Buscar

PAPER - EVOLUÇÃO DA NORMA NA ABOLIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS DO SERTÃO DO SÃO FRACISCO - FACESF
DIREITO
JADSON DANILO NOGUEIRA DE BARROS
EVOLUÇÃO DA NORMA NA ABOLIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL
BELÉM DO SÃO FRANCISCO
2018
JADSON DANILO NOGUEIRA DE BARROS
EVOLUÇÃO DA NORMA NA ABOLIÇÃO DO TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL
Paper apresentado para avaliação da disciplina Tópicos Especiais do Direito, ministrada pelo Prof. Ivandro Menezes, no curso de bacharelado em Direito da FACESF – Faculdade de Ciências Humanas e Exatas do Sertão do São Francisco.
	BELÉM DO SÃO FRANCISCO
2018
RESUMO: No Brasil império os escravos não eram tratados como pessoas, mas sim, como mercadorias ou coisas, sendo comercializados livremente. As leis naquela época eram totalmente severas aos escravos. Não existia nenhuma norma de proteção ao escravo. No conto Machado de Assis usa a “vara” como uma forma de “punição” para os escravos que não obedeciam as regras impostas pelos seus senhores. Em 1883 quatro anos antes da Lei Áurea o município de Acarape no Estado do Ceará foi o primeiro a abolir a escravidão. Somente então em 1888 a Lei Áurea, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, sancionada em 13 de maio de 1888, extingue a escravidão no Brasil. Atualmente a Constituição Federal expressamente e por meio dos seus princípios não aprova qualquer ato de pratica ao trabalho escravo. A Constituição Federal em seu Art.1º tem como fundamento a dignidade da pessoa humana.
PALAVRAS-CHAVE: Trabalho escravo; legislação brasileira; escravidão.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende relacionar a literatura e o direito por meio do estudo do conto “O caso da vara” de Macho de Assis e a aplicação das leis brasileira sobre o trabalho escravo vigente a época de 1830 e as mudanças ocorridas no ordenamento jurídico até os dias atuais.
 Serão elencadas as principais leis, explanando a evolução da legislação brasileira, e mostraremos como o escravo era tratado e visto pela sociedade do Brasil Imperial. 
 O desenvolvimento e construção da bibliografia se deu por meio de pesquisas que relacionassem o direito e a literatura. Buscamos também elementos que interligassem o conto acima citado com o direito brasileiro, e realizamos uma análise sobre a evolução legislativa do brasil na aplicação das leis ao trabalho escravo, e estabelecemos um diálogo entre o conto e o direito.
LEIS DA ÉPOCA IMPERIAL DO BRASIL
O conceito de trabalho escravo usado pela (OIT) Organização Internacional do Trabalho é: o trabalho forçado envolvendo a restrição de liberdade do sujeito, onde pessoas são forçadas a trabalhar contra as sua vontade. 
No Brasil império os escravos não eram tratados como pessoas, mas sim, como mercadorias ou coisas, sendo comercializados livremente. 
As leis naquela época eram totalmente severas aos escravos. Não existia nenhuma norma de proteção.
A Constituição Federal de 1824 foi uma das primeiras normas a ter um artigo que “protegia” o escravo, em seu Art. 179 inciso XIX veio abolir a pena por açoites por considerá-la cruel, e juridicamente seria inviável a sua aplicação. Conforme Prudente, a lei era “destinada diretamente à população trabalhadora escrava” (Prudente, 2006; 46).
“Art. 179, XIX. Desde já ficam abolidos os açoites, a tortura, a marca de ferro quente, e todas as mais penas cruéis”.
Em 1827 a Inglaterra por meio de um acordo decide ajudar o Brasil na sua autonomia após declarada a independência de Portugal em 1822. O acordo incluía a proibição do tráfico de escravos. 
Mesmo a Constituição Federal proibindo expressamente a pena por açoites, em 1830 o Código Criminal do Império veio indicar quais penas seriam aplicada aos escravos e nela expressamente previa como pena o açoite contrariando totalmente a Constituição Federal de 1824.
“Art. 60 do Código Criminal do Imperio. Se o réo fôr escravo, e incorrer em pena que não seja a capital ou de galés será codemnado da de açoutes, e, depois de os soffrer, será entregue a seu senhor, que se obrigará a trazel-o com um ferro pelo tempo e maneira que o juiz o designar. O numero de açoutes será fixado na sentença; e o escravo não poderá levar por dia mais de cincoenta”.
A ESCRAVIDÃO NO CONTO “O CASO DA VARA”
O caso da vara escrito por Machado de Assis foi publicado no ano de 1891 no jornal Gazeta de Notícias, três anos após ser declarada a abolição da escravidão pela Lei nº 3.353 de 13 de Maio de 1888, e em 1899 foi republicado no livro Páginas Recolhidas.
No conto Machado de Assis relata a história de Damião, um garoto que foge do seminário, e teme voltar para casa e encarar a ira de seu pai que de imediato o levaria de volta para o seminário, contudo, Damião corre em busca de abrigo na casa de Sinhá Rita, que logo promete ajudá-lo. Ela tem algumas escravas, destacando-se na história a escrava Lucrécia, uma criança que é maltratada por ela.
O seminarista vendo aquela situação, promete a si mesmo, em pensamento, apadrinhar a garota. Durante o enredo, Sinhá Rita se prepara para castigar a garota e pede para que Damião lhe entregue a vara, na dúvida em salvar a garota que lhe implorava por ajuda, o Seminarista decide entregar a vara. 
Entrando no mundo jurídico “O caso da vara” traz a luz uma época da história do brasil que foi marcada por momentos de grande relevância, em que as leis se apresentavam de forma severa a favor do trabalho escravo. 
Vigorava na época da narrativa do conto o Código Criminal de 1830, que vigorou de 1831 até 1891, sendo substituído pelo Código Penal dos Estados Unidos do Brasil. 
No conto Machado de Assis usa a “vara” como uma forma de “punição” para os escravos que não obedeciam as regras impostas pelos seus senhores. Percebemos ai aplicação de açoites que era previsto como um castigo no Código Criminal Brasileiro de 1830.
Vejamos: 
(...) Uma destas, estúrdia, obrigada a trejeitos, fez rir a uma das crias de Sinhá Rita, que esquecera o trabalho, para mirar e escutar o moço. Sinhá Rita pegou de uma vara que estava ao pé da marquesa, e ameaçou-a:
— Lucrécia, olha a vara! A pequena abaixou a cabeça, aparando o golpe, mas o golpe não veio. Era uma advertência; se à noitinha a tarefa não estivesse pronta, Lucrécia receberia o castigo do costume. (...).
EVOLUÇÃO DA LEI NO BRASIL IMPERIAL
No ano de 1831 foi promulgada a Lei de 7 de Novembro de 1831, conhecida como Lei Feijó que pretendia dar fim ao tráfico de escravos. Seu artigo primeiro dizia que todos os escravos que entrassem em território ou porto brasileiro a partir daquela data ficaria livre. E seriam penalizados os comandantes das embarcações e aqueles que comprassem o produto do tráfico. Mas essa lei nunca saiu do papel e não colocou fim ao tráfico de escravos.
Posteriormente veio a ser publicada e promulga a Lei nº 4 de 10 de Junho de 1835 que punia os escravos que cometessem qualquer ato atentatório contra a vida e a moral do seu senhor, a sua mulher, a seus descendentes ou ascendentes.
Art. 1º Serão punidos com a pena de morte os escravos ou escravas, que matarem por qualquer maneira que seja, propinarem veneno, ferirem gravemente ou fizerem outra qualquer grave offensa physica a seu senhor, a sua mulher, a descendentes ou ascendentes, que em sua companhia morarem, a administrador, feitor e ás suas mulheres, que com elles viverem.
Se o ferimento, ou offensa physica forem leves, a pena será de açoutes a proporção das circumstancias mais ou menos aggravantes.
A Lei 108 de 11 de outubro de 1837 promulgada ainda no contexto dos tratados com a Inglaterra, contempla a prestação de serviços por imigrantes estrangeiros na lavoura, prevendo punições severas aos que fugissem sem pagar as dívidas. (Lamounier, M. L, 1988)
A parti do ano de 1839 o Papa Gregório XVI por meio de uma epistola condena o tráfico de escravos, é ai então que surgi uma das primeiras ideias do cristianismo contraria a escravidão, passando assim a encarada como uma lei de Deus, por tanto não deveria ser revogada nem agirem contrário aigreja. 
Em 1850 com a promulgação da Lei nº 581 conhecida como a Lei Eusebio de Queiroz, decretou-se a proibição do tráfico de escravos para dentro do território brasileiro.
Art. 1°. As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros ou mares territoriais do Brasil, tendo a seu bordo escravos, cuja importação é proibida pela lei de 7 de novembro de 1831, ou havendo-os desembarcado, serão apreendidas pelas autoridades, ou pelos navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos.
A lei nº 581 de 1850 foi considerado um dos primeiros passos para a abolição da escravidão no Brasil. Contudo a lei não produziu efeitos imediatos. 
Em 1866 durante a guerra do Paraguai, é concedido por meio de um decreto a liberdade aos escravos que fossem voluntariamente alistado nos serviço militar, e de forças navais. Só teriam liberdade aqueles escravos que estivessem prestando serviço militar. 
Somente a partir do ano de 1870 com uma maior fiscalização, o Brasil começou a perder mão-de-obra escrava.
No ano de 1871 assinada pela Princesa Isabel houve a aprovação da Lei nº 2.040 de 28 de setembro de 1871 popularmente conhecida como Lei do ventre livre ou Lei do Rio Branco, determinando que a parti daquela data todos os descentes de escravas estariam livres. 
Em 1883 quatro anos antes da Lei Áurea o município de Acarape no Estado do Ceará foi o primeiro a abolir a escravidão, logo após no ano de 1884 o governo decide abolir a escravidão de todo o Estado do Ceará. 
Foi promulgado em 28 de setembro de 1885 a Lei dos Sexagenários, na qual libertava os escravos que tinha mais 60 anos de idade. 
Somente então em 1888 a Lei Áurea, oficialmente Lei Imperial n.º 3.353, sancionada em 13 de maio de 1888, extingue a escravidão no Brasil. 
A Lei continha apenas 2 artigos:
“A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembléia Geral decretou e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1°: É declarada extincta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.”
Atualmente, o Código Penal Brasileiro em seu Art. 149 define o crime de trabalho escravo como:
"Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
A Constituição Federal expressamente e por meio dos seus princípios não aprova qualquer ato de pratica do trabalho escravo.
A Constituição Federal em seu Art.1º tem como fundamento a dignidade da pessoa humana. Logo depois no caput do Art.5º constitui a liberdade como garantia fundamental do ser humano, no mesmo artigo inciso III diz que ninguém será submetido à tortura nem a tratamento degradante ou desumano. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vimos que a submissão do homem pelo homem era um dos maiores problemas da sociedade antiga, com o tempo a lei que antes punia os escravos passou a protegê-lo e a reconhecê-lo como um ser humano e não como produto de comercialização.
Percebemos que ao longo da história as leis brasileiras foram se evoluindo com relação ao trabalho escravo, desde o ano de 1831 aqueles que estivessem traficando escravos para o território brasileiro seriam punidos por tal ato.
De tal forma vimos que a cada dia o ordenamento jurídico brasileiro criar e aperfeiçoa mecanismo de combate ao trabalho escravo.
Apesar de ser nítido os avanços da nossa legislação contra a escravidão, ainda a um longo caminho a ser percorrido, para se ter uma verdadeira repressão e eficiência contra o crime.
A não aplicabilidade da lei em relação ao casos que vão ao judiciário na área de direito humanos faz com que a pratica de trabalhos análogos a escravidão continue.
Mesmo com os grandes avanços a legislação brasileira ainda é insuficiente, pois a legislação ainda não é aplicada severamente contra os sujeitos que praticam tal ato. 
REFERÊNCIAS 
http://www.gptec.cfch.ufrj.br/leis/
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthistbr/imperio/sexagenarios.htm
http://www.gptec.cfch.ufrj.br/html/sexagenarios.html
http://www.scielo.br/pdf/mael/v10n22/1983-6821-mael-10-22-0115.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim3353.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM4.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
https://www.todamateria.com.br/lei-aurea/
https://jus.com.br/artigos/12944/analise-didatica-do-trabalho-escravo-no-brasil/3
https://jus.com.br/artigos/23075/evolucao-do-trabalho-escravo-no-brasil/3
http://www.meionorte.com/blogs/ricardomarques/a-libertacao-dos-escravos-no-ceara-148259
https://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/lei_eusebio_queiros.htm
https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/constituicao_1824_direitos
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim-16-12-1830.htm
https://coad.jusbrasil.com.br/noticias/332945595/conheca-as-punicoes-para-o-trabalho-escravo
https://jus.com.br/artigos/22748/uma-analise-do-ranco-da-escravidao-no-brasil/1
https://direitosbrasil.com/trabalho-escravo/
http://tede.biblioteca.ufpb.br/bitstream/tede/8045/2/arquivototal.pdf
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000219.pdf
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/9029/1/Fabio%20de%20Vasconcellos%20Menna.pdf
http://legis.senado.leg.br/legislacao/PublicacaoSigen.action?id=541072&tipoDocumento=LEI-n&tipoTexto=PUB
https://amandaam.jusbrasil.com.br/artigos/337024609/o-trabalho-escravo-e-a-evolucao-das-leis-na-abolicao-da-escravidao-no-brasil
http://www.arquivopublico.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/escravidao_luiz_geraldo.pdf
https://jus.com.br/artigos/23075/evolucao-do-trabalho-escravo-no-brasil
https://amandaam.jusbrasil.com.br/artigos/337024609/o-trabalho-escravo-e-a-evolucao-das-leis-na-abolicao-da-escravidao-no-brasil

Continue navegando