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Visita domiciliar a dimensão do espaço habitado

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REFERÊNCIA: LOPES, L.C.C.P. Visita domiciliar: a dimensão do espaço habitado in ANCONA-LOPEZ, S., Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. VIII. P. 143-166
	 
	Em textos lidos anteriormente já havíamos nos deparado com autores que citavam a visita domiciliar, porém é nesse texto em particular, em que, nos deparamos com a descrição e instrução de como realizar essa visita. Lopes (2013), inicia seu texto nos contextualizando da prática de visita domiciliar na história da Psicologia, processo que não era muito comum, apesar de ser observado que psicólogos atuantes em terapia familiar já discutiam a respeito de a casa ser um elemento que auxilia numa melhor compreensão da dinâmica familiar por ela refletir através de suas configurações, orientações, divisões, organização, um psiquismo grupal. 
	A autora descreve a visita domiciliar da seguinte forma: 
“A função da visita é basicamente observar os padrões de interação familiar e adaptação ao papel familiar. Tem ainda um interesse especial no clima emocional da casa, na identidade psicossocial da família e na sua expressão em um ambiente definido.” (LOPES, L.C.C.P. Visita domiciliar: a dimensão do espaço habitado in ANCONA-LOPEZ, S., Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. VIII. p. 146)
	Lopes (2013), ainda retrata a angústia que sentiu durante a prática de visita domiciliar que teve que desempenhar durante sua vida estudantil. Ela possuía dúvidas acerca da diferença de uma visita domiciliar e de uma entrevista familiar, o por que de ir na casa dos clientes se poderia ser solicitado que esses venham até o consultório. A justificativa que encontrou na época foi de que por se tratar de um procedimento no psicodiagnóstico de base fenomenológico-existencial, ir para uma visita domiciliar iria nos ajudar a “compreender a criança a partir da rede de relações na qual ela se encontrava inserida”.
	As orientações que a autora recebeu durante a época que foi estudantes foi de que a decisão da realização da visita é dos pais e da criança. Caso for permitido a realização da visita, devemos nos programar para passarmos uma hora na residência da família em atendimento, pois esse é um tempo suficiente e não cansa os clientes. Eram observados alguns aspectos durante essa visitação, como que cada membro da família que reside na casa e como esses se relacionam e interagem; observar aspectos que mais chamam atenção; deixar que os clientes nos mostrem a casa livremente e sem critérios; devemos se atentar a realizar apenas observações desmunidas de preconcepções, e sem intervir naquele momento, já que um local mais apropriado seria o setting terapêutico.
	Com a experiência adquirida, Lopes (2013) passou a ver a prática de visita domiciliar de outra forma, além de começar a integrar essa prática como procedimento no psicodiagnóstico interventivo. Alguns aspectos do procedimento clássico foram mantidos, e tantos outros modificados. Atualmente essa prática é discutida e acordada nas entrevistas iniciais com os pais e as crianças, já que podemos utilizar do ponto de vista de que é fundamental para o sucesso do psicodiagnóstico interventivo, a compreensão das redes relacionais em qual a criança está inserida. A decisão da data para a visita é realizada posterior ao conhecimento da história de vida da criança e do estabelecimento de um melhor vínculo com os clientes. Uma mudança que a autora discorre é o tempo de permanência da visitação, esse que vai depender de como os familiares e a criança interagem com o psicólogo. É da escolha dos clientes como e o que da casa eles irão apresentar ao psicólogo. 
	Um aspecto ressaltado é de que as observações não precisam se basear e utilizar exclusivamente de um roteiro pré-estabelecido, uma melhor atuação seria a de deixar o clima emocional ditar os aspectos a serem observados, pois isso permite uma “visão das relações familiares em situações naturais da sua dinâmica” (LOPES, L.C.C.P. 2013. p. 155). Outra característica desse modelo contemporâneo de visita domiciliar é a de que o psicólogo pode e deve intervir nas situações que forem observadas in loco, apesar de que ainda assim, as devolutivas aconteceriam normalmente no ambiente clínico. 
	Podemos compreender que a casa possuí uma dimensão simbólica que diz a respeito de como seus moradores se sentem, se expressam, vivem. Sobre esse aspecto, cito um parágrafo da autora, em que ela diz o seguinte: 
“A habitação, então, de forma geral, pode ser considerada a transformação do espaço em lugar, um centro identitário, relacional e histórico, proveniente de sua apropriação como produção de sentido, tanto para quem o habita como para quem o observa.” (LOPES, L.C.C.P. Visita domiciliar: a dimensão do espaço habitado in ANCONA-LOPEZ, S., Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. VIII. p. 160).

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