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0 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA Marcelo Teófilo da silva ESCRAVIDÃO NO BRASIL: UM OLHAR PARA O TRÁFICO INTERNO DE ESCRAVOS PÓS LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS DE 1850 FORTALEZA 2020.2 1 MARCELO TEÓFILO DA SILVA ESCRAVIDÃO NO BRASIL: UM OLHAR PARA O TRÁFICO INTERNO DE ESCRAVOS PÓS LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS DE 1850 Artigo a ser apresentado à Banca do Curso Superior de Bacharelado em História da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA. ORIENTADOR ALESSANDRA SILVEIRA BORGHETTI SOARES FORTALEZA 2020.2 0 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................. 5 1 ESCRAVIDÃO NO BRASIL ANTES DE 1850.............................................. 2 LEIS ABOLICIONISTAS............................................................................. 3 LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS DE 1850....................................................... 8 10 12 4 DE PARTIDA MAIS UMA VEZ .................................................................... 13 5 DA LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS ATÉ A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS.................................................................................................... 15 6 LEI ÁUREA E O FIM DA ESCRAVIDÃO..................................................... 16 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 18 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 20 4 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA CURSO DE BACHARELADO EM HISTÓRIA ESCRAVIDÃO NO BRASIL: UM OLHAR PARA O TRÁFICO INTERNO DE ESCRAVOS PÓS LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS DE 1850 MARCELO TEÓFILO DA SILVA 1 ALESSANDRA SILVEIRA BORGHETTI SOARES 2 RESUMO O presente estudo tem por objetivo analisar de que forma o fim do tráfico transatlântico com a lei Eusébio de Queirós, transformou a escravidão no país, modificações essas que vieram com o tráfico interno de escravos. Dessa maneira, o presente estudo busca mostrar qual foram as modificações e como as elites proprietárias de escravos, fizeram para se adaptarem ao fim do tráfico transatlântico. Esse artigo trabalha com autores clássicos da historiografia como Gilberto Freire, Nina Rodrigues, Caio Prado, Além de Sergio Buarque. Mas tambem averiguamos os trabalhos da nova geração de historiadores, como Camila Carolina Flausino, Jaime Pinsky, Rafael da Cunha Scheffer e entre outros. Analisemos em livros,artigos e jornais o tráfico interno de escravos no Brasil, seus impactos e suas nuances. Palavras-chave: Escravidão. Tráfico interno. Lei Eusébio de Queirós. Século XlX. 1 Aluno do curso de Bacharelado em História da Universidade Estácio de Sá. 2 Professora do curso de Bacharelado em História da Universidade Estácio de Sá. 5 INTRODUÇÃO A dinâmica da escravidão no Brasil passou por bastante percalços, pois a Inglaterra, parceira comercial do país após a separação de Portugal, desejava o fim do tráfico transatlântico há bastante tempo. Antes de pensarmos no fim do tráfico com a lei Eusébio de Queirós de 1850, temos que entender que foram criadas várias leis para inibir a escravidão. Uma delas foi a lei Feijó Barbacena ou como ficou popularmente conhecida como lei para inglês ver. Diante de todas as pressões que o país sofria, além das perdas que os comerciante de escravos tiveram com a lei Bell Aberdeen e em nome da soberania nacional, é aprovada no congresso a lei N° 581 ou como ficou conhecida, Lei Eusébio de Queirós, criada em 04 de setembro de 1850, pelo então ministro da Justiça, Eusébio de Queirós. Mas para entender a dinâmica do tráfico interno, temos que compreender que ele sempre existiu, em algumas regiões em maiores proporções, e em outras em menores proporções, assim como cita Scheffer (2006). Entretanto, após a citada lei, as elites proprietárias de escravos não tinham mais como conseguir o sustentáculo da economia imperial, ou seja, o escravo. Passando a buscar a mão de obras escravas em outras capitanias, trazendo o escravo das áreas em declínio, para as áreas em crescimento como Rio e São Paulo. Porém ao analisar o tráfico de escravos, mais precisamente, após 1850, podemos compreender que ele teve uma reviravolta, pois com a lei Eusébio de Queirós aprovada, definitivamente o tráfico transatlântico de escravos foi proibido, logo aquela mecânica de ir buscar escravos na África estava impedido. Dessa maneira o presente estudo visa mostrar quais foram esses meios que a elite proprietária brasileira, fizeram para manter, ainda que por meios diversos, a mão de obra escrava no país. Como cita Camila Carolina Flausino “A prática do tráfico interno de escravos foi intensificada a partir da proibição do tráfico transatlântico , em 1850, e pendurou até as vésperas da abolição como uma das alternativas de reposição de mão-de-obra cativa “ (FLAUSINO, 2006, p,13). Sobre escravidão, os autores clássicos como Gilberto Freire, Nina Rodrigues, Caio Prado, Além de Sergio Buarque. Historiadores que se debruçaram sobre temas relevantes do nosso passado colonial, cada qual com seu pensamento e sua análise 6 sobre a sociedade da época. Os autores citados fizeram e ainda fazem que tenhamos um olhar crítico sobre o nosso passado colonial, e é após eles que surgem historiadores que começam a dialogar com outros documentos e temas diferentes sobre a escravidão no país. Dessa maneira, utilizo autores como Camila Carolina Flausino, Jaime Pinsky, Rafael da Cunha Scheffer e entre outros na elaboração desse artigo científico. O presente estudo busca em livros e artigos de historiadores, que tratam sobre o tráfico interno de escravos, mostrar que esse tráfico foi algo bastante comum no Brasil colônia, mas além disso, fez parte de todo o universo da escravidão no país, tendo um aumento de forma significante após o fim do tráfico transatlântico, com a lei Eusébio de Queirós. É justamente o tema tráfico interno de escravos que será trabalhado, com suas dimensões e dessemelhanças em relação ao transatlântico. Tema de bastante relevância, pois apesar de muitos historiadores tratarem da escravidão no país, eles muitas vezes trabalham de forma muito superficial outras questões como o tráfico interno, muitas vezes, relativizando todas as questões que ultrapassam as fronteiras da escravidão. Dessa maneira, esse artigo busca mostrar as mudanças pós lei Eusébio de Queirós, além disso, busca mostrar, como as elites proprietárias tiveram que se adequar ao novo contexto do Brasil império. Temos a intenção de suscitar outras pesquisas que possa nos fazerem pensar sobre o nosso passado colonial, mais precisamente sobre o tráfico interno de escravos, com suas modificações e impactos que ocorreram no Brasil imperial após o fim do tráfico transatlântico com a lei Eusébio de Queirós. O presente estudo tem como objetivo geral: analisar o tráfico interno de escravos no Brasil, seus impactos e suas nuances. Dessa maneira os objetivos específicos são: Analisar as mudanças que vieram com o fim do tráfico transatlântico; identificar as estratégias e sistemas utilizados pela elite proprietária de escravos como forma de manter a escravidão; identificar as modificações que vieram com a adoção mais frequente do tráfico interno. 7 O presente estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e documental, onde iremos abordar o tema escravidão no Brasil com um recorte histórico para o tráfico interno de escravos pós lei Eusébio de Queirós. O levantamentode dados foi realizado por via eletrônica, através de consulta de trabalhos acadêmicos, artigos científicos, livros e periódicos da internet, assim como arquivos impressos. Gil (2010, p.29) define que “a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela Internet”. A pesquisa bibliográfica proporcionará maior familiarização com o tema, sendo assim, logo após será feita a fundamentação teórica, no qual será possível esclarecer ao máximo o assunto escolhido através das citações dos autores selecionados, e assim possibilitará fazer análise e comparação das informações. A lida para o desenvolvimento da pesquisa obedecerá os seguintes critérios de inclusão: artigos que tenha concordância com os descritores previamente escolhidos e que estejam no idioma português. Como critérios de exclusão: artigos que não tenham relação com a temática e que estejam em outros idiomas. A relevância científica deste artigo se dá pela falta de trabalho que falem sobre a escravidão no nosso país de forma mais abrangente, tratando ela não apenas como algo parado e fechado, mas que existiam diferenças que poderia variar de região para região. Tema de bastante relevância, visto que apesar de muitos autores já tratarem da escravidão no país, falta um aprofundamento em relação ao tráfico interno de cativos com suas particularidades. Dessa maneira, a literatura científica vem abordando o assunto e assim contribuindo para que a literatura acadêmica disponha de mais conteúdo voltado ao tema. 8 Dessa maneira, a pergunta de partida que motivou esse presente estudo é: Quais os impactos da adoção do tráfico interno de escravos no Brasil após o fim do tráfico transatlântico? 3. ESCRAVIDÃO NO BRASIL ANTES DE 1850 Sabemos que a escravidão no Brasil durou mais de 300 anos, onde nossa nação foi uma das ultimas a abolir a escravidão no país, fato esse que somente ocorreu em 1888, com a lei Áurea, porém como cita Holanda (2014) a escravidão no Brasil passou por muitas reviravolta, visto que o tráfico de escravos, onde várias nações como por exemplo: Portugal, Espanha e Inglaterra ganharam bastante dinheiro com o negócio da escravidão, porém essa ultima citada( Inglaterra) começou a pressionar várias nações para abolir o tráfico de escravos. Flausino (2006, p.57 ) afirma que: As pressões foram tantas que em 1831, o tráfico de escravos para o Brasil foi decretado ilegal, embora isso não significasse que as entradas de africanos tenham cessado; antes o contrário, estima-se que elas tenham aumentado justamente por causa desta lei, que, na prática, tinha pouco ou nenhum efeito. Á medida que a fiscalização brasileira e, sobretudo, britânica crescia novas formas de burlar a lei também eram utilizadas por parte dos traficantes brasileiros, de modo que grandes quantidades de escravos continuaram a desembarcar ilegalmente no Rio de Janeiro. Ao analisar os motivos, primeiramente temos de entender que foi lá na Inglaterra que se iniciou a revolução industrial, essa nação estava querendo expandi seus negócios no além-mar, porém a escravidão era algo bastante prejudicial para essa nação conseguir vender seus produtos. Bethell (2002 apud CARVALHO, 2012, p.02) nos fala que: A Lei de 7 de novembro de 1831 foi a primeira norma brasileira a proibir a entrada de escravos africanos nos portos do Brasil. Conhecida também como “Lei Feijó Barbacena”, sua construção está inserida no contexto maior das relações diplomáticas entre o Império brasileiro e a Grã-Bretanha nas décadas iniciais do século XIX. A vinda da família real para o Rio de Janeiro, em 1808; a independência do Brasil perante Portugal, em 1822; e a promulgação da lei; tudo isso está, de alguma forma, conectado aos anseios britânicos de erradicação do tráfico atlântico. 9 Dessa forma, podemos entender que a dinâmica da escravidão no país, se não teria seu fim naquele momento, ela iria sofrer alterações. Como podemos verificar na citação acima, a lei de 1831, foi a primeira lei que tratava extinguir a escravidão, ao menos ela tentava mostrar para os ingleses. Fato que ela levou o nome de lei para inglês ver. Sabemos que o Brasil era uma nação parceira da Inglaterra, assim como sua antiga metrópole também o era. Pois foi essa nação que interveio para que Portugal aceitasse a independência do Brasil. Dito de outra forma, essa nação foi a primeira parceira da nova nação que surgiu da separação de Portugal. (MAGALHÃES, 1972). Ainda citando todas as transformações na recém criada nação, que segundo Monteiro (1939 apud MAGALHÃES, 1972, p.05) a autora nos mostra em seu trabalho que a Inglaterra “não entraria em negociações com o Brasil antes de ver o resultado das negociações com Portugal” então, foi após esses trâmites legais , com aceitação de Portugal para considerar a independência do Brasil que começaram os acordos entre as duas nações. Então como devemos pensar escravidão no Brasil após a aceitação da independência por parte de Portugal? Primeiramente temos de compreender tudo que já foi dito aqui, como a Inglaterra com sua revolução industrial, como para ela a escravidão e sua dinâmica, o era prejudicial. Foram criadas várias maneiras para extinguir, se não de uma vez, ao menos aos poucos. Como já citada, primeira lei assinada foi a de 1831, mas essa não surtiu muito efeito, fazendo que o tráfico continuasse quase da mesma forma de antes. Em 1845 foi criada, na Inglaterra a lei Bill Aberdeen, uma lei aprovada no parlamento Inglês, que dava plenos poderes para os britânicos, prendessem qualquer navio negreiro encontrado pelos mares do mundo. Lei bastante rígida que causou muitas revoltas nas elites escravocratas brasileiras. Holanda (2014) explica que no ano de 1845, quatorze anos após a primeira lei brasileira, entrou no Brasil 19,363 escravos e que essa quantidade aumentou nos anos seguintes como: 1846 ( 50,354), 1847 ( 56,172) e 1848( 60,000). O autor cita ainda que na aprovação da lei Eusébio de Queirós, tivemos uma queda na entrada de africanos no país. Chegando a entrar no ano de 1852, apenas setecentos 10 escravos. Então a lei, recém-criada, onde extinguia o tráfico transatlântico, mudou a forma que era visto a escravidão no país. Fazendo uma transformação na maneira da escravidão no Brasil. 3. LEIS ABOLICIONISTAS. Sabemos que a escravidão no país teve uma grande mudança desde a lei Bill Aberdeen. Em 1850 o tráfico transatlântico se torna ilegal e toda a forma da escravidão que conhecíamos, foi alterada. A sociedade e os abolicionistas sempre cobravam o fim da escravidão, dessa forma, D. Pedro ll sempre tentava apaziguar os dois lados, abolicionistas e os proprietários de escravos. De maneira que, em 1871 foi criada a lei 2040, que ficou conhecida como lei do ventre livre. Como nos mostra Pedrosa (2018, p.11). A Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco, de 28 de setembro de 1871, inaugurou um processo gradual de abolição no Brasil, que prolongou a escravidão até a edição da Lei Áurea, em 1888. Embora conservadora e bastante infensa aos interesses imediatos dos grandes senhores, a edição do Ventre Livre representou um golpe na continuidade da escravidão, principalmente por colocar o fim da escravidão em perspectiva e representar uma condenação moral e oficial à escravidão. Veloso (2010) em seu trabalho sobre escravidão, nos mostra que a lei 2040, foi de bastanteimportância para o posterior fim da escravidão no país. Ela nos mostra que foi após essa data que o estado passou a interferir nas relações entre senhor e escravo. “Lei do Ventre livre deve ser entendida como referência fundamental de todo o debate relacionado ao fim da escravidão, ao movimento abolicionista, e principalmente ao que diz respeito à abolição gradual da escravidão no Brasil” (VELOSO,2010, p.99). A autora nos mostra em seu artigo que foi a parti da dessa lei que começou, mesmo que de forma gradual, o fim da escravidão no país. Pedrosa (2018) pensa de forma parecida, em sua dissertação ele trabalha com a ideia de que “A Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco, de 28 de setembro de 1871, inaugurou um processo gradual de abolição no Brasil, que prolongou a escravidão até a edição da Lei Áurea, em 1888.” (PEDROSA, 2018, p.11). A lei citada não trouxe benefícios perceptíveis em curto prazo para os escravos, mas ela estava preparando o caminho 11 para a abolição da escravidão no país. No trabalho do autor citado, assim como no do Veloso, podemos entender que o imperador tentou de várias maneiras para tentar amenizar a “questão “da escravidão no país. Pedrosa (2018, p. 13) nos mostra que: Com efeito, como se sabe, em 1864, d. Pedro II enviou um ofício ao chefe do Ministério liberal, Zacarias de Góis, apontando ao mesmo a necessidade de se enfrentar o problema sobre o assunto na legislatura que iniciava. Na nota, que aludia ao problema da Guerra Civil Norte-Americana, o imperador expunha a necessidade de se evitar que, no Brasil, o problema da escravidão chegasse aos termos verificados ao Norte do Continente. A lei dos sexagenários, ou lei saraiva- Cotegipe, como também era conhecida, foi criada no meio da grande euforia para a abolição dos escravos, como já foi citado nesse trabalho, apesar de o Brasil ainda ser uma nação escravista, naquele momento só aumentava os pedidos para a abolição da escravidão no país. A lei dos sexagenários foi criada como forma de tentar apaziguar mais uma vez os dois lados, porém apesar de a historiografia achar que essa lei foi como uma espécie de trampolim para a abolição da escravidão, a nova historiografia tem um novo entendimento. Dessa maneira, temos de compreender que a província do Ceará libertou seus escravos em 1884, logo o estado imperial tinha de fazer algo em relação a escravidão no país. Monnerat (2013, p. 113) nos mostra em sua dissertação que” (…) as abolições provinciais eram muito importantes para motivar o movimento abolicionista como um todo” e a partir da abolição da província do Ceará, o movimento abolicionista tomou proporções alarmantes e servindo de exemplo para outras libertações provinciais. Pedrosa (2018) e Monnerat dialogam com autores bem próximos, da forma que os dois tem um entendimento bem similar em relação a lei dos sexagenários, ambos dizem que a única maneira que as elites proprietárias de escravos encontraram para tentar segurar a escravidão por mais tempo, era acalmar os ânimos dos abolicionistas e do governo imperial. Fizeram isso em elaborar a lei Saraiva – Cotegipe em 28 de setembro de 1885. Monnerat (2013, p. 139). nos mostra que: (…) os escravagistas viam na Lei Saraiva-Cotegipe um meio de tentar deter a marcha subversiva da abolição ao ceder um pouco. O mais importante de ser considerado foi o fato de que, no processo de discussão do projeto, as diferenças entre os escravistas na defesa da escravidão se agudizaram e se tornaram mais nítidas. Ao mesmo tempo, o abolicionismo conquistou, cada vez mais, o apoio popular. 12 Dessa maneira, podemos compreender que o projeto de libertação dos escravos já era algo almejado, porém as elites proprietárias de escravos, tentaram o máximo possível para não entregar essa causa de forma fácil. Ao contrário, fizeram tudo que estavam em seus alcance para postergar a abolição da escravidão no país. 4. LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS DE 1850. Devemos tentar entender o contexto histórico do momento anterior a 1850, como por exemplo: uma nação ditando as ordens para um país, dito independente, para abolir com o tráfico de escravos. Temos também de compreender que erámos os últimos nas américas que tínhamos escravos. Claro que não erámos a única, mas erámos a maior compradora de escravos. Um livro da nova historiografia que trabalha muito bem o assunto sobre escravidão é o do historiador Jaime Pinsky, livro a escravidão no Brasil. Pinsk (1993) Cita que o escravo como mercadoria que era, fazia com que ele fosse transferido de locais menos rentáveis, para os locais com maiores rendas. É basicamente, a questão do escravo, ser transferido de um determinado local, após um declínio, citando como por exemplo o caso peculiar do açúcar. os escravos são transferidos para áreas com produção melhores. Sabemos da dinâmica e do declínio das lavouras do país, nas obras de Caio Prado. Em especial, um livro que trata de forma bastante relevante é Formação do Brasil Contemporâneo. Dessa maneira, o fim do tráfico transatlântico abriu um novo modo de escravidão no país, o tráfico interno de escravo para manter a mão de obra que em muitos locais que precisavam delas. Logo esse tipo de tráfico era bastante essencial para economia do império. Ora, com o fim do tráfico transatlântico, alguma coisa deveria ser feita, como estava longe dos planos das elites escravocratas libertar seus escravos e utilizar o trabalho assalariado livre, assim como fizeram suas vizinhas americanas, então a maneira que encontraram foi trazerem escravos de locais que não necessitavam, ou que estava sobrando mão de obra. Com o término do tráfico transatlântico, os proprietários de escravos tiveram que 13 procurar outra forma de repor a mão de obra escrava, Flausino em seu trabalho, nos mostra também, assim como cita Caio Prado, com o declínio das lavouras do norte, muitos escravos foram vendidos para Rio e São Paulo, como maneira de driblar a falta de escravos nessas capitanias. Sendo em 1850 o começo da intensificação desse tipo de tráfico. Muitos dos escravos que vinham do outras capitanias eram destinados, muitas vezes, as lavouras do café. O tráfico interno era bem parecido com o transatlântico, visto que ele guardava muita particularidade similares ao jeito de conseguir escravos na África. Como por exemplo o fato de ambos darem preferência aos escravos dos sexos masculinos, em idade produtiva, além de seguir a dinâmica da economia como a oferta da demanda e da procura. (FLAUSINO, 2006) Segundo Scheffer (2006 ) o preço dos escravos vendidos variavam, porém era nos locais onde os produtos eram mais desvalorizados, que o preço dos escravos ficavam mais desvalorizados, transferindo essa mão de obra para um mercado mais dinâmico. O mesmo autor cita que, os escravos passam das mãos dos pequenos proprietários, para a dos grandes proprietários. A economia cafeeira paulista, a mesma estava, por exemplo, com um crescimento muito alto, fazendo muitas vezes que os barões do café, comprassem escravos das áreas em declínio. Ao contrário da economia do Nordeste, como já citei, sem querer entrar muito nesse assunto, um livro que fala muito desse assunto é o já citado, Formação do Brasil Contemporâneo, de Caio Prado. Ele também nos mostra que o tráfico interno, causava muitas vezes o desequilíbrio em certas regiões, pois existia lugares que tinham muitos cativos e outros que não tinham mais quase nada. 5. DE PARTIDA MAIS UMA VEZ. Diversos historiadores que se dedicam ao estudo do tráfico interno, avaliam que apesar de existir em todo período da escravidão, o tráfico interno de cativos, foi a partir de 1850 que ele teve um carácter mais contínuo, de maneira que os donos de escravos tiveram que repensar a escravidão no país. Estudos como o do historiador Grahm (2002,p. 08) cita que “(…) devido ao enorme número de africanos no país, muitos dos que foram transferidos de uma província para outra já tinham sofrido o tráfico transatlântico.” Ou seja, o cativo, muitas vezes passavam por uma nova 14 viagem para chegar ao seu mais novo proprietário. O autor também nos dar detalhes que nos faz pensar sobre essa forma de escravidão proveniente do fim do tráfico transatlântico, como por exemplo, o fato de mesmo após a lei de 1850, ainda entravam escravos de forma ilegal no país. Lembro que Sérgio Buarque, também nos fala sobre isso em seu livro raízes do Brasil. (…) já em 1851, terem entrado no país apenas 3287 negros, e setecentos em 1852. Depois disso, só se verificaram pequenos desembarques, entre eles o de Sirinhaém, em Pernambuco, e o de São Mateus, no Espírito Santo, que resultaram na apreensão, por parte das autoridades, de mais de quinhentos africanos. (HOLANDA, 2014, p. 89). Não citando o fato de o autor se espantar com a “pouca” entrada de escravos, após a lei de 1850, ainda tivemos entrada de cativos no país, porém quando as autoridades pegavam a “carga” de escravos, eles os libertavam e o responsável geralmente tinha que responder perante a lei. Em relação ao tráfico interno, Gorender (1998 apud SCHEFFER,2006, p.26) “calculou que através do tráfico interno, somadas as vendas locais e as interprovinciais, não menos que 300.000 cativos teriam sido transferidos.” Scheffer ( 2006) em sua dissertação, trabalha as forma que os cativos eram vendidos, onde o autor nos diz que o transporte era por terra, mas também era por transporte marítimo. A navegação de cabotagem era muito utilizada para o transporte desses cativos, onde em seu trabalho, Scheffer nos dar detalhes sobre os transportes de escravos, nos mostrando que a navegação era a maneira mais económica e segura para levar os escravos para o seu destino. Porém como cita o autor, existia um temor que mesmo na navegação de cabotagem, a marinha britânica conseguisse interceptar os navios contendo escravos, visto que mesmo em mares brasileiros, a marinha da Inglaterra conseguia interceptar navios contendo escravos. O receio à interceptação e captura por parte dos ingleses, que a época fazia constantes intervenções mesmo na navegação de cabotagem, parece ter sido o impulso fundamental a essa restrição. E não era sem motivo. Em fins de julho de 1851, o navio Novo Mello, fundeado na baía da Ilha de Santa Catarina, foi apreendido por um navio de guerra britânico. (SCHEFFER, 2006, p.67). A escravidão não era a mesma em todo o país, no início desse trabalho foi explicado 15 que a escravidão na era a mesma para todos os locais. Dessa maneira, os escravos eram seres sociais, desse jeito, existia particularidades de região para região. Com o fim do tráfico transatlântico, muitos donos de escravos passaram a negociar mais com os seus cativos, como citado no livro do historiador Pinsk (1993), o escravo negociava várias coisas, como muitas vezes o direito de ser vendido para outro dono, muitas vezes, ele mesmo arranjava seu comprador. Mas isso não tira o carácter desumano que foi a escravidão, seja ela no Brasil ou no mundo. Scheffer cita que os escravos conseguindo reivindicar algumas coisas junto ao seu senhor, eles muitas vezes não conseguiam nada. Segundo o autor, houve vários casos de família escravas sendo vendidas de forma separada, isso só foi proibido em 1869. Pensando no assunto econômico, podemos verificar que os escravos que mais eram procurados são os homens, de preferência jovens, Flausino (2006, p. 55) cita que “havia a preferência por escravos adultos do sexo masculino, na faixa etária de 10 a 39 anos de idade.” Dessa forma, os escravos do sexo masculino eram escolhidos, segundo a autora, eles eram mais resistentes ao trabalho pesado. 6. DA LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓS ATÉ A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS. Muitos historiadores se debruçam sobre a escravidão no Brasil, utilizando os nossos clássicos, como casa grande e senzala de Gilberto Freire, ou nas obras de Nina Rodrigues, em especial a obra: os africanos no Brasil. Onde digo que são obras maravilhosas, tiveram um grande potencial e foram delas que surgiram várias obras magníficas. Devemos entender que mesmo os clássicos devem serem lidos, entendendo seu contexto histórico. Também devemos ter a ciência que como diz Michel de Certeau, o historiador parte do seu lugar “chão”, ou seja, do seu lugar social, político, Cultural e geográfico. Ao compreender isso, entendemos que nada nos é neutro, o historiador carrega tudo isso em seu discurso. (CERTEAU,1982). Sobre a extinção da escravidão no Brasil. A extinção da escravidão no Brasil não foi a solução, pacífica ou violenta, de um simples problema econômico. Como a extinção do tráfico, a da escravidão precisou revestir a forma toda sentimental de uma questão de honra e pundonor nacionais, afinada aos reclamos dos mais nobres sentimentos humanitários. (RODRIGUES, 2010, p 10). 16 Muitos historiadores citam que foi com a lei Eusébio de Queirós que o processo da abolição ficou mais nítido, após ela, foram criadas mais duas leis antiescravista, a primeira foi a lei do ventre livre de 1871, onde após essa data, todo cativo nascido de um ventre escravos, seria livre. A outra foi a lei dos Sexagenários, onde todo escravo que tivesse 60 anos ou mais, ou completasse após essa lei, ainda trabalharia mais três anos como forma de indenizar os seus senhores. Essas foram leis que não trouxeram melhorias significativas para a escravidão no Brasil, visto que tanto a primeira lei, quanto a segunda, só favoreceram as elites escravocratas, pois seria mais lucrativo libertar os escravos que já estavam velhos para a produção, que os alimentar até sua morte. Ou utilizar a mão de um escravo até ele ficar com 21 anos, sabendo que muitas vezes, ele irá continuar na fazenda, pois é lá que estão seus parentes. Um livro que trata de forma bastante interessante é o abolicionista, de Joaquim Nabuco. Ao pesquisar obras da literatura brasileira, encontraremos citações sobre a escravidão em vários autores, em especial nas obras de Machado de Assis e Aluísio de Azevedo, autores que viveram no período da escravidão, onde utilizaram desse assunto de forma bastante crítica. O historiador pode utilizar desses autores para se trabalhar sobre a escravidão no país, sempre fazendo uma critica sobre o documento que nos são repassados. 7. LEI ÁUREA E O FIM DA ESCRAVIDÃO Foi a princesa Isabel quem libertou os escravos. Sempre nos foi passado que ela agiu dessa forma, porque ela era a protetora dos pobres negros. Não tivemos uma educação voltada para a crítica, ou seja, por qual motivo que veio a libertação dos escravos em 1888? Monteiro (2012, p. 306) cita que: (…) Lei Áurea foi a imediata extinção da escravidão no Brasil. A partir de então, uma a uma as portas das senzalas foram sendo abertas e os negros puderam irromper, pela primeira vez, os limites das cercas das propriedades de seus senhores, como forma de concretizar os ditames literais da lei. Como podemos verificar, a lei que libertou os escravos não fez nada além disso, jogando os escravos ao seu bem dará. Não foram criados meios para que os ex escravos conseguissem entrar no mercado de trabalho assalariado, nem foram 17 criadas formas para os capacitá-los. Como diz Monteiro (2012,p.06 ), “No entanto, se no primeiro momento a Lei Áurea significou a libertação dos escravos do jugo dos seus senhores, no momento seguinte, condenou aqueles a viverem como vítimas do sistema “. Fazendo que o negro, sem emprego e sem meios de consegui-los, tivesse muitas vezes que entrar para o mundo do crime. Ao analisar o jornal do senado, versão comemorativa de 120 anos da abolição da escravidão, onde o senado reuniu “possíveis” reportagenssobre aquele período histórico. Em uma fala do jornal ele cita que “O Brasil está livre do trabalho escravo. Na tarde de ontem, a Princesa Isabel sancionou a lei que pôs fim a mais de 300 anos de escravidão. Conforme o senador Sousa Dantas, havia no país 600 mil escravos.” (SENADO, 2008, p. 1). Em outra citação, o jornal nos mostra a princesa como tudo aquilo que já tínhamos citado aqui, como a princesa boa, que salvou os negros. Não conseguir verificar a veracidade dessa reportagem, junto ao período que ela ocorreu, porém isso não tem muita importância, pois se realmente a reportagem foi de 1888, isso só nos mostra aquilo já dito. Mas se tal reportagem, foi escrito para a comemoração do jornal, ela só nos mostra como essa mentalidade nos acompanha até os dias de hoje. De maneira, cabe aí um estudo mais aprofundado sobre o nosso imaginário, como nós olhamos os heróis da pátria que nos são passados pela história positivista. Monteiro (2012) nos mostra em seu artigo, que o mercado de trabalho não conseguia absorver todos os ex-escravos, dessa forma muitos deles não tiveram nada, ou quase nenhum benefício com essa lei, muitas vezes piorando o trato que eles passaram a receber da sociedade. Diante dessa marginalidade, sem a possibilidade de receberem ajuda do governo, muitos foram buscar outras formas de sobreviverem. 18 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse trabalho foi analisar os impactos da adoção do tráfico interno de escravos no Brasil após o fim do tráfico transatlântico. Dessa maneira, o artigo teve o intuito, primeiramente, de gerar novas discursões acerca do tráfico de cativos, tivemos um olhar para o tráfico interno, mas sempre focando ao período e a escravidão, mesmo com recorte histórico em 1850, em alguns momentos, tivemos que voltar um pouco antes para entender o contexto, ou melhor dizendo, o período histórico. O Brasil após a independência de Portugal, teve de criar meios para mostrar para as outras nações que ele era um país civilizado, continuador da civilização portuguesa, dessa maneira, nós também nos tornamos uma monarquia. Como historiador, sabemos que na história existe rupturas e permanências, na recém-criada nação, não foi diferente. A ordem social não foi alterada, o império do Brasil continuou como uma nação escravocrata, utilizando os mesmos meios de empregá-la de várias formas na nação brasileira. A Inglaterra foi uma companheira comercial do Brasil, assim como era de Portugal, foi ela que fez que Portugal aceitasse a nossa independência. A nova historiografia se atentou para as particularidades que cada região tinha, onde o historiador passou a procurar essas variáveis, não pensando em uma história fechada e igual para todos os locais do Brasil, sabendo ele que a nossa nação é enorme que não tem como existir uma escravidão só, mas existiram diferentes tipos de escravidão. O escravo passou a ser visto como um agente social, e como tal foram buscados nos documentos, como comprovante de vendas, artigos de jornais da época ou até mesmo nos processos criminais, para nos mostrar essa outra realidade diferente dos estudos passados. Tivemos particularidades regionais que nos foi trabalhado no artigo, como o fato de muito escravos pedirem sua venda para outros senhores, muitas vezes eles mesmo procuravam compradores para si mesmo. Tivemos um olhar para a escravidão pós lei Eusébio de Queirós, onde fizemos bastante observações sobre as particularidades dessa forma de escravidão, suas diferenças, continuidades e rupturas em relação ao tráfico transatlântico. Não nos é fácil trabalhar sobre um assunto tão delicado como o tráfico interno, visto que a nação brasileira foi bastante ingrata com os escravos, não compreendendo que foram eles que moveram durante mais de 300 anos a economia do país. Diante mão, como já citado, esse 19 artigo teve um real motivo de que outras pesquisas sejam feitas, um tema tão vasto como escravidão, não deve ficar somente na parte superficial do discurso. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Lei n. 3.353, de 13 de maio de 1888. Declara extinta a escravidão no Brasil, art. 1º. 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