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Marina Middendorf Mattos RA:21060314; Território e Sociedade, Profa. Silvana Zioni. Resenha do Texto “Pactos em Territórios: Escalas de Abordagem [...]”, de Brandão. PACTOS EM TERRITÓRIOS: ESCALAS DE ABORDAGEM E AÇÕES PELO DESENVOLVIMENTO (BRANDÃO, Carlos. 2008) Pós-doutor pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Carlos Brandão é também pesquisador pelo Cnpq em Desenvolvimento e Planejamento Regional. Neste trabalho, Brandão imerge na natureza e dinâmica dos processos de transformação do território. A partir do surgimento de estruturas descentralizadas e poderes horizontais nos anos 80, Brandão levanta um questionamento sobre como estabelecer-se-ão as relações entre diferentes níveis do governo e, a partir desta questão, descreve a partir da literatura disponível que a contratualização de estratégias tem sido dada como exemplo de sucesso no intermédio entre varias esferas do governo. Exemplifica então que “A experiência francesa é exemplar na descentralização de competências e na ampla articulação entre suas instâncias e níveis administrativos. A reforma do sistema de planejamento nacional delegou às regiões as atribuições de elaboração e gestão de um plano nacional de desenvolvimento, ao mesmo tempo em que autorizou o Estado a realizar contratos com as diversas esferas territoriais - região, departamento ou comuna -, embora, na prática, tais acordos formalizados tenham se limitado à esfera da região.” (BRANDÃO, p. 147, 2008) Quando discorre sobre os modelos de desenvolvimento no Brasil, o autor afirma que não é adequado e nem preciso copiar modelos internacionais. Várias articulações obtiveram êxito em experimentos brasileiros, como por exemplo, consórcios intermunicipais e acordos entre municipalidades que entornam de bacias hidrográficas. Mais à frente, Brandão chama atenção para algumas situações, são elas: cuidado com as influências partidárias nos acordos, apaziguar as forças antagônicas, estabelecer acordos não governamentais quando interesses legítimos entre outras, a fim de manter prósperas as políticas de desenvolvimento e sustentabilidade. “É preciso ampliar as arenas publicizadas e os canais institucionalizados de participação promovendo o diálogo coletivo. O espaço público não pode, no Brasil, ser apenas aquele mero sinalizador e facilitador do espaço privado, servindo tão somente à promoção de ambiente salutar para microiniciativas. Deve, sim, costurar, em várias lógicas e escalas, macro decisões estratégicas que articulem e deem coerência ao processo duradouro de desenvolvimento, enquanto alargamento do horizonte de possibilidades, reelaborando, continuamente, arenas de coordenação de interesses, diálogos, conflitos e consensos em ambiente de heterogeneidades e assimetrias.” (BRANDÃO, p. 151 §8, 2008.) As articulações do governo devem ser horizontais e verticais a fim de promover melhorias em diferentes níveis da sociedade, complementando-se quando necessário, as esferas políticas que tangem o desenvolvimento territorial (regional/local) e é por isso que não se deve fazer, na visão do autor, uma análise uniu escalar do planejamento territorial. Por fim, vale fazer uma ultima análise ao trabalho de Brandão apontando para a importância que deve ser dada ao diálogo entre diferentes escalas do governo e agentes locais, unindo o público e o privado, se necessário, para a promoção de desenvolvimento sustentável e contratos para políticas a longo prazo. As esferas sociais, culturais, geográfica e econômica podem e devem ser trabalhadas em uma conjuntura que eleve a confluência dos projetos e fortaleça a dialética.
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