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TCC- VILZA CLERIA SOUZA COSTA

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UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP)
VILZA CLÉRIA SOUZA COSTA
D31FGI-9
DIREITO DE PROPRIEDADE, DIREITO DE VIZINHANÇA E VIDA EM CONDOMINIO
São Paulo
10/10/2021
VILZA CLÉRIA SOUZA COSTA
TRABALHO SOBRE DIREITO DE PROPRIEDADE X DIREITO DE VIZINHANÇA
MONOGRAFIA APRESENTADA EM CUMPRIMENTO AS EXIGENCIAS DO 
CURSO DE DIREITO DA UNIVERSIDADE PAULISTA. 
Professor Orientador: Emerson Bortolozzi
São Paulo
10/10/2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------04
DESENVOLVIMENTO------------------------------------------------------------------------05
1. - VIDA EM CONDOMINIO--------------------------------------------------------05,06,07
1.1 – DEFINIÇÃO DE CONDOMINIO----------------------------------------------------07,08
1.2. - LEGISLAÇÃO-----------------------------------------------------------------------------09
2. - DIREITOS E OBRIGAÇÕES-------------------------------------------------------------09
2.1- DIREITOS DOS CONDOMINOS-----------------------------------------------------09,10
2.1.1- Deveres dos condôminos------------------------------------------------------10,11
2.1.2 - Deveres do síndico--------------------------------------------------------------11,12
2.1.3 - Direitos do síndico-------------------------------------------------------------12,13
3. - DIREITO DE PROPRIEDADE------------------------------------------------------13,14
3.1 - USO ANORMAL DA PROPRIEDADE------------------------------------------14,15,16
3.2. - ASPECTOS LEGAIS ---------------------------------------------------------------------16
4. - DIREITOS DE VIZINHANÇA ---------------------------------------17,18,19,20,21,22
4.1. - ASPECTOS LEGAIS------------------------------------------------- 22,23,24,25,26,27
4.2. - O CONDOMINO ANTISSOCIAL---------------------------------------------------27,30
4.3. - EXCLUSÃO DO CONDOMINO OU OCUPANTE ANTISSOCIAL---------------30,31
5. - RELAÇAO ENTRE DIREITO DE PROPRIEDADE, DIREITO DE VIZINHANÇA E VIDA CONDOMÍNIO-------------------------------------------------------------------31,32
6.- COMENTARIOS JURISPRUDENCIAIS------------------------------------------------32
6.1 - RESPONSABILIDADE CIVIL-------------------------------------------------------32,33
6.1.1 – Perturbação de sossego-----------------------------------------------------------33
6.1.2 – Obrigação de não fazer--------------------------------------------------------33,34
6.1.3 – Comportamento antissocial ----------------------------------------------------34
CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------35
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------------------------------------36, 37
	
	
	
	
	
	
	
INTRODUÇÃO
 A exposição do instituto jurídico condomínio, apresentada nesta monografia, atenta para a eficiência e objetividade do instituto, e discute pontos essenciais da natureza e estrutura jurídica, bem como os direitos, limites e responsabilidade civil atribuída a todos os sujeitos envolvidos nesta composição.
Analisaremos como é viver em condomínio, suas vantagens e desvantagens, todos os direitos e deveres dos condôminos, as responsabilidades objetivas, bem como a legislação, as jurisprudências já pacificadas. Mostraremos alguns dos casos concretos de uso anormal da propriedade e os direitos e deveres dos condôminos, apresentaremos a figura do síndico, o administrador de condomínio, que tem a árdua missão de fazer com esse organismo funcione bem, a coragem e persistência em agir conforme a lei mesmo enfrentando e conciliando moradores de difícil convivência.
O desejo pôr o tema foi aflorado pela pesquisadora quando ocupava um cargo na administração de dois condomínios respectivamente, na intenção de fazer uma excelente administração, foi em busca de informações , para melhor desempenho de sua função
 A técnica utilizada na pesquisa é bibliográfica utilizando leis, jurisprudências, entre outras fontes., doutrinas, livros, artigos.
DESENVOLVIMENTO
1. VIDA EM CONDOMINIO
A vida em condomínio exige alguns cuidados para que as relações se mantenham tranquilas e saudáveis. Também é uma grande oportunidade para se fazer amizades e parcerias.
Viver em condomínio nem sempre é fácil, quando se decide morar em um condomínio pode-se ter vários desafios, em um lugar onde a proximidade com o vizinho é muito maior, morar em condomínio exige consciência de seu espaço e respeito ao espaço do outro. Uma das vantagens de morar em condomínio é a segurança, atualmente onde se busca e faz essa opção pensando na segurança, existem portarias, sistema de vigilância, muros, cerca e outros itens, que garante aos moradores essa segurança. Na hora de viajar por exemplo, você tem a segurança de viajar tranquilamente.
Na maioria dos condomínios atuais, existem muitas opções de lazer, muitos têm playground, academia, salão de festas, brinquedoteca, parques, lagos e até uma pequena mata. A vantagem é que os custos são bem mais baixos porque são rateados entre todos a entrada é restrita a moradores e visitantes autorizados.
As pessoas que decidem morar em condomínio perdem um pouco de sua privacidade pois as janelas são muitos próximas, as paredes são mais finas e podem permitir a passagem de sons mais íntimos, também por os vizinhos conhecerem as rotinas e companhia uns dos outros pode interferir na privacidade, para as pessoas que gostam de uma vida regrada, isso pode gerar algum desconforto.
A vida e condomínio exige que exista normas reguladoras de convivência por conta das particularidades do indivíduo e de sua personalidade, caráter, cultura, formação e ponto de vista. Mesmo havendo essas normas que estabelecem os direitos e deveres, os atritos sempre existe, por isso o código civil prescreve os direitos e deveres dos condôminos.
 Além do código civil a convenção do condomínio também limita o uso da propriedade e sujeita a ela regras internas desde que não seja imposições ilícitas obviamente, aliás segundo a jurisprudência a convenção do condomínio uma vez aprovada faz lei entre os condôminos o superior tribunal de justiça em maio de 2015 proferiu a decisão da ementa abaixo a convenção de condomínio é o ator regra de natureza institucional, que disciplina as relações internas entre os coproprietários estipulando os direitos e deveres de uns para com os outros, e cuja força cogente alcança não apenas os que a subscreveram, mas também todos aqueles que futuramente ingressem no condomínio, e inclusive a própria assembleia, salvo a essa faculdade de alterar o mencionado estatuto regularmente ou seja pelo corte de 2/3 dos condôminos presentes: artigo 1351 do código civil essas determinações devem ser obedecidas pelos moradores do condomínio, caso não sejam ilegais
A maioria decisões em assembleia são sempre tomadas de forma coletiva, ocorre que algumas decisões serão necessárias a anuência de todos os moradores, essas informações da forma e quantidade de presentes estão presentes exatamente nas convenções e no Regimento Interno.
Existem grandes desafios para se viver em condômino e todos precisam cooperar e conhecerem seus direitos e deveres como, cumprir as regras, ter uma boa relação com o síndico, cuidar dos espaços comuns e evitar barulhos desnecessários e principalmente participar das assembleias, esse é o maior desafio, pois as pessoas reclamam e não concordam das muitas decisões tomadas em assembleias, porém não participam das reuniões. 
Para se realizar uma reunião o síndico tem que notificar por escrito através de Edital de Convocação todos os moradores. Existem também moradores que não gostam de envolver porque sabem exatamente que as reuniões nem sempre são pacíficas e preferem se poupar deste desgaste emocional.
 Além da lei do condomínio n° 4.591/64, o código civil elenca a maioria dos direitos e deveres, tão importante quanto a taxa condominial será conhecê-los, ele dá as diretrizes, serve como instrumento para guiar uma administração organizada, e como resultado tem se um convívio saudávele agradável para todos.
1.1. DEFINIÇÃO DE CONDOMINIO
 É denominado Condomínio a comunhão do domínio, onde mais de um titular detém o domínio do Bem, são áreas privadas, que pertencem à várias pessoas, as quais são compostos por condomínios edilícios que são os verticais compostos por prédios que podem ser residenciais ou comerciais, e Condomínios Residenciais: são os horizontais que são exclusivos para moradias.
Em 1820, na cidade de Londres surgiram os primeiros condomínios, em volta das praças, primeiro se chamava Covent Garden. Viver em volta as praças demonstrava prestígio, anteriormente as praças eram abertas ao público em geral, uma vez que era lugar de encontro. 
Os aristocratas queriam que aquele espaço fosse utilizado apenas por eles, classes dominantes, se sentindo ameaçados, solicitaram autorização judicial para que estes espaços fossem privados. Os espaços que utilizavam eram arrendados e eles só tinham o direito de usufruir das residências e não podiam proibir a entrada do público que não residiam ali.
 O medo pela falta de segurança, e a necessidade de se sentirem seguros, fez surgir os condomínios e a busca por lugares restritos, a luta por direito de uso exclusivo, foi quando passaram a usar cercas em seus espaços.
Existia a necessidade de privacidade por parte desses residentes, que eram das classes mais abastardas e nobres, que tinham desejos de Status da classe dominante. 
Esses condomínios fechados foram denominados internacionalmente de Gated Communities, os aristocratas compravam essas casas para passar temporadas, mas depois tornaram permanentes. Desde então, a ideia foi se modernizando e a partir da década de 1970, reapareceram nos Estados Unidos, na Califórnia, com o formato mais moderno e modificado, onde existiam uma grande quantidade de serviços e equipamentos oferecidos aos moradores, espaços esses que eram administrados pelos próprios moradores.
No Brasil, em 1970 próximo as rodovias, surgiu o primeiro condomínio chamado de “A Chácara Flora”, já em 1975 surgiu Alphaville industrial em Barueri e Santana de Parnaíba para empresas, em seguida criaram Alphaville Residencial para os executivos daquelas empresas.
Hoje existem várias modalidades de condomínios os mistos, onde os andares térreos e mezaninos são utilizados para comércio o restante residencial. Os apenas residenciais, conjunto de prédios; prédios isolados; conjunto de casas; conjuntos mistos, prédios e casas ao mesmo tempo.
 
No Brasil uma das motivações para criação de condomínios foi que a classe média tinha o hábito de ter uma segunda casa em praias, sítio, fazenda entre outros. Aos poucos foi ficando muito caro manter mais de uma casa, mas queriam ter mais de uma residência para manter o status e daí surgiram em grande quantidade de condomínios, assim podiam passar temporadas fora, pois em condomínio fechado teriam a segurança que buscavam
Existem as áreas exclusivas que são os apartamentos (verticais) e casas (horizontais) e nas áreas comuns que pertencem a todos em suas frações iguais, que são os parques, áreas de lazer, ruas, portaria de acesso, escada, raol, áreas verdes, jardins e lagos. As despesas dessas áreas são rateadas também entre todos de igual modo. O acesso ao condomínio fechado não é aberto ao público, é exclusivo para moradores e visitantes autorizado por eles.
1.2. LEGISLAÇÃO
Os condomínios reger-se a pela constituição federal, código civil, leis Estaduais e municipais, convenção condominial e assembleias, esses últimos precisam estar embasados no código civil e Constituição Federal, havendo qualquer lei que saia dos preceitos legais, não será válida. Conforme o artigo abaixo:
O artigo 554 do código civil, 
 “O Bem tutelado pelo uso anormal da propriedade, ele protege a saúde o sossego, a segurança dos que habitam em prédio ou em um condomínio de casas, contra o mau uso da propriedade vizinha, isso serve para que a sociedade venha refletir que o interesse coletivo está acima do particular”.
2. DIREITOS E OBRIGAÇÕES
 Necessário se faz elencar quais são os direitos e deveres dos condôminos, para um maior esclarecimento, são eles:
 
2.1. DIREITOS DOS CONDÔMINOS
 Os artigos 1.335 e 1336 do Código Civil traz que:
“Usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; Usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização dos demais compossuidores; Votar nas deliberações da assembleia e dela participar, estando quite. Ser convocado para todas as assembleias e poder se candidatar aos cargos administrativos. Mas, para exercer esse direito, precisam estar em dia com as quotas condominiais”. 
Em conjunto com os demais moradores, têm os condôminos outros direitos, a saber:
Convocar assembleia, desde que em conjunto com outros 25% de moradores; votar nas decisões de obras e reformas, de alterações nas áreas de convivência comum, na convenção do condomínio e no regimento interno.
2.1.1. DEVERES DOS CONDÔMINOS
O que o Código Civil faz é trazer as regras básicas para que o condomínio funcione de forma adequada. A partir delas, o condomínio pode traçar suas regras específicas por meio da convenção e regimento interno.
O artigo 1.336 do Código Civil elenca alguns deveres dos condôminos. São eles:
“Contribuir para as despesas do condomínio, na proporção das suas frações ideais, salvo disposição em contrário na convenção; Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; Dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes”.
Essas são algumas das obrigações dos condôminos, quer sejam eles proprietários ou locatários. Entretanto, esse rol não deve ser considerado taxativo, pois ainda existem outros deveres que também devem ser observados como, por exemplo, não danificar as áreas de uso comum.
 Cabe, ainda, mencionar as regras de convivência. Respeitar horários, não fazer barulho excessivo, agendar dia e hora para realizar mudança, por exemplo.
Há também a obrigação de cumprir as penalidades e multas a ele aplicados, em caso de descumprimento das demais obrigações.
O síndico administrador tem seu papel essencial nessa relação, figura que está à frente muitas vezes de conflitos e com uma responsabilidade enorme, de sanar estes conflitos, muitas vezes tendo que utilizar o judiciário para tal. Com um perfil centrado, com uma dualidade entre coragem e paciência.
2.1.2. DEVERES DO SÍNDICO 
A Administração do condomínio retratada no código civil / 2002 em uma sessão própria nos (artigos 1347 a 1356) e pela lei( 4050 – 91/1964 Maluf Marques 2009 p. 111)
 O artigo 1.348 do Código Civil diz claramente a função do administrador de condomínio.
Convocar a assembleia dos condôminos representar ativa e passivamente o condomínio; praticando em juízo ou fora dele, os atos necessários à defesa dos interesses comuns. Dar imediato conhecimento à assembleia da existência de procedimento judicial ou administrativo, de interesse do condomínio; Cumprir e fazer cumprir a convenção; o regimento interno e as determinações da assembleia; Diligenciar a conservação e a guarda das partes comuns e zelar pela prestação dos serviços que interessem aos possuidores; Elaborar o orçamento da receita e da despesa relativa a cada ano; Cobrar dos condôminos as suas contribuições, bem como impor e cobrar as multas devidas; Prestar contas à assembleia anualmente e quando exigidas; Realizar o seguro da edificação.
Além dessas obrigações legais, o síndico também atua como um mediador entre os condôminos. Ele deve tentar garantir a paz e a convivência harmônica em todo o condomínio.
É muito importante que o síndico tenha uma postura preventiva. Por meio da divulgação ampla do que se pode ou não fazer nas áreas comuns, pode-se evitar problemas futuros.
Muitos conflitos são causados pela desinformação e um bom síndico deve se preocupar em divulgar amplamente as regras. O condomíniodeve possuir 2 documentos onde são listadas essas regras: a convenção do condomínio e o regimento interno.
A convenção trata das normas gerais de funcionamento do condomínio, enquanto o regimento interno trata das normas de conduta e comportamento dos condôminos.
Ademais a presença do administrador (síndico) e do Conselho Fiscal é imprescindível, a ele é dada a função de gerenciar desde o orçamento financeiro até os conflitos, sejam simples ou complexos. Porém a cada condômino é dada a sua parcela de responsabilidade para deliberarem e decidirem em assembleia os rumos que querem dar ao condomínio, guiados pela convenção e regimento interno.
Sobre a eficácia da norma condominial esclarece Gonçalves abre (2016, p. 401):
“Com efeito as coisas se coercitiva da convenção ultrapassa as pessoas que assinaram o instrumento de sua Constituição. Assim, não só os condôminos, mas também os locatórios se sujeitam às suas disposições, mesmo não tendo legitimidade para modificá-la. Assim também os adquirentes de unidades autônomas, em caso de revenda sendo irrelevante a alegação de que são não assinaram a convenção ou não foram cientificados de suas disposições. Os seus efeitos atingem qualquer indivíduo que penetre na esfera jurídica de irradiação de suas normas”.
2.1.3. DIREITOS DO SÍNDICO
O principal direito do síndico é o de receber uma remuneração pelos serviços prestados. Muitas vezes essa remuneração vem na forma de isenção ou desconto no pagamento da quota condominial.
Diferente do que muitos podem imaginar o síndico também tem direito a férias. Conforme as regras estipuladas pela convenção ou pela assembleia-geral.
Em resumo, alguns direitos do síndico são: Votar em assembleia; Ser condômino ou não; Não ser obrigado a saber de tudo; Convocar assembleias de condomínio; Aplicar multas e advertências; Contar com ajuda de outros; Não ser importunado em horários inconvenientes.
3. DIREITO DE PROPRIEDADE 
Direito de propriedade é resguardado pela constituição federal em seu art.º 5° inciso XXII/ 88, que permite ao seu titular o direito de usar, gozar, fruir e dispor de seus bens. É absoluto resguardos alguns limites que a sociedade lhe impõe, não é absoluto quando um morador coloca em risco a integridade física de seus vizinhos, não podendo ser exercido de modo nocivo aos demais condôminos. Caso não existisse estas limitações, o proprietário poderia evocar seu direito absoluto na colisão do direito de todos. Ao falar em direito de propriedade.
Augusto Eduardo Agostinho Arruda afirma que:
“A terra é essencial para a vida, pois é o local onde se fixa o povo e de onde se extrai os meios de subsistência. São dois os princípios fundamentais da propriedade”:
(AUGUSTO Agostinho Arruda, São Paulo: Saraiva, 2016.p.28)
O direito de propriedade é oponibilidade erga omines, é apto contra qualquer pessoa da sociedade que o viole; Só é possível quando se torna público e a propriedade se torna pelo registro em cartório.
Maria Helena Diniz conceituou a propriedade como: 
“Um direito que a pessoa física ou jurídica tem dentro dos limites normativos de usar gozar dispor de um bem corpóreo bem como reivindicá-lo de quem injustamente o detenha”.
( MARIA Helena Diniz- Direito das coisas 2002, p. 119)
Assim sendo enquanto a propriedade é um direito fundamental do proprietário, previsto na constituição federal, um direito privado, a função social da propriedade é um direito coletivo da sociedade, diante de uma propriedade mal utilizada ou inutilizada.
 O condomínio é uma exceção à regra pela qual toda a propriedade é exclusiva. O condomínio também impede o exercício pleno da propriedade, trata se de um limite à propriedade, pois embora cada condômino posso usar coisa toda, é preciso respeitar a vontade de outros condôminos. Nós dizeres de Menezes (2017).
3.1. USO ANORMAL DA PROPRIEDADE
A propriedade existe para dar segurança, bem-estar, e sossego a quem possui, porém existem pessoas que a usam de forma a prejudicar o proprietário vizinho, esses não podem exercer seu direito de propriedade de forma a acarretar prejuízo, pois o direito à propriedade limita-se ao princípio geral que proíbe ao proprietário, um comportamento inadequado, que possa exceder o uso normal da propriedade, esses limites são norteados por lei, que determina quais são os parâmetros para o uso. 
Não se pode esquecer que a conduta anormal de um vizinho inevitavelmente atingirá a regularidade da conduta do outro vizinho, que com seus atos, incomodam o outro perturbando sua tranquilidade e sossego, saúde e segurança. 
É o caso do vizinho que usa sua propriedade, a fim de vender produtos ilícitos, trazendo para junto de si pessoas que comprometem o bem-estar social e a segurança. Outro exemplo é o vizinho que ouve música tão alta que tira a paz do próximo causando lhe desconforto e perturbação. 
São atos praticados com excessos, com finalidade legitima , mas ainda assim ocasiona danos injustos e anormais, que em responsabilidade objetiva são passiveis de indenização. 
Farias e Reservald pontuam que:
 “Certamente não é apenas o proprietário que se encontra em posição de sofrer consequências do uso anormal do imóvel vizinho. A disciplina jurídica dos direitos de vizinhança se refere a titularidade e também o possuidor – direitos e deveres.”
(RESERVALD Farias _ artigo, https//:ambitoJuridico.com.br, Direito de vizinhança).
O Código Civil de 2002 no art.1277, diz que:
 “O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.”
O direito de propriedade se assemelha a servidões, como restrições oriundas das relações contíguas entre dois imóveis. O direito de vizinhança é limitado ao domínio, já as servidões são direitos reais sobre a coisa alheia, dominante possui prerrogativa sobre o prédio serviente sem que a recíproca seja verdadeira e ainda enquanto a servidão por ser direito real sobre imóvel só é constituída após o registro em cartório.
 Os direitos de vizinhança por sua vez, dispensam registro continuidade entre os prédios.
 O uso anormal da propriedade atos que prejudicam os vizinhos de forma culposa que se configure ilícito civil, que se enquadram nos art.186 c.c. Nas situações em que o dano é causado no exercício de um direito, cabe ao prejudicado o direito de reação na forma da lei; que é irregular, anormal, pois a propriedade é utilizada de forma abusiva, causando incolumidade de um prédio ou seus moradores. 
São exemplos de festas barulhentas em condomínio, árvores que podem tombar no prédio vizinho.
O Código Civil prevê, nos artigos 1.336 e 1.337, que uma assembleia específica pode ser convocada para compelir o morador que está desobedecendo as regras a pagar uma multa de até cinco cotas condominiais. A lei também autoriza a convocação de uma assembleia para enquadrá-lo como “condômino antissocial” e obrigá-lo a pagar multa de até 10 cotas.
Se nada adiantar e o vizinho continuar a desrespeitar as regras de convivência de forma grave, a ponto de colocar em risco a segurança patrimonial ou dos outros moradores, a Justiça pode obrigá-lo a se afastar do convívio condominial, sem perder a propriedade. Nesses casos, ele poderia alugar ou ceder o apartamento ou a casa a outra pessoa.
3.2. ASPECTOS LEGAIS
É exclusivo, absoluto, pois o proprietário tem o poder daquilo que é seu, pois é um direito real e apresenta caráter de plenitude, tendo o proprietário o direito de dispô-la da maneira que quiser, limitando-se a determinados interesses que a sociedade impõe.
Estão elencados nos artigos:
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, eos limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança;
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório; 
4. DIREITOS DE VIZINHANÇA
Primordialmente o direito de vizinhança cuida evidenciar as limitações adivinhadas da norma vigente do direito de usar e gozar por parte dos proprietários, a fim de impor encargos, para resguardar a boa convivência social. Os pilares que sustentam os direitos de vizinhança código civil são segurança saúde e sossego eles estão descritos no capítulo 5 do código civil estabelecem normas de relacionamentos quanto ao uso anormal da propriedade, que são as árvores limítrofes, a passagem forçada, a passagem de cabos e tubulações, as águas, aos limites entre prédios, direito de tapagem e o direito de construir. Cada proprietário cede parte do seu direito para compensar o sacrifício feito pelo vizinho.
É necessário então conciliar o uso e o gozo, por parte dos proprietários confinantes, pois a vizinhança por si só é fonte permanente de conflito. O direito de vizinhança é o ramo do direito cível que se o ocupa dos conflitos dos interesses causados de forma recíproca pelos proprietários de imóveis próximos ou prédios vizinhos. Cabe salientar que essa locução “prédio vizinho” não se refere apenas aos prédios confinantes, os imóveis que sofrerem repercussão dos atos oriundos dos imóveis próximos, causando lhe incômodo ou prejuízo.
Existem algumas linhas de defensores a respeito da natureza do condomínios, existem os que dependem que a natureza obrigacional dos direitos de vizinhança, enquanto outra linha defendem o caráter real dos referidos direitos, ao final pela doutrina majoritária se firmou em adotar a de obrigação Procter tem, pois se vincula ao prédio, que assume quem quer que seja que esteja em sua posse, característica mais excelente é que os sujeitos são indeterminados e a responsabilidade cai sobre o bem, mesmo que seja transferida sua titularidade, ou seja o sucessor terá os mesmos direitos do e obrigações do sucedido, mesmo sem manifestação expressa ou tácita de sua vontade. 
As relações entre vizinhos sempre foram grande fonte de problemas casas ou em condomínios edilícios. O convívio entre vizinhos nem sempre é pacífico portanto é necessário que exista previsões claras sobre os direitos de cada um. Houve muitas alterações a ideia de direito de vizinhança já existe desde o direito Romano e faz parte de outros sistemas legais dos quais nós nos embasamos; vizinhos vêm brigando há séculos sabemos que isso não tem previsão de acabar por isso é necessário os direitos de vizinhança o que eles regula desde os frutos e galhos de árvores até o direito de construir o direito de passagem no imóvel dos vizinhos, que são interferências muitas vezes necessárias e o que a torna obrigatórias ao direito de vizinhança muitas vezes passam do ponto em que uma conversa não resolvem mais, e muitas vezes é necessário que haja uma intervenção judicial, por vezes falta o bom senso, e a comunicação já não resolve mais esse problema.
Esses casos vão de um simples vaso na janela, uma bicicleta na escada impedindo a passagem, até casos mais agravantes como incômodo noturno movimentos de pessoas estranhas nos corredores, usos de entorpecentes, brigas de casais, animais que latem à noite toda, impedindo que os vizinhos tenham um boa noite de sono. Muitas vezes os vizinhos tentam através da comunicação, mas são recebidos com muita ignorância pela parte opositora e são obrigados a entrar na justiça para resolução do problema. São atos ilegais e abusivos que decorre desse uso anormal da propriedade que ultrapassa os limites toleráveis do ser humano. Nesse caso a ação deve ser interposta e pode ser ajuizada pelo proprietário, pelo possuidor, pelo compromissário ou comprador se o dano for consumado caberá ação de ressarcimento de danos.
A natureza jurídica do direito de vizinhança é classificada na opinião majoritária da doutrina é que se trata de obrigações “propter rem”, ou seja, “acompanha a coisa” “da própria coisa”, e provem do simples fato de serem vizinhos. 
 Existem alguns tipos de atos prejudiciais são atos que exige que sejam aplicadas regras referentes a esse direito podem ser elas;
Ilegais: quando está relacionada algum tipo de ilícito, sujeitando o agente a obrigação de ressarcimento do prejuízo provocado.
Abusivos: são aqueles praticados em desacordo com a finalidade social como por exemplo barulho em excesso.
Lesivos: somos que provoca danos ao vizinho mesmo que o agente não esteja usufruindo de forma anormal de sua propriedade.
Porém existem soluções dadas pela legislação pois o direito de vizinhança é reflexo do direito de propriedade, que atua sobre o conceito da função social e deve ser levado em conta a boa-fé nas ações entre os vizinhos, mesmo que esses vizinhos não sejam confinantes, mas os que se encontram nas proximidades, desde que a conduta praticada em certo imóvel vai atingir diretamente outro, provocando incômodo ou danos. Elas podem ser ajuizadas para proteger os direitos de vizinhança são:
Ações possessórias: para defender a posse do morador;
Nunciação de obra: para impedir algo como uma construção:
Ação condenatória: a fazer ou não fazer, a dar coisa certa ou incerta
Ação demarcatória: ou ação divisória para demarcar algum terreno ou dividir;
O direito de vizinhanças pode ser gratuito ou oneroso, gratuitos quando não gera indenização e oneroso quando a supremacia do interesse público estabelece uma invasão na órbita dominial. Nas palavras de Silvio Rodrigues 
“o direito de vizinhança é composto de regras que ordenam não apenas a abstenção da prática de certos atos também de outros que implica a sujeição do proprietário à invasão de sua órbita dominical’.
(RODRIGUES Silva _ Artigo _ Direito Net, direitonet.com.br)
Objetivo dessas regras em primeiro lugar é assegurar que a convivência seja serena e pacífica entre os proprietários principalmente os confinantes, ou seja, os vizinhos. Em segundo lugar buscam regular as relações entre estes para evitar abusos de direito. Ou seja, limita as vantagens individuais dos proprietários ao mesmo tempo que regulam a convivência.
Já Maria Helena Diniz, apontam algumas formas de que o direito de vizinhança pode se apresentar: 
“Como restrição do direito de propriedade na medida em que regulam seu exercício; como limitações do domínio que se assemelhadas servidões; Como restrições oriundas das relações de continuidade entre dois imóveis”.
(HELENA Maria Diniz, Direito das coisas, artigo _Direito Net).
Os direitos vizinhanças são limitações ao domínio, implicando em direito e deveres recíprocos;
Já as servidões são direitos reais sobre a coisa alheia, onde o prédio dominante possui prerrogativa sobre o prédio serviente sem que a recíproca seja verdadeira. E ainda enquanto servidão por ser direito real sobre imóvel, só é constituído após o registro em cartório, os direitos de vizinha dispensam registro, e surgem da contiguidade entre os prédios. 
“O artigo 1279 do código civil diz: Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando essas se tornarem possíveis.”
O uso anormal da propriedade, atos que prejudicam os vizinhos de forma culposa, que se configuram ilícitos civis enquadrados nos:
 Art. 186 do C.C “Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência, violar direito e causar danos ao outrem, ainda que exclusivamente mora comete ato ilícito”.
Os direitos de vizinhança enquadram-se nas situações em que o dano causado no âmbito do exercício de um direito, cabendo-lhe prejudicado direito de reação na forma da lei, que se configura irregular, anormal, a propriedade e é utilizado de forma abusiva causando incolumidade de um prédio ou de seus moradores.
Desconsiderando esses atosque prejudicam os vizinhos de forma culposa posto que configuram sim ilícitos enquadrado no artigo 186 do código civil, direitos de vizinhança enquadram-se nas situações e que o dano é causado ilícito de um direito, cabendo ao prejudicado o direito de reação na forma da lei. este ato configurações regular anormal, a propriedade é utilizada de forma abusiva, causando ofensa prédio ou de seus moradores.
Os exemplos do uso nocivo da propriedade e de abusos de direito são.
· poluição de águas comuns pelo lançamento de resíduo;
· existência de árvores em prédios contíguos;
· festas noturnas barulhentas;
Das árvores limítrofes
 A legislação prevê 3 (três) tipos de conflitos oriundos de árvores limítrofes das quais nascem entre os dois prédios; quando a invasão de um prédio pelos ramos e raízes de arvores. Quando a invasão de um prédio pelos ramos e raízes de árvore pertencente ao prédio contigo e pôr fim a questão sobre a propriedade dos frutos caídos da árvore situada em terreno confinante.
No primeiro caso pontes de Miranda denomina tal árvore meia e cada proprietário pertence à metade da coisa se encontra em ambos os terrenos a divisão entre eles é considerada coisa comum.
Assim somente podem ser cortadas ou arrancadas de comum acordo devendo ser repartida entre os danos, e a colheita deve ser comportada igualmente, e cada companheiro deve indenizar o outro por eventuais prejuízos que der causa.
Na segunda hipótese o código civil permite ao proprietário do terreno invadido cortar os ramos e raízes da árvore invasora até o plano divisório sendo divergente na jurisprudência se esse corte só poderá ocorrer quando os ramos e raízes estiver causando moléstia ao vizinho, uma vez cortada o proprietário do prédio confinante também pode se tornar proprietário dos ramos de raiz cortados. 
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
No caso dos frutos caídos no terreno contiguo, se o terreno for público os frutos pertencem ao dono da árvore, se particular, a queda natural dos frutos em terreno confinante permite que o proprietário deste adquirir os frutos. Se provocada a queda o proprietário comete ilícito passível de indenização. O artigo 1.284, assim determina:
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular.
 Existem outros artigos elencados no código civil, abaixo sobre o direito de vizinhança são eles:
· Da passagem de cabos e tubulações
· Das águas
· Dos limites entre prédios e do Direito de tapagem
· Do direito de construir.
4.1. ASPECTOS LEGAIS
Da passagem forçada Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único. Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.
Da Passagem Forçada
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso à via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1 o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.
§ 2 o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3 o Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.
Da Passagem de Cabos e Tubulações
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.
Parágrafo único. O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel.
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.
Das Águas
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
Parágrafo único. Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.
Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou outras obras para represamento de água em seu prédio; se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.
§ 1 o Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las.
§ 2 o O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.
§ 3 o O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de conservação.
Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo paraa sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para as primeiras necessidades da vida.
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto de derivação.
Parágrafo único. Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados pelo aqueduto.
Dos Limites entre Prédios e do Direito de Tapagem
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2 o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.
§ 3 o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.
Do Direito de Construir
Art. 1.299. O proprietário pode levantar em seu terreno as construções que lhe aprouver, salvo o direito dos vizinhos e os regulamentos administrativos.
Art. 1.300. O proprietário construirá de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho.
Art. 1.301. É defeso abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metrô e meio do terreno vizinho.
§ 1 o As janelas cuja visão não incida sobre a linha divisória, bem como as perpendiculares, não poderão ser abertas a menos de setenta e cinco centímetros.
§ 2 o As disposições deste artigo não abrangem as aberturas para luz ou ventilação, não maiores de dez centímetros de largura sobre vinte de comprimento e construídas a mais de dois metros de altura de cada piso.
Art. 1.302. O proprietário pode, no lapso de ano e dia após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre o seu prédio; escoado o prazo, não poderá, por sua vez, edificar sem atender ao disposto no artigo antecedente, nem impedir, ou dificultar, o escoamento das águas da goteira, com prejuízo para o prédio vizinho.
Parágrafo único. Em se tratando de vãos, ou aberturas para luz, seja qual for a quantidade, altura e disposição, o vizinho poderá, a todo tempo, levantar a sua edificação, ou contramuro, ainda que lhes vede a claridade.
Art. 1.303. Na zona rural, não será permitido levantar edificações a menos de três metros do terreno vizinho.
Art. 1.304. Nas cidades, vilas e povoados cuja edificação estiver adstrita a alinhamento, o dono de um terreno pode nele edificar, madeirando na parede divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção; mas terá de embolsar ao vizinho metade do valor da parede e do chão correspondentes.
Art. 1.305. O confinante, que primeiro construir, pode assentar a parede divisória até meia espessura no terreno contíguo, sem perder por isso o direito a haver meio valor dela se o vizinho a travejar, caso em que o primeiro fixará a largura e a profundidade do alicerce.
Parágrafo único. Se a parede divisória pertencer a um dos vizinhos, e não tiver capacidade para ser travejada pelo outro, não poderá este fazer-lhe alicerce ao pé sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção anterior.
Art. 1.306. O condômino da parede-meia pode utilizá-la até ao meio da espessura, não pondo em risco a segurança ou a separação dos dois prédios, e avisando previamente o outro condômino das obras que ali tenciona fazer; não pode sem consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto.
Art. 1.307. Qualquer dos confinantes pode altear a parede divisória, se necessário reconstruindo-a, para suportar o alteamento; arcará com todas as despesas, inclusive de conservação, ou com metade, se o vizinho adquirir meação também na parte aumentada.
Art. 1.308. Não é lícito encostar à parede divisória chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho.
Parágrafo único. A disposição anterior não abrange as chaminés ordinárias e os fogões de cozinha.
Art. 1.309. São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheia, a elas preexistentes.
Art. 1.310. Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou à nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais.
Art. 1.311. Não é permitida a execução de qualquer obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocação de terra, ou que comprometa a segurança do prédio vizinho, senão após haverem sido feitas as obras acautelatórias.
Parágrafo único. O proprietário do prédio vizinho tem direito a ressarcimento pelos prejuízos que sofrer, não obstante haverem sido realizadas as obras acautelatórias.
Art. 1.312. Todo aquele que violar as proibições estabelecidas nesta Seção é obrigado a demolir as construções feitas, respondendo por perdas e danos.
Art. 1.313. O proprietário ou ocupante do imóvel é obrigado a tolerar que o vizinho entre no prédio, mediante prévio aviso, para:
I - dele temporariamente usar, quando indispensável à reparação, construção, reconstrução ou limpeza de sua casa ou do muro divisório;
II - apoderar-se de coisas suas, inclusive animais que aí se encontrem casualmente.
§ 1 o O disposto neste artigo aplica-se aos casos de limpeza ou reparação de esgotos, goteiras, aparelhos higiênicos, poços e nascentes e ao aparo de cerca viva.
§ 2 o Na hipótese do inciso II, uma vez entregues as coisas buscadas pelo vizinho, poderá ser impedida a sua entrada no imóvel.
§ 3 o Se do exercício do direito assegurado neste artigo provier dano, terá o prejudicado direito
Porém atentaremos aos artigos relacionados a convivência direta dos condôminos.
4.2. O CONDOMINO ANTISSOCIAL 
Um dos maiores problemas que o condomínio enfrenta com uso anormal da propriedade ê a má conduta do condômino antissocial social, aquele que não se preocupa com a boa convivência.
Antissocial quer dizer contra a sociedade, ou seja, a pessoa que transgrediu as normas determinadas por um lugar no condomínio, o condômino antissocial e aquele que transgrida as normas internas do condomínio que são criadas pela convenção, as assembleias e o regimento interno, sempre orientados pelo Código Civil Brasileiro. 
Antissocial também é a pessoa conhecida atualmente por ser introvertida, porém aqui não entra esse significado pois essa é uma característica da personalidade do condômino, a pessoa que não cumprimenta, não fala com ninguém, nem se relaciona, puni lá por isso iria contra os princípios da dignidade da pessoa humana que está na Constituição federal artigo 1º inciso III.
 Portanto antissocial está ligado a pessoa que vai contra todo e qualquer descumprimento das normas elaboradas de um condomínio, normas essas instituídas pelos próprios condôminos baseados na convençãodo condomínio e no regimento interno o comportamento que se espera de um bom condômino é que ele cumpra as regras criadas finalmente, porém essa expectativa na grande maioria das vezes é frustrada vai sempre haver o descumprimento de regras seja de que natureza elas forem.
Porém existem mecanismos de sanções instituídos no código civil que aborda para todas as situações de descumprimento das regras condominiais, que sugere punição aos pertinazes os descumpridores no artigo 1337 C.C. 	
 “Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem.
 Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.” (grifo nosso).
Ademais está é a preocupação do legislador para forçar o condômino a cumprir com suas obrigações de forma plena, impondo-lhe multas pecuniárias em que a base de cálculo seja o valor da taxa de condomínio. 
Observa- se, que essa multa por ser de natureza legal independe de previsão na convenção de condomínio, ela só pode ser aplicada em casos de descumprimento reiterado do morador, não podendo ser aplicada em descumprimentos pontuais e cotidianos simples. Ocorre que muitas vezes essas sanções impostas pela lei, que são de cunho pecuniário podem ser facilmente suportadas por condôminos que possui um padrão alto económico, e permaneça praticando as condutas antissociais, sendo assim não teria solução, pois aparentemente não terminam nas multas as possibilidades de resolver a questão.
Esse problema se torna claro quando essa situação recai sobre o comportamento antissocial reiterado do condômino, que não se confunde com um comportamento social com a ausência de bons tratos e amabilidade do mesmo com os demais moradores. A lei prevê para esses casos uma multa mais resumida, expressa no parágrafo acima citado que pode chegar até dez vezes do valor pago a título de taxa condominial.
Os condôminos o condomínio ou possuidor prejudicado poderão propor ação indenizatória ou de obrigação de fazer ou não fazer com pedido de multa tutelada específica conforme o os artigos 139 inciso IV, 497 a 500, 536 inciso I e 537 do código civil. Em que o juiz poderá determinar entre outras medidas a imposição de multa, a busca e apreensão e a remoção de pessoas e coisas o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva podendo, caso necessário requisitar o auxílio da força policial.
Percebe se que entre as medidas previstas no dispositivo ora mencionados, encontram-se, que o juiz, poderá pedir a expulsão do condômino com um comportamento antissocial reiterado do prédio em que o condômino perderá a posse direta do bem, mas permanecerá com a posse indireta podendo exercer seu poder de fruição posse direta a terceiros como por exemplo alugar um imóvel.
Sendo assim, seria possível a alienação forçada da unidade autônoma e exclusão definitiva do condômino antissocial que permanece com a sua conduta nociva lesiva e abusiva, mesmo sendo aplicada anteriormente as medidas mencionadas, Haja vista que verificando que a sanção pecuniária mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social, da propriedade e o abuso do direito, ambos justificam, a exclusão do condomínio antissocial desde que seja garantida a ampla defesa, com o contraditório inerentes ao devido processo legal, conforme os artigos em cima mencionados. 
O artigo 1337 do código civil brasileiro fala sobre o condômino Antissocial:
	
 “Art. 1.337. O condômino, ou possuidor, que não cumpre reiteradamente com os seus deveres perante o condomínio poderá, por deliberação de três quartos dos condôminos restantes, ser constrangido a pagar multa correspondente até ao quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas e a reiteração, independentemente das perdas e danos que se apurem.
 Parágrafo único. O condômino ou possuidor que, por seu reiterado comportamento antissocial, gerar incompatibilidade de convivência com os demais condôminos ou possuidores, poderá ser constrangido a pagar multa correspondente ao décuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, até ulterior deliberação da assembleia.” (grifo nosso)
4.3. EXCLUSÃO DO CONDOMINO OU OCUPANTE ANTI-SOCIAL
O entendimento quanto ao condômino nocivo é pacífico e a norma prevê multa para o condômino antissocial, contudo questiona-se se o condômino que infringir o dever condominial e abusar do seu direito de propriedade prejudicando os demais poderia ser excluído judicialmente? 
Segundo Américo Izidoro Angélico, Desembargador do TJ/SP:
 “...pode o Juiz, então, ante a evidência dos fatos, da prova inequívoca e do convencimento da verossimilhança, decidir pela exclusão do coproprietário da unidade condominial, continuando este com seu patrimônio, podendo locá-lo, emprestá-lo ou vendê-lo, perdendo, porém, o direito de convivência naquele condomínio” (Diário de Leis n° 24/2005).
De acordo com entendimento do desembargador o artigo 461 do código de processo civil é a principal fundamentação legal para exclusão judicial de um condômino ocupante. Institui o Código de Processo Civil.
 	
“Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento “. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)
 “ § 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial. “
(http//www.planalto.com.br ccivil_03 leis Redação dada pela Lei nº 10.444, de 7.5.2002)
5. RELAÇÃO ENTRE DIIREITO DE PROPRIEDADE, DIREITO DE VIZINHANÇA E A VIDA EM CONDOMÍNIO
Há quem pense que o direito de propriedade deveria ser absoluto, e dá o direito ao proprietário ou possuidor de fazer o que bem lhe aprouver, pois é resguardado pela constituição federal, ao estudar mais afundo foi possível perceber que as relações de vizinhança implicam em direitos e deveres; de um lado há o direito de uso, gozo e usufruto da propriedade, e de outro o dever de utilizá-la de forma lícita, regular e normal.
Os direitos de vizinhança, portanto, são instituídos para definir as normas de licitude do uso da propriedade, além de resolver os conflitos que porventura surjam das relações de vínculo de contiguidade e do exercício deste direito.
Quando o assunto é condomínio, dois direitos fundamentais, previstos na Constituição federal, são levantados: o direito de propriedade e o direito à privacidade. Eles não são, contudo, ilimitados, e exigem bom senso em sua aplicação.
“As pessoas fecham a porta do apartamento e acham que podem fazer o que bem entender, mas existem limites à propriedade, que estão onde começam os direitos do próximo”,
“(Afirmou à Gazeta do Povo em ocasião anterior o advogado Alexandre Marques, vice-presidente da Comissão de Direito Condominial da OAB de São Paulo.)”
 Essa relação que implica direitos e deveres é necessária para que exista uma boa convivência e harmonia na vida em condomínio. Seria terrível ter que passar a vida convivendo com alguém que não respeita regras, pois existem regras intrínsecasdas quais sabemos o que se pode ou não fazer, é o direito subjetivo como diz Francisco Amaral:
“O poder que a ordem jurídica confere alguém de agir e exigir de outro um determinado comportamento.”
( Direito Objetivo _ artigo, i.jusbrasil.com.br)
O código civil em vigor repete que o estava consagrado no manuscrito antigo de 1916 onde foi consagrado a teoria do uso anormal da propriedade desenvolvida por Rudolf von lhering “que apregoa e proíbe o uso do bem que extrapole o uso normal da propriedade e enseje por ser dono o uso nocivo do bem, a ponto de acarretar lesão ao sossego, segurança e saúde dos moradores do local o bem reside”.
6. COMENTÁRIOS JURISPRUDENCIAIS
6.1. RESPONSABILIDADE CIVIL	
DIREITO DE VIZINHANÇA. Ação de obrigação de fazer e indenização por danos materiais e morais. Infiltrações no apartamento da parte autora. Sentença de procedência. Legitimidade ativa do locatário e possuidor direto do bem. Autor que reside no imóvel e alega ter sofrido danos de ordem material e moral em razão de conduta da parte ré. Pedido de produção de prova pericial em sede recursal, com fundamento no art. 932, I, do CPC. Descabimento. Réu que permaneceu inerte quando da indicação de provas e não recolheu a sua cota parte dos honorários periciais. Preclusão da perícia. Prova prejudicada pela conduta do apelante, que descumpriu a ordem judicial e não se desincumbiu do seu ônus. Consequências negativas à sua tese defensiva. Conjunto probatório que permite concluir pela configuração da responsabilidade civil do réu apelante. Danos incontroversos. Juntada de três pareceres técnicos diferentes que apontam para o apartamento da cobertura (de propriedade do apelante) como a origem dos danos na unidade 152 (do autor). Danos materiais que devem ser indenizados. Juntada de diversos recibos e notas fiscais. Apuração a ser realizada em sede de liquidação de sentença. Danos morais caracterizados. Indenização mantida em R$5.000,00. Precedentes desta Colenda Câmara em casos análogos. Obrigação de fazer.  Multa cominatória. Cabimento. Quantia arbitrada compatível com a obrigação e as circunstâncias do caso. Astreintes que podem ser revistas a qualquer tempo. Sucumbência. Erro material no dispositivo da sentença. Correção de ofício. Recurso desprovido, com observação. 
(TJSP;  Apelação Cível 1010469-74.2018.8.26.0223; Relator (a): Milton Carvalho; Órgão Julgador: 36ª Câmara de Direito Privado; Foro de Guarujá - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/07/2021; Data de Registro: 15/07/2021)
6.1.1. PERTURBAÇÃO DE SOSSEGO
APELAÇÃO CÍVEL – DIREITO DE VIZINHANÇA – PERTURBAÇÃO SONORA – OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – RESPONSABILIDADE DO REQUERIDO EVIDENCIADA. Direito de vizinhança. Elementos dos autos que revelam a existência de perturbação sonora proveniente do imóvel do réu. Inércia da parte quanto à tomada das devidas providências visando à redução dos ruídos. Fato que extrapola os limites aceitáveis de convívio em sociedade, suscetível, por isso, de gerar abalo moral. Sentença de procedência mantida. Aplicação do art. 252 do RITJSP. PRELIMINAR REJEITADA. RECURSO DESPROVIDO. 
(TJSP;  Apelação Cível 1021068-88.2019.8.26.0562; Relator (a): Antonio Nascimento; Órgão Julgador: 26ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santos - 9ª Vara Cível; Data do Julgamento: 13/05/2021; Data de Registro: 15/05/2021)
6.1.2. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Apelação – Ação de obrigação de não fazer – Condomínio edilício – Direito de vizinhança – Condômino que promove festas e reuniões – Pandemia – Medida que visa impedir a propagação do vírus – Concessão de liminar – Visitantes em unidade – Restrição do número de pessoas – Multa cominatória bem arbitrada – Reforma parcial. A pandemia (Covid-19), infelizmente, ainda não acabou, mesmo que as regras de isolamento criadas pelos órgãos governamentais tenham sofrido modificações no curso do processo, sendo certo de que o isolamento social de forma alguma foi "dispensado". Porém, a falta de cuidado em relação à pandemia em si não é o alvo principal de reclamações dos moradores, mas sim o excessivo barulho advindo da unidade do réu. – É certo que a casa é um dos únicos locais, se não o único local, onde a pessoa tem a liberdade de "viver" como desejar, desde que não afete a comunidade ao seu redor. Ademais, qualquer pessoa tem o direito de receber familiares, amigos, e fazer reuniões e festas em sua residência, desde que não perturbe seus vizinhos. Observa-se que o próprio condomínio, em sua inicial, pediu que fosse limitado o número de pessoas a 10 (dez) em uma reunião ou evento na unidade em questão. Entende-se que o número é razoável, e que, querendo, pode o próprio condomínio estabelecer maior restrição, tanto de visitantes quanto de veículos, a ser imposta a todos os moradores pela via adequada, atendendo às diretrizes dos órgãos governamentais. - A multa cominatória foi fixada de maneira razoável, não se havendo de falar em exagero ou excesso. Apelação provida em parte. 
(TJSP;  Apelação Cível 1003846-42.2020.8.26.0152; Relator (a): Lino Machado; Órgão Julgador: 30ª Câmara de Direito Privado; Foro de Cotia - 3ª Vara Civel; Data do Julgamento: 06/05/2021; Data de Registro: 06/05/2021)
6.1.3. COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL
CONDOMÍNIO. EXCLUSÃO DE CONDÔMINO E OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA COMPELIR À ALIENAÇÃO BEM. Sentença de improcedência ao fundamento de que a pretensão carece de previsão legal. Reforma de rigor. Sanções pecuniárias do artigo 1.337 do CC não que esgotam as providências que podem ser adotadas para cessar a conduta ilícita do condômino. Comportamento antissocial do réu, de caráter grave e reiterado, que autorizam o acolhimento parcial do pedido. Agressão, intimidação, destruição de patrimônio, perturbação, furto, invasão, ameaça, injúria, entre outros ilícitos. Fatos não controvertidos. Perda do direito de uso da unidade. Medida que, por si só, se revela suficiente para coibir os males provocados pela convivência com o réu. Alienação forçada do imóvel que, nesse contexto, se revela desnecessária. Recurso provido em parte. 
(TJSP;  Apelação Cível 1001406-13.2020.8.26.0366; Relator (a): Milton Carvalho; Órgão Julgador: 36ª Câmara de Direito Privado; Foro de Mongaguá - 2ª Vara; Data do Julgamento: 22/04/2021; Data de Registro: 22/04/2021)
CONCLUSÃO
Conclui-se neste trabalho, que mesmo os direitos estando garantidos seja na constituição federal ou no código civil A RESPEITO DA PROPRIEDADE como sendo absolutos, a evolução da sociedade fez com que a posse fosse perdendo essas características de vedada, eles mesmo impõem limitações para si, pois existem sempre as exceções. Como diz um ditado popular:
 ” O direito de um acaba quando o do outro começa. Para se viver em harmonia é necessário que esses limites sejam respeitados para regular as relações sociais;”
A lei condominial baseada no Código Civil, estabelece essas regras através da convenção Condominial e o mesmo código faz julgamento á aqueles que as descumprem.
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FARIAS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. (Direito Reais. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2011)
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