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Políticas Públicas

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Resumo da Aula 01 – A Crise do Estado de Bem-Estar Social 
Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma expansão dos mercados em uma 
grande escala sob a hegemonia e a pressão do mercado norte-americano e, também, 
houve um período de crescimento do Estado na Europa e no restante do mundo. Esse 
lance ocorrido na Europa Ocidental e na América do Norte é chamado de Estado de 
bem-estar social. 
Segundo Wood (2001:12), o capitalismo é um sistema onde os bens e serviços 
são produzidos para fins de troca lucrativa; onde a capacidade humana de trabalho é 
uma mercadoria à venda no mercado. Acima de tudo, o capitalismo é um sistema 
marcado por trabalhadores sem posses, obrigados a vender sua mão-de-obra por um 
salário, a fim de obter acesso aos meios de subsistências. 
O Estado de bem-estar social foi uma política do capitalismo no pós-guerra, 
ela teve como objetivo recuperar a Europa devastada pela Segunda Guerra Mundial. 
Seu desenvolvimento está relacionado ao processo de industrialização e aos 
problemas sociais gerados a partir dele. Paralelamente à prestação de serviços 
sociais, o Estado de bem-estar social passou a intervir fortemente na área econômica, 
de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas com a proposta 
de geração de riquezas materiais para atender ao lucro capitalista, e também, para a 
diminuição das desigualdades sociais com o objetivo de desmobilizar a classe 
trabalhadora. 
Porém, nos anos de 1970 e 80, o Estado de bem-estar social sofreu uma 
mudança radical. Tal mudança está relacionada à transformação das relações entre 
mercados e empresas, e entre os Estados e os mercados. Nesse período ocorre um 
efeito de desindustrialização, e a produção acaba que desaquecendo. Com esse 
desaquecimento e mais o crescimento do mercado financeiro, houve uma 
dependência dos Estados Nacionais que passaram a necessitar da confiança desses 
mercados para implementar sua política. 
No fim do século XX, os países desenvolvidos no mundo capitalista se 
encontravam mais ricos e mais produtivos do que no início da década de 1970, e a 
economia global estava imensamente mais dinâmica. Por um outro lado, a África, a 
Ásia Ocidental e a América Latina estavam na margem da pobreza e da queda da 
produção. Os países socialistas, apesar de apresentarem um pequeno crescimento 
econômico nos anos 80, não resistiram ao processo de desindustrialização, 
caracterizado pelas “novas formas de produção, pelo desenvolvimento da economia 
de serviços e pelas novas formas de gerenciamento empresarial” (cf. Therborn, 
1999:45). Podemos ver também que até mesmo nos países capitalistas, as diferenças 
sociais se aprofundaram ocasionando a presença de milhares de pessoas nas ruas, 
sem ter onde morar. 
A Ascensão do Neoliberalismo – Nos anos 90, essa crise capitalista da época não 
dava mais pra suportar. Esse lance favoreceu a crítica dos economistas 
conservadores, neoliberais, que há tempos vinham combatendo o Estado de Bem-
estar social. Os neoliberais afirmavam que a economia e a política do Estado 
Keynesiano, baseado no pleno emprego, altos salários e nos direitos sociais, 
impediam o controle da inflação e o corte de custos, tanto no governo quanto nas 
empresas privadas. Para eles, só o livre mercado seria capaz de fomentar a 
distribuição da riqueza e da renda. Os neoliberais passaram a defender a privatização 
dos serviços públicos para aliviar o Estado e tornar esses serviços competitivos no 
mercado, seguindo os preceitos do Consenso de Washington que era um aparente 
acordo global que foi penetrando nas administrações governamentais latino-
americanas, e aplicava um conjunto de reformas orientadas para garantir um rigoroso 
programa de ajuste econômico como produto da chamada crise da dívida. 
 
Resumo da Aula 02 – Evolução Histórica da Política Educacional e Seus 
Reflexos 
A necessidade de uma Constituição nasceu no momento em que o Brasil 
tornou-se independente de Portugal. Após a disputa entre a elite brasileira e os 
interesses portugueses, a primeira Carta Magna brasileira foi outorgada pelo 
Imperador D. Pedro I. A Carta Magna estabelecia a gratuidade do ensino primário, 
porém não indicava as condições para que essa situação se concretizasse, 
consequentemente a população mantinha-se afastada das salas de aula e, por 
conseguinte, durante muito tempo as taxas do analfabetismo apresentavam-se bem 
elevadas. 
A República proclamada em 1889 mudou o regime político no país, exigindo a 
elaboração de um novo texto constitucional – a Carta Magna de 1891. A República 
que debatia por muito tempo sobre a questão da sociedade, não trouxe melhoria de 
condições para a maioria da população que se manteve em condições de miséria, e 
em grande parte distante do processo de escolarização. 
A Constituição de 1934 – Longos debates entre educadores e um movimento social 
crescente começava a invadir a sociedade brasileira, exigindo reformas no país, 
sobretudo no campo educacional, a partir dos anos 20. Foi levantada o Ministério da 
Educação como resultado da pressão do movimento conhecido como Escola Nova. 
A Constituição de 1934 estabeleceu o direito de todos à educação, e, a 
obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, além de vincular recursos a serem 
aplicados para o desenvolvimento do ensino público. Podemos dizer que, em termos 
de educação, o texto constitucional de 1934, respondia, em grande parte, aos anseios 
da época. 
A Constituição do Estado Novo (1937) – O Estado Novo foi o nome dado por Getúlio 
Vargas à ditadura que instalou no Brasil a partir de 1937, que correspondeu a um 
longo período de autoritarismo e repressão. As conquistas da Constituição de 1934 
foram totalmente abandonadas na nova lei. A Constituição de 1937 faz com que a 
educação deixa de ser considerada um direito de todos. Ela manteve a 
obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário, entretanto sem criar mecanismos 
para que fossem cumpridas, além de instituir a cobrança de uma taxa, chamada de 
caixa escolar, para aqueles que não pudessem comprovar a pobreza, que daria direito 
à gratuidade. 
A Constituição de 1946 – Em 1945, a longa Era Vargas chega ao fim e uma nova 
Carta Constitucional foi redigida para acompanhar os novos tempos. Na área da 
educação, o antigo debate dos Pioneiros de 1932 é recuperado em relação a alguns 
temas. Nesta Constituição é restabelecido o ensino como um direito de todos os 
brasileiros, livre à iniciativa particular. Estabeleceu, ainda, o ensino primário como 
obrigatório e gratuito, além de ter reservado recursos do orçamento para a sua 
manutenção. As discussões levantadas pela Escola Nova nos anos de 1920 e 1930 
foram levantadas e repercutidas no Brasil através do Manifesto de 1932. A 
Constituição de 1946 também determinou que fosse elaborada uma legislação 
específica que aprofundasse o tema e estabelecesse as diretrizes e as bases da 
educação brasileira. 
 
Resumo da Aula 03 – O Sentido da Lei No 4024/61: A Elaboração da 
Primeira Lei de Diretrizes e Bases 
Voltaremos para a Constituição de 1946 onde desencadeou a elaboração da 
Lei 4024/61, que foi a primeira LDB que o Brasil produziu. Esse momento foi marcado 
pelo fim da Era Vargas entre os anos de 1930 à 1945. A retomada de práticas 
democráticas, sobretudo as parlamentares, permitiu um alongado debate sobre a 
legislação educacional do país. A elaboração da primeira LDB que o Brasil conheceu 
demorou muitos anos. Na verdade, esse processo pode ser dividido em dois períodos: 
Primeiro Período – Caracterizada pelo conflito partidário entre dois políticos, cujas 
trajetórias sempre tiveram vinculadas à educação. De um lado encontrava-se o 
Ministro do governo ora no poder, o Sr.Clemente Mariani que era filiado à UDN (União 
Democrática Nacional), partido ligado a setores conservadores, articulado às classes 
média e alta do país e à burguesia internacional, e de oposição às forças de Vargas. 
E do outro lado o ex-Ministro da Educação do Estado Novo, Deputado Gustavo 
Capanema, filiado ao PSD (Partido Social Democrático), apoiado pelas forças 
getulistas. O Ministro Mariani representando os interesses do governo, apresentou 
um projeto que possuía características descentralizadoras, que se chocou com os 
argumentos do deputado Gustavo Capanema, que propunha um sistema de ensino 
centralizador. O deputado redigiu um parecer que acabou por levar o projeto ao 
arquivamento. Essa disputa foi adiada por alguns anos e retomada em 1957 através 
da apresentação em plenário do projeto de lei conhecido como “Substitutivo Lacerda”. 
Segundo Período – O segundo período é marcado por Carlos Lacerda e Anísio 
Teixeira. O Deputado Carlos Lacerda encampou a proposta dos representantes das 
escolas particulares, sobretudo os colégios profissionais, que sob o lema da liberdade 
do ensino, defendiam os interesses privatistas, reivindicando a aplicação de recursos 
públicos para a manutenção de escolas públicas quanto de particulares. Do outro 
lado, em torno das defesas de verbas públicas exclusivamente para escolas públicas, 
se colocaram educadores e intelectuais. Além do já citado Anísio Teixeira, também 
estavam incluídos Fernando de Azevedo, Florestan Fernandes, entre outros. Eles 
articularam e publicaram um outro Manifesto de Educadores no ano de 1959, 
intitulado “Mais uma vez convocados”. O famoso documento recuperou em partes as 
ideias do movimento de 1932, defendendo, destacadamente, a obrigatoriedade e a 
gratuidade do ensino primário. 
A Primeira Lei de Diretrizes e Bases – O texto aprovado pelo Congresso Nacional 
em 1961 representou em parte a vitória dos setores privatistas, pois a lei permitia a 
transferência para as escolas particulares de recursos públicos, contrariando a 
proposta da “Campanha em defesa da Escola Pública”. A lei instituía a educação 
como um direito de todos e estruturava o ensino em: Pré-escola (escolas maternais 
e jardins de infância), Ensino Primário (frequência obrigatória, curso de 4 anos, 
podendo chegar a 6 anos), Ensino Médio (dividido em ginásio e colegial). O Ensino 
Médio compunha-se em ginásio (4 anos) e o colegial (3 anos), que correspondiam ao 
ensino secundário e o técnico (agrícola, comercial, industrial e normal). 
A LDB tinha como seus principais títulos os seguintes: Dos fins da educação 
(desenvolvimento e formação do cidadão); Dos direitos à educação (direito de todo 
cidadão, cabendo a família a escolha do tipo de educação a ser oferecida); Da 
liberdade de ensino (todos tinham o direito a transmitir seus conhecimentos); Da 
administração do ensino (cabe ao MEC exercer as atribuições do poder público 
federal); Dos sistemas de ensino (criou os sistemas de ensino federal, estadual e 
municipal); Dos recursos para a educação (aplicados nas escolas públicas, abrindo 
espaço para o setor privado); 
 
Resumo da Aula 04 – As Reformas Educacionais da Ditadura Militar 
Logo após a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases, o Brasil 
mergulhou em um novo momento político quando se instalou, em 1º de abril de 1964, 
a Ditadura Militar. Foram anos de perseguições contra opositores, cassando e 
torturando políticos, impedindo movimentos sociais, inclusive a organização de 
estudantes que lutavam contra a ditadura. Nesse contexto, uma nova Constituição é 
redigida e outorgada à sociedade pelo governo militar. Nesta nova carta, os direitos 
dos cidadãos são restringidos, o Executivo Federal concentrava poderes, além de ser 
eleito de forma indireta pelo Congresso Nacional. 
Esse momento histórico exigiu alterações na legislação educacional. Não foi 
elaborada nova Lei de Diretrizes e Bases, mas sim duas leis que reformaram alguns 
aspectos da LDB vigente. Tais diretrizes estabelecidas pela lei 4024/61 não foram 
alteradas, demonstrando a continuidade da ordem socioeconômica mantida pela 
ditadura. 
A lei 5540/68 – A reforma do ensino superior tinha por finalidade a desmobilização 
dos estudantes universitários. Foi instituído o sistema de créditos que obrigava os 
alunos a realizarem a matrícula por disciplinas, o que impedia a formação de grupos 
nas mesmas turmas, como no tradicional curso seriado, dificultando a organização de 
grupos de pressão. A repressão aos estudantes foi uma ação constante ao longo 
desse período. A lei 5540/68 também determinou que as disciplinas passassem a ser 
agrupadas por departamentos, deixando de se organizar por cursos, reforçando o 
caráter da fragmentação. O vestibular foi unificado, desarmando as crescentes 
demandas, sobretudo dos estudantes secundaristas, por mais vagas nas 
universidades públicas. 
A lei 5692/71 – Essa lei é erroneamente chamada de lei de diretrizes e bases. Ela se 
refere exclusivamente a dois segmentos da educação que correspondem ao que nos 
dias atuais chamamos de educação básica. A referida lei foi criada por um grupo de 
trabalho instituído pelo Presidente Médici, que tinha por objetivo adequar o ensino ao 
momento político instaurado pela Ditadura de 1964, e às necessidades sociais e 
econômicas que o governo militar se empenhava em garantir. 
Em linhas gerais, a lei 5692/71 criou a estrutura de ensino que se organizava 
em 1º e 2º graus. O primeiro grau passou a abranger os antigos ensinos primário e 
ginásio, atendendo as crianças dos 7 aos 14 anos. Ampliou, então, a obrigatoriedade 
escolar de quatro para oito anos. Em seguida, a lei transformou o antigo curso 
secundário em ensino de 2º grau, nivelando todos os cursos, e possibilitando que 
qualquer concluinte pudesse prestar vestibular para qualquer área universitária. E, 
também, o 2º grau tornou-se obrigatoriamente profissionalizante restringindo em 
grande parte às escolas públicas. Já as escolas particulares mantiveram, em sua 
maioria, o ensino propedêutico, até a revogação da obrigatoriedade do ensino 
profissionalizante. 
A lei 5692/71 também oficializou o ensino supletivo. O ensino profissionalizante 
tinha o objetivo de atender à formação de mão-de-obra no sentido de garantir o 
suporte para a ampliação do parque industrial brasileiro, em resposta aos preceitos 
liberais de divisão internacional do trabalho. A lei também introduziu algumas 
propostas que contribuíram para o debate pedagógico: 
Integração Horizontal: buscava eliminar a diferença entre os antigos ramos de ensino 
agrícola, comercial, industrial e normal, articulando as várias áreas do conhecimento, 
no interior de cada série; 
Integração Vertical: a lei previa a integração vertical entre os dois graus (o primeiro e 
o segundo segmento do 1º grau) e entre todas as séries de ensino das atividades, 
áreas de estudo e disciplinas, com o propósito de garantir um trabalho de 
continuidade desde a 1ª série do 1º grau até a última série do 2º grau; 
Valorização do Magistério: Foi citada especialmente buscando a crescente 
profissionalização dos professores, o aperfeiçoamento daqueles já formados, e 
adequando os vencimentos salariais segundo os critérios do nível de formação, ao 
contrário do nível que ministrava. 
 
Resumo da Aula 05 – A Política Educacional Brasileira na Transição 
Democrática: A Carta de 1988 
A Constituição foi elaborada em um momento político bem característico, pois 
correspondia a uma grande mobilização popular que, diante do fim de um longo 
período ditatorial, exigia efetivas transformações na sociedade. O seu conteúdo 
apresentou a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o voto do analfabeto, o 
votoaos 16 anos, o racismo tratado como crime, além de por fim à censura. A 
educação foi apresentada como um dos muitos outros direitos sociais (Artigo 6º). 
Também foi conquistado os direitos de Habeas-corpus, onde assegurava a 
reparação ou prevenção do direito de ir e vir, constrangido por ilegalidade ou por 
abuso de poder. O Habeas-data que garante ao cidadão o acesso às informações a 
seu respeito; o mandado de segurança que protege o cidadão quando seus direitos 
estão prestes a ser desrespeitados por uma instituição; o mandado de injunção que 
assegura o exercício de um direito garantido pela Constituição; e a ação popular que 
tem como objetivo anular ato lesivo ao patrimônio público e punir seus responsáveis. 
No primeiro artigo, a Carta Constitucional estabelece a educação como direito 
de todos e dever do Estado e da família. É interessante notar como o dever do Estado 
precede o da família, o que realmente demonstra a importância do poder público em 
garantir ensino para a população: “Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do 
Estado e da família…“. 
O artigo 205 dispõe sobre as finalidades da educação, que estão em 
consonância com a Declaração da Conferência da Venezuela (1971), na qual fora 
estabelecido que: “O conteúdo da educação exige uma revisão profunda orientada 
para a formação integral que abranja a totalidade do homem, sendo injusto e 
prejudicial à sociedade que a pessoa se frustre, ou seja, privada das possibilidades 
de desenvolvimento e afirmação que toda educação deve promover.” (apud Santos, 
2003, p.33). 
No artigo 206, os princípios de ensino foram especificados: a garantia de igualdade 
de acesso e permanência à escola; Liberdade de ensinar e aprender; Gratuidade nas 
escolas públicas; Valorização dos profissionais da educação, que inclui plano de 
carreira e piso salarial para o magistério; 
No artigo 208 é especificado a obrigatoriedade e gratuidade do ensino fundamental 
como ação complementar ao dever do Estado, estendendo a todos aqueles que não 
tiveram oportunidade de estudar na infância. 
O Papel de Cada Esfera – A União, estados, distrito federal e municípios devem 
proporcionar o acesso à cultura, à educação e à ciência, e que todas as esferas têm 
competência para legislar sobre educação, desde que respeitadas as diretrizes e 
bases fixadas em seu texto. Apresenta, ainda, como dos municípios, a prioridade 
quanto á responsabilidade de manter programas para os níveis pré-escolar e ensino 
fundamental (cabendo à União complementar recursos, em casos de dificuldades dos 
municípios). 
A Constituição de 1988 também assegura o direito à educação dos povos 
indígenas, garantindo que o ensino se realize em língua materna e na língua 
portuguesa, permitindo a integração dos povos à sociedade brasileira, preservando 
sua cultura. A Constituição também estabelece que cabe a União aplicar no mínimo 
18% das verbas públicas, enquanto que os municípios e estados devem investir no 
mínimo 25% cada. Essa vinculação nos recursos torna-se um avanço, pois 
predetermina uma parcela do orçamento que deve ser aplicada em educação. 
 
Resumo da Aula 06 – O Significado do Estatuto da Criança e do 
Adolescente 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi o resultado de um longo 
debate travado na sociedade brasileira, que se iniciou em 1979 com a elaboração do 
Colégio de Menores, e que ganhou um novo impulso com a promulgação da atual 
constituição brasileira. O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90) é o 
dispositivo legal que estabelece os direitos e deveres de crianças e adolescentes no 
Brasil. Esta lei é considerada um dos modelos legais mais avançados no mundo, tanto 
em termos políticos quanto jurídicos. O texto da lei evidencia o compromisso do 
Estado, e da sociedade civil de garantir o atendimento dos direitos das crianças e dos 
jovens. 
O tema da educação é tratado pelo ECA como um direito de todos e um dever 
do Estado. Apresenta-se sob a forma de sete artigos em que estão estabelecidos os 
objetivos da educação, além de estarem especificados os papéis do Estado quanto 
aos deveres, a responsabilidade da família, as competências dos gestores escolares, 
o respeito aos valores culturais, artísticos e históricos da comunidade a qual o 
estudante pertence. Por um outro lado, a formação docente precisa acompanhar 
esses novos tempos iniciados com a publicação do Estatuto. É necessário incorporar 
novos conhecimentos na sala de aula e novas posturas que reconheçam os direitos 
das crianças e jovens cidadãos. O conhecimento da lei por todos os envolvidos no 
processo de aprendizagem contribuirá sobremaneira para a garantia desses direitos. 
As crianças e os jovens adolescentes devem ser vistos como pessoas que 
estão em processo de desenvolvimento, sujeitos de direitos e possíveis de proteção 
integral. A questão principal é a de implementar o conteúdo que o Estatuto apresenta. 
Não basta que os textos legais se mostrem avançados em suas formulações, o 
fundamental é que os avanços se apresentem em conquistas sociais. É fundamental 
que todo professor conheça o Estatuto da Criança e do Adolescente para que possa 
contribuir no cumprimento de suas determinações, além de acompanhar a sua 
aplicação. Fazer cumprir significa criar condições de manter todas as crianças nas 
escolas. Além disso, interessa também ao educador conhecer o Conselho Tutelar, 
seu funcionamento e atuação. 
 
Resumo da Aula 07 – A Política Educacional dos Anos 90 
A ideologia neoliberal, apresentada como única via para enfrentar a crise 
econômica nacional, ocupou paulatinamente credibilidade junto às elites brasileiras e 
tornou-se hegemônica a partir do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC). A 
política educacional brasileira dos anos 90 foi implementada através de um conjunto 
articulado de reformas, com orientações do Banco Mundial, de acordo com o que 
preconizava tal ideologia no que tange à educação. 
A fundação do Banco Mundial (BIRD) está vinculada à fundação do FMI (Fundo 
Monetário Internacional), no ano de 1944, na Conferência de Bretton Woods, como 
resultado da preocupação dos países centrais com o estabelecimento de uma nova 
ordem internacional do pós-guerra. O grupo Banco Mundial é composto pelo Banco 
Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento; Corporação Financeira 
Internacional (CFI); Organismo Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA); 
Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA); Centro Internacional para 
Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID). Em 1992, o Fundo Mundial para 
o Meio Ambiente (GEF) passou para a coordenação do Banco, tornando-se o maior 
gestor de recursos para o meio ambiente no âmbito global. O poder de decisão dos 
países no Banco Mundial e no FMI não se dá através do voto individual de cada país, 
mas sim em função do capital depositado por cada um deles no Fundo. Sendo assim, 
desde a fundação do Banco Mundial até hoje existe uma divisão entre Europa e EUA, 
de modo que sempre o presidente do Banco Mundial é um americano, e o do FMI 
indicado pela União Européia. 
A crise do endividamento dos anos 80 nos países da América Latina, 
possibilitou uma maior interferência do Banco na política interna dessas nações. Sob 
essa perspectiva, o Banco Mundial, no final dos anos 80, formulou um conjunto de 
reformas conhecidas como “Consenso de Washington” que defendiam principalmente 
o equilíbrio orçamentário mediante a redução dos gastos públicos; a abertura 
comercial; a liberação financeira; a desregulamentação dos mercados internos; a 
privatização das empresas e dos serviços públicos. 
Nesse sentido, a educação tem um lugar de destaque nas propostas do Banco 
Mundial para a AméricaLatina. A Reforma da Educação instituída para priorizar a 
educação inicial em detrimento dos demais níveis de ensino é um bom exemplo do 
papel que desempenhamos nessa nova Ordem Mundial. O Banco apresenta para a 
Educação um conjunto de mudanças caracterizadas como Reformas Educacionais 
da década de 90. A educação, na nova proposta do Banco, está vinculada ao 
mercado de trabalho segmentado. Sendo assim, não há lugar para o desenvolvimento 
autônomo de todos os países nem para a inclusão de todos os indivíduos. 
As Reformas Educacionais indicadas pelo Banco Mundial apresentaram dois 
eixos. O primeiro é voltado para uma educação racional e eficiente, implicando na 
divisão de responsabilidades entre o Estado e a sociedade. Já o segundo é centrado 
na qualidade do ensino em função do diagnóstico apresentado pelo Banco acerca 
dos principais problemas da educação. No Brasil, o Banco Mundial ampliou sua 
atuação a partir da década de 80, com um maior volume de empréstimos vinculados 
à interferência na elaboração dos projetos educacionais, como, por exemplo, o 
Projeto EDURURAL, ou Nordeste I, desenvolvido entre 1980 e 87. 
A concepção neoliberal tratou a educação não mais como um direito do 
cidadão, mas sim como uma mercadoria. A educação ocupou um papel relevante na 
reforma do Estado brasileiro. Para tanto, o primeiro governo de Fernando Henrique 
(1995-1998) sofreu uma profunda reformulação, tomando como base o conceito de 
equidade social da forma que aparece nos estudos produzidos pelos Organismos 
Internacionais ligados à ONU e promotores da Conferência de Jomtien. 
Equidade Social – Podemos entender a possibilidade de estender certos benefícios 
obtidos por alguns grupos sociais à totalidade das populações, sem, contudo, ampliar 
na mesma proporção às despesas públicas para esse fim (cf. Oliveira, 1999:74). 
A “Conferência de Educação para Todos” (1990 em Jomtien) estabeleceu 
como orientação priorizar o ensino fundamental em detrimento dos demais níveis de 
ensino. O eixo de descentralização tem, na municipalização do ensino e na criação 
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de 
Valorização do Magistério (FUNDEF), a principal articulação do governo federal para 
ampliar o atendimento ao ensino fundamental, sem aumentar os recursos destinados 
a esse nível de ensino. Essa política educacional que foi implementado no governo 
de Fernando Henrique Cardoso, tem na municipalização da educação e no FUNDEF 
os elementos fundamentais da atual política econômica. Com essa descentralização, 
o Estado repassa a responsabilidade do investimento na educação para outros 
setores da sociedade. Porém, a formulação e o controle da aplicação dessa política 
são altamente centralizadas, o que não permitiu a participação da sociedade na sua 
elaboração. 
 
Resumo da Aula 08 – A Lei das Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional: Elaboração, Características, Avanços e Retrocessos 
A Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é considerada a lei 
maior da educação no país, e está subordinada à Constituição Federal e situa-se logo 
abaixo dela, definindo de uma maneira geral a nossa educação. A LDB foi sancionada 
sem vetos pelo Presidente da República em 20 de dezembro de 1996 e é um 
resultado de oito anos de tramitação no Congresso Nacional e muita mobilização na 
sociedade. 
Em 1987, o resultado da mobilização de educadores organizados buscou 
interferir no processo Constituinte apresentando propostas para o capítulo da 
Constituição referido à educação. Dessa forma, em 1988, promulgada a Constituição 
Nacional, o deputado Otávio Elísio (PSDB) apresentou a Câmara Federal um projeto 
de lei que representava o debate inicial dos educadores. Este projeto, em sua primeira 
versão, foi o texto “Contribuição à elaboração da nova LDB: Um início de conversa” 
de Demerval Saviani, apresentado na Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), ocorrida em Porto Alegre no dia 25 a 
29 de Abril de 1988. A participação de instituições científicas e sindicais deu origem 
ao Fórum em Defesa da Escola Pública, que desempenhou um importante papel ao 
acompanhar e subsidiar a formulação da nova LDB. Com o projeto inicial da LDB, do 
deputado Otávio Elísio, seguiram-se outros, como o substitutivo Jorge Hage, ao qual 
deu início a uma série de discussões públicas com os grupos organizados de 
educadores de várias tendências. 
Em maio de 1993, o projeto da LDB foi aprovado na Câmara depois de muitos 
embates. O relatório incorporou várias emendas que correspondiam aos interesses 
dos grupos privados. “Com isso, o caráter social-democrata e progressista do 
Substitutivo Jorge Hage foi atenuado pela incorporação de aspectos correspondentes 
a uma concepção conservadora de LDB”. 
Entretanto, em 1992, o Senador Darcy Ribeiro levantou um projeto que 
desrespeitou todo um processo democrático voltado para a elaboração da LDB, e 
colocou-se a serviço do novo governo eleito, na defesa dos interesses das forças 
conservadoras. Segundo Saviani (1997), o senador omitiu no seu projeto enviado ao 
Senado, qualquer referência ao Sistema Nacional de Educação, por coincidência 
pontos combatidos pelos conservadores ligados ao governo Collor. Também propôs 
a redução do ensino fundamental obrigatório e a restauração dos exames de 
madureza. Por fim, todo esse quadro se modifica no início do governo de Fernando 
Henrique, quando mais uma vez o senador Darcy Ribeiro apresentou o segundo 
projeto em março de 1996, que se transformou no texto final da nova Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional. 
Por um outro lado, a estratégia utilizada pelo Ministério da Educação que 
atropelou todo um processo construído pela sociedade, produziu um texto que Saviani 
(1997) considerou “inócuo e genérico”, bem de acordo com os interesses da política 
dominante na época, que no lugar de formular uma política global para a educação, 
inscrita na LDB, preferiu fazer a Reforma do Setor Educacional de maneira 
fragmentada, procurando, dessa forma, quebrar a resistência do movimento 
organizado. 
O texto final da atual LDB deve ser compreendido no processo de disputa de 
projeto político pelo qual passa o país no período final de seu longo trajeto na Câmara 
e no Senado. Os resultados desse projeto foram a redução do dever do Estado com 
a universalização da educação básica, a fragmentação da concepção de Sistema 
Nacional de Educação, a descaracterização do profissional da educação, os recursos 
financeiros que não garantiu que os recursos públicos fossem destinados apenas 
para a educação pública e, finalmente, os artigos 74 e 75 que tratam, 
respectivamente, do custo mínimo por aluno e da ação supletiva e redistributiva da 
União e dos estados que propõem ao país uma educação mínima com a 
obrigatoriedade apenas para o ensino fundamental, abrindo o terreno para a ação da 
iniciativa privada nos outros níveis da educação nacional. 
 
Resumo da Aula 09 – A Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 
e o Plano Nacional da Educação 
A atual LDB (Lei 9394/96) foi sancionada pelo então presidente Fernando 
Henrique Cardoso e pelo então ministro da educação Paulo Renato em 20 de 
dezembro de 1996. Baseada no princípio do direito universal à educação para todos, 
a LDB de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, como a 
inclusão da educação infantil (creches e pré-escolas) como a primeira etapa da 
educação básica. 
O Plano Nacional de Educação (PNE) é um plano de governo que estabelece 
diretrizes, metas e prioridades para o setor educacional brasileiro, com o objetivo de 
melhorar a qualidade de ensino em todo o país. O PNE foi elaborado peloMinistério 
da Educação, fundamentado na LDB. O MEC contou com a participação de mais de 
60 entidades, entre sindicatos, associações, conselhos e secretarias de Educação. O 
coordenador do PNE é o Ministério da Educação. Já os governos federal, estaduais 
e municipais são os responsáveis por colocá-lo em prática. 
A demora do Governo Federal para elaborar uma proposta de plano não fez 
com que a sociedade ficasse parada. A proposta de plano que surgiu da sociedade 
organizada foi apresentada ao Congresso Nacional que reuniu assinaturas de “mais 
de setenta parlamentares e de todos os líderes dos partidos de oposição” (Valente: 
2002 97). 
Entre o Plano Nacional de Educação defendido pela sociedade organizada e o PNE 
aprovado pelo governo existem diferenças substanciais. As propostas da PNE 
defendida pela sociedade são: 
• Consolidar um Sistema Nacional de Ensino; 
• Assegurar os recursos públicos necessários à superação do atraso educacional e 
ao pagamento da dívida social; 
• Assegurar a manutenção da dívida social e o desenvolvimento da educação escolar 
em todos os níveis, modalidades e sistemas de educação; 
• Entre outros…; 
Veja agora as propostas da PNE aprovada: 
• Redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à 
permanência, com sucesso, na educação pública; 
• Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos a todas as crianças de 7 a 
14 ano, assegurando o seu ingresso e permanência na escola e a conclusão de 
ensino (…); 
• Democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, 
obedecendo aos princípios de participação dos profissionais da educação na 
elaboração do projeto pedagógico na escola e a participação das comunidades 
escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes; 
• Entre outros…; 
 
Resumo da Aula 10 – Financiamento da Educação e Suas Vertentes: 
Emenda Constitucional Nº 14, FUNDEF, FUNDEB 
Emenda Constitucional Nº 14 – Em 1995, ano em que Fernando Henrique Cardoso 
assumiu o governo, quando os movimentos organizados da sociedade civil lutavam 
junto ao Congresso Nacional para aprovar o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, o governo apresenta um Projeto de Emenda Constitucional (PEC 
233/95), que resultou na aprovação e promulgação, em 12 de setembro de 1996, da 
Emenda Constitucional nº 14. Essa Emenda criou, no âmbito de cada Estado, por dez 
anos, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e 
Valorização do Magistério (FUNDEF), regulamentado pela Lei 9424, de 24 de 
dezembro de 1996. 
FUNDEF – O Fundo é composto de 15% do Fundo de Participação dos Estados 
(FPE), do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do Imposto sobre a 
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto sobre Produtos 
Industrializados Exportados (IPI-Exportação), que representam recursos de impostos 
e transferências destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental 
e são distribuídos para as redes estaduais e municipais segundo suas respectivas 
matrículas. Na criação do Fundo, o Governo Federal determinou que estados e 
municípios passassem a redistribuir parte de seu orçamento de acordo com o número 
de alunos matriculados no ensino fundamental e regular, o que forçava municípios, 
que atendiam prioritariamente à educação infantil, a reduzir esse atendimento e abrir 
vagas no ensino fundamental para não perder o repasse feito ao fundo estadual. Um 
outro fator que merece destaque é o valor estipulado pelo poder central para o custo-
aluno/ano, desde 1998, ao não obedecer à fórmula de cálculo do valor mínimo a ser 
gasto por aluno, como determina a Lei nº 9.424/96 (FUNDEF), esse valor tem sido, 
ano após ano, rebaixado para que a complementação da União seja a menor 
possível. A Lei 9424/96, diferente do que defendia o movimento organizado dos 
professores, não estipulou um piso salarial nacional, o que permitiu que muitos 
governantes, apesar do artigo 7º da Lei destinar 60% dos recursos do Fundo para 
remuneração dos profissionais do Magistério em efetivo exercício de suas atividades 
no ensino fundamental público, apenas substituíssem nas folhas de pagamento 
recursos do tesouro pelos recursos do Fundo. 
FUNDEB – O FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação) foi criado em dezembro de 2006, através 
da Emenda Constitucional nº 53, para atender toda a educação básica (creche, pré-
escola, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos). Esse 
fundo substituiu o FUNDEF, que só previa recursos para o ensino fundamental. Sua 
implantação foi iniciada em 1º de Janeiro de 2007, de forma gradual, com previsão 
de ser concluída em 2009, quando estará funcionando com todo o universo de alunos 
da educação básica pública presencial e os percentuais de receitas que o compõe 
terão alcançado o patamar de 20% de contribuição.

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