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Dietoterapia nas enfermidades Boca • Mastigação • Lubrificação (saliva) • Paladar • Amenizar temperatura, pH • Função bacteriostática inespecífica Fatores de defesa inatos: enzimas bactericidas e bacteriostáticas • Deglutição < Ingestão alimentar Alterações da cavidade oral Deficiência de vitaminas: • Niacina (B3): língua magenta • Riboflavina (B2): língua magenta, queilose e estomatite angular • B12: língua lisa, geográfica • Infecções fúngicas: candidíase • Infecções virais: herpes • Estomatite, glossite, mucosite, língua saburrosa “língua branca” (gastrite) • Em função de alterações sistêmicas: HIV, sífilis, diabetes, gastrite, anemia, ingestão excessiva de álcool, interação medicamentosa, queimaduras Carência de Riboflavina (B2) Dietoterapia: recuperar estado nutricional e minimizar a dor. • VET: adequado às necessidades do paciente • Dieta ajustada às deficiências específicas e à medicação • Evitar CHO simples • Hiperproteica (1,2 g/kg) e hipervitamínica • Maior ingestão de líquidos • Alteração na consistência, maior fracionamento • Evitar alimentos picantes, sódio, frutas ácidas, bebidas alcoólicas, infusões concentradas • Utilizaç Xerostomia: Menor produção de saliva, boca seca. Produção normal: 1 a 1,5 L/dia • Comum em diabéticos, doenças auto-imunes, radioterapia e medicações • Dificulta alimentação (mastigação, deglutição e paladar), aumenta risco de cáries e infecções Uso de anti-séptico oral Alterações congênitas Causas pouco esclarecidas • Hereditário • Fumo, álcool, obesidade Correção cirúrgica • Lábio leporino: 24 a 72 horas de vida • Fenda palatina: 1 a 2 anos de idade • Fissura labial ou lábio leporino: abertura na lateral do lábio superior, dividindo-o em 2 segmentos. Pode se restringir ao lábio ou atingir dentes, gengivas e nariz. Dificuldade de sucção e fala. É comum os pais evitarem o lado da fenda – desaconselhado Aumentar o furo, apertar a mamadeira, o bico, as bochechas e embaixo da mandíbula, pressionar o bico contra a língua – apenas inicialmente até a escolha do bico ideal Tampar a fenda com o dedo da mãe (?) • Fenda palatina: abertura no céu da boca – até a base do nariz. Estabelece comunicação via oral/respiratória. Risco de infecções, aspirações, fala e audição. Posicionar o bebê semi-sentado, arrotar frequentemente Aparelhos ortodônticos Crianças maiores: mastigar lentamente, evitar cascas e alimentos mais grosseiros A maioria das crianças não conseguem o suprimento necessário só com o aleitamento natural Recomenda se colocar o recém nascido por cinco minutos em cada seio para estimular a descida do leite e para reforçar o contato mãe-filho OFERECER O LEITE ORDENHADO EM MAMADEIRA COM BICO ORTODÔNTICO E FURO PARA CIMA Técnica da alimentação vai depender da complexidade da fissura e condições da criança O aleitamento materno é recomendado pelo seu valor nutritivo e qualidade antibacteriana, auxiliando na prevenção de infeções, sobretudo a do ouvido médio, comuns nos portadores dessa malformação. As crianças portadoras de fissura de labiopalatina, sem nenhuma outra anormalidade associada podem ser alimentadas normalmente desde as primeiras horas de vida, não necessitando do uso de sondas nasogástrica Primeiras de vida importante para o reflexo de alimentação • Aleitamento materno deve ser aconselhado e mantido – pode ser ineficiente • Não introduzir alimentação complementar precocemente • Mamadeiras com bicos especiais (furo para cima) • Xícara como método alternativo • Pausas durante as mamadas e paciência • Higiene oronasal antes e depois das mamadas • Decúbito lateral após • Sonda nasogástrica Câncer de cabeça e pescoço • Obstrução (local, extensão), produção de saliva, terapias • Lábio, língua, assoalho bucal, palato, gengiva, Sarcoma de Kaposi (menos comum na boca) • Quimioterapia: mucosite, redução do apetite, paladar alterado • Radioterapia: xerostomia e mucosite • Dietoterapia: ajustada às necessidades específicas (localização e extensão do tumor, estado nutricional, cirurgia), conforme medicação, visando diminuir os efeitos indesejáveis da terapia, reduzir o catabolismo. Alteração da consistência ou TNE • Náuseas e vômitos: alimentos secos, temperaturas frias, não preparar o próprio alimento ou estar próximo. Bode expiatório. Exclusão e substituição de aversões. • Mucosite: Alterar consistência e temperatura, evitar condimentos picantes e alimentos ácidos. Crioterapia e bochechos. • Diarreias intensas: alimentação mais obstipante e módulos de fibra solúvel. Restrição de gorduras, fibra insolúvel e lactose, redução da osmolaridade e velocidade da fórmula. • Caquexia: hipercalórica e hiperprotéica, imunomoduladores (glutamina) Esôfago Órgão muscular, elástico, cuja principal função é a condução de alimentos até o estômago (peristaltismo e gravidade). • Camadas mucosa, submucosa e muscular • Secreção mucóide lubrificante • Deglutição: bucal, faringiana e esofagiana Início voluntário, seguido por reflexo involuntário • Disfagia • Dificuldade de deglutição dos alimentos. • Orofaringiana ou esofagiana (obstrutiva ou motora) • Falta de coordenação da deglutição, contração e relaxamento de EES e EEI. • Disfagia Orofaríngea Dieta pastosa ou TNE Risco de aspiração! • Dificuldade de iniciar a deglutição • Regurgitação nasal • Tosse • Fala anasalada • Halitose • Engasgamento • Normalmente associada a condições neurológicas (hemiparesia após AVE, Parkinson, miastenia grave, etc). Objetivos: Estabelecer via alimentar mais segura; Adaptar a alimentação oral ao grau de disfagia; Manter o recuperar o EN. • Disfagia Orofaríngea x Esofageana • Diminuir distrações • Supervisão • Avaliação fonoaudiológica • Alterar consistência • Espessamento de líquidos – leite em pó, maisena, módulos • Aumentar fracionamento • Disfagia Esofágica Dieta liquida ou TNE • Dismotilidade esofágica: sólidos e líquidos • Obstrução mecânica: sólidos • Odinofagia • Leve, moderada ou grave, para sólidos e/ou líquidos • Engasgar ou tossir durante ou após as refeições, incapacidade de sugar ao canudinho, qualidade da voz, infecções recorrentes • Acalásia • Distúrbio motor da musculatura esofagiana, com maior tônus do EEI e contrações anormais do corpo do esôfago. • Não predispõem a DRGE, na acalasia há uma rigidez ou aumento da pressão no EEI, ou seja, o individuo afetado apresenta resistência na abertura do esfíncter, o que impede o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago o que caracteriza a DRGE. Disfagia, odinofaia, dilatação Dietoterapia • Alterações na dieta • Consistência líquida completa/pastosa • VET e proteínas: conforme estado nutricional • Normoglicídica, normolipídica • Evitar alimentos estimulantes ou irritantes de mucosa • Aumentar fracionamento, diminuir volume e concentrar • Evitar temperaturas extremas - Primária ou secundária (Chagas, câncer) • Dor torácica, regurgitação, aspiração, estase esofágica • Perda de peso! • Doença do Refluxo Gastroesofágico – DRGE caracteriza-se pelo retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, cuja mucosa não está preparada para receber substâncias ácidas e irritantes, e que também pode alcançar a boca ↓ pressão do esfíncter esofágico inferior (EEI) DRGE Azia, dor torácica em queimação que coincide na extensão do esterno. Dor retroesternal: pirose • Esofagite inflamação do tecido esofágico (complicações: hemorragia, perfurações, estenose, esôfago de Barret, metaplasia do epitélio esofágico) – associada a DRGE • Diminuição dos mecanismos anti-refluxo (menor tônus do EEI), aumento do volume alimentar, estase gástrica, hérnia hiatal, obesidade, gravidez. • Quadro clínico: pirose,disfagia regurgitação, dor retroesternal Tratamento • Medicamentoso: antiácidos ou antissecretórios (omeprazol - inibe a bomba de prótons – H+ : ↓ HCl), anticolinérgicos (ex.: donperidona – estimula peristaltismo), antagonistas de dopamina (metoclopramida) Dietoterapia • Recuperar o estado nutricional • Educação nutricional • Evitar o refluxo gastroesofágico • Evitar a progressão das lesões e minimizar efeitos colaterais http://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/esofago/ A obesidade predispõe ao refluxo gastroesofágico, e a perda de peso produz melhora do refluxo pós-prandial O tabagismo é fator de risco para sintomas de refluxo A ingestão alcoólica é fator de risco para DRGE erosiva O consumo de café está associado a DRGE (estimulante de HCl) O consumo de doces e pão branco está associado a sintomas de refluxo O consumo de frutas tem efeito protetor nos sintomas de refluxo. A ingestão de proteínas está associada à DRGE erosiva, e de fibras, a menor risco de DRGE. O consumo excessivo de alimentos está associado com DRGE5. A dieta rica em gordura não aumenta o número de episódios de refluxo, nem a exposição esofágica ácida Trabalhar em posição inclinada é fator de risco para DRGE não- erosiva. Os episódios de DRGE são desencadeados pela postura elevação da cabeceira da cama (28 cm) reduz o número de episódios de refluxo A alimentação noturna quanto mais tardia produz maior índice de refluxo, principalmente em obesos Deitar para o lado esquerdo – o direito favorece o refluxo Apesar disso, não há informação consistente definindo que a resolução desses fatores é seguida de resolução ou melhora da DRGE. • Dietoterapia • Normocalórica, de acordo com o EN • Normo a hiperproteica – PTN leva ao ↑ na secreção de da Gastrina ↑ Tonus/ pressão no do EEI Gastrina ↓ o esvaziamento gástrico isso ↑ refluxo do alimento pro esôfago 1,2g/ kg – ao não ser que desnutrido • Normoglicídica • Normo tendendo a hipolipídica Colecistocinina ↓ o esvaziamento gástrico isso ↑ refluxo do alimento pro esôfago; 20-25% do VET • Vitaminas e minerais: RDA (Vit A, C, Fe) • Líquidos: normo • Fibras: podem necessitar de abrandamento • > fracionamento, < volume, temperaturas normais, evitando-se extremos • Consistência pode necessitar de alteração • Evitar alimentos de difícil digestibilidade, flatulentos e fermentáveis • Evitar alimentos estimulantes da mucosa (caldos concentrados em purinas, condimentos picantes, cafeína, chocolate, bebidas alcoólicas) • Infusos concentrados e chás carminativos ↓ a pressão do EEI • Cítricos conforme aceitação – evitar na esofagite • Controvérsia do leite efeito rebote: pode –se sugerir desnatado • Última refeição pelo menos 3h antes de deita Esofagite eosinofílica Excluir alimento -causa • Hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica. Deslizamento: junção gastroesofágica acima do diafragma DRGE Rolamento ou paraesofagiana: não há alteração na junção, não há DRGE, apenas plenitude gástrica. • Fatores de risco: senilidade, aumento da pressão intra-abdominal (constipação, obesidade, gravidez, vômitos persistentes) Dietoterapia: • Diminuir peso corporal • Evitar o refluxo gastroesofágico DESLIZAMENTO • Evitar alimentos irritantes • Facilitar o esvaziamento gástrico (evitar alimentos de difícil digestibilidade, fermentativos) e modificar conteúdo gástrico (diminuir acidez) ROLAMENTO A cirurgia para a hérnia de hiato é indicada apenas em casos mais graves e quando os cuidados com a alimentação não são suficientes para aliviar os sintomas causados pelo refluxo gastroesofágico ou quando há estrangulamento da hérnia. Escleroderma é uma doença inflamatória e crônica do tecido conjuntivo. • Esclerose sistêmica progressiva • Depósito excessivo de colágeno causando enrijecimento do órgão • Disfagia, estase, e manifestações semelhantes à da DRGE Dietoterapia • Igual às recomendações acalásia Megaesôfago Síndrome de disfagia crônica consequente à incoordenação motora da musculatura esofágica, devido ao comprometimento neuronal dos plexos nervosos, com dilatação e/ou alongamento do órgão, sem nenhuma outra causa de estenose orgânica ao nível da cárdia. Com a destruição dos plexos, desorganiza-se a atividade motora dos esfíncteres superior e inferior que controlam a passagem do bolo alimentar. • Dilatação progressiva do órgão, por perda de inervação • Doença de Chagas, escleroderma, acalásia • Perda de peso • Dietoterapia • Recuperar estado nutricional • Diminuir disfagia • Modificação da consistência (líquida Completa, pastosa), > fracionamento, < volume, não fermentativa • Calorias e proteínas conforme estado nutricional Câncer esofágico • Principal causa: alcoolismo e tabaco • Caquexia • Dietoterapia: • Modificação consistência • Nutrição Enteral - padrão • Calorias e PTN conforme estado nutricional • Idem câncer oral Cirurgias • Pré-operatório: recuperação do Estado Nutricional • 7 a 14 dias antes • Hipercalórica e hiperprotéica – imunomoduladores (glutamina) • Terapia Nutricional se necessário – sonda nasogástrica, dieta padrão Desnutrição pré-operatória é reconhecidamente um fator independente de risco de maior morbidade e mortalidade pós-operatórias, por diminuição dos compartimentos de composição corporal, notadamente massa magra, imunodepressão do tipo celular e retardo na cicatrização das feridas. Dessa maneira, a terapia nutricional (TN) está geralmente indicada para o paciente cirúrgico, com o objetivo de prevenir a desnutrição ou minimizar seus efeitos. • Jejum pré-operatório: Sólidos – 6 a 8 horas Líquidos – maltodextrina a 12,5% (400 mL), 6 h e 2h antes da cirurgia • Pós-operatório: iniciar com dieta líquida restrita 1 -2 dias (verificar se há deiscências) se tudo bem, líquida completa ou de textura macia, úmidos, de sabor suave, frios ou gelados (1º dia), mornos (2º), e progredir – se VO • SNE – se impossibilidade de VO por + 7 dias A resposta fisiológica ao trauma é mediada por citocinas pró- inflamatórias (TNF-alfa, IL-1, IL-6, por exemplo), hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol, por exemplo) e outros mediadores (prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos), que produzem diversas alterações metabólicas, tais como aumento de proteínas de fase aguda positiva (↑ proteína C-reativa), diminuição de proteínas de fase aguda negativa (albumina e pré-albumina, transferrina), edema, proteólise, lipólise e resistência periférica a insulina que leva à hiperglicemia Essas repercussões alteram o metabolismo basal em duas fases distintas: Em 1-3 dias, caracterizada por retenção hídrica, necessidade de fluidos intravenosos para manutenção da hemostasia e normo- ou hipometabolismo; e outra, tardia e mais duradoura, que se caracteriza por predominância de catabolismo sobre anabolismo, com aumento de excreção nitrogenada, perda de massa magra, etc. Por conseguinte, a resposta orgânica ao trauma pode levar ao aparecimento ou agravamento de desnutrição pré-existente, queda da qualidade de imunidade do paciente e possibilidade de falha de cicatrização e aparecimento de infecções. • A TN pré-operatória está indicada, por um período de sete a 14 dias, no paciente com risco nutricional grave candidato a operações eletivas de médio e grande porte. Entende-se risco nutricional grave quando existe, pelo menos, um destes itens: - Perda de peso > 10% em 6 meses; - IMC< 3 mg/dL (sem evidência de disfunção hepática e renal); • Em pacientes desnutridos submetidos a operações para tratamento de câncer do aparelho digestivoe de cabeça e pescoço, recomenda- se a TN pré-operatória com imunonutrientes por sete a 14 dias, sendo que a TN deve ser continuada no pós-operatório por mais cinco a sete dias; • Em operações de grande porte para ressecção de câncer, mesmo não havendo desnutrição grave, a TN pré-operatória com suplementos contendo imunonutrientes por cinco a sete dias está indicada e também deve ser continuada no pós-operatório; • Pacientes com tubo digestivo apto para receber nutrientes e com apetite preservado devem receber TN, com suplementos contendo imunonutrientes no período perioperatório. • Recomenda-se em operações eletivas tempo de jejum de seis horas para sólidos e de duas horas para líquidos claros contendo carboidratos; • Recomenda-se o uso de maltodextrina a 12,5% em volume de 200- 400 mL, seis e duas horas antes da operação. Exceções a essa última recomendação são: obesidade mórbida, gastroparesia, mau esvaziamento gástrico, suboclusão ou obstrução intestinal e doença do refluxo gastroesofágico moderada e grave; • Jejum pré-operatório prolongado é desnecessário na maioria dos pacientes; • Interrupção da ingestão nutricional é desnecessário no pós- operatório na maioria dos pacientes. Reintrodução da dieta no pós-operatório A TN nutricional deve ser planejada para início precoce no pós- operatório, quando é possível prever que o paciente ficará por mais de sete dias sem conseguir se alimentar ou se não conseguir ingerir 60% de suas necessidades por sete a 10 dias; • A reintrodução da dieta no pós-operatório deve ser realizada precocemente (12-24h), na maioria dos procedimentos cirúrgicos; • Em pacientes eletivos, submetidos a operações com ressecção parcial do estômago, intestino delgado ou grosso, recomenda-se a reintrodução da dieta por via oral ou enteral de 12-24 h após a operação; • Pacientes submetidos a operações de ressecções de neoplasias de cabeça e pescoço, ressecções esofágicas ou gastrectomia total devem receber TN por SNE ou por jejunostomia também de modo precoce, em 12-24 horas após a operação. Nesses casos, a realimentação oral é possível após sete dias da operação. • Na maioria dos casos, a TN pré-operatória pode ser realizada com fórmula polimérica padrão; • Em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e do tubo digestivo, fórmulas contendo imunonutrientes (arginina, ácidos graxos ômega-3 e nucleotídeos) devem ser preferidas; • Não há evidência consistente para o uso de probióticos ou simbióticos no perioperatório. Calorias e proteínas • Deve-se evitar, em pacientes gravemente desnutridos, aporte rápido de calorias e proteínas (síndrome da realimentação). Nesses pacientes, a oferta deve ser cautelosa, com controle diário de fósforo, magnésio e potássio; • Em pacientes sob TNE, deve-se evitar a subnutrição desencadeada por muitos dias de aporte insuficiente. A associação com TNP nesses casos está recomendada após cinco dias de TNE sem sucesso; • Em TNP, deve-se evitar a superalimentação, caracterizada pelo aporte calórico acima das recomendações. Isso é particularmente importante em pacientes cirúrgicos em cuidados intensivos ou semi- intensivos. • Na maioria dos casos, a recomendação para operações de médio e grande porte é de 30-35 kcal/kg de peso por dia e 1,0 a 1,5 g de proteínas/kg/dia. • Pacientes em estresse importante (SIRS moderada a grave, sepse) devem receber 20-25 kcal/ kg de peso por dia e 1,2 a 2,0 g de proteínas/ kg/dia. Estômago Digestão: proteínas e ácidos graxos de cadeias curta e média Alimentos muito quentes: >secreção ácida e esvaziamento gástrico Infusos concentrados e bebidas alcoólicas: >secreção ácida Refrigerantes à base de cola: diminui o tônus do EEI Nicotina: diminui o tônus do EEI e aumenta secreção ácida Condimentos picantes: >secreção e irritantes Caldos concentrados em purinas: excitantes de mucosa, >secreção ácida Alimentos ricos em gorduras: retardo do esvaziamento gástrico Distensão excessiva: inibição do esvaziamento gástrico Fatores psicossomáticos: podem inibir ou estimular a motilidade AINES (Anti-inflamatórios não esteroides): menor produção de muco Dispepsia Termo genérico para desconfortos no trato gastrointestinal superior decorrentes de indigestão, deglutição de ar junto com os alimentos, de bebidas carbonatadas, ingestão rápida e, ou excessiva, mastigação inadequada, tensão, etc. Dor abdominal vaga, náusea, regurgitação, eructação, plenitude gástrica, pirose e mal-estar, má digestão, pirose, náuseas Pode ser indicador de outros problemas gástricos (gastrite, úlcera, estase gástrica, doença da vesícula biliar ou câncer) Tratamento medicamentoso: antiespasmódico, reguladores da motilidade gástrica, antiácidos e antiflatulentos Dietoterapia: Evitar frituras, alimentos fermentáveis, ricos em enxofre, de difícil digestibilidade, refrigerantes, sucos industrializados e bebidas alcoólicas. Evitar excessos de açúcar, gordura, cafeína, especiarias e ácool. Fazer refeições mais leves, com maior fracionamento e menor volume. Alimentar lentamente, mastigar bem os alimentos. Modificação do estilo de vida Gastrite Processo inflamatório da mucosa gástrica desencadeado por causas infecciosas, químicas ou neurais. -Classificação: Agudas – exógena, corrosiva ou tóxica Crônicas – superficial, atrófica, hipertrófica Especiais – pós-gastrectomia Sintomas: anorexia, dor epigástrica, náuseas e vômitos, hematêmese, cólicas, calafrios, mal-estar, cefaleia, queimação, hiperemia de mucosa, pirose Gastrite Aguda Inflamação de curta duração à mucosa gástrica, causada por diversos fatores: álcool, medicamentos, choque, septicemias, entre outros. H. pylori Virulência x suscetibilidade x fatores ambientais Gastrite Atrófica Gastrite provocada pela atrofia da mucosa gástrica, em especial das células parietais. - Corpo e fundo gástricos - Auto-imune, idosos, H. pylori - <secreção de ácido clorídrico e fator intrínseco anemias, crescimento bacteriano Gastrite Hipertrófica Hipertrofia de pregas gástricos no corpo e fundo, com hipersecreção, hipoalbuminemia secundária à gastroplasia perdedora de PTN - Hipocloridria - Assintomática, ou inespecífica Rara Tratamento medicamentoso: inibidores de bomba de prótons, ou de H2, antiácidos e antiespasmódicos. Dietoterapia: Recuperar o estado nutricional Favorecer o trabalho gástrico Promover esvaziamento adequado Minimizar sintomas e efeitos colaterais Educação nutricional Úlcera Ulceração aguda ou crônica em função da acessibilidade da secreção gástrica | Esofagiana | Péptica | Duodenal | Cronificação advinda da gastrite | Complicações: perfuração, hemorragia, infecção| Ritimicidade: “dói, come, passa” | Periodicidade: dor por dias ou semanas seguida de remissão Sintomas: fome dolorosa, azia, queimação Hipersecreção ácida (Zollinger-Ellison), AINES, H.pylori, tabagismo, estresse - Tratamento farmacológico: inibidores de bomba de prótons e H2, salicilato de bismuto e antibióticos. - Tratamento cirúrgico: vagotomia e gastrectomia parcial (intratáveis) Dietoterapia: Normalizar estado nutricional Minimizar sintomas da fase aguda Proporcionar repouso gástrico Educação nutricional VET: conforme estado nutricional PTN: 1,2 g/kg (fase aguda) e até 1,5 g/kg (fase de recuperação) CHO: normo, sem concentração de dissacarídeos LIP: Evitar concentração (retardo do esvaziamento gástrico) Vitaminas e minerais: RDA (Vit A, C, B12 e Fe) Líquidos: normo tendendo a hiper Fracionamento: aumentado na fase aguda e normal na recuperação Consistência: líquida completa a pastosa (aguda) e branda a normal (recuperação) Temperatura: normal, evitando extremos (principalmente quente) Evitar: caldos concentrados em purinas, alimentos ricos em enxofre, de difícil digestibilidade, fermentáveis, infusos concentrados, condimentos picantes, bebidas alcoólicas e derivados de cola, cafeína, cigarro. Ácidos e cítricos: tolerância individual – azia Ômega 3 e 6: controverso. Linhaça Higiene de alimentos Estado nutricional Paradoxo do leite – hiperacidez de rebote Câncer gástrico Fatores de risco: H. pylori, acloridria, atrofia da mucosa, gastrite crônica, úlcera, fumo, excesso de álcool, dieta pobre em fibras, sal em excesso. Sintomas lentos: diagnóstico tardio Perda de apetite e peso, aquilia gástrica, plenitude, obstrução e interferência mecânica Desnutrição Tratamento: quimio, radioterapia, gastrectomia (mais frequente) Dietoterapia: conforme localização, estágio e tratamento do câncer (cirurgia e sintomas das terapias). Caquexia Tratamento paliativo – preferências alimentares Cirurgias gástricas Dietoterapia: manter/recuperar estado nutricional e qualidade de vida! Considerar: pré e pós-operatório (semelhante ao esofágico), estado nutricional, complicações inerentes a cada tipo de cirurgia. Ocorrência de Dumping, esteatorreia e hipoglicemia – mais comuns Progressão da consistência NE: jejunostomia Iniciar com água no pós imediato: geralmente gelo Aumentar progressivamente o volume de água e líquidos claros Introduzir alimentos macios, com baixo teor de PTN Enriquecimento de preparações Evitar condimentos em excesso, alimentos hipertônicos e gordurosos. Lanches pequenos e frequentes são mais bem tolerados. No pós-op tardio: 25 a 30% de LIP, 20% de PTN, completar com CHO complexos Evitar líquidos durante as refeições, e lactose Suplementos de fibras – líquidos adequados TCM se esteatorreia Dietoterapia nas enfermidades Intestinais Flatulência tensões emocionais (hipo ou hipermotilidade), falta de atividade física, ingestão de fibras e CHO fermentáveis, fármacos. Distensão abdominal, cólica. Dietoterapia • Alimentar-se lentamente, de boca fechada, evitar canudos aerofagia • Evitar excesso de CHO simples fermentação • Evitar grandes quantidades de fibras (especialmente solúvel), leguminosas (estaquise e rafinose), lactose (se intolerante), amido resistente, frutose e álcoois (xilitol, sorbitol), alimentos sulfurados • Exercício físico Diarreia Aumento da frequência, fluidez e volume das fezes, acompanhada por perda excessiva de líquidos e eletrólitos. Evacuações frequentes (>3x/dia), com consistência pastosa a líquida. Causas • Doença inflamatória intestinal • Infecções diarreia persistente na infância Desnutrição • Medicações • Ingestão excessiva de açúcares e lipídios • Superfície absortiva limitada • Desnutrição • Características da Nutrição Enteral Consequências Nutricionais • Desidratação • Desnutrição • Síndrome hemolítica urêmica (crianças) Tratamento 1.Identificar e eliminar causa Medicamentoso 2. Repor líquidos e eletrólitos soros caseiros, água de coco 3. Recuperar Estado Nutricional Dietoterapia > fracionamento • VET adequado às necessidades • Normo a hiperproteica, normoglicídica sem excesso de CHO simples, normo a hipolipídica • Fibras: hipo para insolúvel • Dieta de resíduo mínimo • Reintrodução gradual • Pré e próbióticos Diarreia persistente na infância • Necessidades calóricas e hídricas: -100 kcal ou mL/kg, se < 10 kg -1000 kcal ou mL+ 50 kcal ou mL/kg acima de 10 kg, se entre 10 e 20 kg -1500 kcal ou mL + 20 kcal ou mL/kg acima de 20 kg, se > 20 kg. • Casos graves: -fórmulas hidrolisadas -sonda nasogástrica (contínua, oligomérica) -nutrição Parenteral • Recomendações específicas -retorno precoce à alimentação (usual se adequada) – soro não substitui! -alimentos cozidos, amassados, leites fermentados -1 ou 2 refeições a mais que o habitual -probióticos: Lactobacillus GG e Saccaromyces bulardii Esteatorreia • Sintoma – não doença tratar doença de base • Perda de peso crônica • Deficiência de vitaminas lipossolúveis e AGE Dietoterapia • Dieta tendendo a hipolipídica (20 a 25% do VET) • TCM (<15 g por refeição) 8,9 kcal/g Doenças que cursam com Diarreia Doença Celíaca é uma doença autoimune crônica do Intestino Delgado causada por uma reação ao glúten em pessoas com predisposição genética. É uma inflamação é provocada pelo GLÚTEN (gliadina e glutenina), proteína presente no trigo, cevada e centeio. Um de seus componentes, a gliadina, contém a maior parte dos componentes nocivos. Em pessoas predispostas, moléculas não digeridas de gliadina, ao entrarem em contato com as camadas mais internas da mucosa intestinal, disparam uma reação imunológica no intestino delgado, causadora do processo inflamatório crônico responsável pelos sintomas. - Sintomas: problemas gastrointestinais como: diarreia crónica (não hiperosmótica), distensão abdominal, flatulências, perda de peso, fadiga, além disso, os pacientes podem ter lesão cutânea e dermatite herpetiforme (erupção cutânea crônica, autoimune, papulovesicular e intensamente pruriginosa fortemente associada à doença celíaca). má-absorção intestinal e perda de apetite. Diarreia sintomática e atrasos do crescimento (baixa estatura) podem ser evidentes durante a infância. Dietoterapia • Exclusão completa de glúten • Suplementação conforme deficiência B6, folato e B12 DCV • Reposição de líquidos e eletrólitos • Exclusão de lactose e sacarose inicialmente • Leitura meticulosa de rótulos Resolução ANVISA nº 40/02 e LEI 10.674/07 • Kcal: conforme estado nutricional (25 a 35 kcal/ kg de peso) • CHO: 50 a 60% • LIP: 25 a 35% (hipolipídica + TCM – esteatorreia) • PTN: 0,8 a 1 g/kg para manutenção ou 1,2 a 1,5 g/kg para repleção • Redução de fibras insolúveis durante fase aguda. Aumento de líquidos • Capacitação do paciente para escolhas alimentares Intolerância à Lactose Incapacidade parcial ou completa de digerir o açúcar do leite e seus derivados, a lactose (glicose+galactose). Ela ocorre quando o organismo não produz, ou produz em quantidade insuficiente, uma enzima digestiva chamada lactase (produzido nas vilosidades do intestino delgado), que decompõe a lactose, ou seja, o açúcar do leite. Como consequência, a lactose chega ao intestino grosso inalterada. Ali, ela se acumula e é fermentada por bactérias que fabricam ácido lático e gases, promovem maior retenção de água e o aparecimento de diarreias e cólicas. - Sintomas: diarreia hiperosmótica (hipertônica- quantidade de soluto excede a quantidade de solvente | aumentam muito a osmolaridade), devido à lactose não absorvida. Quando é uma deficiência congênita, a má absorção se torna evidente após a ingestão de leite, a criança desenvolve fezes explosivas, aquosas (extremamente líquidas) e espumosas, além de distensão abdominal. Tratamento Restrição da lactose!!! Suplementação de Cálcio, vit D e Leitura de rótulos Produtos fermentados (β-galactosidase) Queijos envelhecidos Leite com baixo teor de lactose Pré e probióticos Lactase exógena Substitutos: “leite” de coco e de vegetais, sucos de frutas, água, óleo, margarinas sem lactose, gema de ovo, amido de milho (salgadas), aveia (doces), “requeijão sem lactose”, iogurtes de soja, etc. Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) São doenças crônicas que acometem o trato gastrointestinal. Forte resposta inflamatória Local | Sistêmica Mediadores inflamatórios e radicais livres Dano tecidual, > permeabilidade intestinal e fibrose Ambos os tipos ocorrem por mecanismos reguladores defeituosos ou fatores intensificados que estimulem a resposta imunológica. Risco de desnutrição edoenças malignas Sintomas: Obstruções, má-absorção (conforme região acometida), diarreias/esteatorreia, transito GI alterado, secreções aumentadas, febre, falha no crescimento (crianças), manifestações extra- intestinais (artrites, dermatológicas, etc). Doença de Crohn: caracteriza-se por envolvimento transmural e descontínuo, podendo atingir todo o trato gastrointestinal. Seus principais sintomas são diarreia, dor abdominal e perda de peso, podendo causar sintomas sistêmicos como mal-estar, anorexia, emagrecimento e febre. Enfraquecimento por causa da dificuldade para absorver os nutrientes. Consiste em um processo inflamatório crônico, de etiologia não esclarecida, não curável por tratamento clínico ou cirúrgico, que pode afetar todo o sistema digestivo (da boca ao ânus), mas acomete especialmente o íleo terminal (parte inferior do intestino delgado) e cólon. Esse processo inflamatório é extremamente invasivo e compromete todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa. • Segmentar • Qualquer parte do TGI • Transmural • Estreitamento, granulomas Colite ulcerativa consiste na inflamação da mucosa do cólon e do reto, causando lesões erosivas e sangramento intestinal. Seus principais sintomas são diarreia sanguinolenta, tenesmo, eliminação de muco, cólicas abdominais e urgência para evacuar. • Contínua • Apenas cólon e reto • Serosas • Estreitamento, úlceras e diarreia mucossanguinolenta, megacólon A etiologia dessas doenças é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais, além da microbiota intestinal e a resposta imune dos pacientes. A patogênese das DII está ligada a alterações do sistema imunológico digestivo, que desencadeia respostas inflamatórias inadequadas, graves e prolongadas em indivíduos geneticamente predispostos. Recomendações DII Não há dados suficientes que garantam a eficácia dos probióticos para manter a remissão na RCUI. Se o intestino estiver preservado e a ingestão alimentar for baixa, a via preferencial é a enteral, tanto na DC como na RCU. Ensaios multicêntricos analisaram a cevada germinada (prebiótico) em doentes com RCUI e concluíram que a cevada pode contribuir para diminuir a gravidade da doença, aumentar as bifidobactérias e Eubacterium limosum, e prolongar a remissão da doença. Em relação à glutamina, a maioria dos estudos são controversos em modelos experimentais, gerando várias hipóteses. O mesmo foi observado quanto aos prebióticos, probióticos e simbióticos, pois nem todas as estirpes bacterianas possuem efeitos benéficos e nem podem, ainda, ser administradas com segurança e eficiência nas DII Pesquisas com o w-3 mostram redução da atividade e manutenção da remissão das DII, tanto na DC como na RCUI, porém, não podem ainda indicar seu consumo. Em caso de NP enriquecida com emulsões lipídicas, há poucas referências nas DII, ainda insuficientes para justificar sua indicação Avaliação Nutricional Perda da função intestinal desnutrição e deficiências alimentares recuperação e cicatrização mais lenta Meta: Recuperação nutricional e a manutenção do suporte nutricional adequado Corticosteróides Ganho de peso | perda de massa magra O uso de corticoides por esses pacientes é comum, podendo levar à resistência aos efeitos da vitamina D, aumento do paratormônio (PTH) e redução dos níveis de cálcio. Avaliar perda de peso (mascarada), hipoalbuminemia, anemia, deficiência de vitaminas e minerais (ferro, folato, B12, cálcio) e deficiência de crescimento em crianças. Dietoterapia Recomenda-se aporte calórico de 25 a 30 kcal Ingestão de 1,0 a 1,5 g de proteínas por kg de peso ideal/dia, Menos de 20% das calorias totais em lipídeos. Baixas concentrações séricas de vitamina B12, D e folato já foram observadas nessa população. Níveis séricos reduzidos da proteína ligada ao retinol podem indicar deficiência da vitamina A e são encontrados principalmente na fase aguda da DC, causando prejuízos na integridade da mucosa, modificando a função imunológica intestinal e aumentando a exposição a antígenos e patógenos intestinais. Vitamina B12 e folato fazem parte do ciclo da homocisteína e a deficiência dessas duas vitaminas pode levar a hiperhomocisteinemia, que por sua vez pode causar tromboses e tromboembolismo. A osteoporose atinge mais de 50% dos pacientes com DC e está relacionada à deficiência de cálcio e vitamina D. O metabolismo ósseo pode ser alterado por vários fatores, como uso de corticoides, inflamação, idade, desnutrição, má absorção intestinal, baixa ingestão de nutrientes, atividade física limitada, alterações hormonais e fatores genéticos suplementação de vitamina D. casos mais graves, têm deficiência de Magnésio e deficiência de Zinco, como consequência de diarreia crônica, fístulas, intestino curto, supercrescimento bacteriano e má absorção. A perda crônica de sangue pelo trato gastrointestinal, muitas vezes de forma oculta, leva à deficiência de Ferro, causando anemia microcítica. Necessidade e suplementação de vitaminas, minerais e oligoelementos na Doença de Crohn Terapia Nutricional – Fase Aguda Reposição hidroeletrolítica, corrigir má absorção e anemia, prevenir complicações – via oral, enteral ou parenteral • Kcal: normo a hiper (IDEAL) – prática: o que for possível (kcal e PTN) • PTN: 1,0 a 1,5 g/kg de peso (pode chegar a 2g em desnutridos, fístulas) • LIP: Hipolipídica (<20% VET) - TCM • CHO: Normo a hipo (evitar açúcares simples) • Evitar irritantes e estimulantes de mucosa (condimentos, cafeína, bebidas alcoólicas, etc) e fermentativos • Dieta de Resíduo Mínimo: evitar fibras insolúveis, cafeína, açúcares, lactose • Hiperídrica • Fracionamento: aumentado • Volume: diminuído Terapia Nutricional – Fase de Remissão – passada a fase diarreica/dor Evitar recidivas, desconforto, manter ou recuperar estado nutricional – via oral • Kcal: de acordo com estado nutricional • PTN: de acordo com estado nutricional • LIP: normolipídica (sem excessos) evitar alta densidade nos alimentos • CHO: Normo a hipo (evitar excessos) • Reintrodução gradual (evitar fibra solúvel | aumentar progressivamente fibra insolúvel) • Avaliar intolerâncias • Pré e probióticos (?) • Alto consumo de sacarose e ω-6, baixo de frutas, verduras, fibras e ω-3 Terapia Primária: A nutrição enteral (NE) na DC em atividade, bem como no pré-operatório e na fase de remissão da doença, proporciona melhora do estado nutricional e da qualidade de vida20, além disso, é indicada em casos em que a alimentação oral não é possível. Entre seus benefícios, pode induzir a remissão da doença intestinal, recuperar a composição corporal, atuar na cicatrização de lesões da mucosa e reduzir níveis de citocinas inflamatórias. • Nutrição enteral x corticoterapia • Adultos: corticoterapia • Crianças: TNE • TNE: polimérica de preferência • TNP não é indicada como terapia primária TNP na fase pré-operatória está indicada para pacientes com maior risco de complicações cirúrgicas, ou seja, aqueles com perda ponderal de pelo menos 10% do peso nos últimos 3 a 6 meses, IMC menor que 18,5 kg/m2 ou albumina sérica abaixo de 3,0 g/dL. A NP pré-operatória reduz as taxas de complicações e a extensão da ressecção intestinal, diminuindo assim o tempo de internação. Síndrome do Intestino Irritável (SII) Não é uma doença, senão uma síndrome episódica caracterizada por alterações na motilidade e sensibilidade do TGI resposta aumentada a estímulos enterais e externo. • Constipação x Diarreia alternância • Dor abdominal • Desconforto aliviado por defecação • Início associado a alteração na forma/consistência ou frequência das fezes > 12 semanas ao ano Fatores de exacerbação •Excesso de laxantes • Antibióticos • Cafeína • Irregularidade do sono e descanso • Baixa ingestão de líquidos • Hipersensibilidade (alergia) a determinados alimentos Dietoterapia • Garantir dieta adequada em nutrientes e evitar sintomas • Identificar alimentos ou padrões alimentares relacionados • Dieta “saudável” e ajustada à diarreia ou constipação (episódios) • Evitar excessos de gordura, cafeína, lactose, frutose e sorbitol, refeições grandes, bebidas alcoólicas. • Atender às recomendações diárias de fibras e líquidos (não excesso) ~25g/d de fibras e 2L de líquidos • Fibra solúvel • Pré- e probióticos Dieta baixa em FODMAPS conjunto de alimentos fermentáveis que são mal absorvidos pelo nosso organismo e que podem causar desconforto intestinal. Carboidratos fermentávies, oligo-, di-, e monossacarídeos e polióis): lactose, frutose, excesso de glicose, álcoois (sorbitol e manitol), frutanos e galactooligossacarídeos (GOS), estaquiose e rafinose. Síndrome do Intestino Curto (SIC) A síndrome do intestino curto (SIC) é um estado clínico de má- absorção intestinal secundário à perda da superfície mucosa funcionante, em consequência de ressecção cirúrgica (ex. doença de Crohn), derivações do trânsito intestinal, como no caso de fístulas e cirurgia bariátrica, ou por perda das células mucosas (enterócitos) devido a infecção, isquemia, quimio e/ou radioterapia. Desse modo, a insuficiência intestinal pode ser caracterizada por causa anatômica ou funcional. Envolve o comprimento do intestino ou a sua fisiologia primária, levando à dificuldade de absorção, que pode ser compensada pela hiperfagia e por adaptações estruturais e metabólicas do intestino. A falência intestinal se estabelece consequente às deficiências absortivas dos macronutrientes (carboidratos, lipídeos e proteínas) e dos micronutrientes (água, eletrólitos, vitaminas e minerais), cujas necessidades diárias não poderão ser atingidas pela alimentação oral ou pela nutrição enteral. Esse estado clínico torna inevitável a dependência da terapia nutricional parenteral (TNP) para a manutenção do equilíbrio nutricional, da composição e da função corporal, e da saúde1,2(D). Assim, a SIC, a insuficiência e a falência intestinais estão intimamente relacionadas devido ao resultado final dos eventos fisiopatológicos, metabólicos e clínicos consequentes. • Ressecções duodenais: - Anemia, osteopenia - Diarreias osmóticas e fermentação - Alteração na motilidade intestinal, acidez • Ressecções jejunais: -Diarreia osmótica -Intensa má absorção de macronutrientes • Ressecções ileais: - Má absorção de gordura e vitaminas lipossolúveis, esteatorreia - Deficiência de vitamina B12 - Dismotilidade • Válvula ileocecal: - Má absorção de gordura e vitaminas lipossolúveis, esteatorreia - Aceleração do trânsito colônico - Supercrescimento bacteriano (acidose metabólica) • Ressecções colônicas: - Perdas hidroeletrolíticas intensas, prejuízo na adaptação e disbiose Objetivos: • Manter estado nutricional • Favorecer adaptação intestinal • Reduzir perdas fecais • Reduzir complicações da SIC • Melhorar qualidade de vida Principais causas genéricas da insuficiência e/ou falência intestinal podem ser classificadas como: a) obstrutivas, sem estenose; cujo tratamento é clínico - pseudo-obstrução intestinal; com estenose (s) de tratamento cirúrgico – tumor, enterite actínica; b) má-absorção – fístulas: cirúrgica – pós-operatórias específicas; intestino curto: causas alternativas – isquemia, doença de Crohn; outras: clínica – atrofia de vilosidades, síndrome de imunodeficiência adquirida Fases da SIC • Fase inicial: dependência de TNP ( 7 a 10 dias) - Desequilíbrio hidroeletrolítico, incapacidade de utilização do TGI, controle de diarreia, hipoglicemia e quadros infecciosos. Ocorre aumento significativo da perda de líquidos e eletrólitos. Nesta fase, a absorção de água, eletrólitos e de todos os demais nutrientes está intensamente comprometida. A incapacidade funcional do intestino absorver os líquidos, os eletrólitos e os nutrientes, nessa fase da insuficiência intestinal, demanda o início precoce da TNP. • Fase intermediária: transição TNP – TNE (ou oral) - Desmame progressivo da TNP, NE efeito trófico, controle da composição da dieta. A fase de adaptação intestinal tem início 24 a 48 horas após a operação de ressecção intestinal e é caracterizada por hiperplasia celular, hipertrofia dos vilos e alteração da motilidade digestiva, com o intuito de favorecer a absorção dos nutrientes. A TN por via digestiva deve ser iniciada precocemente nesta fase, podendo ter como parâmetro perdas fecais inferiores a 2,5 litros/dia. A TNE apresenta melhor tolerância com o método de infusão contínuo, ao invés de intermitente ou em bolus50(B) 49(C). O uso da TNE contínua melhora a adaptação intestinal, com manutenção ou melhora do estado nutricional e da qualidade de vida Na maioria dos casos, as fórmulas poliméricas são bem aceitas devido à sua baixa osmolaridade. Em algumas situações de trânsito intestinal muito acelerado, podem estar indicadas as formulações oligoméricas • Fase tardia: adaptação intestinal atingida A alimentação oral deve ser iniciada assim que haja estabilização das perdas hidroeletrolíticas e controle das perdas fecais. A dieta oral deve ser fracionada ao longo do dia e aumentada gradativamente conforme a tolerância do paciente. Dieta via oral fracionada em 7 a 8 refeições/dia, em intervalos regulares e constantes, com pequeno volume por refeição, hipogordurosa e restrita em açúcares simples e fibras insolúveis. As refeições devem ser isoenergéticas, isoproteicas, sendo oferecidas em média 35 kcal/kg/dia e 1,5 g de proteína/kg/dia Dietas hipogordurosas, ricas em carboidratos e fibras solúveis com restrição de oxalato, estão mais indicadas diante da presença anatômica e funcional, parcial ou total, do cólon; Longo prazo: • Litíase biliar e renal • Crescimento bacteriano excessivo no intestino delgado • Estabilização do peso • Retorno a hábitos normais • Antiácidos, antibióticos e antimotilidade • Restrição de Oxalato - Alimentos ricos em oxalato Espinafre, beterraba, quiabo, pimenta vermelha, nozes, salsa, cacau, soja, amendoim, aveia, trigo integral, morango, uva, cítricos, ameixa, acelga, agrião, chá preto, café solúvel, chopp, tofu, pasta de amaendoim. - Para diminuir a biodisponibilidade do oxalato, deve-se: -Fornecer Ca extra nas refeições ricas em oxalato -Diminuir o teor de gordura nas refeições ricas em Ca -Escaldar ou cozinhar os alimentos ricos em oxalato (10 min) e eliminar a água Dietoterapia ATÉ O INÍCIO DA FASE DE ADAPTAÇÃO - 35 kcal/kg - Hipercalórica; 1,5 g de PTN/kg, levando-se em consideração as perdas proteicas aumentadas pelo tubo digestivo Suplementação Metas: Manter o estado nutricional adequado com a administração de substratos energéticos e proteicos, de eletrólitos, de micronutrientes e de água; Favorecer a adaptação intestinal nas situações de ressecção intestinal; Reduzir as perdas fecais; Reduzir as complicações advindas da SIC, aquelas inerentes à aplicação da TN, e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. • Apesar dos pacientes com SIC poderem apresentar o GER igual ao de indivíduos sadios, a necessidade energética encontra-se aumentada devido às perdas que ocorrem com a presença da má- absorção intestinal. • O prognóstico dos pacientes com SIC depende da quantidade da ingestão alimentar pela via enteral, da capacidade funcional e da adaptação do intestino remanescente e, logo, do grau de má- absorção; • A terapia nutricional (TN) como processo mantenedor da vida está associada às complicações que aumentam a morbidade e a mortalidadedesses pacientes. • A TN por via digestiva, por ser potente estímulo para a adaptação intestinal, seja por via oral ou por meio de sonda nasoenteral, deve ser iniciada assim que as perdas fecais estiverem controladas. A TNE, além de ser a fonte preferencial de substratos, é, provavelmente, o estímulo primário para a resposta proliferativa do epitélio da mucosa que recobre o tubo digestivo. • A TN em pacientes com SIC está indicada assim que se atinge a estabilidade hemodinâmica após a operação de ressecção intestinal. Nesta fase aguda, devido às perdas hidroeletrolíticas e distúrbios metabólicos, a maioria dos pacientes necessita da TNP6,44(D). Após a fase aguda, a terapia enteral deve ser iniciada assim que possível, porque a presença de alimentos no lúmen intestinal favorece a adaptação intestinal. • Com a progressão da adaptação intestinal e, quando a ingestão oral não for suficiente para atingir as necessidades nutricionais, a TNE cíclica noturna pode ser mantida com o intuito de otimizar o fornecimento nutricional por via digestiva. • As fibras solúveis específicas não aumentam o bolo fecal e já foi evidenciado que sua utilização retarda o esvaziamento gástrico, aumenta o tempo total do trânsito intestinal e tem leve efeito antidiarreico em indivíduos adultos. As fibras fermentáveis e solúveis, como a pectina, e os carboidratos complexos (por exemplo, amidos, maltodextrinas, etc) não absorvíveis e resistentes são coadjuvantes na adaptação intestinal. De sorte que têm sido utilizadas em pacientes com SIC, principalmente naqueles com o cólon intacto. • O seu metabolismo pelas bactérias anaeróbias resulta principalmente na produção dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e de outros subprodutos no cólon, auxiliando ainda na absorção do nitrogênio. Os AGCC são rapidamente absorvidos pela mucosa colônica e utilizados como energia, que pode constituir quantidade considerável em pacientes com SIC, em torno de 500 kcal. • O butirato, um AGCC, estimula a adaptação intestinal quando adicionado à nutrição parenteral, indicando que as soluções atuais deveriam ser formuladas para otimizar a adaptação intestinal e reduzir a dependência de indivíduos com SIC da TNP Constipação Sintoma com definição subjetiva – fezes duras, esforço e dificuldade para defecar Tratamento: • Prioritariamente dietoterápico Volume, temperatura e composição dos alimentos influenciam a motilidade intestinal • Reduzir gradativamente a dose de laxativos até a retirada completa • Estabelecer horário fixo e tempo para evacuar (ao menos 10 minutos) • Usar banco abaixo dos pés • Exercício físico • Atender à necessidade de defecar • Enemas • Cirurgia: se megacólon tóxico (extremo) • Lubrificantes (principalmente para crianças) Dietoterapia: • Kcal, PTN, CHO e LIP: normo • Hiperídrica (mínimo 2L ao dia)/Tomar um copo de água gelada ao acordar • Rica em fibras insolúveis e solúveis (3:1) – 14 g/1000 kg • Evitar excesso: >50 g >flatulência e distensão, risco de obstrução • Maior ingestão de grãos integrais, frutas (com casca e semente se possível) e hortaliças, leguminosas, sementes e frutos secos • Agentes formadores de volume (fibras insolúveis): celulose, hemicelulose, sementes de linhaça, plantago, chia, farelo de trigo, etc • Azeite • Agentes osmóticos: lactose, hidróxido de magnésio, sorbitol • Pré e probióticos • Diminuir ingestão de farinhas e refinados • Alimentos permitidos: frutas e verduras cruas, laranja, abacaxi, mamão, ameixa, maracujá, banana caturra, manga, maçã com casca, vegetais folhosos, moranga, berinjela, vagem, quiabo, abobrinha com casca, beterraba, milho-verde, couve-flor, feijão, ervilha, aveia e leite. • Evitados: caju, maçã sem casca, goiaba, banana prata, batata baroa, cenoura, chuchu, inhame, mandioca, batata inglesa, macarrão, maisena, chá mate e chá preto. Alimentos flatulentos. • Utilização de azeite • Alimentos frios e gelados pela manhã aumentam o peristaltismo Doenças que cursam com constipação Hemorróidas Dilatação varicosa de veias anorretais causadas pelo excesso de esforço para defecar (constipação). Doença diverticular Diverticulite é a inflamação dos divertículos causada por bactérias ou agentes irritantes • Dieta rica em fibras • Maior ingestão hídrica • Maior consumo de frutas e verduras • Menor ingestão de industrializados • Exercícios físicos Evitar constipação • Aguda não complicada: jejum (com descompressão gástrica ou não), progredindo a dieta líquida sem resíduos associada à antibioticoterapia e posteriormente com dietas progressivas. • Aguda complicada: antibioticoterapia sistêmica, possivelmente, intervenção cirúrgica (Terapia Nutricional Perioperatória) Fístulas Comunicações anormais entre superfícies epiteliais, externas ou internas, associadas a importante mortalidade. Clasificação: • Alto débito (> 500 mL/ dia) e baixo débito (<500 mL/dia) • Pós-operatórias, traumáticas ou espontâneas -Baixo <200 -Médio: 200 a 500 Balanço diário de oferta e perdas para reposição hidroeletrolítica diária necessidades diárias + perdas (fístulas de muito AD - reposição a cada 4-6 h) • Maioria dos casos: • Jejum VO (especialmente se proximal) • TNP até definição do local da fístula • TN precoce pacientes desnutridos ou risco muito aumentado Via de regra: • Digestiva alta: sonda nasoenteral (abaixo da fístula) • Digestiva baixa com BD: sonda nasoenteral • Digestiva baixa com AD: parenteral central + enteral mínima (se possível) Hepatopatias Sintomas Icterícia, fadiga, prurido, dor no quadrante superior direito, distensão abdominal e hemorragia digestiva. Podem apresentar hepatomegalia, esplenomegalia, hipoglicemia, esteatorreia, aranhas vasculares, eritema palmar, ascite, perda de peso, equimoses, edema, veias abdominais dilatadas, hálito hepático, asterixe, encefalopatia e coma. Muitos assintomáticos. Exames: Aspartato-aminotransferase (AST / TGO): Não é especifica do fígado, portanto pode estar aumentada em outras doenças. Encontram-se em altas concentrações no citoplasma e nas mitocôndrias do fígado, alteração da AST indica lesão grave dos tecidos compostos por essa enzima. Portanto, se aumentada indica que o paciente apresenta uma lesão hepática grave, causada pela cirrose. Alanino-aminotransferase (ALT / TGP): PRINCIPAL - É uma enzima especifica do fígado, indivíduos com lesão hepatocelular vai ter essa enzima aumentada na corrente sanguínea. Essa enzima encontra-se em altas concentrações apenas no citoplasma do hepatócito, o que torna o seu aumento mais específico de lesão hepática. Enzimas TGO (AST) / TGP (ALT) Usadas para avaliar lesões das células do fígado. Essas enzimas estão presentes em várias células do nosso corpo e ambas apresentam-se em grande quantidade nos hepatócitos. Toda vez que células que contenham TGO e/ou TGP sofrem lesão, essas enzimas “vazam” para o sangue, aumentando a sua concentração sanguínea. Assim, doenças do fígado, que cursam com lesão dos hepatócitos, cursam com níveis sanguíneos elevados de TGO e TGP. Desidrogenase lática sérica: Localizada no fígado e em outros tecidos. Aumentada com doença hepática, mas não possui sensibilidade e especificidade, pois é encontrada na maioria dos outros tecidos corporais. Fosfatase alcalina: No fígado, está localizada na membrana celular que une a bordas sinusoidal das células parenquimatosas aos canalículos biliares. Sempre se altera em casos de colestase, pois está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das células parenquimatosas aos canalículos biliares. Aumenta na obstrução intrahepática e extrahepática. Bilirrubina sérica total: Quando aumentada, pode indicar superprodução de bilirrubina oudefeito na captação ou na conjugação hepática. Bilirrubina urinária: Mais sensível que a bilirrubina sérica total. Confirma se a doença hepática é a causa da icterícia. Bilirrubina sérica Indireta/ Livre: Bilirrubina Não Conjugada. Aumentada com produção excessiva de bilirrubina (hemólise). Insolúvel em H20 (não é excretada na urina). Difusão para tecidos: lesão/tóxica. Bilirrubina sérica Direta: Bilirrubina Conjugada. Aumentada com excreção diminuída de bilirrubina (doença hepatobiliar, colestase intrahepática ou extrahepática). Hidrossolúvel. Atóxica. Hiperbilirrubinemia Tempo de protrombina (TP): A maioria dos fatores de coagulação sanguínea é sintetizada no fígado. A deficiência de vitamina K e síntese diminuída de fatores de coagulação aumentam o tempo da protrombina e o risco de sangramento. Albumina sérica: Principal proteína de exportação sintetizada no fígado e o fator mais importante na manutenção da pressão oncótica do plasma. Sua síntese está diminuída na disfunção hepática. Níveis de Uréia e Creatinina aumentada Síndrome hepatorrenal. A uréia e a creatinina indicam se a função renal está normal, sendo a creatinina um parâmetro mais específico. Um aumento nos níveis de uréia e creatinina indica uma redução na taxa de filtração glomerular. Em um paciente com cirrose esses níveis aumentados podem caracterizar a síndrome hepatorrenal. Na insuficiência hepática a bilirrubina conjugada está aumentada, o que leva a uma sensibilidade nos túbulos renais à isquemia associada a hipertensão portal. Sabe-se que a hipertensão portal leva ao hiperaldosteronismo que reduz a quantidade de filtrado desencadeando a insuficiência renal. Alterações Metabólicas nas Hepatopatias • Metabolismo energético: - Dificuldade de metabolizar carboidratos e lipídio hipoglicemia, infiltração gordurosa, esteatorreia - Resistência à insulina • Metabolismo proteico: - Menor síntese de proteínas hepáticas e plasmáticas - Metabolização deficiente de aminoácidos (exceto cadeia ramificada) e amônia • Micronutrientes: - Armazenamento de vitaminas lipossolúveis e B12 - Conversão ineficiente de vitamina A, D e folato em suas formas ativas - Efeito espoliativo do álcool Doença Hepática alcoólica (DHA): É uma hepatopatia alcoólica decorrente do consumo excessivo de álcool e manifestada de três formas distintas: esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose. Metabolismo do álcool (Etanol): 90% é metabolizado no fígado, o restante é eliminado pela urina, suor, hálito. Ocorre no fígado, onde ele é transformado em Acetaldeido, que possui efeitos tóxicos no fígado (lesando os hepatócitos) e libera H+, quando isso ocorre é feita a oxidação de ácidos graxos, levando à síntese de TAG fígado gorduroso. Quando o álcool é metabolizado no fígado, ele produz substâncias altamente tóxicas. Estas substâncias podem causar inflamação no fígado, um quadro conhecido como hepatite alcoólica. Se essa inflamação persistir cronicamente, surgem cicatrizes no órgão (fibrose). Quando a fibrose é muito extensa, o quadro se caracteriza como Cirrose. Etanol Acetaldeído Acetato Acetil- CoA CO2 + H2O + energia / corpos cetônicos / ácidos graxos Síntese de lipídios Neoglicogênese pode favorecer inflamação: hepatite cirrose Dietoterapia - Perda de peso lenta e gradual - Dieta hipocalórica: 20-25 kcal/kg, normoglicídica, normoproteica e normolipídica + Atividade aeróbica - Redução de carboidratos simples, excesso de gorduras, especialmente saturadas e alimentos com alta densidade calórica - Maior consumo de frutas e verduras (3 a 5 porções/dia), carnes magras, leguminosas, cereais e frutos secos. - Evitar jejum prolongado e consumo de álcool - Pode ser necessário suplementos (lecitina, colina, inositol, metionina, vit E) e medicamentos (genfibrozila e ácido ursodesoxicólico) Hepatite alcoólica: exposição prolongada Elevação de transaminases séricas, bilirrubina Diminuição da albumina Dor abdominal, anorexia, náusea, vômito, fraqueza, diarreia e perda de peso Desnutrição muito comum: anorexia, substituição de refeições por álcool. Tratamento: abstinência de álcool, recuperação do estado nutricional Risco de síndrome de Wernicke-Korsakoff suplementação de B1 Hepatites Virais Hepatite A: mais comum, transmissão orofecal por água e alimentos contaminados. Hepatites B e C: podem progredir para estado crônico, cirrose, insuficiência e carcinoma hepático. Transmitidos por sangue e derivados, saliva e contato sexual. Hepatite D: co-infecção ou super-infecção com vírus HBV. Geralmente se cronifica. Hepatite E: rara, transmitida por via orofecal em regiões insalubres. Dietoterapia: -Não há recomendações específicas para hepatites virais -Alimentação saudável e balanceada -Exceto álcool, nenhum alimento é contraindicado -Recomendações de dietas ricas em CHO e pobres em lipídios visam facilitar a digestão e não melhorar a doença. Hemocromatose Acúmulo excessivo de Fe no organismo, podendo levar ao desenvolvimento de diabetes, insuficiência cardíaca, distúrbios endócrinos e insuficiência hepática e até mesmo hepatocarcinoma. - Hepatomegalia, ascite, varizes esofágicas, Função hepática prejudicada, pigmentação anormal da pele, amenorreia, fadiga. - Exames bioquímicos de função hepática, transferrina elevada. - Tratamento: flebotomia, quelantes Dietoterapia: - a ingestão de alimentos fontes de ferro (carnes vermelhas, cacau, frutos secos, azeitona preta, suplementados com ferro) não deve ser feita em grandes quantidades, mas podem ser consumidos. - Frutas ricas em vitamina C não devem ser consumidas junto com as refeições. - Evitar utensílios de cozinha feitos de Fe ou aço inoxidável Doença de Wilson Distúrbio genético caracterizado pela excreção biliar de Cobre prejudicada, causando seu acúmulo em diversos tecidos. Pacientes desenvolvem hepatite crônica e sinais neurológicos. - Diagnóstio: ceruloplasmina diminuída, anéis de Kayser-Fleischer. - Tratamento: quelantes de cobre, suplementação de zinco. -Dieta pobre em Cu em casos sem sucesso com demais tratamentos. -Evitar consumo de álcool. Hepatites crônicas e Cirrose Ao menos 6 meses de hepatite ou biópsias confirmatórias de inflamação hepática sem resolução. Terapia Nutricional: conforme evolução da doença (cirrose e complicações) e sintomas associado Insuficiência Hepática: síndrome clínica resultante da inadequação da função hepática. É a consequência mais grave de doenças crônicas no fígado, podendo levar à morte caso não seja realizado um transplante. Causa: Disfunção função hepática mediada por distúrbio crônico - necrose hepática maciça. Insuficiência hepática aguda: é a alteração aguda e grave da função hepatocelular secundária à citotoxicidade ou colestase. A destruição do fígado geralmente é causada por ingestão de drogas, toxinas, exposição à agentes químicos industriais, certos medicamentos como antidepressivos, envenenamento por cogumelos e infecção pelo vírus da hepatite. Insuficiência hepática fulminante: refere-se à insuficiência hepática aguda complicada por encefalopatia. A insuficiência hepática crônica geralmente ocorre no contexto de cirrose, a qual pode ser decorrente de muitas causas como ingestão demasiada de álcool. Encefalopatia Hepática (lesão cerebral mediada por hepatopatia, cuja evolução final é o coma - Associada à Cirrose hepática em fase avançada - dano parenquimatoso); Acúmulo de substâncias tóxicas • Síntese de ureia: ↑ [NH3+] amônia no sangue/ cérebro) Restrição proteica não está indicada para evitar ou controlar a encefalopatia hepática (EH), principalmente nos graus mais inferiores da Escala de Wast-Haven. Recomenda-se a seleção e a distribuição equitativa da fonteproteica ao longo das refeições para o paciente com EH graus I, II e III. Restrição do teor de proteína da dieta parece não ter qualquer efeito benéfico para pacientes cirróticos durante episódio de EH. Prebióticos, probióticos e simbióticos estão indicados na prevenção e no tratamento da EH. O uso de simbióticos, inclusive, apresenta resultados mais consistentes. Agravada por sangramento GI, obstipação. Raramente por ingestão excessiva de proteínas (excreção de compostos nitrogenados) cuidado água! PTN à base de caseína (pobre AAA e rica em AACR) ou de origem vegetal (pobre em metionina e rica em AACR). Avaliação Nutricional do hepatopata: O diagnóstico nutricional acurado dos pacientes com DHC representa grande desafio, devido à retenção hídrica frequentemente encontrada, além dos efeitos da função hepática comprometida sobre a síntese de proteínas plasmáticas. Índice de Maastricht - IM = 20,68 – (2,4 x albumina plasmática [g/dL]) – (0,1921 x préalbumina [mg/dL]) – (0,00186 x linfócitos totais [células/mm3]) – (4 x [peso atual/peso ideal]) Peso ideal: 22 x A² (m) Pontos de corte para o diagnóstico de desnutrição: • IM > 0 a 3 - Indica que o paciente é levemente desnutrido; • IM > 3 a 6 - Indica que o paciente é moderadamente desnutrido; • IM > 6 - Indica que o paciente é gravemente desnutrido Índice de Risco nutricional: IRN = (1,519 x albumina plasmática [g/dL]) + 41,7 x (peso atual/ peso usual) Pontos de corte para o diagnóstico de desnutrição: • IRN > 100 - Indica ausência de desnutrição • IRN = 97,5 a 100 - Indica que o paciente é levemente desnutrido • IRN = 83,5 a 97,4 - Indica que o paciente é moderadamente desnutrido; • IRN < 83,5 - Indica que o paciente é gravemente desnutrido Terapia Nutricional Objetivos principais • Recuperar ou prevenir a piora do Estado Nutricional • Favorecer a aceitação da dieta • Controlar o catabolismo • Minimizar sintomas Evitar progressão Dietoterapia: • Kcal: 25 a 40 kcal/kg, CONFORME ESTADO NUTRICIONAL – PESO SECO! – Harris & Benedict não é indicada. • LIP: <30% para evitar desconforto gástrico e hiperlipidemias. – Evitar alimentos densos em gorduras – Em caso de Esteatorreia: dieta hipolipídica (~40 g/dia) + TCM (15 mL 3-4x/dia) – W-3 (2g/dia) parece diminuir esteatose hepática. • CHO: 50 a 60%, priorizando complexos (resistência à insulina e hipertrigliceridemia). Se diabetes, baixo índice glicêmico. • Fibras: cuidado se varizes esofagianas e se restrição hídrica. PTN: Controverso – Pacientes estáveis: normoproteica (0,8 a 1 g/kg) para manter BN+ – 0,8 a 1g PTN/kg de peso seco em hepatite ou cirrose não complicada – 1,2 a 1,3g PTN/kg PTN para promover anabolismo – 1,5g PTN/kg em sepse, infecção, sangramento intestinal ou ascite grave – Aumentos devem ser feitos com cautela – Restrição em Encefalopatia Hepática não é mais indicada: • Substituição de PTN animal por vegetal e caseína • AACR - Aminoácidos de cadeia ramificada Na insuficiência hepática avançada, em pacientes desnutridos, a administração de AACR pode ser fonte de nutriente considerada condicionalmente essencial na presença de cirrose. Por melhorar o estado nutricional e reduzir a frequência das complicações da cirrose, recomenda-se o uso da suplementação oral de AACR como terapia de manutenção. Azeite, óleos, margarina Proteína texturizada de soja, peixe Leite de soja, tofu, laticínios de cabra, leite de coco Cebola, pimentão, tomate, molho de tomate, chuchu, abobrinha, cenoura, cogumelos Vagem, pepino, brócolis, espinafre, berinjela, batata, palmito Limão, ameixa, abacate, uva passa, maçã, mamão, banana Amido de milho, arroz, feijão, lentilha, grão-de-bico, milho; Condimentos em geral | NÃO: Queijo Gema de ovo Carnes (boi, porco, frango e derivados • Neomicina + lactulose • Recomenda-se oferecer lanche noturno (ceia) para melhorar o estado catabólico de pacientes com cirrose hepática avançada. Administração de lanche noturno melhora a quantidade de proteína corporal total em pacientes com cirrose. Se o lanche for suplementado com AACR, observa-se melhora da albumina plasmática, metabolismo energético e retenção de nitrogênio nestes pacientes, mesmo após realização de quimioembolização • Minerais: – Suplementação de Zn reduz câimbras, melhora paladar e apetite. – Suplementação de Fe se anemia (evitar se hemocromatose ou hemossiderose) – Deficiências nutricionais são muito comuns – suplementação liberal • Vitaminas: – Suplementação nenessária em estágios avançados – Vit lipossolúveis principalmente em esteatorreia e doenças colestáticas (forma hidrossolúvel) – Deficiência de B1 (Tiamina) neuropatia alcoólica Síndrome de Wernicke-Korsakoff • Fracionamento: aumentado – 6 refeições pequenas – Evitar longos períodos de jejum (hipoglicemia) • Lanche noturno: ganho de massa magra. AACR albumina • Simbióticos • Alimentos de fácil digestibilidade e alta densidade calórica – Suplementos orais • Enteral indicada sempre que a via oral não for suficiente para fornecer nutrientes necessários. – Não há contraindicação por varizes esofagianas – material macio e calibre fino. – Utilizar bomba de infusão sempre que possível, ou evitar bolus. – Ostomias são contraindicadas. • A TN está indicada nos desnutridos moderados ou graves e nos bem nutridos nos períodos de descompensação da doença. Quando o paciente apresenta significante perda de peso corporal (>5% em três meses; ≥ 10% em seis meses) ou quando a ingestão via oral for inferior a 60%. Enteral: – Doença descompensada – fórmula hipercalórica, hipossódica e que contenha todos os aminoácidos essenciais. AACR ou proteína vegetal ou caseína. • Nos pacientes desnutridos, a NE melhora o estado nutricional e a função hepática, além de reduzir as complicações e prolongar sobrevida. • A passagem de sonda está contraindicada somente nos pacientes com varizes esofágicas ativas ou com risco de sangramento importante Parenteral: indicada apenas se sangramento ativo das varizes, desnutrição moderada a grave sem previsão de utilização do TGI e demais indicações (falência intestinal, etc). – Evitar sobrecarga de glicose e emulsão lipídica (esteatose hepática) diminuir volume de infusão, avaliar glicemia e perfil lipídico. – Restrição hídrica – EL convencional (TCL) em pacientes estáveis). – TCL + TCM • Retenção hídrica: restrição de sal – 2,5 g de Na ou 6g de sal – Restrição hídrica pode ser necessária (1,0 a 1,5 L/dia) – Fórmulas hipercalóricas (DC>1,5), Na< 40 mEq ou liofilizadas • Hipertensão portal – Ascite e varizes esofagianas - se sangramento ativo, NP (>5 dias) – Desvios podem aumentam ocorrência de encefalopatia • Ascite: – Paracentese: perdas excessivas de PTN devem ser repostas. – Diuréticos: observar se é poupador de potássio ou não. Repor se necessário. Mg , Cl e Ca também podem necessitar de suplementação. – Restrição de Na: 2 g/dia, mesmo em casos de hiponatremia. – Restrição de líquidos pode ser necessária (hiponatremia): 1,2 a 1,5 L/d. Em casos graves: 500 a 750 mL/dia. – Pacientes com hipoalbuminemia não respondem à restrição de Na • Intolerância à glicose: – Evitar excesso de CHO simples – Evitar grandes períodos de jejum – lanche noturno (hipoglicemia) • Osteopenia: – Manutenção do peso adequado – Adequação de PTN – 1500 mg de Ca + vit D (dieta ou suplemento) – Evitar álcool. – Monitorar esteatorreia. • Síndrome hepatorrenal: – Suspensão de drogas nefrotóxicas – Alterações para insuficiência renal: • Restrição de líquidos, Na, K e P, se não estiver em diálise. Crianças • Principal preocupação: desnutrição (principal ponto de atuação prétransplante) • Principais causas: atresia das vias biliares, hepatites virais e autoimunes, rubéola, citomegalovírus, colangite esclerosante,fibrose cística e hepática, hemocromatose, erros inatos do mebolismo, esquistossomose, NP prolongada Objetivos: 1) Favorecer aceitação da dieta; 2) aumentar aporte calórico e ganho de peso; 3) favorecer BN positivo; 4) minimizar retenção de Na e água • Hepatopatias agudas: – Não há recomendação específica – Se EH (heptite fulminante): não restringir excessivamente PTN: 1 a 1,5 g/kg para lactentes; 0,5 a 1 g/kg para adolescentes – Até 4g/kg de PTN pode ser tolerado pela criança sem precipitar EH – Aumentar fibras solúveis se EH • Hepatopatias crônicas e colestáticas: – 120 a 150 kcal/kg (módulos de CHO para aumentar densidade) – PTN: 3-4 g/kg para lactentes – Se EH: 0,5 a 1 g/kg + AACR – Fórmulas suplementadas com AACR podem ser interessantes na espera de transplante – Não restringir LIP. TCM se esteatorreia cuidado com AGE (5:1 - W6:W3, sendo W6 de 3 a 4% do VET) – Suplementar vit A, D, E e K. Minerais se evidência de défict – Restringir Na (1 a 2 mEq/kg – 25 a 45 mg) se ascite Transplante Hepático • Como qualquer cirurgia de grande porte necessidades calóricas e proteicas aumentadas • Desnutrição frequente • Utilização do TGI essencial Principais objetivos da terapia nutricional: -Restabelecer EN para a cirurgia -Promover adequada cicatrização -Prevenir alterações melhorar o prognóstico • Pré-transplante: - Recuperar estado nutricional sem precipitar encefalopatia, ascite, etc mortalidade, infecções, cicatrização - Dieta nutricionalmente completa, de fácil digestão - Refeições pequenas, fracionadas e densas em nutrientes - Suplementos orais podem ser necessários - Pacientes obesos têm risco aumentado no perioperatório (infecção de parede, diabetes mellitus, hipertensão arterial, infecção respiratória e insuficiência respiratória) - Kcal: 30 a 35 kcal/kg de peso seco. Até 45 kcal/kg se desnutrido grave ou infecção - PTNs conforme estágio da doença • Pós-transplante (até 2 meses pós-op): - Necessidades aumentadas nutrição enteral precoce? - Dieta oral pode ser iniciada 24h após transplante - Melhor tolerância: 2 a 5 dias depois - Líquida 3 a 4 dias pós-op, evoluindo para branda rapidamente - Modificações conforme sintomas (náuseas, vômitos, hipercatabolismo, hiprglicemia, hiperlipidemia, edema, etc) - Citrato veiculado em transfusões hipocalcemia - Novo órgão hiporresponsivo a PTH hipomagnesemia - Imunossupresores desequilíbrio hidroeletrolítico. • Pós-transplante tardio: -Evitar obesidade, hipertensão, diabetes, dislipidemias e osteopenia Colelitiase - Não há tratamento nutricional específico. - Manutenção do peso, evitar jejuns prolongados e gorduras em excesso prevenção Colecistite - Terapia Nutricional: Hipolipídica (20 a 25%, < estímulo para contração), reposição de líquidos e eletrólitos, evitar alimentos picantes; e para colecistectomia (evitar sobrecarga de gordura, alimentos flatulentos, e bebidas alcoólicas). - Aguda: via oral descontinuada. NP indicada se paciente for desnutrido e sem previsão de se alimentar. -Se via oral reassumida antes da colecistectomia: hipolipídica (30 a 45 g de lipídios/dia) - Crônica: dieta hipolipídica e intervenção cirúrgica. -Determinar alimentos a serem eliminados. -Administração de formas hidrossolúveis das vitaminas lipossolúveis. Pâncreas é uma glândula localizada atrás do estômago, responsável pela produção de insulina e pela absorção de enzimas da digestão. Integra os sistemas digestivo e endócrino. Possui duas funções distintas: a função endócrina, responsável pela produção de insulina e a função exócrina, responsável pela produção de enzimas envolvidas na digestão e absorção dos alimentos (CHO: α-amilase •PTN: tripsina, quimiotripsina, aminopeptidases, endopeptidases •LIP: lipases e colesterol-esterase). Produz o suco pancreático que age no processo digestivo, pois possui enzimas digestivas, participa na digestão secretando enzimas digestivas (lipase; amilase; protease), através da célula acinar. O pâncreas exerce papel fundamental na fase luminal da digestão, pois secreta para a luz intestinal diversas enzimas fundamentais para essa fase. As enzimas são secretadas para o duodeno. Pancreatite Inflamação do pâncreas caracterizada por edema, exudato celular e necrose de gordura. Dependendo da gravidade: autodigestão do tecido, necrose e hemorragia AGUDA Cálculos biliares x CRÔNICA Álcool -Destruição massiva das funções endócrinas e exócrinas -Diabetes Principais causas: alcoolismo crônico, doenças do trato biliar, cálculos biliares, algumas drogas, trauma, hipertrigliceridemia, hipercalcemia e algumas infecções. Exames bioquímicos: Aumento das Lipases e amilase: Ambas as enzimas encontram-se aumentadas em casos de pancreatite (inflamação do pâncreas que, nesse caso, se deve ao refluxo de enzimas pancreáticas na forma ativa); devido à lesão tecidual, elas alcançam a corrente sanguínea, encontrando-se níveis aumentados das mesmas no sangue. Nesse caso, a lipase é mais específica e a amilase é mais sensível para o diagnóstico de pancreatite aguda. A lipase mantém-se elevada por mais tempo que a amilase. Teste de urina: Depuração da amilase e creatinina são usados como marcadores diagnóstico da pancreatite aguda. Aumento das Transaminase: TGO, TGP, ALT e AST. As transaminases apresentam-se aumentadas sempre que há algum tipo de lesão hepática. No caso desse paciente, a presença de cálculos no ducto biliar comum pode levar ao desenvolvimento de lesões não apenas no pâncreas, mas também no fígado. Aumento da Fosfatase alcalina: A fosfatase alcalina está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das células parenquimatosas aos canalículos biliares. Em situações nas quais há obstrução intra ou extra-hepática, os seus níveis séricos se tornam aumentados, como no caso do paciente em questão, que apresentava uma obstrução no ducto biliar comum, devido à presença de cálculos biliares. *Diminuição do Cálculo sérico: A hipocalcemia pode ser decorrente da precipitação de sabões de cálcio no tecido de necrose gordurosa. Hipocalcemia + Amilase alta + Hiperglicemia = PANCREATITE doença inflamatória não-bacteriana comum, causada por ativação, liberação intersticial e autodigestão do pâncreas pelas suas próprias enzimas. Pancreatite Aguda é uma inflamação pancreática que pode determinar síndrome de resposta inflamatória sistêmica acarretando significativa morbidade e mortalidade em 20% dos pacientes. Colelitíase e etilismo são as causas mais frequentes. Na maioria dos casos, as apresentações são brandas e tratadas com suporte clínico. Já os casos graves necessitam de cuidado especializado e intervenção cirúrgica. Estresse oxidativo e o catabolismo, juntamente à resposta inflamatória sistêmica, causam grande mobilização das reservas energéticas, especialmente da massa magra, refletindo perda nitrogenada de grande proporção A pancreatite aguda grave determina aumento da resposta metabólica e inflamatória e do catabolismo deterioração do estado nutricional e grande consumo de massa magra. Dietoterapia Objetivos - minimizar catabolismo, fornecer energia e nutrientes necessários, evitar estímulo doloroso, minimizar resposta inflamatória. 1ª fase: Jejum VO inicial e hidratação intravenosa até alívio (2 ou 3 dias). 2ª fase: Dieta líquida clara com pouca gordura, reposição de eletrólitos (Ca, Na, K, Mg e Cl). 3ª fase: Hipercalórica e hiperproteica Aguda Leve: Estimular via oral sempre que possível/Enzimas pancreáticas Rica em CHO e PTN e pobre em LIP (TCM) TNE e TNP: apenas em casos de pacientes incapazes de se alimentar por 5 a 7 dias. •TNE: -contínua por bomba de infusão, -posicionamento abaixo do ângulo de Treitz -preferencialmente oligomérica
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