Apostila TGE 05

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Apostila 05 – Ciência Política e TGE
3) SISTEMAS ELEITORIAIS
3.1) SUFRÁGIO 
Derivado do latim sufragium (aprovação, apoio), é um direito publico subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar da organização política e da atividade de poder. Tal direito alicerça o principio esculpido no parágrafo único do artigo 1º da CRFB/88: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
O direito do poder emanar do povo nada mais é que o sufrágio. O exercício desse poder, no que tange ao exercício eleitoral que decorre do sufrágio é o voto.
Desta feita não podemos confundir sufrágio com voto, pois aquele consiste no direito e este no exercício.
O sufrágio pode ser consubstanciado de duas forma: a) quanto a extensão o sufrágio pode ser: a.1)universal ou a.2) restrito; b) quanto a igualdade: b.1) igual e b.2) desigual. 
a) Quanto à extensão:
a.1) Universal – consiste na possibilidade de o povo manifestar sua vontade para a formação do governo.
a.2) restrito – consiste naquele que por determinada condição econômica ou fator discriminatório imotivado as pessoas não tem o poder e, consequentemente, não podem exercê-lo, seja direta ou indiretamente. Ex: alguns países mulheres e analfabetos não podem votar.
b) Quanto à igualdade:
b.1) igual – alem do direito do eleitor exercer o sufrágio através do voto, que seu voto tenha a mesma importância de qualquer outro voto.
b.2) desigual – desigualdade no sufrágio.
3.2) VOTO
Consiste na pratica efetiva de um direito, é o instrumento de manifestação da escolha do eleitor.
a) Características do voto: o voto pode ser: secreto ou publico; obrigatório ou facultativo; igual ou desigual e direto ou indireto:
Secreto ou publico;
Obrigatório ou facultativo;
Igual ou desigual;
Direto ( se dá quando os eleitores escolhem sem intermediários, seus representantes e governantes) e indiretos ( quando os representantes são escolhidos por delegados dos eleitores, o exemplo que temos é o italiano onde o povo escolhe os deputados e senadores e os mesmos escolhem o presidente).
Assim podemos definir o voto no Brasil como sendo: direto, secreto, obrigatório, igual, periódico, pessoal e universal (garantido ao maior numero de pessoas possíveis).
3.3) SISTEMAS ELEITORAIS
Como vimos todo o poder emana do povo (sufrágio), sendo que este pode escolher sues representantes por meio de seu voto, em sistemas eleitorais definidos.
Os sistemas eleitorais são: majoritários, proporcional e distrital.
a) Sistema majoritário – consiste na representação em um determinado território, ao candidato que obtiver a maioria (absoluta ou relativa) de votos. No Brasil escolhemos presidentes, governadores e prefeitos pela maioria absoluta, podendo ainda ser em dois turnos. Já os senadores é por maioria simples. 
b) sistema proporcional – consiste em cada partido eleger o numero de representantes de acordo com sua força eleitoral. Essa força é medida pelo chamado quociente eleitoral, dividindo-se o numero de votos validos pelo numero de lugares a preencher no legislativo. Utilizado para eleição de deputados federais, deputados estaduais e vereadores.
c) sistema distrital – divide-se em puro ou misto.
c.1) Sistema distrital puro – divide cada estado em um numero de distrito equivalente ao de cadeiras no legislativo. Os partidos apresentam seus candidatos e ganhara o mais votado em cada distrito. A condição básica para dividir o mapa é que cada área tenha um numero equivalente de eleitores. Os distritos podem abranger vários municípios pequenos ou grandes municípios serão divididos em vários distritos. Países como a França adotam esse sistema.
c.2) Sistema distrital misto – é aquele em que os Estados são divididos num número de distrito equivalente a metade do numero de vagos no legislativo. Metade dos deputados é eleita pelos distritos e metade por listas de candidatos feitas pelos partidos. 
Os nomes e a ordem de preferência dos candidatos são definidos nas convenções de cada partido. Quanto mais voto de legenda um partido tiver mais vagas ele poderá preencher com os candidatos eleitos pelos distritos. Se os votos forem insuficientes para preencher todas as vagas, são convocados os que estiveram na lista. É o sistema adotado pela Alemanha. 
AULA 17-18
– REPRESENTAÇÃO POLÍTICA: OS PARTIDOS POLÍTICOS
a)Conceito
Partido político é uma associação de cidadãos, chamados membros de partido, que reúnem em torno de um mesmo ideal na conclusão do governo ou doutrina, visando alcançá-lo por meio de um plano de ação governamental ou programa, mediante o apoio da população.
b) Histórico 
Podemos dizer que a existência de partidos políticos é tão antiga quanto o Estado. Como os patrícios e os plebeus em Roma; os guelfos e guibelinos nas cidades medievais da Itália; os republicanos e os democratas nos EUA.
c) Princípios
São diversos os princípios que regem a organização partidária. No Brasil podemos destacar três:
Liberdade de organização – consiste, como dispõe o artigo 17 da CF, como sendo livre a fusão, a incorporação ou a criação de partidos políticos. Entretanto, tal liberdade possui condicionamentos, como por exemplo, a vedação de criação de partidos políticos que não tenham caráter nacional, ou ainda que recebam recursos de empresas ou governos estrangeiros.
Autonomia ou democracia partidária – os partidos políticos dispõe de autonomia para definir suas estruturas interna, organização e funcionamento.
Fidelidade partidária – todos os membros tem que ser fieis e disciplinar-se a seguir os princípios dispostos no programa e objetivos do partido.
d)Sistema Partidário
Atualmente a denominação mais utilizada para os sistemas ou correntes partidárias são: partidos de esquerda; partidos de direita ou partidos de centro. Existe ainda a combinação do centro com as outras duas posições: partido de centro-esquerda, ou partido de centro-direita.
Esses diferentes partidos possibilitam o surgimento de três sistemas:
O Unipartidarismo – só admite um partido com representante da população inteira. Foi o sistema vigente na União Soviética de 1917 ate sua extinção em 1991, na atual republica popular da China e na republica socialista de Cuba. Considera-se tal sistema como não democrático.
O Bipartidarismo – admite apenas dois partidos políticos que dividem o poder sucedendo-se em vitorias eleitorais na qual um deles ganha o governo recém instituído. No Brasil na época do império tivemos o partido liberal e o partido conservador.
O Pluripartidarismo – o mais democrático de todos – pressupõe a existência de vários partidos políticos. Vigente na maior parte dos países do mundo, inclusive no Brasil.
– PRIMAZIA DA CONSTITUIÇÃO
a)Subordinação das normas a Constituição
O ordenamento jurídico, por mais que seja complexo, deve ser considerado como unitário. Para que isso aconteça é necessário que não haja conflitos em suas normas.
Há de se lembrar que as normas não estão todas em um só plano, existindo dessa forma hierarquia entre elas. Portanto quando houver aparente conflito entre normas constitucionais e outras normas, devem prevalecer as normas hierarquicamente superiores – neste caso sempre será nossa Constituição.
A isso se chama de primazia da constituição.
OBS: sistema de freio e contrapesos???
R: Check and balance system (sistema de freio e contrapeso) é a essência do mecanismo da separação dos poderes proposta por Montesquieu no período da Revolução Francesa. Através desse sistema, um Poder do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) está apto a conter os abusos do outro de forma que se equilibrem. Por exemplo: O judiciário, ao declarar a inconstitucionalidade de uma Lei é um freio ao ato do Legislativo que poderia conter uma arbitrariedade. O contrapeso é que todos os poderes tem funções distintas, de forma que um 'não manda' mais do que outro. Eles são harmônicos e independentes.b) Controle de constitucionalidade 
Como vimos anteriromente é necessário que todas as normas infraconstitucionais guardem uma relação de compatibilidade com nossa constituição, sob pena de ser considerada invalido.
Por conta disso deve existir um controle de constitucionalidade desses atos normativos. Tal controle pode ser repressivo ou preventivo. No Brasil adotamos os dois critérios.
Entende-se por controle preventivo o que se visa impedir a introdução de uma norma jurídica inconstitucional no ordenamento antes ou durante o processo legislativo.
No Brasil em regra é o poder legislativo quem faz o controle de constitucionalidade de uma emenda a constituição.
Caso a lei inconstitucional seja aprovada, cabe ainda o controle repressivo, que consiste na busca do amparo do poder judiciário no sentido de declarar a inconstitucionalidade da norma.
No Brasil o controle repressivo pode ser exercido de duas maneiras. Ou pela via difusa ou pelo controle concentrado.
Via difusa consiste na suscitação da inconstitucionalidade de um ato normativo em um processo especifico, a decisão se dará sempre para a tutela concreta do interesse individual.
Por outro lado pelo controle concentrado não possui especifica preocupação com os casos concretos, mas sim com a declaração da inconstitucionalidade da lei para todos.
– O PODER CONSTITUINTE
Historicamente a elaboração da Constituição tem sido obra de uma assembléia nacional constituinte, com representantes da nação. Em casos raros a constituição pode ser outorgada (caso da Constituição brasileira do Império, outorgada por D. Pedro I em 1824).
Presume-se que uma constituição seja durável, mas como a sociedade e o Estado mudam com o tempo, admite-se uma reforma de alguns artigos da Constituição, sendo que o próprio poder legislativo, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição podo adaptar o texto constitucional a novas realidades sociais e políticas.
Assim, passamos ao estudo do poder que cria uma constituição, conhecido como poder constituinte originários, e do poder que pode alterar alguns dispositivos desta constituição, conhecido como poder constituinte derivado ou reformador.
1.1 – PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
Também conhecido de institucional ou inicial o poder constituinte originário consiste no ato da criação da Constituição. É um poder de natureza política que impõe um poder jurídico.
A titularidade desse poder não pode ser outra quando admitimos o principio democrático da soberania popular, uma vez que o artigo inicial de nossa carta política dispõe que “todo o poder emana do povo”.
Assim o poder constituinte pertence ao povo. O PODER CONSTITUINTE É O PODER QUE CRIA A CONSTITUIÇÃO. OS PODERES CONSTITUÍDOS SÃO O RESULTADO DESSA CRIAÇÃO, ISTO É, SÃO OS PODERES ESTABELECIDOS PELA CONSTITUIÇÃO.
A) Características do poder constituinte:
Inicial – inaugura nova ordem jurídica e revoga a Constituição anterior e toda a legislação incompatível.
Autônomo – não depende de outro poder
Ilimitado – não tem limitações
Incondicionado – não se submete a nenhum processo predeterminado para sua elaboração.
1.2 – PODER CONSTITUINTE DERIVADO
Também chamado de reformador ou secundário, o poder constituinte derivado é aquele que garante a mutabilidade das Constituições, assegurando sua eternidade, como são pretendidas, mas não sua imutabilidade. O texto constitucional deve prever um processo para sua alteração.
Diferente do poder originário, o poder constituinte derivado é jurídico, pois revela o exercício de uma competência condicionada.
A) Características do poder constituinte derivado:
Limitado – pois a constituição impõe limites a sua alteração, criando determinadas áreas imutáveis. São as chamadas clausulas pétreas, que não aceitam modificação (art. 60§4º CF)
OBS: As clausulas pétreas podem ser modificadas?
Condicionado – para que haja a modificação da constituição deve-se obedecer ao processo determinado para sua alteração (processo de emenda). No Brasil precisa de 5/5 em dois turnos nas duas casas legislativas para aprovação de um EC, sendo vedada a reapresentação de um projeto de emenda na mesma sessão legislativa.
Vale destacar que ao lado do poder de rever a constituição surge o chamado poder constituinte decorrente, que tem como escopo estruturar a organização das unidades componentes do estado federal.
Entendem-se que tal poder é uma espécie de poder constituinte derivado, uma vez que possui as mesmas características, limitação e condicionalidade.
REVISÃO PARA PROVA.