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Aula 3 PG II Princípos Gerais e contribuições à psicopatologia

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Psicopatologia Geral II 
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2. Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008. 440p.
Aula 3 - Princípios gerais do diagnóstico psicopatológico
Discute-se muito sobre o valor e os limites do diagnóstico psiquiátrico. Pode-se identificar, inclusive, duas posições extremas. A primeira afirma que o diagnóstico em psiquiatria não tem valor algum, pois cada pessoa é uma realidade única e inclassificável. O diagnóstico psiquiátrico apenas serviria para rotulas as pessoas diferentes, excêntricas, permitindo e legitimando o poder médico, o controle social sobre o indivíduo desadaptado ou questionador. Essa crítica é particularmente válida nos regimes políticos totalitários, quando se utilizou o diagnóstico psiquiátrico para punir e excluir pessoas dissidentes ou opositoras ao regime. A segunda, em defesa do diagnóstico psiquiátrico, sustenta que o valor e o lugar do diagnóstico em psiquiatria são absolutamente semelhantes ao valor e ao lugar do diagnóstico nas outras especialidades médicas. O diagnóstico, nessa visão, é o elemento principal e mais importante na prática psiquiátrica.
A posição do Dalgalarrondo é a de que, apesar de ser absolutamente imprescindível considerar os aspectos pessoais, singulares de cada indivíduo, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode nem compreender adequadamente o paciente e seu sofrimento, nem escolher o tipo mais apropriado de estratégia terapêutica.
Há, no processo diagnóstico, uma relação dialética permanente entre o particular, individual (aquele paciente específico, aquela pessoa em especial), e o geral, universal (categoria diagnóstica à qual a pessoa pertence). Portanto, não se deve esquecer: os diagnósticos são ideias fundamentais para o trabalho cientifico, para o conhecimento do mundo, mas não objeto reais e concretos (ex.: a partir da presença de febre é possível tomar um antitérmico que alivia o mal estar e auxilia no processo de recuperação. Porém, é preciso ir além e verificar a causa da febre).
	De modo geral, pode-se afirmar que o diagnóstico só é útil e válido se for visto como algo mais que simplesmente rotular o paciente. A legitimidade do diagnóstico sustenta-se na perspectiva de aprofundar o conhecimento, tanto do indivíduo em particular como das entidades diagnósticas utilizadas. Isso permite o avanço da ciência, a antevisão de um prognóstico e o estabelecimento de ações terapêuticas e preventivas mais eficazes. Além disso, o diagnóstico possibilita a comunicação mais precisa entre profissionais e pesquisadores.
	Do ponto de vista clínico e específico da psicopatologia, o processo diagnóstico deve levar em conta:
Dosagens laboratoriais, exames de neuroimagem estrutural (tomografia, ressonância magnética, etc.) e funcional (tomografia por emissão de pósitrons – PET, tomografia por emissão de fóton único SPECT, eletroencefalograma com mapeamento, etc.), testes psicológicos ou neuropsicológicos. Embora os exames não substituem o essencial no diagnóstico psicopatológico: uma história bem colhida e um exame psíquico minucioso, ambos interpretados com habilidade.
Diagnóstico que se baseie no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista. É preciso superar a tendência natural de estabelecer o diagnóstico de um transtorno psicogênico (relativos a fenômenos somáticos com origem psíquica), para avaliar a etiologia endogenética, psicogênica ou mesmo orgânica dos quadros psiquiátricos. Deve-se, portanto, manter duas linhas paralelas de raciocínio clínico; uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que de fato o paciente apresenta, e uma linha etiológica, que busca, na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso.
De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental. Não há sintomas patognomônicos, ou seja, sintomas próprios que sejam totalmente característicos de uma enfermidade.
O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso da doença. Dessa forma, o padrão evolutivo de determinado quadro clínico obriga o psicopatólogo a repensar e refazer continuamente o seu diagnóstico.
O diagnóstico psiquiátrico deve ser sempre pluridimensional, ou seja, dimensões clínicas e psicossociais devem ser incluídas na formulação diagnóstica.
A confiabilidade de um procedimento diagnóstico (técnica de entrevista padronizada, escala, teste, diferentes entrevistadores, etc.) diz respeito à capacidade desse procedimento produzir, em relação a um mesmo indivíduo ou para pacientes de um mesmo grupo diagnóstico, em circunstâncias diversas, o mesmo diagnóstico.
Contribuições de algumas áreas do conhecimento à psicopatologia
De fato, como afirma Machado de Assis, apesar da riqueza do universo, a cabeça que o estuda e o admira talvez seja uma das partes mais ricas desse universo. A riqueza do cérebro humano está basicamente relacionada à sua capacidade de receber, armazenar e elaborar informações, intimamente dependente das conexões neuronais via sinapses. Ele contém cerca de 10 bilhões de neurônios (109); cada neurônio individual, com seus axônios e dendritos, faz aproximadamente 60.000 a 100.000 conexões com outros neurônios. O total de conexões sinápticas está na faixa de 1027! A percepção, a memória, as emoções e mesmo o pensamento surgem em conexão com a atividade desses circuitos neuronais. O desenvolvimento de tais circuitos baseia-se, em parte, em uma programação genética, mas é intensamente dependente das experiências individuais do sujeito com o seu ambiente (PALLY, 1997).
NEUROPSICOLOGIA
A neuropsicologia investiga as relações entre as funções psicológicas e a atividade cerebral. É de seu particular interesse o estudo das funções cognitivas, como a memória, a linguagem, o raciocínio, as habilidades visuoespaciais, o reconhecimento, a capacidade de resolução de problemas, etc. As alterações classicamente estudadas pela neuropsicologia são: afasias (perda de linguagem), as agnosias (perda da capacidade de reconhecimento), as amnésias (déficits de memória) e as apraxias (perda da capacidade de realizar gestos complexos).

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