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Aula 4 Universidade Anhanguera Profª. Sara Nogueira Do Período Colonial ao século XX o transporte hidroviário foi o responsável pelos primeiros passos, voltados para interiorização de nosso país. Foi navegando pelos rios que os bandeirantes conseguiram se deslocar das cidades do Leste para o extremo Oeste do Brasil. Na metade do século XX, surgiram as primeiras ferrovias, motivadas pela influência dos ingleses, que viam grandes possibilidades de prosperidade em nossa nação. A partir dos anos 1950, com a chegada da indústria automobilística, o Brasil passou a caminhar de maneira intensa na direção da construção de rodovias, até se transformar no que podemos chamar de país do modal rodoviário. Profª. Sara Nogueira Alguns fatores fizeram com que o transporte de cargas, apoiado nas hidrovias e ferrovias, fosse deslocado para as rodovias: a) uma política de investimentos do governo, que alavancou a construção de rodovias; b) incentivos por parte da presidência da república dos anos 1950, voltados para a implantação da indústria automobilística; c) a criação do Parque Nacional de Refinação do Petróleo. P ro fª . S a ra N o g u e ir a Aproximadamente 76% de tudo o que é transportado em território nacional caminha pelas rodovias do país, restando 14,2% para as ferrovias, 9,3% ao sistema de cabotagem e 0,5% para o transporte aéreo (DIAS, 2012). No Brasil, o transporte rodoviário é regulamentado e controlado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). O transporte rodoviário brasileiro é responsável por 6 de cada 10 kg de carga transportada e está inserido num contexto que envolve mais de 60 mil empresas responsáveis por empregar aproximadamente 3 milhões de trabalhadores. Profª. Sara Nogueira No modal rodoviário, há fatores preocupantes no cotidiano das empresas de transporte: a) Problemas com infraestrutura das estradas. b) Elevados custos de aquisição e manutenção da frota. c) Problemas com roubos de carga. d) Grande participação de carreteiros autônomos no sistema de transporte. Pesquisas da ANTT registram que o país possui 1.765.000 km de estradas, sendo que apenas 212 mil km (12%) são pavimentadas (DIAS, 2012). Profª. Sara Nogueira Com a realização do recadastramento e a concessão de novos registros realizados no ano de 2010, a ANTT constatou que a idade média ponderada da frota de caminhões brasileiros está no patamar de 16,4 anos. É possível afirmar, segundo Dias (2012), que a idade média: a) dos caminhões de autônomos é de 24,9 anos. b) dos caminhões das cooperativas é de 17,9 anos. c) dos caminhões das empresas de transporte é de 13,4 anos. Pelos padrões internacionais, a frota com idade de 10 anos é considerada correta, desde que o sistema de infraestrutura das estradas seja satisfatório, fato distante da realidade brasileira. Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Os tipos de cargas são classificadas pela ANTT da seguinte maneira (DIAS, 2012): i. Produtos embalados, ensacados e envasados: 48.3%. ii. Cereais, areia, minério e outros granéis: 18.4%. iii. Fertilizantes e artigos explosivos: 05.0%. iv. Produtos em paletes e caixas: 05.7%. v. Veículos: 05,5%. vi. Combustíveis e gás: 05.0%. vii. Outras cargas: 31.2%. Profª. Sara Nogueira Existem alguns fatores que favorecem o transporte rodoviário no contexto de movimentação de cargas: a) Possibilidade do deslocamento de mercadorias “porta a porta” com razoável velocidade. b) Maior rapidez de embarque e desembarque de mercadorias. c) Não necessita de embalagens sofisticadas no transporte dos materiais. d) Possui tarifas mais acessíveis, comparadas aos demais modais de transporte. e) Proporciona a possibilidade de serviços personalizados, tanto para quem envia como para quem recebe as mercadorias. Profª. Sara Nogueira A mensuração do potencial da empresa é feita através: i. da relação entre capital investido e a capacidade rodante da frota; ii. da observação do espaço físico do local; iii. a praticidade no processo de movimentação de carga e descarga dos caminhões; iv. a estrutura de comunicação; v. a velocidade no atendimento aos cliente; vi. a estrutura do capital humano. Profª. Sara Nogueira A rentabilidade de cada caminhão está condicionada a uma programação que permite-os rodar sempre carregados. Para empresas que possuem clientes regulares, o cálculo da rentabilidade é mais simples. Quando não há regularidade, é necessária a realização de um trabalho voltado para a otimização do custo das viagens. Para otimizar esses custos, quase sempre, veículos que transportam soja para o local de destino retornam trazendo fertilizantes e outros insumos para o ponto de origem (Milk Run). Profª. Sara Nogueira As avaliações mais utilizadas na escolha dos veículos que realizarão o deslocamento das mercadorias: 1. Conhecer as características da carga que será transportada, pois isso definirá o meio de transporte utilizado. 2. Identificar os pontos de origem e destino, fator responsável pela melhor opção de transporte. 3. Analisar as características das rotas, pois serão elas que determinarão o veículo capaz de oferecer a melhor opção de percurso. 4. Levantar as características dos veículos com relação a fatores, como: facilidade para manobras, capacidade de subida em rampas e outros. Profª. Sara Nogueira A crescente demanda pelo transporte de grãos causou mudança na estrutura de alguns caminhões. O veículo tradicional cedeu espaço para os: VUC Truck Caminhão Bitrem Tritrem Romeu e Julieta Treminhão Rodotrem Superodotrem Etc. Profª. Sara Nogueira Veículos Urbano de Carga (VUC): usado para deslocamento de cargas em áreas urbanas. Tem capacidade para transportar até 3 toneladas. P ro fª . S a ra N o g u e ir a É o caminhão com 2 eixos traseiros, que permite transporte de 12 toneladas. P ro fª . S a ra N o g u e ir a Possui cavalo mecânico simples com 01 semirreboque e capacidade de carga bruta de 41,5 toneladas. Profª. Sara Nogueira Possui cavalo mecânico trucado com 01 semirreboque e capacidade de carga bruta de 45 t. P ro fª . S a ra N o g u e ir a Designação popular para qualquer caminhão trator (cavalo mecânico) tracionando um semirreboque. P ro fª . S a ra N o g u e ir a Bitrem articulado: caminhão trator trucado com dois semirreboques e 19,80 m. É uma combinação de veículos de carga composta por um total de 7 eixos duplos, o que permite o transporte de um Peso Bruto Total Combinado (PBTC) de 57 t. Os semireboques dessa combinação são interligados por um engate do tipo B (quinta-roda) e podem ser tracionados por um cavalo-mecânico 6x2 (trucado). A sua principal aplicação se dá na versão graneleira pelo perfil do transporte nacional. Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Engate do tipo B (quinta-roda) P ro fª . S a ra N o g u e ir a É uma combinação de veículo de carga (CVC) de até 30 m. Esta CVC é formada por 3 semireboques (triarticulado – trator trucado e 3 carretas de 2 eixos) interligados meio 2 quintas-rodas (engates do tipo B). Esta CVC possibilita o transporte de um PBTC de 74 t, a mesma do rodotrem, mas, devido às características específicas, são desenvolvidasespecialmente para o transporte florestal e canavieiro. Profª. Sara Nogueira P ro fª . S a ra N o g u e ir a Caminhão com 19,80 m, que traciona 02 reboques com capacidade de carga bruta de 50 t (6 eixos) e 57 t (7 eixos). P ro fª . S a ra N o g u e ir a Caminhão trucado tracionando dois reboques, até 30 m e 63 t. Pode ter, no máximo, 9 eixos. Normalmente, é usado no transporte de cana. P ro fª . S a ra N o g u e ir a 9 eixos, até 30 m e 74 t (cavalo trucado 6x4, 2 semirreboques interligados por meio de 2 eixos e um dolly intermediário de 2 eixos). P ro fª . S a ra N o g u e ir a P ro fª . S a ra N o g u e ir a P ro fª . S a ra N o g u e ir a É constituída de um conjunto de artigos extraídos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e das resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). A Lei tem relação direta com as dimensões e pesos dos veículos de carga e passageiros nas estradas brasileiras. Toda normatização de dimensões, pesos e capacidade de caminhões para transporte rodoviário de cargas tem início na determinação do Peso Bruto Total (PBT). Essa informação, definida pelo fabricante dos veículos, precisa estar correta no momento em que a fiscalização, nos pontos de pesagem, confrontar o documento do meio de transporte com o PBT que está em deslocamento pela estrada. Profª. Sara Nogueira Somente veículos com comprimento acima de 16 m podem transitar com PBT superior a 45 t (DIAS, 2012). P ro fª . S a ra N o g u e ir a O segmento de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) é uma atividade econômica regida de maneira exclusiva pelas leis de mercado, as quais deixam claro que o valor do frete cobrado não está subordinado a nenhuma legislação. Portanto, o valor do frete deve ser definido entre o transportador, que oferece o serviço, e o embarcador, que contrata o transporte. Profª. Sara Nogueira De acordo com o Manual de cálculo de tarifas e formação de preços da NTC e Logística, a tarifa rodoviária de cargas é composta de três maneiras: I. Frete-peso. II. Frete-valor. III. Taxas Profª. Sara Nogueira É a mensuração dos gastos operacionais da empresa. Importante ter registros todos os valores pertinentes aos custos, às despesas e às perdas, que somados dão origem ao gasto total. Os custos operacionais de uma transportadora normalmente são divididos em 2 partes: 1. corresponde ao valor do gasto administrativo; 2. corresponde ao valor do custo operacional ou custo de transferência, relacionado com a utilização dos veículos que fazem parte da frota. Profª. Sara Nogueira Os gastos administrativos, na maioria das vezes, são as despesas que a empresa tem com empregados que não fazem parte do processo de movimentação de cargas, e, sim, com a administração geral. Exemplos: a) Salário da equipe do escritório, responsável por cuidar das operações burocráticas da empresa. b) Encargos sociais, relativos aos tributos que a companhia precisa pagar ao governo para ter condições de operar na legalidade. c) Honorários da diretoria, que correspondem ao pró labore (salário mensal dos acionistas), que pode ser considerado como o salário do patrão. Profª. Sara Nogueira O custo de transferência pode ser dividido entre custos fixos e custos variáveis. Para as empresas de transporte otimizar seus lucros, devido aos seus gastos fixos e gastos variáveis, é preciso manter em operação todos os veículos durante o maior tempo possível ao longo do mês. Profª. Sara Nogueira O custo fixo incide sobre o veículo, independente dele estar em operação ou não. Exemplos: a) Salário do motorista que corresponde à remuneração mensal mais os encargos sociais que incidem sobre o valor que deve ser pago ao condutor do veículo. b) Licenciamento do veículo, representado pelo pagamento dos tributos fiscais que a empresa precisa pagar para obter autorização para transitar. c) Seguro do veículo, que representa uma despesa mensal a ser paga para o ressarcimento de eventuais situações de acidentes ou qualquer tipo de sinistro que possa ocorrer com a frota. Profª. Sara Nogueira Os custos variáveis incidem sobre o veículo apenas quando ele está em operação, ou seja, em movimento. Exemplos de custos variáveis: a) Peças e acessórios de manutenção, que se desgastam ao longo do tempo em que o veículo está em movimento. b) Combustível, consumido ao longo do processo de transporte da carga. c) Lubrificantes, que precisam ser renovados ao final de cada período em que o veículo esteve em movimento. d) Pneus e recauchutagens são relativos ao desgaste que os pneumáticos sofrem ao longo do processo operacional. Profª. Sara Nogueira Existem bens de alto valor que quando transportados desencadeiam situações de risco que a empresa de transporte necessita prever. Para isso, é necessário que a companhia esteja atenta para situações de seguros específicos para determinados tipos de cargas. Taxas que precisam ser pagas durante o serviço de transporte, como o valor pago nos pedágios ou pela utilização de ruas que operam com horários restritos. Retorno sobre investimentos, calculado dividindo o valor do investimento pelo valor do lucro. Exemplo: investimento de R$ 10.000,00 e lucro mensal de R$ 500,00. Resultado: 10.000,00/500,00 = 20 meses. Profª. Sara Nogueira Durante o tempo em que estiverem em operação, os veículos sofrerão desgastes, os quais precisam ser mensurados e avaliados com muito critério, pois a partir deles será decidida a troca ou a renovação das unidades que fazem parte da frota: a) Vida útil econômica: é obtida com a mensuração das atividades que o veículo desempenha. Quanto mais a unidade de transporte for utilizada, menos tempo de vida útil apresentará. As condições de infraestrutura em que os veículos operarão também precisam ser observadas, pois poderão aumentar ou retardar o processo de desgaste. Profª. Sara Nogueira b) Custo de manutenção: refere-se ao processo de reparos que os veículos necessitam ter. Existem situações em que os reparos são feitos periodicamente de maneira preventiva, o que pode prolongar a sua vida útil. Algumas empresas de transporte possuem oficina própria, o que ajuda no processo do trabalho de manutenção preventiva das frotas. Quando a manutenção é realizada por terceiros, quase sempre após a ocorrência de danos, a vida útil dos veículos se encurta e o processo de substituição é acentuado. Não podemos ignorar que o tempo em que o veículo fica parado na oficina também deve ser agregado ao custo de manutenção. Profª. Sara Nogueira c) Quantidade de veículos: existem empresas de transporte que, pela necessidade de acompanhar os avanços tecnológicos, vão adquirindo veículos com as receitas obtidas com a operação dos existentes. Utilizando esse conceito, o veículo novo acaba sendo subsidiado pelo velho. Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira A Agrotrans, responsável pelo deslocamento de grãos até o porto de Paranaguá, precisa modernizar a frota de veículos. Sabe-se que a companhia possui 2 propostas. Esse esforço está sendo feito para sensibilizar os investidores da Money Investiments, que pretendem adquirir 51% de participação na Agrotrans, desde que o prazo de retorno sobre o investimentonos veículos não seja superior a 25 meses. Você, como analista logístico da Money Investiments, tome uma decisão: alguma das opções apresentadas pela Agrotrans possui prazo de retorno sobre investimentos inferiores a 25 meses? Profª. Sara Nogueira Profª. Sara Nogueira Você é proprietário de uma empresa de transporte que atua no segmento de Agronegócios. O seu estabelecimento, além de possuir amplo espaço de garagem, utiliza no cotidiano de trabalho uma frota de 20 veículos articulados modelo bitrem. Seus parceiros que fazem parte da cadeia produtiva da soja obtiveram a informação de que o governo concederá incentivos para elevar em 30% a produção do produto na região em que sua empresa está inserida. Esse aumento deslocará o volume da carga transportada de 1.140 toneladas para 1.480 toneladas. Com base na informação recebida, você está diante do desafio de expandir sua capacidade de transporte sem aumentar o número de veículos da companhia. Que estratégia de gestão será adotada para que o objetivo seja atingido? O desafio da empresa está em aumentar a capacidade de carga sem aumentar o tamanho da frota. Com base nos dados apresentados, a solução consiste em substituir os 20 caminhões modelos Bitrem com capacidade de transporte por unidade de 57 toneladas por 20 caminhões do modelo Tritem que tem capacidade unitária de carga na magnitude de 74 toneladas. Com 20 unidades de veículos modelo Tritrem, que cabem na sua garagem, você terá capacidade de transportar 1.480 toneladas sem aumentar o tamanho da frota. Ferreira, Leonardo. Leite, Ademir Cavalheiro. Logística empresarial e engenharia de tráfego. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017. 236 p. http://www.portalntc.org.br/rodoviario/que-caminhao-e- esse/56691 https://www.hivecloud.com.br/post/tarifas-do-transporte- rodoviario-de-cargas-calculo-de-tarifas/ https://www.carrodegaragem.com/entenda-eixo-duplo- simples-rodagem-dupla-outros-caminhoes/ http://www.guiadotrc.com.br/lei/bitrem.asp http://slideplayer.com.br/slide/10202624/ Profª. Sara Nogueira DÚVIDAS? saramsnogueira@gmail.com
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