de inconsciência
–hipnose, sonambulismo, desmaios etc.
–Movimento reflexo: reflexo neurológico, não controlável voluntariamente.
–Caso fortuito: a força dos ventos ou das águas que empurram o agente.
–Força maior: Coação física irresistível: exclui o controle do agente dos movimentos do seu próprio corpo, o ato deixa de ser voluntário,excluindo a tipicidade e tornando o fato atípico.
O art. 18, II, exige que a conduta que dê causa a um resultado deva ser previsível para a sociedade em geral, a chamada previsibilidade objetiva. Resultados imprevisíveis não podem ser imputados culposamente, ainda que diante de um descuido do agente.
Classificação da culpa: a) Culpa consciente: ocorre quando o agente prevê que a conduta é perigosa, tem a previsão do resultado que pode causar, e mesmo assim realiza a conduta, pois acredita com sinceridade ser capaz de evitar o resultado. Difere-se do dolo eventual; quando o agente aceita o resultado, ele assume o risco de que o resultado aconteça (previsão + conduta + aceitação do resultado); na culpa, o agente, ao contrário, nega o resultado, e está certo de que ele não ocorrerá. b) Culpa inconsciente: é a culpa sem previsão do resultado; embora ele fosse previsível, o agente não prevê. É a modalidade mais comum de culpa. O agente, sem prever o resultado previsível, dá causa a ele. c) Culpa imprópria: art. 20, § 1.º, CP. É a culpa derivada do erro de tipo permissivo evitável (inescusável) nas descriminantes putativas. É denominada como culpa imprópria pois o agente realiza o tipo penal dolosamente e responde culposamente em consequência de seu erro na descriminante. Ex.: o agente supõe uma agressão injusta e atual contra sua filha e, pretendendo defendê-la legitimamente, dispara sua arma contra o agressor, com o dolo de matá-lo em legítima defesa de terceiro. Depois constata que tudo era uma encenação para um trabalho escolar, não havia agressão REAL, logo sua legítima defesa também não era REAL. Surge a chamada legítima defesa putativa. Constatado que o erro era inevitável, o agente será isento de pena; se evitável, responderá culposamente, mesmo agindo com dolo, por isso culpa imprópria.
De acordo com o resultado naturalístico, os crimes se classificam em
(...)
FORMAL
A conduta é capaz de causar um resultado naturalístico, mas o resultado não é exigível para a consumação. A consumação ocorre com a própria conduta, antes do resultado. Ex.: extorsão mediante sequestro, a consumação se dá com o sequestro, o pagamento do resgate é mero exaurimento.
Nexo causal
Adota-se um processo hipotético de eliminação, processo de eliminação de Thyrén, no qual se elimina mentalmente a ação ou omissão analisada. Se o resultado continua existindo independentemente dela, é sinal de que ela não foi sua causa; no entanto, se o resultado desaparece com ela, ela foi sua causa determinante e é possível realizar a imputação
Absolutamente independentes quando não há relação entre a outra causa e conduta do agente que se está analisando. Essas causas podem ocorrer antes da conduta (preexistentes), ao mesmo tempo (concomitante) ou depois da conduta (superveniente). Em qualquer dessas hipóteses, se o resultado foi provocado pela causa absolutamente independente, ele não pode ser imputado ao agente da conduta, que, em regra, deverá responder pela tentativa do delito. Exemplos:
–Preexistentes: antes da conduta que se está analisando, disparo de arma de fogo pelo inimigo com dolo de matar, há outra conduta absolutamente independente, uma ingestão de veneno pela própria vítima com ânimo suicida; chegando à conclusão de que a causa da morte foi o veneno, o agente da causa posterior, disparo de arma, responde por tentativa.
–Concomitantes: as causas aconteceram ao mesmo tempo, enquanto o inimigo disparava contra a vítima um carro descontrolado a atropelou; chegando à conclusão de que a causa da morte foi o atropelamento, o agente do disparo de arma, responde por tentativa.
–Supervenientes: após a prática da conduta analisada, disparo de arma de fogo com o dolo de matar, a vítima morre em um acidente de ônibus sem qualquer relação com o disparo; chegando à conclusão de que a causa da morte foi o acidente, o agente da causa anterior, disparode arma, responde por tentativa.
b)Relativamente independentes: ocorrem quando há alguma relação entre as causas e a conduta que devem ser analisadas; se se relacionam, somam forças ou uma é consequência da outra. Exemplos: As concausas relativamente independentes podem ser:
–Preexistentes: hemofílico leva uma facada e sangra até morrer. Quem praticou a conduta (facada) responde por crime consumado. Há divergência quanto à necessidade de que o agente tenha conhecimento da hemofilia da vítima. Segundo a doutrina majoritária, mesmo que não saiba da hemofilia, deve ser imputado o resultado, pois houve a conduta e há causalidade. Ver, por exemplo, Cezar Roberto Bitencourt. No entanto, há quem defenda que a imputação do resultado nessa hipótese depende de o agente ter conhecimento da hemofilia (por todos, ver Rogério Greco).
–Concomitante: duas pessoas, independentemente uma da outra, colocam veneno no copo de água da vítima, que morre pelo somatório das quantidades, que em separado não eram suficientes para matar, embora esse fosse o dolo dos agentes que o fizeram. Segundo a doutrina majoritária, mesmo que não saiba da conduta do outro, deve ser imputado o resultado, pois houve a conduta e há causalidade. Ver, por exemplo, Cezar Roberto Bitencourt. No entanto, há quem defenda que a imputação do resultado nessa hipótese depende de o agente ter conhecimento acerca da conduta do outro. Por todos, Rogério Greco, sem dúvida a posição defensiva mais adequada.
–Superveniente: art. 13, § 1.º, CP. A superveniência de causa relativamente independente, que por si só produzir o resultado, exclui a sua imputação, devendo o agente responder pelos atos já praticados. Assim, concausa superveniente relativamente independente pode ser uma causa que por si só levou ao resultado, quando é algo incomum, inesperado, que não ocorre como desdobramento lógico da conduta do agente, excluindo a imputação do resultado a quem praticou a conduta; ou a causa relativamente independente pode ser um desdobramento esperado, alguma consequência normal da conduta praticada, quando o agente responde por crime consumado. Exemplo: após ser baleado em uma tentativa de homicídio, a vítima morre em um desmoronamento no hospital. Houve a conduta, e por causa da conduta a vítima foi hospitalizada, o que liga as duas causas (relativamente independentes), sendo o desmoronamento posterior ao disparo de arma. Como o desmoronamento do hospital não é algo normal, não é esperado, há exclusão da imputação do resultado, devendo o agente responder somente pelos atos praticados até então, em regra responde por tentativa.
TIPICIDADE
O princípio da insignificância, portanto, acarreta a exclusão da tipicidade, fazendo com que o fato deixe de ser crime. Os tribunais superiores vêm aplicando o princípio da insignificância dependendo da análise de quatro requisitos: a mínima ofensividade, anenhuma periculosidade, o reduzidíssimo grau de reprovabilidade e a inexpressividade da lesão.
LEGITIMA DEFESA:
Legítima defesa preordenada – consiste na utilização de mecanismos de defesa, normalmente patrimonial, que são instalados antes que a agressão seja atual ou iminente, mas somente serão utilizados contra o agressor quando a agressão se iniciar. Ex. ofendículos como a cerca elétrica, cacos de vidro etc.
Consentimento do ofendido
Causa supralegal de exclusão de ilicitude:
inerente à tipicidade: quando está previsto como elemento normativo do tipo penal, o consentimento do ofendido deve ser analisado na tipicidade formal, para verificar se há adequação entre o fato e o tipo penal. Ex.: art. 150, CP – crime de violação de domicílio, só haverá violação, se for sem autorização, elemento normativo do tipo penal, portanto quando se entra ou permanece na casa de alguém com o consentimento do titular não há tipicidade formal, o fato é atípico e não é crime;
b)excludente supralegal da ilicitude: quando o consentimento do ofendido não está previsto no tipo penal o fato se torna típico ainda que consentido, nessas situações o consentimento é usado como causa de exclusão supralegal da ilicitude. Ex.: crime de dano patrimonial, art. 163 do CP, não prevê o consentimento do ofendido como elemento do tipo penal, o que significa que o dano mesmo consentido é típico. O consentimento deve ser considerado na análise da ilicitude, e não na tipicidade, como ocorre na violação de domicílio.
capacidade – o ofendido deve ser maior de 18 anos, ter plena consciência quando do consentimento, não pode ser portador de doenças mentais ou estar embriagado;
b)validade do consentimento – não é válido o consentimento obtido mediante coação, fraude, violência, ameaças etc.;
c)o consentimento deve incidir sobre direitos (bens) disponíveis – o direito que será atingido mediante o consentimento do ofendido deve ser disponível; tratando-se de direitos indisponíveis, o consentimento não tem validade de excludente de ilicitude. Ex. a vida é indisponível; portanto, ainda que haja consentimento do ofendido, o homicídio será crime;
d)o consentimento deve ser anterior ou simultâneo à prática do fato, e o consentimento posterior não exclui a ilicitude do fato.
Obs. 1: Embora a integridade física seja um direito indisponível e que, portanto, não admite o consentimento, tratando-se de lesões corporais de natureza leve, haverá disponibilidade do direito (doutrina e jurisprudência) e exclusão da ilicitude do fato, desde que cumpridos os requisitos acima.
Obs. 2: O excesso doloso ou culposo, em qualquer uma das excludentes, será sempre punido, conforme dispõe o art. 23, parágrafo único.
culpabilidade
3. Foi adotada a teoria da actio libera in causa para analisar a imputabilidade penal nos casos de embriaguez. Essa teoria determina que se considere a razão da embriaguez para verificar se o agente deve ou não ser reprovado. A embriaguez voluntária e a culposa não afastam a imputabilidade, o agente que se embriaga por querer (voluntária) ou que é descuidado na ingestão de certas substâncias (culposa) deve ser reprovado por seus atos após embriagado. A embriaguez voluntária, algumas vezes, pode ser considerada doença (patológica). Nessas hipóteses suas consequências devem ser reguladas pelo art. 26, de acordo com o caso, pode excluir ou não a imputabilidade. Quando a razão da embriaguez for o caso fortuito (acidental) ou força maior (obrigado a se embriagar ou enganado para isso), as consequências dependem do nível de afetação da capacidade; se excluída é isento de pena, se diminuída a pena é reduzida. Por último, vale lembrar que, sendo a embriaguez preordenada, quando o agente já se embriaga para cometer o crime, há agravamento da pena (art. 61, II, alínea l, CP).
Coação moral irresistível: A coação moral irresistível atua na culpabilidade, tornando inexigível uma conduta diversa. É a vis compulsiva, em que o agente é obrigado a praticar a conduta; ele pratica a ação ou omissão porque foi obrigado pelo coator, por isso o agente não tem outra escolha, ou pelo menos não se pode exigir dele outra escolha. Por exemplo, o agente que causa a morte de um terceiro para salvar seu filho de sequestradores que ameaçavam matá-lo, se ele não cumprisse essa determinação. A coação moral irresistível não deve ser confundida com a coação de natureza física irresistível que torna o fato atípico ao excluir o controle dos movimentos do agente. Em qualquer hipótese o coator responde pelo crime como autor mediato dele.
b)Obediência hierárquica: depende da existência de hierarquia, própria das relações laborativas do direito público, não há hierarquia nas relações privadas, domésticas ou religiosas. Deve haver uma ordem dada pelo superior ao subordinado, mas essa ordem não pode ser manifestamente ilegal, o subordinado não pode notar a ilegalidade da ordem para ser beneficiado, e deve parecer se tratar de sua atuação lícita, embora a ordem fosse ilícita. Quando a ordem é manifestamente ilegal, o subordinado deve recusar-se a cumpri-la; se a ordem manifestamente ilegal for obedecida, o agente pratica crime. Em qualquer hipótese, o superior responde pelo crime como autor mediato dele.
Iter criminis:
c)Execução: consiste na execução do fato descrito no tipo penal; o agente começa a executar a conduta. São os atos de execução da conduta criminosa. De acordo com a quantidade de atos executórios, os crimes se subdividem em duas categorias:
–Unissubsistentes: o crime é praticado com um único ato executório que por si só gera a consumação do crime. São sempre crimes formais ou de mera conduta, quando a conduta foi realizada com um único ato de execução. Ex.: calúnia oral, corrupção passiva oral, violação de domicílio na modalidade permanecer etc.
–Plurissubsistentes: são os crimes praticados por vários atos de execução ou os que dependem de um resultado para a consumação. Os crimes formais e de mera conduta podem ser plurissubsistentes quando a conduta for realizada com uma pluralidade de atos de execução, a consumação somente ocorre quando todos os atos forem concluídos, por exemplo, a calúnia ou a difamação por escrito, a violação de domicílio com o arrombamento de uma janela etc. Todos os crimes materiais são plurissubsistentes, pois, além da conduta, dependem sempre do resultado para a consumação. Ex.: homicídio, aborto, furto, roubo, lesão corporal etc.
Tentativa:
É importante ressaltar que algumas infrações penais não admitem tentativa, são elas:
– Crimes Unissubsistentes – como a consumação ocorre com a prática de um único ato de execução, não é possível interrompê-lo, o que impede a configuração da tentativa.
– Crimes culposos e preterdolosos – a tentativa é uma característica exclusiva dos crimes dolosos, pois depende da vontade do agente que será frustrada pela circunstância alheia. Mostra-se absolutamente incompatível com o crime culposo e como os crimes qualificados por resultados culposos (preterdolosos).
– Crime omissivos próprios – como a omissão é o núcleo do tipo penal, a conduta do crime, não é possível tentá-la. Tentar uma omissão, significa fazer o que a lei determinou, portanto não há possibilidade de tentativa. Os crimes omissivos impróprios, conhecidos como comissivos por omissão (art. 13, § 2.o) admitem tentativa, pois apesar da omissão do garantidor, pode ser que uma circunstância alheia impeça o resultado.
– Crimes habituais – a doutrina majoritária entende que os crimes habituais, por exigirem a reiteração da conduta para sua configuração, não admitem a tentativa, pois a prática da conduta isolada é atípica.
– Crimes de atentado – são crimes que igualam a tentativa e a consumação, portanto a modalidade tentada está prevista diretamente no tipo penal e não depende da utilização do art. 14, II, para tipificação indireta. Por exemplo, o crime previsto no art. 352 do CP.
– Crime de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio – o crime está previsto no art. 122 do CP, que ao descrever a pena, vincula sua aplicação aos resultadosmorte ou lesão corporal grave. Assim, caso o induzimento, a instigação ou o auxílio ocorra, mas a vítima não sofra lesões graves ou morra, o fato é atípico.
– Contravenções penais – a Lei de Contravenções Penais, Dec. 3.688/1941 prevê no art. 4.o que as tentativas de contravenções não são punidas. Na verdade, trata-se de fato atípico.
O art. 15, CP, prevê duas hipóteses de tentativa abandonada voluntariamente pelo agente, nela o agente inicia a execução, não há a consumação, voluntariamente. Desistindo na cogitação ou na preparação, não se deve falar em desistência voluntária, pois esta exige o início da execução do crime.
Desistência voluntária: ocorre quando o agente desiste durante a execução da conduta, sem que nada o tenha impedido de continuar; ele decide voluntariamente parar os atos de execução que estava praticando. É possível em quaisquer crimes plurissubsistentes, sejam crimes materiais, formais ou de mera conduta.
Arrependimento eficaz: após o agente praticar toda a conduta, impede a ocorrência do resultado naturalístico, obstando a consumação do crime. O arrependimento eficaz é possível somente nos crimes materiais, pois estes dependem do resultado para a consumação. Por exemplo, após praticar todos os atos executórios de um homicídio, o agente se arrepende do que fez, leva a vítima até o hospital e salva sua vida. Ainda que seja possível impedir o resultado de crimes formais, minimizando suas consequências, a consumação não se altera, já que ocorreu antecipadamente com a conduta de execução. Por exemplo, em uma extorsão mediante sequestro, art. 159 do CP, se após realizar o sequestro da vítima, mas antes do recebimento do resgate, os agentes decidem libertá-la, pois se arrependeram, como o crime está consumado com o sequestro, crime formal de consumação antecipada, não há arrependimento eficaz.
A consequência penal da desistência voluntária ou do arrependimento eficaz é, segundo a doutrina majoritária, de exclusão da adequação típica indireta ou mediata da tentativa, ou seja, o agente não responde pela tentativa, devendo ser imputados somente os atos já praticados se constituírem crimes. Se após iniciada a execução de um homicídio, com disparos de arma de fogo na direção da vítima, o agente desiste de prosseguir, mas a vítima sofre lesões corporais de natureza leve, sua conduta deve ser tipificada no art. 129, caput, do CP, e não como tentativa de homicídio.
1.6.4Arrependimento posterior
O tema é estudado no iter criminis por questões meramente didáticas e para diferenciar do arrependimento eficaz, pois está muito mais relacionado com a teoria da pena do que com a teoria do crime, já que trata de uma causa de diminuição de pena e não de uma excludente do crime. O arrependimento posterior se caracteriza pela atuação voluntária do agente que pretende reparar o dano que causou à vítima em decorrência da prática do crime. Portanto, o arrependimento posterior ocorre após a consumação do crime, marcando sua diferença diante do arrependimento eficaz que impede a consumação, enquanto o posterior repara o dano pós-consumação.
Requisitos legais (art. 16 do CP):
a)crimes sem violência ou grave ameaça à pessoa – se o crime tem como meio de execução o uso da violência ou da grave ameaça à pessoa, a reparação do dano não configura arrependimento posterior, mas sim atenuante da pena prevista no art. 65, III, b, do CP;
b)reparação do dano ou restituição da coisa – a finalidade do arrependimento posterior é estimular, por meio da diminuição da pena, que o agente indenize a vítima; a doutrina defende que a reparação deve ser integral, mas a jurisprudência tem admitido o arrependimento quando a diminuição for parcial, sendo inclusive um dos critérios para estabelecer a quantidade de diminuição da pena (STF, HC 94685, Inf. 608);
c)até o recebimento da denúncia ou da queixa – requisito temporal, limita o arrependimento posterior no tempo, fazendo com que o agente indenize mais rapidamente a vítima;
d)voluntariamente – o arrependimento deve ser voluntário, não precisa ser espontâneo, a ideia de se arrepender pode vir de um terceiro, mas o agente não pode ser obrigado.
Obs. 1: Nos crimes contra a ordem tributária há exceção à regra de arrependimento posterior como diminuição de pena. A Lei 10.684/2003 (art. 9.º, § 2.º) diz que o pagamento do tributo sonegado acarreta a extinção da punibilidade dos crimes previstos nos arts. 168-A, 337-A e 334, parte final, do CP e nos arts. 1.º e 2.º da Lei 8.137/1990, enquanto a Lei 9.430/1996, no art. 83, §§ 2.º e 3.º, define as consequências específicas do parcelamento e respectiva quitação como extinção da punibilidade.
Obs. 2: No crime de estelionato praticado com emissão de cheque sem fundo (art. 171, § 2.º, VI, CP). A Súmula 554, STF, diz que nesse tipo de crime o pagamento do cheque sem fundo, depois do recebimento da denúncia, não impede o prosseguimento da ação penal. A contrario sensu, se o pagamento for feito antes do recebimento da denúncia, extingue-se a punibilidade, pois impede o exercício do direito de ação penal.
Crime impossível
A legislação penal brasileira adotou para o crime impossível a teoria objetiva temperada, conforme previsto pelo art. 17, CP. Trata-se de uma tentativa inidônea, ou seja, um crime que jamais chegaria à consumação em razão de ineficácia absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto. É excludente de tipicidade indireta ou mediata da tentativa, tornando o fato atípico.
Ineficácia absoluta do meio: o meio utilizado da forma como foi no caso concreto jamais levaria à consumação do crime. Ex.: uma arma de brinquedo para matar alguém por meio de disparos, uma máquina de Xerox para falsificar dinheiro; o açúcar confundido com o veneno no homicídio etc.
Impropriedade absoluta do objeto: o objeto é a coisa ou pessoa sobre a qual recai a prática do crime, nele está localizado o bem jurídico tutelado pelo tipo penal. O objeto se torna absolutamente impróprio quando nele não há o bem jurídico tutelado. Ex.: matar o morto; o menor já corrompido na corrupção de menores; estuprar alguém que está morto; subtrair a coisa sem dono, achando que tem dono etc.
Obra do agente provocador: o agente provoca a conduta criminosa em outra pessoa, tomando todos os cuidados para tornar impossível a consumação. Ex.: flagrante provocado. Súmula 145, STF: não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia, torna impossível a consumação.
Obs.: mecanismos de segurança não tornam impossível a consumação do crime, e os tribunais entendem que a tentativa é punível. P. ex.: câmeras de monitoramento, alarmes eletrônicos e outros meios de segurança utilizados em estabelecimentos comerciais, conforme decisão do STJ no REsp 1.385.621-MG, publicada no Informativo 563, com efeito de recurso repetitivo.
Teoria do erro:
Erro de tipo essencial
Previsto pelo art. 20, caput, do CP, incide na conduta, elemento da tipicidade. Ocorre quando o agente erra sobre elemento constitutivo do tipo penal. O erro de tipo se caracteriza por ausência do elemento cognitivo do dolo, ou seja, o agente representa mal a realidade e não sabe a conduta real que está realizando. Não tem conhecimento de que a conduta que está executando é aquela, acredita estar fazendo outra coisa qualquer. Por exemplo, alguém que subtrai a coisa alheia, acreditando que leva o próprio bem, está em erro de tipo no elemento coisa alheia do crime de furto; ou o agente que mata uma pessoa, acreditando se tratar de um animal, erra quanto ao elemento alguém do tipo penal do homicídio. O erro de tipo afasta sempre o dolo, pois não é possível querer ou assumir o risco sem a consciência real da conduta. Tratando-se de erro inevitável, o fato se torna atípico, pois não há dolo ou culpa. No entanto, se o erro deriva de descuido, de culpa, o erro é evitável e o agente, embora não tenha dolo, pode responder culposamente, se existir previsão do tipo penal culposo na legislação. Por exemplo, o agente causa a morte de uma pessoa, pois agindo precipitadamente a confundiu com um animal, nãohouve dolo de matar alguém, mas o erro derivou de culpa, devendo o agente responder por homicídio culposo.
1.7.2Erro de proibição
Previsto no art. 21 do CP, incide na potencial consciência da ilicitude, elemento da culpabilidade. Ocorre quando o agente pratica o fato sem ter consciência da ilicitude, ou seja, o agente sabe o que está fazendo, conhece sua conduta, quer realizá-la, mas não tem consciência de que esta conduta é proibida penalmente. O erro de proibição pode ser inevitável; quando o agente não tem nem podia ter consciência da ilicitude do ato, haverá isenção de pena; ou evitável quando o agente atua sem a consciência da ilicitude, mas podia ter ou atingir essa consciência, quando haverá apenas diminuição de pena. O erro de proibição pode ocorrer de três formas:
a)Erro de proibição direto – o agente desconhece a proibição do fato; ele acredita que o fato não está proibido pela legislação penal brasileira, por isso o pratica pensando que age licitamente. Por exemplo, o agente que se apropria de uma coisa alheia que foi perdida por alguém, acreditando na expressão popular achado não é roubado, o que lhe faz crer ser lícita essa apropriação.
b)Erro de proibição indireto – ocorre quando o agente pratica o fato que sabe ser proibido, mas acredita por erro estar acobertado por uma excludente do crime. O agente erra quanto à existência ou quanto à abrangência de uma descriminante, trata-se de um erro jurídico do agente. P. ex.: O marido que acredita na existência de um direito, inerente ao casamento, de violar a correspondência da mulher, errando quanto à existência dessa regra permissiva que não existe. O pai que erra quanto à abrangência do direito de correção e continua castigando seus filhos mesmo após a maioridade civil completa, pois, como estes filhos continuam residindo em sua casa enquanto estudam, ele acredita que ainda pode corrigi-los.
c)Erro de proibição mandamental – o omitente erra quanto ao alcance do mandamento da norma proibitiva de crimes omissivos próprios ou impróprios. P. ex.: o omitente que deixa de prestar socorro a uma criança perdida dos pais, pois acredita que, por estarem em um shopping, não teria tal obrigação.
1.7.3Descriminantes putativas
O Código Penal brasileiro, na reforma da parte geral realizada por meio da Lei 7.209/1984, adotou a Teoria Limitada da Culpabilidade para as descriminantes putativas. Segundo essa teoria, as descriminantes putativas podem ocorrer por erro de tipo permissivo, derivado de circunstâncias fáticas, ou por erro de proibição indireto, incidindo na abrangência ou existência de descriminantes, erro sobre circunstâncias jurídicas.
	Erro de Tipo
	Erro de Proibição
	Descriminantes Putativas
	Art. 20, CP.
	Art. 21, CP.
Direto, Indireto e Mandamental.
	Art. 20, § 1.º, CP
Erro de Tipo Permissivo
	Incide na tipicidade formal, excluindo-a. Atua no tipo subjetivo, excluindo o dolo.
	Incide na culpabilidade. Atua na potencial consciência da ilicitude.
	O Brasil adotou a teoria limitada da culpabilidade; assim, as descriminantes putativas podem ocorrer por erro de tipo permissivo ou de proibição indireto.
	Pode ser:
–Inevitável: não há dolo, nem culpa. Exclui os dois.
–Evitável: não há dolo, mas há culpa, pois deriva de um descuido.
	Pode ser:
–Inevitável: isento de pena. Não tinha consciência da ilicitude, nem podia ter.
–Evitável: diminui a pena em 1/6 a 1/3. Ele pratica o fato sem saber que é crime, mas podia saber.
	Pode ser:
–Inevitável: será isento de pena.
–Evitável: responde por culpa se o crime culposo estiver previsto na lei. Essa culpa é chamada culpa imprópria, pois é um benefício dado pela lei ao agente que agiu dolosamente.
Erros acidentais
Dividem-se em:
a)Erro quanto ao objeto: nos crimes que têm a coisa como objeto material. O agente quer atingir uma coisa e atinge outra, desde que a coisa atingida tenha as características necessárias para o crime, nada muda, responde pelo ilícito que praticou. Ex.: em vez de furtar um aparelho de DVD, por erro furta um Blu-Ray. Não faz diferença para o direito penal, o crime é o mesmo.
b)Erro quanto à pessoa: art. 20, § 3.º, CP. Ocorre nos crimes que tem a pessoa como objeto material. Ex.: estupro, homicídio, crimes contra a honra. O agente visava praticar o crime contra uma pessoa e, por confundir uma pessoa com outra, pratica contra uma pessoa diferente da pretendida. O erro está na escolha da pessoa. Não isenta de pena, nem se levam em consideração as características da vítima, mas da pessoa que ele queria atingir; ele responde como se tivesse praticado o crime contra quem ele queria. P. ex.: A mulher que tenta matar o filho no estado puerperal, mas mata outra criança por erro; quanto à pessoa, responde por infanticídio, como se tivesse matado o próprio filho.
c)Erro na execução (aberratio ictus): art. 73, CP. É um erro ou acidente no uso dos meios de execução. O agente queria praticar o crime contra determinada pessoa, mas, por erro ou acidente no uso do meio de execução, acabou atingindo pessoa diferente. A consequência é a mesma no erro quanto à pessoa, ou seja, responde como se tivesse praticado contra quem ele queria. Se atingir a pessoa que queria e também outra pessoa, ele responde pelos dois crimes (um por dolo e o outro por culpa), em concurso formal próprio do art. 70, primeira parte, do Código Penal.
d)Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis): art. 74, CP. Por erro ou acidente no uso dos meios de execução o agente queria atingir a coisa, mas atinge a pessoa. Assim, o agente responde pelo resultado diverso por culpa. P. ex.: O agente, com o dolo de dano à coisa, atira uma pedra na direção dela, mas acaba por erro atingindo uma pessoa que passava pelo local, causando uma lesão corporal, respondendo por lesão corporal culposa. Caso atinja também o resultado que pretendia, responde pelos dois crimes em concurso formal próprio no art. 70 do CP.
e)Erro irrelevante na causalidade do crime (aberratio causae): A doutrina brasileira trata de duas situações:
–O agente pratica uma conduta visando causar um resultado, mas causa esse resultado de outra forma, e não como planejou. Ex.: o agente tenta matar a vítima jogando-a em um rio, por ela não saber nadar, mas a vítima não morre afogada, e sim porque bateu a cabeça em uma pedra localizada no fundo do rio. O agente responde pelo crime consumado sem importar o motivo do resultado.
–O agente pratica uma conduta dolosa, e por erro ele acredita que já causou o resultado. Então ele pratica uma nova conduta, já sem o mesmo dolo, e esta sim é que causa o resultado. Pela teoria do DOLO GERAL, deve responder pelo crime consumado como se tivesse causado o resultado no primeiro momento, ou seja, aplicam-se as qualificadoras, causas de aumento etc., relativas à primeira conduta. P. ex.: o agente, com o dolo de matar, atira na vítima e acha que ela está morta, então ele atira o “cadáver” (pois acha que está morto) em um rio para ocultá-lo. Posteriormente a perícia comprova que a vítima morreu afogada, e não em razão dos disparos feitos pelo agente. Nesse caso, o agente responde pelo dolo geral como se tivesse matado com a primeira conduta.
Concurso de pessoas
Crimes Unissubjetivos (monossubjetivos): podem ser praticados por um agente sozinho; estes crimes não exigem pluralidade de pessoas, há um único sujeito ativo, ou seja, o crime pode ser praticado por uma pessoa sozinha. Na hipótese de duas ou mais pessoas decidirem voluntariamente unir-se na prática delituosa, torna-se necessário especificar as consequências dessa união, as suas características e suas consequências penais. Surge o chamado concurso de pessoas voluntário, que é o tema a ser estudado neste capítulo.
Teoria monista do concurso de pessoas
O Código Penal brasileiro, ao tratar do concurso de pessoas, adotou a teoria unitária, também chamada de teoria monista, do concurso de pessoas. O art. 29, CP, dispõe que quem de qualquer modo concorre para o crime, incide nas penas a ele cominadas na medida de sua culpabilidade. De acordo comessa teoria, todos respondem pelo mesmo crime, independentemente do nível de participação, mas a pena será diferente para cada um dos agentes, respeitado o princípio constitucional da individualização das penas. A pena será individualizada em virtude de sua conduta. Além da teoria monista, adotada como regra geral, é possível encontrar na legislação brasileira hipóteses de adoção das teorias dualista e pluralista do concurso de pessoas:
a)Teoria dualista – de acordo com a participação de cada agente, serão divididos em dois crimes. Foi adotada em alguns tipos penais, e são exceções a teoria monista: no crime de aborto, a mãe no art. 124, CP, quanto a terceiro que fez nela o aborto, no art. 126, CP; corrupção ativa (art. 333, CP) e passiva (art. 317, CP); facilitação no art. 318, descaminho (art. 334) e contrabando (art. 334-A); entre outros.
b)Teoria pluralista – há previsão de vários crimes de acordo com a conduta de cada agente. Foi adotada no Brasil na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) que pune o tráfico no art. 33, quem fornece o maquinário para a produção de drogas no art. 34, o financiamento do tráfico no art. 36, a prestação de informação que favoreça o tráfico no art. 37, quando na verdade todas essas condutas concorrem para o tráfico de drogas e, de acordo com a teoria monista, deveriam todos responder pelo mesmo crime; trata-se evidentemente de exceção pluralista à teoria monista.
Requisitos do concurso de pessoas
São requisitos para a caracterização do concurso de pessoas:
a)Pluralidade de pessoas e cada uma com uma conduta: É necessário que cada pessoa envolvida no concurso de pessoas tenha praticado uma conduta.
b)Relevância causal: Cada conduta de cada pessoa deve ter relevância causal com o crime que foi praticado, ou seja, deve concorrer para a ocorrência do crime.
c)Liame ou vínculo subjetivo entre os agentes: Os agentes estão unidos no dolo ou na culpa para praticar o crime; há convergência de vontade entre os agentes. O liame subjetivo é bilateral, eles estão juntos para praticar o crime, embora não seja necessário que exista entre os agentes um acordo prévio de vontades. O liame pode surgir até o momento da consumação, mesmo que já iniciada a execução do crime. Não havendo liame subjetivo, não há concurso de pessoas, surgindo a situação denominada autoria colateral, quando duas ou mais pessoas, sem concurso de pessoas, decidem coincidentemente praticar o mesmo crime ao mesmo tempo e no mesmo local.
d)Unidade de infração penal: Também chamada de identidade infracional, todos os agentes se uniram para praticar o mesmo crime; isto significa que todos devem ter pleno conhecimento dos elementos presentes ao caso concreto. Não havendo essa convergência, não há concurso, devendo cada um responder pelo seu crime, pelo seu dolo. P. ex.: Se um particular decide auxiliar um funcionário público em um peculato-subtração (art. 312, § 1.º), é necessário que o particular saiba que o funcionário é funcionário, do contrário não teria o dolo de peculato, e sim de furto. Faltando a identidade de infração penal entre os dois, desaparece o concurso, devendo o funcionário responder por peculato e o particular, por furto.
Teorias acerca da punibilidade da participação
Tema muito discutido é a punibilidade da participação. O partícipe é alguém que responderá por um crime sem ter praticado qualquer conduta descrita no tipo penal. A participação pode ser moral, nos casos de induzimento ou instigação, e pode ser material, o auxílio. O art. 31 do CP dispõe que a participação somente será punível quando o crime chega ao menos a ser tentado; portanto, se o partícipe pratica sua conduta de participação, mas o autor desiste do crime antes de iniciá-lo, não há sequer tentativa, nada poderá ser configurado para o partícipe. Além desse aspecto legal, existem algumas teorias acerca da punibilidade do partícipe de acordo com a natureza da conduta do autor:
a)Acessoriedade mínima: basta que o fato do autor seja típico para poder punir o partícipe. O partícipe que induziu alguém a matar pode responder pelo homicídio, ainda que na hora da morte tenha ocorrido uma legítima defesa.
b)Acessoriedade limitada: o fato do autor deve ser típico e antijurídico para punir o partícipe, e não precisa ser culpável. É possível responder como partícipe de um roubo praticado por autor menor de 18 anos, ou seja, o menor será responsabilizado de acordo com o ECA, não praticou crime, mas o partícipe sim.
c)Acessoriedade máxima: o partícipe somente pode ser punido quando o autor praticou um crime, ou seja, um fato típico, antijurídico e culpável.
d)Hiperacessoriedade – inclui a punibilidade do autor, fato típico, antijurídico, culpável e punível para poder punir o partícipe.
	Objetivas
	Estão ligadas ao fato criminoso: o horário, o meio empregado, a forma como se procedeu etc.
	Comunicam-se desde que todos tenham consciência delas.
As circunstâncias de natureza objetiva se conhecidas se comunicam. P. ex.: dois amigos, “A” e “B”, combinam a prática de um furto; “A” é responsável por ensinar o outro a abrir a porta, “B” realizará a subtração sozinho. Caso “B” decida que a subtração ocorrerá durante o repouso noturno, essa causa de aumento de pena (art. 155,§ 1.º) será aplicada aos dois, se “A” souber disso; do contrário, somente “B” responderá com o aumento. Por outro lado, as circunstâncias subjetivas não se comunicam, por isso, se “A” auxilia “B” a matar o seu próprio pai, a agravante do ascendente se aplica somente a quem era filho, não se estendendo ao outro. A teoria monista é respeitada, ambos respondem por um único homicídio, mas somente o filho tem a agravante da pena. O art. 30 do CP prevê uma exceção a essa regra da incomunicabilidade, as condições subjetivas ou de caráter pessoal se comunicam quando forem elementares do crime, tudo em nome da teoria monista. P. ex.: “A”, mãe, influenciada pelo estado puerperal, decide matar seu próprio filho logo após o parto. Para tanto, conta com a ajuda de “B”, seu marido apaixonado. Nessa situação, se as condições pessoais de ser mãe e influência do estado puerperalnão se comunicassem a teoria monista estaria rompida, devendo cada um responder por um crime diferente, para evitar tal rompimento se permitiu a comunicabilidade e ambos respondem pelo infanticídio.
1.9 TEORIA DA PENA
1.9.1Princípios constitucionais
Pessoalidade ou intranscendência: o art. 5.º, XLV, da CR/1988 dispõe que NENHUMA pena passará da pessoa do condenado. A morte é causa extintiva da punibilidade, acabando com qualquer pena, que jamais poderá ser executada dos sucessores do condenado. Este mesmo princípio fundamenta o pagamento, à família do condenado preso, do auxílio-reclusão pela previdência social, a fim de minimizar os danos da situação penal do condenado para a sua família.
Individualização da pena: art. 5.º, XLVI e XLVIII, CF. A pena é aplicada individualmente a cada agente. O primeiro momento de individualização da pena é o legislativo, quando o legislador prevê circunstâncias penais como causas de aumento ou diminuição, atenuantes ou agravantes, qualificadoras ou privilégios, de natureza pessoal. O momento é judicial (segundo momento), quando o juiz, ao aplicar a pena, considera características individuais como antecedentes, personalidade, conduta social, entre outros. Por último, a fase de execução da pena (terceiro momento), quando também será individualizada por meio de benefícios e sanções individuais, como a progressão ou regressão de regime, o livramento condicional, o indulto, a comutação, benefícios de ordem pessoal. Além da individualização mediante os elementos citados, a pena será cumprida em estabelecimentos adequados de acordo com o delito, com a idade do apenado e com o sexo.
Humanidade das penas: o art. 5.º, XLVII, da CR/1988 proíbe penas desumanas, veda as penas de morte (salvo em caso de guerra), prisão perpétua, cruéis, trabalho forçado, banimento e as penas cruéis.
A colocação em regime mais rigoroso do que o admitido, de acordo com a pena ou a primariedade, dependede fundamentação concreta nos elementos do art. 59, III, do CP, e não é outro o entendimento do STF e do STJ nos seguintes enunciados: Súmula 718, STF: a opinião do juiz sobre a gravidade do crime não serve como fundamentação para iniciar o regime mais gravoso quando se tem essa opção; Súmula 719, STF: a motivação pela opção de regime mais gravoso deve ser idônea, ou seja, com base no art. 59, III, CP; Súmula 440, STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
Obs.: A Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/1990) determina que os crimes hediondos e os equiparados (tráfico, tortura e terrorismo), no art. 2.º, § 1.º, têm regime inicialobrigatoriamente fechado. O STF decidiu que o regime inicial fechado obrigatório é inconstitucional por ferir a individualização da pena; assim, qualquer regra que obrigue o regime inicial fechado, como as citadas, deve ser afastada e aplicada a regra geral exposta acima (STF, HC 111840, Inf. 672).
Progressão de regime: o condenado que cumpre pena privativa de liberdade tem o direito à progressão de regime, e prevê o art. 33, § 2.º, do CP que a pena será cumprida em regime progressivo conforme o mérito do condenado. O art. 112, LEP (Lei 7.210/1984), traz como regra geral que o condenado deve ter cumprido 1/6 da pena no regime anterior e ter bom comportamento carcerário para obter a progressão de regime. Embora a legislação não preveja mais o exame criminológico como requisito da progressão, a jurisprudência tem admitido sua execução desde que o juiz fundamente sua necessidade, conforme entendimento do STJ no Enunciado 439 da Súmula e do STF na Súmula Vinculante 26. Nos crimes contra a administração pública é necessário, além dos requisitos acima, que o condenado tenha reparado o dano causado à administração, conforme disposto no art. 33, § 4.º, do CP. Vale ressaltar que a progressão de regime deve observar a sucessão dos regimes, não se admitindo que o condenado que está no regime fechado progrida diretamente para o aberto, a chamada progressão em saltos, conforme entendimento sumulado do STJ no Enunciado 491. Relevante ressaltar que a prática de falta disciplinar de natureza grave durante a contagem de prazo para a progressão acarreta a interrupção do prazo, que deverá recomeçar do zero, esse é o entendimento do STJ na Súmula 534.
Obs.: Tratando-se de crimes hediondos ou equiparados, o art. 2.º, § 2.º, Lei 8.072/1990 dispõe que a progressão depende do cumprimento de 2/5 da pena se for réu primário e 3/5 se reincidente, além de ter bom comportamento carcerário. A fração de 3/5 para reincidentes é exigida de qualquer reincidente, mesmo que o primeiro crime não tenha sido hediondo, ou seja, trata-se de reincidência genérica e não específica, como defende parte da doutrina, esse é o entendimento que o STJ vem adotando, conforme decisão publicada no Informativo 563. Essas frações de 2/5 e 3/5 para os crimes hediondos só se aplicam aos crimes praticados depois da entrada em vigor da Lei 11.464/2007, que inseriu essas frações específicas na lei dos crimes hediondos; para os crimes anteriores à Lei 11.464/2007, aplica-se a Lei de Execução Penal com a fração de 1/6 da pena. Esse é o entendimento do STF na Súmula Vinculante 26 e do STJ na Súmula 471.
Regressão de regime: a Lei de Execução Penal no art. 118 prevê a regressão de regime de cumprimento de pena. Diferente da progressão, a regressão pode ser direta de um mais leve para o mais rigoroso, e o condenado pode regredir do aberto diretamente para o fechado. A regressão ocorre quando o condenado praticar falta disciplinar de natureza grave (art. 50, LEP) ou quando praticar um crime doloso; nessas duas hipóteses a regressão depende da oitiva do condenado, mas não é necessário aguardar sentença condenatória transitada em julgado pelo novo crime ou decisão sancionatória definitiva da falta disciplinar. A doutrina discute se é necessário que o preso seja condenado definitivamente pelo novo crime para a decretação da regressão, em homenagem ao princípio da presunção de inocência. Entretanto, o STJ entende não ser necessária a condenação definitiva, conforme se verifica na Súmula 526, que dispõe que o reconhecimento de falta grave decorrente do cometimento de fato definido como crime doloso no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal condenatória no processo penal instaurado para apuração do fato.
Por outro lado, no que tange à falta grave o STJ, por meio da Súmula 533, fixou entendimento de que, para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor público nomeado.
Também há regressão quando o condenado sofre uma nova condenação e, somando as penas, atual e a nova, o total impede que continue no regime em que está; conforme o art. 111 da LEP e art. 33, § 2.º, do CP, tem que voltar para o regime mais grave. P. ex.: o condenado está cumprindo pena no regime aberto, faltam dois anos de pena para cumprir, sofre uma nova condenação a sete anos no semiaberto; somando os sete anos da nova condenação com os dois da anterior, tem-se um total de nove anos, o que impõe o regime fechado, conforme o art. 33, § 2.º, a, ocorre a regressão para o fechado.
No regime aberto também há regressão se o condenado frustrar os fins da pena ou não pagar a pena de multa quando solvente. P. ex.: O condenado que está no regime aberto e não retorna à noite para casa do albergado ou abandona o trabalho está descumprindo as regras do regime e pode sofrer regressão.
Remição: prevista nos arts. 126 a 128 da Lei 7.210/1984 (Lei de Execução Penal – LEP). Consiste na possibilidade de cumprimento antecipado da pena por meio do trabalho ou do estudo. Nos regimes fechado e semiaberto, ocorre a remição da pena pelo trabalho, dentro ou fora do estabelecimento prisional, conforme Súmula 562 do STJ; e pelo estudo formal, há diminuição de um dia de pena a cada três dias de trabalho e de um dia de pena a cada doze horas de estudo distribuídas em três dias. O art. 126, § 6.º, prevê a remição da pena no regime aberto e do período de prova nas situações de liberdade condicional pelo estudo, na mesma fração acima, mas o trabalho não acarreta remição nessas situações. As atividades de estudo que acarretam a remição são atividades formais no ensino fundamental, médio (inclui o profissionalizante) e superior, bem como as atividades de requalificação profissional, sempre certificadas pelas autoridades competentes e órgãos de classe. O período de remição será computado como pena cumprida para conceder todos os benefícios que utilizam o tempo de pena cumprida como requisito. Caso o condenado sofra acidente que o impeça de trabalhar ou estudar, ele continua computando tempo de remição. A prática de falta disciplinar de natureza grave (art. 50, LEP) acarreta a perda de até um terço do período de remição. Até a Lei 12.433/2011 o art. 127 da LEP previa a perda integral dos dias remidos quando da prática de falta grave, e esta regra era criticada pela doutrina, mas o STF, mediante a Súmula Vinculante 09, entendeu que o art. 127 da LEP fora recepcionado pela CR/1988. Atualmente, não há mais a perda integral e a Súmula não se aplica mais, devendo a nova regra retroagir aos fatos anteriores por ser mais benéfica, acarretando a perda de no máximo 1/3 do período remido, com base no critério previsto no art. 57 da LEP, que determina que sejam levados em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
Detração penal: prevista no art. 42, CP, é a possibilidade de diminuir da pena da condenação ou da medida de segurança o tempo de prisão provisória no Brasil, ou no estrangeiro de prisão administrativa ou de internação provisória.P. ex.: o agente ficou preso provisoriamente por oito meses durante o processo, e ao final foi condenado a cinco anos, o tempo de prisão cautelar deve ser descontado da pena da condenação.
Regime disciplinar diferenciado – RDD: consiste em tratamento penal ainda mais rigoroso que o regime fechado, e as hipóteses de aplicação são: a) a prática de crime doloso pelo preso condenado ou provisório, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas; b) quando presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade; c) quando recaírem sobre o preso provisório ou o condenado fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações ou associações criminosas. Suas principais características são: a) duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; b) recolhimento em cela individual; c) visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; d) o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.
Restritivas de direito
 previstas no art. 43, CP, e o rol é taxativo
Requisitos para a substituição: as penas restritivas de direito são penas substitutivas: substituem as penas privativas de liberdade (art. 44, CP). Em regra, o legislador não prevê penas restritivas de direitos nos preceitos secundários dos crimes, são previstas penas privativas de liberdade e, às vezes, multas. Portanto, as condenações penais devem aplicar as penas cominadas no tipo penal, invariavelmente penas privativas de liberdade, e, após a aplicação, verificar se é caso de substituição por penas restritivas de direitos, quando preenchidos os requisitos do art. 44 do Código Penal. Requisitos previstos no art. 44, CP:
a)se o crime for doloso: a pena da condenação deve ser até 4 anos (pena ≤ 4 anos) e o crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa (requisito discutível quando se tratar de crimes de menor potencial ofensivo);
b)se o crime for culposo: não importam a pena nem se houve violência ou grave ameaça;
c)o réu não pode ser reincidente em crime doloso, mas o § 3.º do próprio art. 44 dispõe que, mesmo sendo reincidente, se a substituição for socialmente recomendável, esta pode ser realizada, salvo se for reincidente no mesmo crime doloso (reincidência específica), quando não pode ocorrer a substituição;
d)elementos subjetivos ligados ao agente devem ser levados em conta; o juiz deve verificar se a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias, indicam que essa substituição é suficiente. Esse é o único requisito que pode impedir a substituição da pena em crimes culposos, os demais não se aplicam a eles.
DOSIMETRIA
Todos os elementos utilizados para tipificar o fato não podem ser usados novamente na dosimetria. Se a qualificadora já foi adotada na tipificação, levando a penas maiores em abstrato, não pode aplicar na dosimetria, pois caracteriza bis in idem. Ex.: para o crime de homicídio a pena é de 6 a 20 anos, mas, se for qualificado, a pena é de 12 a 30 anos, então essa qualificadora não pode ser usada na 2.ª fase da dosimetria da pena, pois já é elemento do crime.
CONCURSO DE CRIMES:
Concurso formal: previsto do art. 70 do CP, ocorre quando o agente mediante uma única ação ou omissão, ou seja, mediante conduta única, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneos) ou não (heterogêneos).
Concurso formal: previsto do art. 70 do CP, ocorre quando o agente mediante uma única ação ou omissão, ou seja, mediante conduta única, pratica dois ou mais crimes, idênticos (homogêneos) ou não (heterogêneos). 
Crime continuado: o art. 71 do CP dispõe que, quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, idêntico ao concurso material, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, ocorre o crime continuado. Assim, não há como confundir o crime continuado com o concurso formal. Enquanto o concurso material e o crime continuado têm várias condutas acarretando vários crimes, o concurso formal, próprio ou impróprio, tem apenas uma conduta causando os vários crimes.
 art. 71, parágrafo único, do CP prevê o denominado crime continuado qualificado. Quando os crimes forem todos dolosos, praticados contra vítimas diversas, por meio de atos de violência ou grave ameaça, e os elementos subjetivos indicarem a necessidade de uma exasperação maior, o juiz poderá aplicar somente uma das penas, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, elevada de até três vezes. Extinção da punibilidade no concurso de crimes: art. 119, CP. A extinção da punibilidade incide sobre a pena de cada um isoladamente (em qualquer modalidade de concurso). Cada crime segue sua regra de extinção de punibilidade própria. Por exemplo, a prescrição, independentemente do concurso dos crimes, deve ser contada em separado para cada crime.
SURSI PENAL
O art. 77 do CP faz a previsão de três hipóteses de sursis: o sursis simples, o sursis etário, aplicável aos maiores de 70 anos, e o sursis humanitário, quando por razões de saúde a suspensão for indicada. Os requisitos para a concessão podem ser divididos em objetivos e subjetivos. Os requisitos objetivos são relacionados à quantidade de pena da condenação. No sursis simples, a pena não pode ser superior a dois anos, enquanto no sursis etário e no humanitário não pode ser superior a quatro anos.
Os requisitos para a concessão são:
a)art. 77, I, do Código Penal apresenta o requisito de não ser reincidente em crime doloso, e a condenação anterior por contravenções penais ou por crimes culposos não impede a concessão da suspensão. O art. 77, § 1.º, do CP dispõe que a condenação anterior à pena de multa não impede a concessão, apresentando exceção à regra do inciso, mesmo sendo reincidente doloso; se no crime anterior à condenação foi exclusivamente a pena de multa, a suspensão pode ser concedida;
b)art. 77, II, do CP determina a avaliação da culpabilidade, dos antecedentes, da conduta social e da personalidade do agente, bem como os motivos, circunstâncias. Portanto, requisitos puramente individuais serão analisados a fim de verificar a suficiência da suspensão;
c)art. 77, III, do CP – É requisito para a suspensão a impossibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de direito. Primeiro é necessário verificar a possibilidade de aplicar penas restritivas de direito; não sendo cabível, verificar se os requisitos para o sursis estão presentes.
O período de prova da suspensão será de 2 a 4 anos no sursis simples, e de 4 a 6 anos nos sursis etário e humanitário
Revogação obrigatória do sursis: o art. 81 do CP trata das causas de revogação obrigatória e facultativa. A revogação será obrigatória quando:
a)for condenado por sentença irrecorrível por crime doloso
b)frustra, sendo solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
c)descumpre as condições do § 1.º do art. 78 do CP,
A revogação facultativa do sursis: está prevista no art. 81, § 1.º, do CP, que prevê:
–se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta: são as demais condições adicionais impostas pelo juiz na sentença;
–é condenado irrecorrivelmente por crime culposo e por contravenção penal, a pena privativa de liberdade ou restritiva e direitos.
9Livramento condicional
O livramento condicional consiste na possibilidade de retorno à liberdade antes do encerramento da pena privativa de liberdade imposta, concedido de acordo com o tempo de pena cumprido e os méritos do condenado. Os requisitos para a concessão o livramento condicional estão previstos no art. 83 do CP, que dispõe que na condenação à pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos,poderá ser concedido quando:
a)cumprida mais de um terço da pena, se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes – a reincidência em crimes culposos e contravenções penais não impedem a concessão com um terço da pena cumprida;
b)cumprida mais da metade, se o condenado for reincidente doloso – esse requisito é destinado somente aos condenados reincidentes, não se aplicando aos condenados primários de maus antecedentes; estes deverão cumprir um quantitativo intermediário entre os dois percentuais – um terço e metade –, e, no caso de reincidência dolosa, afasta-se a fração anterior e é exigido o cumprimento de no mínimo metade da pena;
c)comprovado o comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto – o comportamento, o desempenho no cumprimento do trabalho e dos outros deveres inerentes à execução da pena serão atestados pelas autoridades penitenciárias. Quanto à aptidão para prover a subsistência, a exigência é de que seja honesta, não há exigência de promessa de emprego ou trabalho, basta aptidão do condenado;
d)tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração – não pode ser beneficiado pelo livramento condicional quem, podendo, não repara o dano que causou à vítima. Não consiste em prisão por dívidas de valor, e sim condição para concessão de um benefício penal, não há qualquer inconstitucionalidade na exigência;
e)cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza – acrescido ao CP pela Lei 8.072/1990 – Lei de Crimes Hediondos –, trouxe exigência de cumprimento de fração maior de pena para os condenados pelos crimes mais graves, proibindo a concessão em caso de reincidência específica, entendida como reincidência em qualquer dos crimes hediondos ou equiparados;
f)nos crimes praticados com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento fica subordinada à constatação de que o agente não voltará a delinquir, conforme dispõe o parágrafo único do art. 83.
Condições do livramento condicional: as condições a que fica submetido o condenado durante o livramento serão especificadas na decisão de concessão. A LEP, em seu art. 132, § 1.º, estabelece as condições obrigatórias: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da Execução, sem prévia autorização deste.
No § 2.º do art. 132 estão as condições facultativas: a) não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não frequentar determinados lugares.
Revogação do livramento condicional: será revogado, conforme dispõe o art. 86 do CP, obrigatoriamente quando for condenado, irrecorrivelmente, à pena privativa de liberdade, por crime praticado após iniciado o livramento ou por crime anterior ao benefício, quando o somatório da pena nova com o restante da pena anterior tornar a liberdade impossível. A revogação será facultativa quando o condenado deixar de cumprir as condições impostas ou quando for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, à pena que não seja privativa de liberdade, conforme o art. 87 do CP.
Quando o livramento condicional for revogado, nas hipóteses de revogação obrigatória ou facultativa, pela condenação por crime anterior, a nova pena privativa de liberdade será somada com a pena anterior, sendo admitido novo livramento com o total da pena. 
Extinção da punibilidade
A punibilidade pode ser traduzida na pretensão de exercer ou executar o direito de punir concedido em abstrato ao Estado. O Estado é titular único do ius puniendi (direito de punir), e com a prática do crime surge a possibilidade de concretizar esse direito de punir. No entanto, essa possibilidade está limitada por circunstâncias que podem afastá-la, restringindo assim a pretensão punitiva estatal. Entre essas hipóteses estão as condições objetivas de punibilidade, circunstâncias posteriores ao crime que autorizam o exercício do direito de punir do estado; e as causas extintivas da punibilidade, circunstâncias posteriores ao crime que fulminam o direito de punir. Pode-se dizer que as primeiras acarretam seu nascimento, enquanto as segundas, sua morte.
São causas extintivas da punibilidade, previstas no art. 107 do CP:
a)Morte: segundo o princípio da pessoalidade penal, a pena não ultrapassa a pessoa do condenado, assim a morte extingue a punibilidade, impedindo qualquer repercussão penal do fato. A morte, como todo estado civil das pessoas, é atestada com a certidão de óbito. Na hipótese de atestado de óbito falso, se a decisão que extinguiu a punibilidade ainda for recorrível, é possível desfazer a extinção por meio recursal. Quando a concessão da extinção de punibilidade estiver transitada em julgado, o STF entende que a certidão de óbito atesta um óbito que nunca existiu, acarretando a nulidade de todos os atos baseados nela, afastando-se, assim, a extinção da punibilidade. Nessas hipóteses, a doutrina vem defendendo pela impossibilidade de desfazer a decisão, afirmando que não há meio processual para isso, uma vez que não há revisão criminal em desfavor do condenado. Não sendo possível atacar a coisa julgada, o agente deve ser punido pela falsidade e nada mais, no entanto essa posição não prevalece.
b)Anistia, graça e indulto: são hipóteses de perdão estatal. A anistia é o ato do Poder Legislativo, por meio de lei ordinária, com controle de sanção ou veto pelo Executivo. Conforme arts. 21, XVII, e 48, VIII, da CR/1988, a anistia atinge os fatos e não as pessoas, por isso É causa extintiva da punibilidade de natureza objetiva e coletiva. A anistia, em regra, extingue todos os efeitos penais, voltando o agente à condição de primário, somente subsistindo os efeitos extrapenais da condenação. Não cabe ao réu ou condenado aceitá-la ou não, a anistia é irrecusável. A anistia pode ser geral ou plena quando favorece a todos os autores de determinados crimes, independentemente de requisitos pessoais; ou parcial ou restrita, caso em que favorece determinadas pessoas conforme requisitos específicos pessoais, como ser primárias.
A graça, também chamada de indulto individual, é ato do Presidente da República, conforme o art. 84, XII, da CR/1988, dirigindo-se a quaisquer crimes e normalmente concedida após a condenação transitada em julgado. J· o indulto, assim como a graça, é ato do Presidente da República, dirigindo-se a crimes, e não a pessoas, o indulto é coletivo, o que o diferencia da graça que é individual, e dirige-se a um grupo indeterminado de condenados, delimitado àqueles que preencham determinadas condições, como natureza do crime, quantidade de pena e outros definidos no diploma legal que o estabelecer.
A anistia, graça e indulto estão proibidos para os crimes hediondos e equiparados, conforme dispõe o art. 2.º, I, da Lei 8.072/1990, e o próprio art. 5.º, XLIII, da CR/1988.
c)Retroatividade de lei que não mais considera o fato criminoso: abolitio criminis – já analisado na aplicação da lei penal no tempo, consiste em modalidade de Lex mitior, que retroage aos fatos anteriores por força da regra prevista no art. 5.º, XL, da CR/1988.
d)Prescrição, decadência ou perempção: a prescrição será estuda em capítulo próprio. A decadência atinge, em matéria penal, o direito de queixa (ações penais privadas) e o direito de representação (ações penais públicas condicionadas a representação). Em regra, o prazo de decadência é de seis meses a contar da data em que o agente soube quem era o autor do crime, trata-se de prazo de direito material; contam-se os meses pelo calendário comum, mas exclui-se o último dia do prazo. P. ex.:em um crime de estupro, ação penal condicionada a representação, se a vítima soube quem era o autor no dia 10/01, o prazo para representar se encerra em 09/07. A perempção é regra processual, prevista no art. 60 do CPP, e ocorre somente na ação penal privada quando: a) a vítima abandonar o processo por mais 30 dias; b) se falecer o querelante e em 60 dias nenhum legitimado comparecer para se habilitar no processo; c) quando o querelante deixar de comparecer a qualquer ato do processo, que exija sua presença; d) quando deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; e) quando o querelante for pessoa jurídica que se extinguiu sem deixar sucessores.
e)Renúncia e perdão: a renúncia do direito de queixa é a manifestação de vontade de não exercer a ação penal privada, pode ser expressa ou tácita. A renúncia tácita consiste na prática de ato incompatível com a vontade de ver o agente punido. P. ex.: convidá-lo para o casamento da filha ou para um jantar na casa. A renúncia em relação a um dos autores do crime alcança os demais, quando o crime foi cometido em concurso de pessoas, visto que a ação penal privada é indivisível. A renúncia pode se dar antes ou durante a propositura da ação penal, e é unilateral e irrevogável.
O perdão concedido pelo ofendido é bilateral, depende de aceitação do querelado e só pode ser concedido durante a ação penal, o que o diferencia da renúncia, que é anterior a ela. O perdão pode ser expresso ou tácito e pode ser concedido em qualquer fase, inclusive na fase recursal.
f)Retratação: a retratação extingue a punibilidade somente nos casos em que a lei, expressamente, a prevê como causa de extinção da punibilidade. P. ex.: é o caso da calúnia e da difamação. Quando o agente se retrata antes da sentença, ocorre a extinção da punibilidade conforme o art. 143 do CP. Outro exemplo é o falso testemunho ou falsa perícia (art. 342, § 2.º, do CP), que também pode ser objeto de retratação antes da sentença do processo em que ocorreu a falsidade. A retratação depende de previsão legal específica para extinguir a punibilidade, portanto não pode ser aplicada por analogia a crimes que não têm tal previsão.
g)Perdão judicial: o perdão judicial é concedido pelo juiz, em casos previstos expressamente na legislação penal, ou seja, o juiz somente pode perdoar o acusado quando a lei o autorizar. Exemplos de previsão legal são: no homicídio culposo (art. 121, § 5.º, do CP) e nas lesões corporais culposas (art. 129, § 8.º, do CP); na injúria (art. 140, § 1.º); nos casos de réus colaboradores no art. 13 da Lei 9.807/1999, entre outros. O art. 120 do CP prevê que a sentença que concede o perdão judicial não gera reincidência, e o STJ na Súmula 18 reconhece que a sentença que concede o perdão judicial é meramente declaratória da extinção da punibilidade sem efeitos condenatórios.
TESES DE DEFESA RELACIONADAS COM NULIDADES. (teses de mérito) 1) APELAÇÃO, 2) MEMORIAIS, 3) DEFESA PRELIMINAR (OU RESPOSTA PRELIMINAR) E 4) RESPOSTA A ACUSAÇÃO
São princípios informadores do processo penal: Devido processo legal, contraditório e ampla defesa.
Cabe a defesa demonstrar que houve afronta a constituição = devido processo legal violado e que resultou em prejuízo para a parte.
***Importante lembrar: Quem dá causa a nulidade não pode alegá-la em se tratando de nulidade relativa.
A regra é que a nulidade seja pedida em primeiro lugar e depois a absolvição... Esquema genérico: ``QUE SEJA ANULADO O PROCESSO OU, CASO NÃO SEJA ESTE O ENTENDIMENTO, QUE SEJA ABSOLVIDO NOS TERMOS DO ARTIGO (...)``.
Mas há o caso em que a nulidade deverá ser argüida somente após a defesa de mérito...
EXEMPLO: Réu acusado pelo crime de moeda falsa ( cuja competência é da J. Federal). No entanto, não se trata de falsificação apta a gerar crime de moeda falsa, mas sim o de estelionato (cuja competência é da J. Estadual). Ora, o pedido de defesa deve ser a desclassificação para o crime de estelionato. Acolhido o pedido, haverá necessidade de anulação ab initio, pois é o caso de incompetência absoluta... devendo os autos serem remetidos a J. Estadual.
O pedido ficaria assim: (...) que seja desclassificada a imputação para a de estelionato e, então, que seja anulado ab initio o processo, remetendo-se os autos para a J. Estadual.
Nulidade por falta de fundamentação na decisão:
A sentença possui 3 partes: relatório, fundamentação e dispositivo.
Na fundamentação deve conter a descrição do raciocínio do juiz, comunicação e vigência da lei que deve ser a mais clara e completa possível. Na fundamentação deve o julgador arrolar as provas produzidas, selecionando de forma JUSTIFICADA quais acolhe para formar sua convicção, após declarar como ocorreram os fatos alegados pelas partes, escolher de forma FUNDAMENTADA qual norma jurídica se amolda melhor ao fato. O julgador DEVE analisar as TESES das partes em decorrência do principio do contraditório e da ampla defesa.
Assim como a sentença os demais atos jurisdicionais devem ser fundamentados sob pena de nulidade. Exemplos: decisão que decretar prisão cautelar, busca e apreensão... todas sob pena de nulidade também.
Havendo falha nos fundamentos HAVERÁ VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO, disposto no artigo 93 IX CF.
Nulidade por inexistência de exame de corpo de delito.
O CPP exige exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios (não transeuntes)... Conforme artigo 158 CPP.
Ausência do exame gera nulidade ab initio na RA.
Agora se for o caso de memoriais, apelação e ai por diante= Absolvição por ausência da materialidade.
Nulidade por falta de comunicação.
Ausência ou irregularidade na citação gera nulidade, pois prejudica a ampla defesa... Réu preso por exemplo DEVE ser citado pessoalmente.
Da mesma forma o advogado DEVE ser intimado para que tome ciência e participe do processo.
Quando expedida carta precatória o advogado DEVE ser intimado sob pena de nulidade... Contudo, não há necessidade de se intimar sobre a audiência deprecada.
No caso de réu citado por edital o processo DEVE ser suspenso, se prosseguir= processo nulo, mas se necessário é possível a produção antecipada de provas. Se não for JUSTIFICADA= invalidade da prova... deve ser desentranhada.
Na execução, antes de qualquer medida CONTRA o reeducando, DEVE ser resguardado o contraditório e a ampla defesa, com a oitiva do próprio reeducando e a defesa técnica feita pelo advogado.
DESARQUIVAMENTO DE IP SEM NOVAS PROVAS
Súmula 524 STF... sem novas provas não pode ser iniciada 
Prova nova é aquela que traz DADO NOVO... pois ninguém pode ser julgado duas vezes sobre o mesmo fato em prol da segurança jurídica...
OBS SE O MOTIVO DO ARQUIVAMENTO FOR ATIPICIDADE DA CONDUTA, JAMAIS SERÁ POSSIVEL SEU DESARQUIVAMENTO.
DENÚNCIA INEPTA
A denúncia deve qualificar de forma suficiente o acusado, narrar de forma circunstanciada a conduta imputada e individualizar a conduta de cada colaborador (pois segundo o artigo 29 cada um responde de acordo com sua culpabilidade) o que também acabaria por prejudicar o principio do contraditório.
Não pode a denuncia apenas dizer que ocorreu um furto sem narrar o mais pormenorizadamente possível os fatos, pois ensejaria em denúncia genérica.
Se a denuncia não cumprir seus requisitos deve ser rejeitada com base no artigo 395 cpp.
SENTENÇA QUE NÃO CUMPRE O SISTEMA TRIFÁSICO DE FIXAÇÃO DA PENA.
A fixação da sentença segue o sistema tripartite, com fixação da pena base ( circunstancias judiciais do artigo 59), agravantes e atenuantes e por ultimo caso de aumento e diminuição, a única fase que pode ir aquem do mínimo e alem do maximo é a ultima, caso isso aconteça nas outras fazer a sentença deve ser anulada, e refeita na parte da fixação.
DENUNCIA OU QUEIXA RECEBIDA SEM CONDIÇÕES DA AÇÃO OU PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS.
São condições da ação a Legitimidade, Possibilidade Jurídica do pedido, o interesse de agir e a justa causa, na ausência de uma delas haverá nulidade ab initio.
EXEMPLOS: queixa crime formulada sem advogado com poderes especiais...LEMBRE-SE QUE SE O CLIENTE ASSINA JUNTO COM O ADVOGADO A PETIÇÃO ISTO ESTARÁ SUPRIDO.
AP PRIVADA SEM HAVER REPRESENTAÇÃO.
DESOBEDIENCIA AO ARTIGO 384- MUTATIO LIBELLI
Quando durante a instrução descobre-se que o crime que realmente ocorreu é diverso daquele trazido na inicial acusatória o MP deve aditar em 5 dias, sob pena de nulidade da sentença caso o juiz o faça de forma contrária, pois estaria violando o princípio da correlação.
Desobediência as formalidades no momento do interrogatório.
O preso tem direito de ter um contato prévio com seu defensor.
O preso tem direito de ser informado sobre seu direito de permanecer calado.
Acusador e defensor DEVEM estar presentes no dia da audiência.
Nenhuma dessas prerrogativas devem ser desobedecidas sob pena de nulidade.
Ordem da oitiva:
Ofendido
Testemunhas acusação
Testemunhas defesa
Acusado 
Descumprimento da ordem= nulidade também.
AUSENCIA DO REU PRESO NA AUDIENCIA DE INSTRUÇÃO
O réu tem o direito de estar presente na audiência de instrução, se a audiência for desmembrada para oitiva de testemunha faltante o réu também tem o direito de estar presente.
DESCUMPRIMENTO DAS FASES PROCESSUAIS NECESSARIAS.
Se privado o direito a defesa preliminar na lei de drogas= nulidade ab initio
SUMULA 330 STJ= se instruída por IP não haverá nulidade.
Crimes contra a honra que não foi marcada audiência preliminar= nulidade também.
REFORMATIO IN PEJUS.
Quando somente a defesa recorre não pode ser sua situação piorada, caso isso ocorra haverá nulidade da decisão.
Quando uma decisão é anulada a subseqüente não pode ser pior também sob pena de nulidade (pois neste caso ocorre a reformatio in pejus indireta).
DESRESPEITO AO CONTRADITÓRIO.
Falta de intimações para que a defesa se manifeste no processo.
Desrespeito aos prazos.
Na execução penal é comum não se ouvir o sentenciado antes das decisões, como por exemplo na revogação de benefícios e na regressão de regimes.
Tudo gera nulidade!!!
INCOMPETENCIA.
Está ligada ao principio constitucional do juiz natural, sua violação gera nulidade. 
A incompetência em razão da matéria e em razão da pessoa é absoluta, pode ser alegada a qualquer tempo.
A incompetência em razão do local é relativa, mas no processo penal o juiz pode declara-la de oficio.
Normalmente nas provas são cobradas teses ligadas a competência da justiça federal artigo 109 CF.
DESOBEDIENCIA AS FORMALIDADES LEGAIS NO RECONHECIMENTO PESSOAL. 
Se apenas uma pessoa ou coisa é apontada a vitima para que seja feito o reconhecimento o ato será inválido.
TESES RELACIONADAS AO PROCEDIMENTO DO JÚRI.
Primeira fase: excesso da motivação do juiz na hora de fazer a pronuncia
Segunda fase: Desaforamento sem oitiva da defesa S. 712 STF
Participacao no plenário do júri de jurados que não poderiam ter participado em violação ao 448 e 449 CPP
Violacao do artigo 478 e 479 CPP
Elaboração de quesitos fora de ordem do artigo 483 ou em forma negativa.
TESES RELACIONADAS AOS DIREITOS SUBJETIVOS NEGADOS.
Haverá arbitrariedade sempre que um direito subjetivo for negado.
EXEMPLOS: SURSI, LIBERDADE PROVISÓRIA.
Outros exemplos:
O sujeito não pode ser forçado a cumprir pena maior que a permitida em lei.
Manutenção da custodia mesmo após o cumprimento da prisão temporária.
Prisão para averiguação é proibida
Deixar de aplicar a pena mais branda sem fundamentar, exemplo reduzir a pena da tentativa em um terço e não explicar o porque não reduziu em dois terços.
Deixar de reconhecer causa de diminuição de pena.
Não relaxar prisão em que há excesso do prazo
Decretar prisão automática em caso de sentença condenatória recorrível ou na fase da pronuncia
Deixar de receber recurso que preenche os requisitos, ou receber recurso que não os preenche, caso em que a decisão deve ser anulada.
Decretar prisão temporária ou preventiva se ausente os requisitos, exemplo decretar preventiva em caso de crime culposo, temporária fora do rol da lei 7960.1989
Deixar de conceder os benefícios da LEP- L. 7210 mesmo preenchidos os requisitos.
Dupla condenação pelo mesmo fato: Princípio NON BIS IN IDEM
Exemplo: condenado por homicídio culposo na direção de veiculo automotor com pena aumentada em razão da omissão de socorro não pode responder também pela omissão de socorro.
Desrespeitar direito a cela individual- advogado
Reabilitação: art. 93 e SS cp objetivo garantir sigilo das informações processuais acerca da condenação e suspender alguns efeitos secundários da sentença. Os requisitos são: transcorrido 2 anos do cumprimento ou extinção da pena contado o período de prova do sursi e do livramento condicional, ressarcimento do dano salvo impossibilidade de faze-lo, residência no Brasil nos últimos 2 anos.
Desrespeito a prerrogativa do advogado de consultar autos do IP ainda que tenha sido decretado sigilo... Art. 7, XIV, L. 8906-1994 e S. VINCULANTE 14.
PROVA ILÍCITA.
Provas ilícitas não são admitidas.
Conforme proclama a CF-88, a lei estende também a inadmissibilidade para as provas derivadas das ilícitas (teoria dos frutos da arvore envenenada), salvo se proveniente de uma fonte independente... ART 157, par. 2, CPP, as provas ilícitas devem ser desentranhadas, o que pode resultar na ausência de justa causa, gerando como tese a falta de prova, gerando a absolvição conforme artigo 386, VII CPP no caso de memoriais e apelação.
EXEMPLOS DE PROVAS ILICITAS:
 prova obtida mediante tortura
Oitiva do suspeito detido pela policia sem informa-lo de seu direito ao silencio
Deixar de avisar a família ou pessoa indicada pelo preso
Prova obtida mediante busca e apreensão irregular, como a que viola domicilio sem ordem judicial, ingresso durante a noite ainda que com ordem judicial, ressalvadas as hipóteses de flagrante e acidente, busca e apreensão em lugar diverso daquele que consta no mandato.
Infiltração de agentes para investigar crime de tráfico de drogas sem atender aos requisitos do artigo 53 da lei 11343-06, como a previa autorização judicial após a oitiva do MP.
Interceptação telefônica ilegal- Art. 5 XII da CF que estabelece como regra a inviolabilidade das comunicações telefônicas salvo para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A lei 9296estabelece restrições para a interceptação telefônica:
Indícios de autoria e participação
Autorização juiz
Inviabilidade de produção de provas por outros meios
Crime punido com reclusão
Descrição clara do objeto da investigação e se possível identificação dos investigados.

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