Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Investigação do subsolo para projetos de fundações e obras de terra Olavo Francisco dos Santos Jr. Depto. de Engenharia Civil – UFRN 2 1. INTRODUÇÃO Programa de Investigação (a) Investigação preliminar (b) Investigação complementar ou de projeto (c) Investigação para a fase de execução ou de projeto 3 Elementos para definição de Programa de Investigação (a) Levantamento plani-altimétrico do terreno (b) Dados sobre a estrutura a ser construída e sobre vizinhos que possam ser afetados pela obra (c) Dados geológicos-geotécnicos preexistentes sobre a área (mapas, publicações técnicas, etc) (d) Normas e códigos de obras locais – NBR 8036 (e) Visita ao local 4 2. PROCESSOS DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO (a) Poços (b) Sondagens a trado (c) Sondagens a percussão com SPT (d) Sondagens rotativas (e) Sondagens mistas (f) Ensaio de cone (CPT) (g) Outros ensaios especiais (Pressiômetro – PMT; Dilatômetro – DMT; Ensaio de palheta (“vane test”) 5 Poços e sondagens a trado Poços NBR 9604 Sondagem a trado NBR 9603 Cavadeira Helicoidal Espiral ou torcido 6 Trados manuais Vantagens: processo mais simples, rápido e econômico para as investigações preliminares das condições geológicas superficiais. Utilização: amostras amolgadas em pesquisa de jazidas, determinação do nível d'agua, mudança de camadas, avanço da perfuração para ensaio de penetração. 7 Trados manuais - Perfil Equipamento - Trado (a) Trado tipo cavadeira Adequados para solos arenosos secos (b) Trado tipo helicoidal Adequado para solos arenosos saturados (a) Trado tipo cavadeira Adequados para solos arenosos secos (b) Trado tipo helicoidal Adequado para solos arenosos saturados Trado Concha / Cavadeira Trado Helicoidal ABERTURA DO FURO (a) Trado tipo cavadeira Adequados para solos arenosos secos (b) Trado tipo helicoidal Adequado para solos arenosos saturados VANTAGENS: Processo simples, rápido e econômico. Utilizado nas investigações preliminares. UTILIZAÇÃO: Amostras amolgadas em pesquisas de jazidas, determinação no nível d’água, mudanças de camada, avanço da perfuração para ensaios de penetração. LIMITAÇÕES: Camadas de pedregulho. Pedras ou matacões. Solos abaixo do nível d’água. 10 Poços • Equipamento utilizado: pá, picareta, balde, sarrilho. • Objetivos: exame das camadas do subsolo ao longo de suas paredes: coleta de amostras deformadas ou indeforrnadas (blocos ou aneis). • Limitações: a profundidade é limitada pela presença do nível d'agua. 11 Trincheiras Objetivos: obter uma exposição continua do subsolo, ao longo da seção de uma encosta natural, áreas de empréstimo, locais de pedreiras etc. Equipamento: escavadeiras. Apresentação: perfis geológicos, estimados em função dos solos encontrados nas diferentes profundidades. 12 Amostragem indeformada Etapas da amostragem e preparação de uma amostra de solo compacto para ensaios laboratoriais (LIMA, 1979). Amostragem em Blocos Esquema de Execução Amostragem em Blocos Procedimento Executivo Moldagem do bloco. Amostragem em Blocos Procedimento Executivo Moldagem do bloco. Amostragem em Blocos Procedimento Executivo Parafinagem do bloco . Preparação do bloco para parafinagem. Amostragem em Blocos Procedimento Executivo Moldagem de corpos de prova em laboratório. Acondicionamento do bloco. 18 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento - Custo relativamente baixo. -.Facilidade de execução e possibilidade de trabalho em locais de difícil acesso. - Permite a coleta de amostras do terreno, a diversas profundidades, possibilitando o conhecimento da estratigrafia do mesmo. - Através da maior ou menor dificuldade oferecida pelo solo a penetração de ferramenta padronizada, fornece indicações sobre a consistência ou compacidade dos solos investigados. - Possibilita a determinação da profundidade de ocorrência do lençol freático. OBJETIVOS: • Classificação táctil-visual do solo (perfil geotécnico); • Obtenção da resistência dinâmica (SPT); • Profundidade do nível d’água; • Interpretação dos resultados: correlações. SONDAGENS Á PERCUSSÃO (Ensaio SPT) 20 Sondagem a percussão – NBR 6484 Avanço da sondagem Ensaio SPT 21 Amostragem indeformada – NBR 9820 Tipos de amostradores: a) Raymond-Terzaghi (SPT) – deformada b) Shelby c) De pistão d) Denison 22 Piezômetros e medidores de nível de água 23 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento 24 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento 25 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento 26 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento 27 Sondagem à Percussão ou de Simples Reconhecimento Procedimento Perfuração Amostragem Ensaio de resistência à penetração (Standard Penetration Test – SPT) Índice de resistência à penetração: NSPT 28 Equipamento e Procedimento do Ensaio Detalhe da amostra coletada Equipamento – Martelo (Peso de 65kgf) Cravação do amostrador padrão Equipamento e Procedimento do Ensaio Procedimento do Ensaio Marcação dos 45cm do amostrador. Relacionados ao equipamento: A forma, as dimensões e estado de conservação do amostrador; Estado de conservação das hastes e uso de hastes de diferentes pesos; Mecanismo de levantamento do martelo; Calibração do martelo e natureza da superfície de impacto. FATORES DETERMINANTES NA MEDIDA DO SPT Apresentação das sondagens: Perfil de sondagem (Desenho A4) Descrição das camadas Cota superior do furo Profundidades de coleta das amostras Profundidade do NA Resistência a penetração golpes/cm (30 cm final), ou NSPT Locação dos furos RN Perfil Longitudinal Fatores Determinantes na Medida de SPT APLICAÇÕES DOS RESULTADOS I) Métodos Indiretos: os resultados do ensaio são utilizados na previsão de parâmetros constitutivos, representativos do comportamento do solo. II) Métodos Diretos: resultados de SPT são aplicados diretamente na previsão da capacidade de carga ou recalque de um elemento de fundação, sem a necessidade de parâmetros intermediários. Número e Locação dos Furos -TERRENO 2 p/ 200 m2 3 p/ 200 – 400 m2 -ÁREA DE PROJEÇÃO EM PLANTA •Até 1200 m2 : 1 p/ 200 m2 •1200 – 2400m2 : 1 p/ cada 400m2 que exceder de 1200m2 • > 2400 m2 : critério particular LOCAÇÃO : Distribuir os furos ao longo do terreno para obter, da melhor forma possível, as variações do subsolo TENSÕES ADMISSÍVEIS A Sondagem Rotativa é necessária quando: • Encontram-se solos de alta resistência, blocos ou matacões de natureza rochosa no qual a sondagem à percussão não é recomendável; • Quando o maciço rochoso aflora; • Não há necessidade da investigação geotécnica pormenorizada. Objetivos: • Obtenção do testemunho, isto é, de amostra da rocha; • Atravessar camadaslimitadas de rochas, blocos e matacões; • Determinar irregularidades (descontinuidades, fraturas, fendas); • Realização, no interior da perfuração, de ensaios “in situ” (ensaio de perda d’agua). SONDAGENS ROTATIVAS Equipamentos principais 14- Motor 18- Mangueira de pressão 19- Mangueira de sucção 20- Conjugado Motor-bomba 25- Revestimento 26- Sapata de revestimento 27- Coroa de revestimento 29- Haste de perfuração 30- Barrilete amostrador 32- Coroa diamantada 34- Solo 35- Rocha alterada 36- Rocha Foto. Sonda rotativa manual. Equipamento e Procedimento do Ensaio a) Sondas rotativas • Motor- responsável pelo acionamento da sonda. Ligado a uma caixa de velocidade. • Guincho - Tambor no qual é enrolado um cabo de aço. • Cabeçote de Perfuração - Faz girar a coluna de perfuração para o avanço do furo. b) Hastes de perfuração - Tubos de aço que permitem transmitir a coroa os movimentos de rotação e conduz no seu interior água ou lama (refrigeração das peças de corte e transporte de detritos para a superfície). c) Barriletes - Tubos de aço oco destinados a receber o testemunho de sondagem. • Barriletes simples, Barrilete duplo rígido, Barrilete duplo giratório, Barriletes especiais. 45 Sondagens rotativa e mistas Amostradores de rochas - barriletes Simples Duplo Duplo giratório d) Coroas - Peça de aço com espaços para saída de água com uma matriz de aço para fixação dos diamantes. e) Revestimentos - A colocação dos revestimentos é indispensável quando as paredes do furo tendem a desabar, pondo em risco a coluna de perfuração que poderia ficar presa. f) Sistema de circulação de água - Assegura simultaneamente a refrigeração da coroa, a expulsão de fragmentos, a diminuição de fricção da coluna contra a parede. Foto. Coroas com diamantes cravados Procedimento A sonda deve ser instalada e devidamente ancorada no terreno para se manter constante a pressão sobre a ferramenta de corte. Acopla-se à sonda a composição (haste, barrilete, alargador e coroa) e antes desta ser acionada, põe-se em funcionamento a bomba. Terminada a manobra de movimentos rotativos (Comp. Do barrilete: 1,5 a 3,0m) e de avanço na direção do furo, o barrilete é alçado do furo e os testemunhos são cuidadosamente retirados e colocados em caixas especiais com separação e obedecendo à ordem de avanço. Anota-se, no boletim de campo, profundidades do início, término das manobras e comprimento de testemunhos recuperados medidos. TESTEMUNHOS EXTRAÍDOS Foto. Sonda rotativa. Apresentação dos resultados Baseado na descrição dos testemunhos constrói-se um perfil individual do furo que traduz o perfil geológico do subsolo na posição sondada. A descrição dos testemunhos é feita a cada manobra incluindo: a) A classificação litológica - Baseada na gênese da formação geológica, incluindo cor e tonalidade. b) Estado de alteração das rochas para fins de engenharia - baseada nas seguintes características: – Extremamente alterada ou decomposta – Muito alterada – Mediamente alterada – Pouco alterada – Sã ou quase sã c) Grau de fraturamento - Uma das maneiras de avaliar o grau de fraturamento da rocha é através do número de fragmentos por metro. Percentagem de recuperação: dividindo-se o comprimento total de fragmentos recuperados em cada manobra pelo comprimento da manobra. Nº Fraturas/ Metro 1 1---5 6---10 11---20 > 20Extremamente fraturada Rocha Ocasionalmente fraturada Muito fraturada Mediamente fraturada Pouco fraturada FONTE - Prospecção Geotécnica do Subsolo - Maria José C. Porto Cálculo do RQD: • Soma-se os comprimentos dos testemunhos com mais de 10 cm e divide-se pelo comprimento da manobra. RQD ( “RocK Quality Designation”) 54 RQD – Rock Quality Design Exemplo de determinação do RQD Determinação do RQD. Sondagem Mista É executada à percussão em todos os tipos de terreno penetráveis por este processo, e executada por meio de sonda rotativa nos materiais impenetráveis à percussão. Recomenda-se sua execução em terrenos com presença de blocos de rocha, matacões, lascas, etc., sobrejacentes a camadas de solo. Equipamento Consiste na combinação de equipamentos tradicionais de sondagens à percussão e rotativa. Entretanto, o equipamento de percussão deverá ser provido de tubos de revestimento de grande diâmetro (mínimo Ø 4’’ a 6’’), a fim de permitir maior alcance para a perfuração. 58 Ensaio de Cone (CPT – Cone Penetration Test) 59 Ensaio de Cone (CPT – Cone Penetration Test) Delft Begemann Elétrico - FUGRO Piezocone COPPE Luva de atrito Aneis de veda- ção Célula de carga total Ponta Célula de carga de atrito Ponta Poro pres- são Pedra porosa 60 Ensaio de Cone (CPT – Cone Penetration Test) c c q R 61 Ensaio Pressiométrico - PMT Pressiômetro de Menard Auto-perfurante Camkometer 62 Ensaio Pressiométrico - PMT Resultado de ensaio 0 – A: recompressão A – B: elástico linear B – C: elasto-plástico p0 K0 (coef. de empuxo no repouso) pf = pressão limite 63 Ensaio Pressiométrico - PMT Resultado de ensaio v p V E G m 12 2/00 vVVVm G = módulo cisalhante E = módulo de Young pressiométrico = coeficiente de Poisson Vm = volume médio da sonda V0 = volume inicial Δp = variação de pressão Δv = variação de volume 64 Ensaio Pressiométrico - PMT Resultado de ensaio 5,5 0pp s f u su = resistência não drenada 65 Ensaio de Palheta ou Vane test 62 32 dhd M su su = resistência não drenada M = torque d = diâmetro da palheta h = altura da palheta 66 Dilatômetro (DMT) – Marcheti (1980) 67 Parâmetros do solo - SPT 68 Parâmetros do solo – SPT Peso específico de argilas Godoy (1972) NSPT Consistência Peso específico (kN/m3) <2 Muito mole 13 3-5 Mole 15 6-10 Média 17 11-19 Rija 19 >20 Dura 21 69 Parâmetros do solo – SPT Peso específico de solos arenosos Godoy (1972) NSPT Compacidade Areia Seca Areia Úmida Areia Saturada <5 Fofa 16 18 19 5-8 Pouco compacta 16 18 19 9-18 Medianamente compacta 17 19 20 19-40 Compacta 18 20 21 >40 Muito compacta 18 20 21 70 Parâmetros do solo – SPT: Areias Gibbs e Holtz (1957): Dr = f (N;σv’) De Mello (1971): φ’ = f (N;σv’) 71 Parâmetros do solo – SPT: Areias Godoy (1983): Teixeira (1996): SPTN.4,028 1520 SPTN 72 Parâmetros do solo - SPT U.S. Navy (1986): su = f (N; plasticidade) Teixeira e Godoy (1996): )(.10 kPaNs SPTu 73 Parâmetros do solo - CPT Piezocone: qt = resistência de ponta corrigida; a = razão entre a área do cone (10 cm2) e a área da seção da célula de carga; κ = fator de correção que depende da posição da pedra porosa no cone. bct uaqq .1 2 2 2 2 . . R r R r a ..1 bct uaqq 74 Parâmetros do solo - CPT 75 Parâmetros do solo – CPT – Areias Bowles (1988) Bellotti et al. (1986) 0,0,, .2 hvmv σ`v,m = tensão media inicialσ`v,0 = tensão vertical inicial σ`h,0 = tensão horizontal inicial 76 Parâmetros do solo – CPT – Areias Robertson e Campanella (1983) Houlsby e Wroth (1989) 77 Parâmetros do solo – CPT – Areias Bellotti et al. (1988) 78 Parâmetros do solo – CPT – Areias Jamiolkowisk et al. (1988) 79 Parâmetros do solo – CPT – Argilas Resistência não drenada de argilas saturadas k vc u N q s 0, σv,0 = tensão vertical total; Nk = fator de capacidade de carga (varia entre 10 e 20, com média de 15) kt vc u N q s 0, IPNkt .50 5,5 13 Piezocone: 80 Correlações SPT - CPT Robertson et al. (1983) 81 Parâmetros de compressibilidade Es = α.qc Es = α.K.NSPT Teixeira e Godoy (1996) Solo α Areia 3 Silte 5 Argila 7 Solo K (MPa) Areia c/ pedreg. 1,10 Areia 0,90 Areia siltosa 0,70 Areia argilosa 0,55 Silte arenoso 0,45 Silte 0,35 Argila arenosa 0,30 Silte argiloso 0,25 Argila siltosa 0,20
Compartilhar