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11. Doenças Pulmonares

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Prof.	Rebecca	Peixoto
DOENÇAS	
PULMONARES
PLANO	DE	AULA
Aula/	Data Conteúdo Objetivos
Aula	11.	22	/05 • Conduta	nutricional	nas	
doenças	pulmonares
• Descrever	a	conduta	
nutricional	na	Doença	
Pulmonar	Obstrutiva	Crônica	
(DPOC),	nas	asma	brônquica	e	
na	fibrosa	cística
3
DOENÇA	PULMONAR	OBSTRUTUVA	
CRÔNICA	(DPOC)
Síndrome	caracterizada	
pela	obstrução	crônica	
difusa	das	vias	aéreas	
inferiores,	de	caráter	
irreversível,	com	
destruição	progressiva	do	
parênquima	pulmonar.
Bronquite	obstrutiva	e/ou	enfisema	pulmonar	-	
principais	componentes	histopatológicos	da	doença
4
Conduta	Nutricional
Objetivos:
•Fornecer	uma	alimentação	que	promova	a	manutenção	da	
força,	massa	e	função	muscular	respiratória	
•Manter	uma	reserva	adequada	de	massa	corporal	magra	e	
tecido	adiposo	
•Corrigir	o	desequilíbrio	hídrico	
•Controlar	a	interações	drogas-nutrientes	
•Promover	uma	melhor	qualidade	de	vida
5
ANTROPOMETRIA
Índice	de	massa	corporal	(IMC)	
Dobras	cutâneas	–	reserva	gordura
Circunferência	braço	–	reserva	muscular	e	de	gordura
Composição	corporal
BIOIMPEDÂNCIA
Composição	corporal
DOSAGENS	BIOQUÍMICAS
Proteínas	séricas
MEDIDAS	CONSUMO	ALIMENTAR
Recordatório	24h
Frequência	alimentar
Avaliação	Nutricional
6
A	depleção	de	massa	muscular	esquelética	em	pacientes	em	
DPOC	é	desproporcional,	pois	ocorre	uma	maior	redução	
muscular	dos	membros	inferiores.
7
ESTADO	
NUTRICIONAL
RECOMENDAÇÕES
Eutrofia Adequar	para	manutenção	peso,	utilizando:	
50	a	60%	CH	
15	a	20%	PTN											
25	a	30%	LIP
Desnutrição Adequar	para	ganho	peso:	aumentar	o	valor	
energética	de	500	a	1000Kcal/dia	
Ou	30	a	35kcal/kg/dia	e	1,2	a	1,5g	ptn/Kg/dia
Obesidade Adequar	para	perda	de	peso:	diminuindo	as	
calorias		em	500Kcal/dia	ou	20	a	25kcal/kg/dia
Observar	a	hidratação	paciente	–	produção	excessiva	muco	–	1ml/kcal	
Consistência	da	dieta	–	dispnéia	
Uso	antioxidantes	–	Vitamina	C,	retinóides,	Cu,	Zn,	Se
Recomendações	Nutricionais
(CUPPARI,	2014)
Descansar	antes	das	refeições,	usar	
broncodilatadores	antes	das	refeições,	empregar	
estratégias	de	liberação	de	secreções,	se	indicadas,	
comer	devagar,	ter	alimentos	preparados	para	os	
períodos	de	aumento	de	dispnéia
Ingerir	inicialmente	os	alimentos	mais	
energéticos,	limitar	líquidos	durante	as	refeições	
-	beber	após	1	hora,	dar	preferência	aos	
alimentos	frios
Fracionar	a	dieta	durante	o	dia,	Ingerir	primeiro	os	
alimentos	mais	energéticos,	utilizar	os	alimentos	
preferidos	pelo	paciente,	adicionar	alimentos	
hipercalóricos	às	preparações
8
Sintomas	x	Conduta	Nutricional
!
Anorexia	
!
Saciedade	
precoce	
!
Dispnéia	
9
Descansar	antes	das	refeições,	ter	alimentos	
preparados	para	os	períodos	de	fadiga,	
escolher	alimentos	de	fácil	preparo
!
Fadiga	
Consumir	menor	quantidade	de	alimentos	e	
com	maior	frequência,		comer	devagar,	não	
ingerir	alimentos	que	contenham	gases	ou	
favoreçam	o	seu	aparecimento
!
Flatulência	
Fazer	exercício,	se	tolerável,	Aumentar	a	
quantidade	de	fibras	e	água,	mas	atenção	
para	o	excesso	líquido	-	retenção	hídrica
!
Constipação	
Modificar	a	consistência	dos	alimentos	para	
facilitar	a	mastigação,	encaminhar	para	
serviços	odontológicos
!
Problemas	
dentários	
Relação	entre	o	volume	
de	CO2	e	de	O2	-	pode-se	
conhecer	o	tipo	de	
substrato	que	está	
sendo	oxidado	por	um	
indivíduo
10
Quociente	respiratório	(QR)	
quantifica	a	utilização	de	substratos	
(CH,	PTN,	LIP)	pelo	organismo.
QR	=	V’CO2	
											V’O2
PROTEÍNAS	=	0,8	
LIPÍDEOS	=	0,7	
CARBOIDRATOS	=	1,0	
ALIMENTAÇÃO	EQUILIBRADA	=	0,8	
HIPERALIMENTAÇÃO	>1,0	
Trocas	gasosas	e	nutrientes
11
Para	preservar	um	QR	satisfatório…
(MAHAN;	ESCOTT-STUMP;RAYMOND,	2012)
RECOMENDAÇÕES
Proteínas 15	a	20%	VCT	
Ingestão	1,2	a	1,7	g/ptn/kg/dia	
Lipídios 30	a	45%	do	VCT
Carboidrato 40	a	55%	VCT
Evitar	superalimentação:	A	ingestão	de	calorias	em	
excesso		resulta	em	CO2	que	deve	ser	expelido
12
ACREDITAVA-SE	que	o	paciente	deveria	consumir	
cronicamente	uma	dieta	rica	em	gordura	
Para	diminuir	a	carga	de	CO2	
Estudos	recentes	não	preconizam	dietas	com	elevado	
teor	de	gordura	em	comparação	às	de	carboidratos
Pode	resultar	em	hipertrigliceridemia,	portanto,	
deve-se	evitar	o	excesso	de	lipídeos.	
13
Fórmulas	especializadas	p/	
pneumopatas	a	longo	prazo	
(hipercalórica,	hiperlipídica,	↓	teor	CH)	
Não	demonstram	benefícios	
Retarda	o	esvaziamento	gástrico
Aumenta	risco	de	aspiração
Maior	custo Dislipidemias
14
ASMA	BRÔNQUICA
Caracterizada	por	broncoespasmo,	hipersecreção	de	muco	e	
edema	da	mucosa	destas	vias	acarretando	diminuição	do	
volume	expiratório	forçado,	dispnéia,	tosse	e	chiado
Doença	
inflamatória	
crônica
15
CONDUTA	NUTRICIONAL
Calorias	e	distribuição	de	macronutrientes:	de	
acordo	com	a	necessidade	do	paciente	e	co-
morbidades	associadas 
Observar	a	interação	droga-nutriente	
(broncodilatadores	e	antiinflamaórios)
Xerostomia,	náuseas,	vômitos,	diarréia,	
hiperglicemia,	retenção	de	Na,	hipocalemia,	
cefaléia,	tonturas,	refluxo	gastroesofágico	
Dieta	individualizada	e	de	acordo	
com	os	hábitos	alimentares	
16
Possíveis	alimentos	e	nutrientes	envolvidos	
na	etiologia	ou	tratamento	da	asma:
•Ômega-3	e	6:	diminuição	dos	leucotrienos	
broncoconstritivos	
•	Nutrientes	Antioxidantes:	proteção	das	vias	
aéreas	do	estresse	oxidativo	
•	Magnésio:	relaxante	muscular	e	antiinflamatório	
• 	Vitamina	D:	nutriente	“anti-infeccioso"	
17
SUPLEMENTAÇÃO-ACIDO-
GRAXO-OMEGA-3-
Uma-abordagem,-do-
ponto-de-vista-
nutricional-para-
atenuar-processo-
inflamatório-
Óleo%de%peixe%e%
óleo%de%linhaça%%
Diminui	sintomatologia	da	asma	brônquica	,	
redução	do	estresse	oxidativo		e	na	produção	
de	citocinas	inflamatórias	e	efeito	protetor	
contra	desordens	inflamatórias	
Doença	hereditária	
autossômica	recessiva,	também	
denominada	mucoviscidose,	
geralmente	diagnosticada	
durante	a	infância.	
FIBROSE	CÍSTICA
Resulta	de	um	defeito	no	gene	
RTFC	(REGULADOR	TRANSMEMBRANA	DE	
FIBROSE	CÍSTICA)	do	cromossoma	7
Consiste	num	funcionamento	
anômalo	das	glândulas	
exócrinas	produtoras	de	muco,	
saliva,	suor,	suco	gástrico,	etc.
▪ Controlar	a	má	digestão	e	má	absorção	-	uso	
enzimas	pancreáticas 
▪ 	Fornecer	nutrientes	para	o	crescimento	ótimo	
ou	manter	o	peso	e	a	função	pulmonar 
▪ 	Prevenir	deficiências	nutricionais	
▪ 	Observar	intolerância	à	lactose	e	envolvimento	
do	pâncreas	endócrino	(Intolerância	à	glicose)
Conduta	nutricional
Objetivos:
CALORIAS:	120	–	150%	das	DRIS	ou	TMB	da	OMS	
acrescido	do	coeficiente	de	atividade	e	da	doença:	
!
Kcal/dia:	TMB	x	QA	x	CD 
Conduta	Nutricional
Coeficiente	Atividade	(QA):	
Confinada	no	leito	:	1,3	
Sedentário:	1,5	
Ativo:	1,7	
Coeficiente	Doença	(CD):	
Função	pulmonar	normal:	0,0	
Doença	pulm	moderada:	0,2	
Doença	pulm	grave:	0,3	
Doença	pulm	muito	grave:	0,4-0,5	
	Proteínas:	15-20%	(2/3	de	ptn	de	AVB)	
		
Lipídios:	30	a	40%	do	VCT	(Observar	deficiência	de	
AGE	e	as	proporções	adequadas	de	saturados,	
mono	e	poliinsaturados.)	
!
	Suplementar	vitaminas	lipossolúveis	e	avaliar	
necessidade	de	suplementar	as	hidrossolúveis.	
!
Suplementar	enzimas	pancreáticas	
!
	Minerais	→ DRI	para	sexo	e	idade,	exceto	o	sódio.
Conduta	Nutricional
• 	Os	lactentes	necessitam	quantidades	extras	de	sal	
devido	baixo	teor	Na	no	leite	materno	e	fórmulas	
infantis	→ 1/8	a	1/4	de	colher	de	chá	de	sal/dia.	
• Crianças	e	adultos	necessitam	sal	adicional	em	
períodos	de	febre,	tempo	quente	e	atividade	física	
		
	|	Sódio	|
Quando	a	ingestão	de	sódio	é	inadequada	pode	
ocorrer	letargia,	vômitos	e	desidratação.
• 	 É	 indicado	 em	 pacientes	 quenão	 respondem	
adequadamente	ao	tratamento	nutricional	de	rotina	
ou	 em	 situações	 como	 agudização	 pulmonar	 ou	
ingestão	alimentar	diminuida.	
!
•Geralmente,	 são	 oferecidos	 quando	 a	 relação	 P/E	
está	entre	P85	e	P90	em	crianças	ou	IMC/I	entre	P5	
e	P15.	
!
• 	Os	suplementos	nutricionais	devem	contribuir	com	
30%	das	necessidades	diárias.
Suplementos	Orais
•Quando	persistem	o	fracasso	nutricional,	sem	ganho	
ponderal	apesar	do	uso	de	suplementos	orais;	
•	Inapetência;	
•	Ingestão	por	via	oral	comprometida,	ou	seja,	não	
atinge	85%	das	necessidades	diárias;	
•	Inexistência	de	ganho	de	peso	em	6	meses;	
•	Relação	P/E	está	<	P85	ou	IMC	<	P5.
Terapia	Nutricional	Enteral	
25
•Palma,	D;	Oliveira	FLC,	Escrivão	MAMS.	Guia	de	
nutrição	na	infância	e	na	adolescência.	São	Paulo:	
Manole,	2009	
•Cuppari,	L.	Guia	de	Nutrição:	nutrição	clínica	no	
adulto.	3ed.	Barueri,	SP:Manole,	2014;	
•Silva,	S.M.C.,	Mura,	J.D.P.	Tratado	de	Alimentação,	
Nutrição	e	Dietoterapia.	São	Paulo:	Roca,	2	ed.	2011	
• 	Width,	M.,	Reinhard,	T.	Manual	de	sobrevivência	para	
nutrição	clínica.	Rio	de	Janeiro:	Guanabara	Koogan,	
2011.
LEITURA	SUGERIDA
26
01.	(Residência	em	Nutrição	-	SES/PE	2014)	Analise	as	afirmativas	abaixo	
sobre	as	estratégias	para	a	terapia	nutricional	em	pacientes	com	doença	
pulmonar	obstrutiva	crônica	–	DPOC,	conforme	o	sinal/sintoma	
apresentado	e	coloque	V	nas	afirmativas	Verdadeiras	e	F	nas	Falsas.		
(	)	Fracionar	a	dieta	durante	o	dia	–	Anorexia		
(	)	Ingerir	inicialmente	os	alimentos	mais	energéticos	–	Saciedade	precoce		
(	)	Comer	devagar	–	Dispneia		
(	)	Descansar	antes	das	refeições	–	Fadiga		
(	)	Consumir	menor	quantidade	de	alimentos	e	com	maior	frequência	–	
Flatulência		
Assinale	a	alternativa	que	contém	a	sequência	CORRETA.		
A)	V	–	V	–	V	–	V	-	V		
B)	V	–	F	–	V	–	F	-	V	
C)	V	–	F	–	F	–	V	-	V		
D)	V	–	F	–	F	–	F	-	V		
E)	V	–	V	–	F	–	F	-	F	
EXERCÍCIO	DE	FIXAÇÃO
27
	 02.	 (Residência	 em	 Nutrição	 -	 SES/PE	 2015)	 A	 Doença	
Pulmonar	 Obstrutiva	 Crônica,	 DPOC,	 é	 frequentemente	
associada	à	caquexia.	O	diagnóstico	dessa	condição	envolve	a	
avaliação	clínica,	bioquímica	e	antropométrica.	Atualmente	é	
aceita	pelo	atual	consenso	para	diagnóstico	de	caquexia	em	
pacientes	 com	 DPOC	 a	 utilização	 de	 todas	 as	 medidas/
sintomas	abaixo,	com	exceção	de	uma	delas.	Assinale-a.	
A)	IMC	<	20kg/m2	
B)	Hemoglobina	<	12g/dl	
C)	Circunferência	do	braço	entre	os	percentis	de	5	a	15	
D)	Albumina	sérica	<	3,2g/dl.	
E)	Anorexia
28
03.	 (Residência	 em	 Nutrição	 -	 SES/PE	 2016)	 Analise	 as	
recomendações	 nutricionais	 para	 pacientes	 com	 doença	
pulmonar	 obstrutiva	 crônica	 (DPOC),	 colocando	 V	 nas	
Verdadeiras	e	F	nas	Falsas:		
(	)	A	ingestão	de	carboidratos	deve	ser	reduzida	para	poupar	a	
função	pulmonar.		
(	)	Em	pacientes	obesos,	o	valor	energético	deve	ser	reduzido	em	
500kcal/dia.		
(	)	Para	pacientes	desnutridos,	o	valor	energético	pode	ser	
aumentado	em	até	1000	kcal/dia.		
Assinale	a	alternativa	que	contém	a	sequência	CORRETA.		
A)	V-V-V		
B)	V-F-V		
C)	F-F-V		
D)	V-V-F		
E)	F-F-F	
29
04.	 (Residência	 em	 Nutrição	 -	 SES/PE	 2017)	 A	 Doença	
Pulmonar	 Obstrutiva	 Crônica	 tem	 como	 consequência	 a	
caquexia,	que	é	definida	pela	perda	de	peso	de	pelo	menos	
5%	em	12	meses	ou	menos	(livre	de	edema)	mais	a	presença	
de,	pelo	menos,	três	outros	fatores.		
Assinale	a	alternativa	que	NÃO	traz	um	desses	fatores.		
A)	Diminuição	da	força	muscular		
B)	Fator	de	necrose	tumoral	alfa	–TNF	α	-	>	2,5	mg/L		
C)	Hemoglobina	<	12	g/dL		
D)	índice	de	massa	magra	baixo		
E)	Proteína	C	Reativa	–	PCR	>	5mg/L

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