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Características das Servidões

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CARACTERISTICAS DAS SERVIDÕES
As Servidões se norteiam por vários princípios que caracterizam e decorrem não só de seus caracteres como também das normas jurídicas que a regem.
“Classificam-se em positivas (ou afirmativas) e negativas conforme consistam num poder ou faculdade de que goza o proprietário do prédio dominante. São Continuas quando se exerce independente de ação humana e descontinua quando embora permanente tenha seu exercício ao fato de uma ação humana.” (CAIO)
Se divide também entre aparente por obras que são exteriores e por isso são obras visíveis e não aparente como exemplo o ato de meramente transitar por prédio alheio.
A Servidão é indivisível (servitutes dividi non possunt) sendo ativa ou passiva, quando ativa, o lado de quem dela se beneficia somente pode ser reclamada como um todo ainda que o prédio dominante venha a ser propriedade de diversas pessoas; Servidão também é uma e será passivo se o prédio serviente passa a diversos donos por efeito de alienação ou herança e grava cada uma das partes em que se fracione o prédio serviente, salvo se por sua natureza ou destino se aplicar a certa parte de um ou de outro prédio. O Código Civil de 2002 descreve em seu art. 1386 
“As servidões prediais são indivisíveis, e subsistem, no caso de divisão dos imóveis, em benefício de cada uma das porções do prédio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza, ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.”
A servidão tem duração indefinida, querendo assim significar que se constitui sempre por prazo indeterminado e nunca a prazo certo. É inconcebível a transferência da servidão a outro prédio, o que se exprime sustentando sua alienabilidade.
As Servidões tem sua classificação dividida em Urbanas, que recaem sobre prédios urbanos sendo elas: tigni immittendi, o ato de colocar trave na parede do vizinho; oneres ferendi o direito de apoiar sua construção no edifício do vizinho; stillicidii vel fluminis recipiendi o direito de fazer com que as águas pluviais vertam para o vizinho gota a gota ou mediante calhas; luminis direito de abrir a janela na própria parede ou na do vizinho para obter luz; 
ne luminibus officiatur obrigação do dono do prédio serviente em não criar obstáculos a entrada de luz no prédio dominante; prospectu direito de gozar de vista ou da janela do terraço de sua casa; ne prospectui officiatur obrigação do proprietário do prédio serviente de não perturbar a perspectiva desfrutada pelo dominante ; Altius non tollendi não edificar alem de certa altura; Fumini immttendi lanças fumo e jus proiciendi avançar cano ou sacada na propriedade vizinha.
E também em rústicas que recaem sobre prédios rústicos, que se dividem em aquae haustus tomada dagua; aquaeductus de aqueduto; iter - actus, via – transito; serictus pascendi de pastagem; pecoris ad aquam ad pulsus condução do gado ao poço do vizinho;Cálcis coquendae cozer cal; Cretae lapidis eximendae extrair pedra; Arenae fodiendae tirar areia e Silvae caendae caças na propriedade alheia.
E ainda as Servidões irregulares como a de colher fruto em prédio alheio, sem autorização do proprietário.
 Quanto a modo as servidões são constituídas principalmente por ato humano e podem nascer de contrato, dependendo obrigatoriamente de escritura publica segundo art 215 cc :
“A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena.”
De ato de ultima vontade, de sentença e usucapião desde que reúnam todos os pressupostos elencados no artigo 1379 do C.C:
“O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.”
 Por destinação do proprietário o código se mostra omisso, tendo assim vários pontos doutrinários divergente sendo a maioria que o proprietário constitui meio hábil para a instituição das servidões, onde o proprietário em caráter permanente reserva determinada serventia de prédio seu em favor de outro. E se no futuro os imóveis passam a pertencer a outros donos a serventia passa a constituir servidão.
 Esse modo subordina-se a três requisitos: o estado visível da coisa, existência de obras que revelem a destinação; a separação dos dois prédios que passam a pertencer a proprietários diferentes; a falta de declaração contraria ao estabelecimento de servidão.	 
 Podem também as servidões ser constituídas por fato humano, este aplicável exclusivamente á de transito, e são visíveis como aterros, estradas, bueiros entre outros, e são suscetíveis de proteção possessória. Esse entendimento é decorrido as Sumula 415 do STF “Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção possessória”

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