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O descontentamento do povo alemão após a derrota na Primeira Guerra Mundial tomou forma e vulto com a ação dos nazistas

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O descontentamento do povo alemão após a derrota na Primeira Guerra Mundial tomou forma 
e vulto com a ação dos nazistas, que empreenderam um movimento para anular as imposições 
feitas em Versalhes. 
 
 Hitler difundia a ideia de que a Alemanha havia sido derrotada na Primeira Guerra 
Mundial devido a traições internas e acusava os judeus. A conquista do poder político foi o 
primeiro passo para a realização de seus objetivos. O próximo passo, no plano externo, seria a 
tomada de novos territórios. Difundindo a idéia de "espaço vital", Hitler uniu a parte significativa 
dos alemães ao seu redor. 
 
 De acordo com a doutrina do espaço vital, as forças nazistas afirmavam que era preciso 
integrar as comunidades alemãs dispersas na Europa (Áustria, Sudetos - região da então 
Tchecoslováquia - e Dantzig - enclave alemão em território polonês) e conquistar a Polônia e a 
Ucrânia, consideradas regiões "vitais" para o povo alemão. A Ucrânia, por exemplo, vasta e 
fértil região pertencente à União Soviética, produzia trigo, minérios e outras matérias-primas. 
O INÍCIO DA GUERRA 
 O plano de expansão do governo alemão envolvia uma série de etapas. Em 1938, com o 
apoio da maioria da população austríaca, o governo nazista anexou a Áustria. Em seguida, 
reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetos (região 
montanhosa da Tchecoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia 
iminente. Foi então convocada uma conferência internacional em Munique. 
Na conferência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, seguindo a política de 
apaziguamento, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos. 
 A conferência de Munique prejudicou a Tchecoslováquia, criando mais tensões. 
 Apesar da promessa de não fazer novas exigências caso recebesse a região dos 
Sudetos, Hitler ocupou o restante da Tchecoslováquia em 1939 e, em seguida, voltou-se contra 
a Polônia. Passou a exigir então, a anexação à Alemanha do território de Dantzig e da faixa 
territorial que dava à Polônia saída para o mar, tal como fora fixado no Tratado de Versalhes. 
 Em 20 de agosto de 1939, o governo alemão e o governo soviético assinaram um pacto 
de não agressão recíproca. Esse pacto previa a anexação de territórios poloneses pela 
Alemanha e pela União Soviética e garantiu a Hitler a possibilidade de invadir a Polônia sem 
ameaça de intervenção soviética. 
 Em 1º de setembro de 1939, a Alemanha invadiu a Polônia e a dominou após três 
semanas. A GUERRA NA EUROPA 
 O governo inglês, aliado ao da Polônia, declarou guerra à Alemanha. A França, aliada 
da Inglaterra, fez o mesmo. 
 As tropas alemãs registraram muitas vitórias no começo da guerra. Seus generais 
tinham desenvolvido a técnica de Blitzkrieg (guerra-relâmpago), que consistia em ataques 
fulminantes. O exército alemão possuía tropas bem treinadas e armamentos modernos. Com 
esses meios, os nazistas ocuparam rapidamente a Bélgica, a Holanda, a Noruega, a 
Dinamarca e parte da França. Em 1940, a Itália entrou na guerra, consolidando o já existente 
Eixo Roma-Berlim. Algum tempo depois o Japão aliar-se-ia a esse bloco. 
 Na primavera de 1940, em apenas seis semanas, os alemães havia dominado quase 
toda a França, tendo o governo francês abandonado Paris e se instalado em Vichy, no sul da 
França. 
 Com o rápido avanço das tropas alemãs por terra, os exércitos ingleses e franceses 
ficaram concentrados na praia de Dunquerque, no norte da França. Mas conseguiram se retirar 
para a Inglaterra em navios, barcos pesqueiros e até embarcações particulares que a marinha 
inglesa, com a ajuda dos Aliados, mobilizou para esse fim. O episódio ficou conhecido como 
Retirada de Dunquerque. 
 No final de 1940, a Alemanha dominava quase toda a Europa. Dentre seus adversários, 
a Inglaterra era o país que se encontrava em melhores condições de continuar a resistência. 
 Em agosto daquele mesmo ano, o governo alemão começou os ataques aéreos em 
massa contra a Inglaterra. 
A aviação inglesa, com o auxílio de radares, conseguiu resistir, causando enormes perdas à 
aviação alemã e levando Hitler a abandonar a ideia de invadir o território inglês. 
 Derrotado na Inglaterra, Hitler voltou-se para seu grande projeto: conquistar a União 
Soviética. Ele acreditava que com essa conquista a Alemanha se transformaria num império 
invencível. 
 Antes, porém, de atacar a União Soviética, Hitler colaborou com Mussolini na invasão 
da Grécia. Os alemães derrotaram os gregos e os iugoslavos. 
 Para a guerra contra a União Soviética, o governo nazista preparou um força com cerca 
de 4 milhões de homens, 3.300 tanques e 5.000 aviões. 
A GUERRA NO MUNDO 
 Em 1941, a guerra europeia se transformou em guerra mundial: a invasão da União 
Soviética pela Alemanha e o ataque japonês, em dezembro, à base norte-americana de Pearl 
Harbor, no Havaí, envolveram outros países no conflito. 
 A agressão japonesa a Pearl Harbor levou os Estados Unidos a entrarem efetivamente 
na guerra. Até então, o país colaborava indiretamente com os Aliados. 
 Após esse ataque, o Japão realizou diversas conquistas: na China e na Indochina, nas 
Filipinas e na Indonésia, passando a ameaçar, inclusive, a Austrália. As conquistas japonesas 
indicavam o desejo de tornar o Pacífico um oceano japonês. 
 A Alemanha, aliada do Japão, declarou guerra aos Estados Unidos. Naquele momento, 
porém, o objetivo mais importante para Hitler era a conquista do leste da Europa, região 
importante para a expansão alemã. A guerra contra a União Soviética era representada como 
uma luta contra o comunismo. Hitler declarou que as cidades de Moscou e Leningrado, 
juntamente com sua população, deveriam ser destruídas; dessa forma, segundo o ditador, não 
haveria necessidade de alimentá-las. 
 As instruções às tropas Alemãs que chegavam ao território soviético eram as seguintes: 
"Utilizar meios ilimitados, quaisquer que snclusive contra mulheres e crianças. Nenhum alemão 
que participe das operações deve ter responsabilidade pelos atos de violência nem ser 
submetido a nenhuma medida disciplinar." 
A INVASÃO DA UNIÃO SOVIÉTICA 
 No dia 22 de junho de 1941, 150 divisões do exército nazista iniciaram a invasão da 
União Soviética. Estava rompido o pacto de não agressão entre os dois países, assinado em 
1939 por Hitler e Stalin. 
 As tropas nazistas invadiram a União Soviética organizadas em três frentes: um 
exército marchou em direção ao norte, para cercar Leningrado; outro, em direção ao centro, 
com o objetivo de conquistar Moscou; e um terceiro rumou em direção ao sul, com objetivo de 
apoderar-se dos campos de trigo da Ucrânia. 
 Atacado de surpresa, o exército soviético não conseguiu impedir o avanço das tropas 
nazistas, que, em menos de um mês, já havia percorrido 750 quilômetros em direção ao interior 
do país e se aproximavam cada vez mais da capital, Moscou. 
 O governante soviético Josef Stalin fez um pronunciamento convocando os soviéticos à 
luta. 
 O inimigo é cruel e implacável. Pretende tomar nossas terras regadas com o suor dos 
nossos rostos; tomar nosso cereal, nosso petróleo, obtidos com o trabalho de nossas mãos. 
Pretende restaurar o domínio dos latifundiários, restaurar o czarismo (...), germanizar os povos 
da União Soviética e torná-los escravos de príncipes e barões alemães (...). Por isso, o povo 
deve abandonar toda a benevolência (...), não pode haver clemência para o inimigo (...). E 
(principalmente)em caso de retirada forçada (...), todo o material rodante tem que ser 
evacuado. Ao inimigo não se deve deixar um único motor, um único quilo de cereal ou galão de 
combustível (...). Todos os artigos de valor, inclusive metais, cereais, combustível, que não 
puderem ser retirados, devem ser destruídos. Nas áreas ocupadas pelo inimigo devem 
organizar-se guerrilhas, montadas e a pé; devem formar-se grupos de sabotagem para 
combater o inimigo".

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