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* Profa. Luciene Pazinato da Silva Graduada em Ciências Sociais – UFPR Especialista em Educação a Distância – PUC-PR Mestre em Educação - UFPR Doutora em Ciências Sociais – PUC-SP, bolsa CAPES Professora de Ciências Sociais nos cursos de Comunicação, Saúde, Direito, Arquitetura e Urbanismo e Humanidades do Centro Universitário UNIBRASIL, Curitiba - PR Contato: lucienepazi@unibrasil.com.br Ciência Política e Teoria do Estado * NICCOLLO MAQUIAVELLI (1469-1527) * 1.Introdução Maquiavel era maquiavélico? Maquiavélico = cínico, traiçoeiro, imoral “O Príncipe” (1513 - publicado em 1532) - Colocado no Index (livros proibidos pela Igreja) em 1559 1 1 * 1.2 Releitura de Maquiavel Século XVII - resgate de Maquiavel republicano Rousseau – “O príncipe seria uma sátira da tirania” Século XIX – Maquiavel patriota – promover a unificação da Itália Hoje – polêmica continua – posições mais serenas 2 2 * 2. Contexto Histórico Sopram novos ventos Crise no feudalismo (XIV) Nova economia – nova classe social – burguesia Renascimento - ruptura com as antigas concepções Expansão – nas artes, navegações, nas ciências 3 3 * 2.1 Desenvolvimento do Capitalismo Tomada de Constantinopla (1453) Portugal e Espanha se lançam nos mares Atividade mercantil de monopólios Começa o sistema bancário – Família Médici (Florença) 4 4 * 2.3. Surge o Estado Moderno Unificação da Espanha (1492) – Reis Católicos Fernando (Aragão) e Isabel (Castela) – expulsão dos mouros França – nacionalismo – Joana d´Arc Itália – Estado fragmentado (unificação séc. XIX) 5 5 * 2.4. Crise na Igreja Idade Média – poder temporal subordinado ao espiritual Reforma Protestante – Lutero – séc. XVI Corrupção da Cúria Romana – venda de indulgências e cargos 6 6 * 2.5 Humanismo Virada antropocêntrica x teocentrismo Secularização - valorização do indivíduo Saber para transformar x princípio de autoridade Superação da Filosofia Escolástica (conciliar fé e razão) Autores: Erasmo, Giordano Bruno, Thomas Morus, Maquiavel 7 7 * 3. Itália- Florença – século XV e XVI Itália dividida Disputas regionais entre 5 Estados: Nápolis, Florença, Milão, Veneza e Estados Pontifícios Florença 8 8 * 3.2. Florença Oligarquia – controle da família Médici (1434- 1494; 1512- 1527) Lourenço de Médici (O “magnífico”- pai do papa Leão X)- 1469 – 1492 República: Savonarola (monge dominicano- defensor da reforma da Igreja instaura a república-1494-98); Soderini – funda uma segunda república(1498-1512) - Maquiavel é segundo Chanceler 9 9 * 3.2. Florença Papa Leão X Papa Leão X (1513-21) – filho de Lourenço de Médici; construiu a Basílica de São Pedro e excomungou Lutero Desenvolvimento – 170 oficinas de lã, 83 de seda e 33 bancos 10 10 * 4. Maquiavel – Vida e obra Nasce em 03/05/1469 e morre em 21/07/1527 Pai: advogado e estudioso dos clássicos Homem simples e observador, apaixonado por política 1502- casou-se com Marietta Corsini e tiveram 6 filhos Com 29 anos trabalha na Chancelaria 11 11 * 4. Maquiavel – Vida e Obra 1498 – nomeado segundo secretário da Chancelaria Assumiu 20 missões diplomáticas Admirador de César Bórgia (filho do papa Alexandre VI- calculista e violento) 1512 – Médici retornam ao poder – é demitido, proibido de sair do território florentino 1513 – é preso e torturado pelos Médici Recolhe-se numa propriedade rural e não volta à vida pública 12 12 * 4. Maquiavel – Vida e obra Obras: “O Príncipe” (1513); “Comentários sobre a 1ª década de Tito Lívio” (1513-19);“A Mandrágora” (1518); “A arte da guerra” (1519-20); “História de Florença” (1520-25) 1527 – morre amargurado 13 13 * 5. “O Príncipe” – Aspectos gerais Objetivo da obra: indicar o caminho para unificar a Itália Manual sobre a arte de conquistar e manter o poder político e criar um novo Estado 14 14 * 5.2. A revolução Maquevialiana Rejeita a tradição idealista de Platão, Aristóteles e Tomás de Aquino (1227-1274) – A Suma Teológica – uma sociedade fundada sobre os princípios religiosos Descreve a realidade como ela é e não como deveria ser 15 15 * 5.2. A revolução Maquiaveliana Não admite um fundamento anterior e exterior à política (Deus, natureza, razão) Ponto de partida da política – oposição entre grupos (desejo dos grandes em mandar x desejo do povo de não ser oprimido) Poder político – unificar as lutas internas 16 16 * 5.2. A revolução Maquiaveliana Finalidade da ação política é a tomada e manutenção do poder Política – lógica da força transformada em lógica do poder e da lei Recusa a figura do bom governo do príncipe virtuoso O príncipe precisa ter “virtú” e “fortuna” 17 17 * 5.3. Conceitos de “Virtú” e “Fortuna” Fortuna” Entre os antigos – deusa boa e aliada; possuía a honra, a riqueza, a glória e o poder Como possuí-la? Tem que ter “vir” (virilidade, coragem...) No Cristianismo = poder cego; não é sinônimo de felicidade Recupera a visão antiga de fortuna Ocasião, acaso- aproveitar a sorte ou acaso das circunstâncias 18 18 * 5.3.1 “Virtú” Virtude no Cristianismo: bondade, libertação das tentações, etc... Virtude em Aristóteles: “meio termo entre dois extremos”; princípio de moderação “Virtú”: valoriza o poder, a honra, a riqueza, 19 19 * 5.3.1. “Virtú” O poder se funda na força e é necessário virtú para mantê-lo O governante virtuoso cria instituições que facilitam o domínio Posse da virtú: chave do sucesso do príncipe Seguir a moral tradicional pode ser ruína 20 20 * 5.3.1. “Virtú” Príncipe virtuoso: age conforme as circunstâncias; guia-se pelas necessidades Agir virtuoso: como homem e animal (Cap. XVIII) – agir como leão (ser temido) e raposa (astuto) 21 21 * 5.4. Natureza Humana e poder Aristóteles – o “homem é um animal político” Maquiavel – os homens “são ingratos, dissimulados, ávidos...” (Cap. XVII); os homens tendem à divisão e ao conflito Antropologia negativa Relações inter-humanas são relações de poder Poder político – intrínseco à natureza humana Poder – única forma de enfrentar o conflito 22 22 * 5.5. Ética e Política Ética própria para a ação política Moral secular, laica, naturalista A política tem uma lógica e ética própria Nega a anterioridade das questões morais na avaliação política Ética sem hierarquia de valores dada a priori Manter-se no poder a qualquer custo Seguir a moral privada pode significar o fracasso 23 23 * 5.5. Ética e Política Superar os escrúpulos imobilistas da moral individual Avaliação moral: na situação específica e em função do resultado (a sobrevivência do grupo) Critérios da ética política: conforme as circunstâncias; em vista dos fins coletivos (daí, “os fins justificam os meios”) 24 24 * 5.5.1 . Autonomia da Política Distanciamento da ética política normativa grega e medieval Política realista pela observação do agir das pessoas Secularização da ação política Começo da ciência política 25 25 * Referências WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006. Volume 1 * *
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