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Introdução à Semiologia e Semiotécnica: conceito, objetivos e importância. Semiologia e Semiotécnica – Conceitos e importância A Semiologia da enfermagem pode ser chamada também de propedêutica, que é o estudo dos sinais e sintomas das doenças humanas. A palavra vem do grego semeion = sinal + lógos = tratado, estudo). A semiologia é a base da prática clínica, e requer não apenas habilidades, mas também ações rápidas e precisas. A preparação para o exame físico, a seleção de instrumentos apropriados, a realização das avaliações, o registro de achados e a tomada de decisões tem papel fundamental em todo o processo de assistência ao cliente. Semiologia e Semiotécnica – Objetivos Semiologia e Semiotécnica é uma disciplina incorporada ao currículo de enfermagem de acordo com a Resolução n. 314/94 do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. Surgiu a partir da necessidade acadêmica da preparação e da capacitação do enfermeiro no domínio das habilidades para a realização do exame físico do cliente, constituindo-se, assim, num elemento essencial para a elaboração e a implementação do Processo de Enfermagem. A realização do exame físico passou a ser uma questão crucial no cotidiano da prática assistencial do enfermeiro, independentemente dos níveis de complexidade e das diferentes manifestações clínicas eventualmente apresentadas pelo cliente. A Semiologia compreende: · Semiotécnica – método ou técnica de obtenção dos sinais e sintomas (Ex.: exame clínico por inspeção, exames laboratoriais); · Propedêutica clínica – análise e interpretação das informações obtidas no exercício da semiotécnica (Ex.: interpretação dos dados obtidos no exame físico); · Semiogênese – estudo do mecanismo de formação dos sinais e sintomas (Ex.: pesquisar e conhecer quais as doenças que causariam as alterações encontradas no exame físico). Introdução e conceito do Processo saúde/doença, sinais e sintomas clínicos e diagnósticos. Conceito de Saúde e Doença A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como: “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Acrescenta-se aqui o bem-estar espiritual. Direito social, inerente à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou condição socioeconômica, a saúde é assim apresentada como um valor coletivo, um bem de todos. O processo saúde-doença é uma expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população e considera que ambas estão interligadas e são consequência dos mesmos fatores. Este processo não depende exclusivamente dos mecanismos biológicos que afetam o organismo humano, como vimos anteriormente, mas de vários fatores condicionantes chamados determinantes do processo saúde- doença. Saúde como Direito Constituição Federal 1988 Art. 6º - São direitos sociais a educação, a Saúde, a Alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Lei 8080/1990 Art. 2º - A SAÚDE É UM DIREITO FUNDAMENTAL DO SER HUMANO, DEVENDO O ESTADO PROVER AS CONDIÇÕES INDISPENSÁVEIS AO SEU PLENO EXERCÍCIO. § 1º - O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Lei 8080/1990 § 2º - O dever do estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Art. 3º - A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros: Alimentação Lazer Meio ambiente Renda Educação Moradia Acesso aos bens e serviços Saneamento essenciais básico Os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Sinais e sintomas Antes de tudo, é mister recordar o significado dos termos sintoma, sinal, síndrome e entidade clínica. · Sintoma é uma sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo examinador (p. ex., dor, má digestão, tontura, náuseas). · Sinal é um dado objetivo que pode ser notado pelo examinador mediante inspeção, palpação, percussão, ausculta ou evidenciado por meios subsidiários (p. ex., tosse, vômito, edema, cianose, presença de sangue na urina). https://www.tuasaude.com/sintomas-de-enxaqueca/ http://medsemiologia.blogspot.com/2012/04/sinal-de-forchheimer.html Sintoma = Cefaleia/Dor Sinal = Petéquias no de Cabeça palato mole – Sinal de Forchheimer (na Rubéola) Análise dos Sinas/Sintomas Início Principais características semiológicas Evolução Relação Marcar a época de surgimento, se há episódios , modo súbito ou gradativo, fator desencadeante, duração. Localização , intensidade , funções comprometidas. Modificações , exacerbação , remissão/atenuação. Relação existente entre os sintomas apresentados. Características Apresentação da sintomatologia atual. Nem sempre é possível fazer distinção absoluta entre sintoma e sinal, porque alguns, tais como dispneia, vertigens e outros tantos, são sensações subjetivas para o paciente, mas ao mesmo tempo podem ser constatados objetivamente pelo examinador. Talvez, por isso, no linguajar clínico, os termos sinal e sintoma sejam usados praticamente como sinônimos, sem se atender à definição já enunciada. · Síndrome é o conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por diferentes causas. · Entidade clínica significa uma doença cuja história está reconhecida no todo ou em parte e cujas características lhe dão individualidade nosológica. Nosologia é a ciência que trata da classificação das doenças. · História natural de uma doença é um conjunto de elementos que se vão acumulando com a evolução do processo mórbido. O diagnóstico que fazemos em um dado momento representa apenas um corte transversal na história natural de uma enfermidade. Tipos de diagnóstico Não existem fronteiras bem definidas entre os vários tipos de diagnóstico: anatômico, funcional, sindrômico, clínico e etiológico. Assim, frequentemente um diagnóstico sindrômico poderá ser, também, anatômico ou funcional, ou os dois ao mesmo tempo. · Diagnóstico anatômico é o reconhecimento de uma alteração morfológica (p. ex., hepatomegalia, megaesôfago, etc.). · Diagnóstico funcional é a constatação de distúrbio da função de um órgão (p. ex., extrassistolia, insuficiência renal, insuficiência cardíaca etc.). Sabendo-se que síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem associadamente e podem ser ocasionados por diferentes causas, entende-se por diagnóstico sindrômico o reconhecimento de uma síndrome (p. ex., insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal aguda, hipertensão portal, síndrome de Cushing e muitas outras). Não é raro que os diagnósticos sindrômico e funcional sejam a mesma coisa. · Diagnóstico clínico é o reconhecimento de uma entidade nosológica caracterizada por sua expressão mais importante. Assim, quando se diz “doença de Chagas”, estamos nos referindo a uma entidade cujo elemento principal é o fato de o organismo estar parasitado pelo Trypanosoma cruzi, sem que isso queira dizer que haja comprometimento do esôfago, do cólon ou do coração. Se adicionarmos a informação de que há megaesôfago, estaremos fazendo também um diagnóstico anatômico, e se houver referência à insuficiência cardíaca estaremos acrescentando um diagnóstico sindrômico ou funcional. Diagnóstico etiológico é o reconhecimento do agente causal de uma alteração mórbida. Cada vez, torna-se mais relevante o diagnóstico etiológico. Houve época em que o diagnósticoetiológico não era uma preocupação dos médicos e enfermeiros, pois pouco ou nada influiria nas possibilidades terapêuticas reconhecer ou não o agente causador de uma afecção. A procura do diagnóstico etiológico é uma das características da medicina moderna e mantém íntima relação com a possibilidade sempre desejada de se instituir tratamento específico. A utilização rotineira da radiografia e de outros métodos de imagem como auxiliar quase obrigatório do diagnóstico fez nascer o diagnóstico radiológico, o ultrassonográfico, o endoscópico, entre outros. Cada método novo de exame que vai sendo introduzido na prática clínica conduz a novas maneiras de diagnóstico, e fala-se hoje, correntemente, em diagnóstico laboratorial, sorológico, eletrocardiográfico, endoscópico e assim por diante. https://www.caism.unicamp.br/index.php/assistencia/enfer https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/exames-e- magem/blog-da-enfermagem/343para-e-enfermagem-exames -laboratoriais- consultas/resultados-de-exames Componentes essenciais ao diagnóstico de Enfermagem O componente básico é a capacidade de coletar os dados que alimentarão o raciocínio. Anamnese e Exame Físico. O segundo componente que participa desse processo intelectual é a sistematização da coleta de dados. A organização mental dos dados obtidos é a terceira parte do processo, que culminará na elaboração do diagnóstico; A última etapa começa no momento em que se encontra uma conclusão capaz de sintetizar todo o processo iniciado no primeiro contato com o paciente. “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”. Paulo Freire
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