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Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes CARDIOPATIA REUMA TICA Febre reumática: É uma doença aguda, infecciosa, por infeccção da orofaringe pelo streptococcus B hemolítico grupo A ( streptococcus pyogenes). Desperta reação imunológica que compromete algumas estruturas do corpo. MECANISMO: I) Reação cruzada aos antígenos teciduais Algumas estruturas do strepto são semelhantes a nós, e que por reação cruzada pode nos afetar. II) Reação auto-imune aos antígenos teciduais O strepto libera streptolisina ,o humano produz o anticorpo antistreptolisina O ( ASLO ) para neutralizá-lo. No entanto o ASLO além de neutralizar essa enzima, enxerga estruturas do nosso organismo como prejudicial, caracterizando uma doença autoimune. ** obs.: não é a bactéria que determina os sintomas da doença. QUADRO CLÍNICO DA FEBRE REUMÁTICA O diagnóstico é difícil porque a sintomatologia clinica é comum às demais doenças. Para diagnóstico é necessário sintomas mais específicos. Existe uma lista de sinais maiores ou critérios primários. O anticorpo agride principalmente elementos do colágeno, presente em abundância no organismo humano. Critérios Primários (maiores): 1) Poliartrite migratória Dor articular de um lado, que passa para o outro, e migra por todo o corpo. 2) Cardite 3) Nódulos subcutâneos Nódulo reumatoide, por degeneração de colágeno. 4) Eritema marginatum Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes Eritema na periferia das mãos e pés, caracteriza lesão de endotélio de vasos 5) Coréia de Sydenham Estímulo p contração involuntária por liberação do SNC Todos eles individuais não caracterizam a febre reumática. Critérios Secundários (menores): são características menos específicas 1) Febre 2) Artralgia Dores em articulações variáveis. 3) Doença reumática prévia O paciente possui mais chances de desenvolver, mas não obrigatoriamente. Para diagnóstico de febre reumática se utiliza os CRITÉRIOS DE JONES: Primeiramente por evidências de infecção estreptococcus grupo A, por cultura de bactéria, ou por dosagem de anticorpos ASLO. A partir disso se analisa a sintomatologia: I) pelo menos 2 manifestações primárias ou II) 1 primária e 2 secundárias Quando há agressão em articulações como na artrite, ou até na miocardite, há resolução com micro cicatrizes, sem repercussão clínica. No entanto quando essa lesão é valvar, acontece a cronificação , resultando em sequelas e consequente repercussão clínica. Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes As valvas são constituídas por tecido colágeno semitransparente avascular. Na primeira lesão o que acontece é o aparecimento de vasos, que permite o contato do conteúdo do sangue constantemente com a válvula ( principalmente com os anticorpos que vão danificá-las). CARDIOPATIA REUMÁTICA: É em forma de fibrose deformante valvular. A valva mitral é a mais acometida. Incidência: 1940 com 20,6 mortes/100.000 1982 com 2,2 mortes/100.00 15 a 20 milhões de casos/ano ( naquela época ) Etiopatogenia: Reação imune pós-infecciosa. 1) Reação cruzada Produção de um anticorpo que por reação cruzada interage com demais estruturas. 2) Auto-imune A válvula sofre uma modificação qualquer, e ela que desperta interesse do anticorpo. ( são praticamente sinônimos visto que a causa da doença é imunológica ) Evidências para que se confirme essa doença autoimune: -Febre reumática 2-3 semanas após infecção ( período de produção de anticorpos) As lesões da febre reumática e cardiopatia reumática são estéreis, não há presença de bactéria. Para identificar se a faringite evoluiu para febre reumática, se observa o ASLO por um período de tempo, se observado aumento progressivo no ASLO, o diagnóstico pode ser realizado. Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes ** Predisposição: 3% Não somente a bactéria pode despertar o sistema imunológico. Parte da população tem predisposição à alterações imunológicas , que pode ser observada em casos de febre reumática não precedidos por infecção. REAÇÃO IMUNOLÓGICA: - Glicoproteína/hialuronidase capsular da bactéria igual aos humanos nas válvulas cardíacas. Quando afetadas, cicatrizam perdendo sua elasticidade. - Membrana plasmática do antígeno ,o anticorpo ataca o Sarcolema do músculo cardíaco. - Proteína M da membrana do estrepto , anticorpo agride a Miosina do músculo cardíaco. Mecanismo imunológico: Linfócitos T - ativados por antigenos do estrepto , atuam no combate direto- celular. Linfócitos B – também são ativados pelos antígenos, no entanto produzem anticorpos que atacam estruturas : -Válvulas: principal local afetado, formam áreas de calcificação e vegetações, fibroses que se projetam da fina válvula. Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes -Miocárdio: a agressão é através dos corpúsculos de Aschoff. Corpúsculos de ASCHOFF=É um processo inflamatório do miocárdio que indica febre reumática em atividade, possui plasmócito, linfócito e macrófago. Indicam febre reumática em atividade, pois a lesão está em andamento, ou já houve a lesão crônica e está na fase agudizada. É necessário o tratamento. “ aspecto chama de vela “ -Pericárdio: Pericardite Qualquer doença de caráter autoimune também pode afetar o pericárdio. * Os dois mecanismos podem atacar a fibra muscular ou fibras colágenas da valva. Pericardite pão com manteiga: exsudato fibrinoso que adere os dois fohetos, fácil de desfazer. Características macroscópicas: D deposição do material granuloso e pastoso no pericárdio e até focos hemorrágicos . MORFOLOGIA: Febre reumática aguda: - Corpúsculo de Aschoff : tem linfócito, macrófago e plasmócito. O macrófago é chamado de células de Anitschkow- Pode ter aspecto granulomatoso, multinucleado. Núcleo alongado , e com estrias “célula em lagarta” . Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes Fases do nódulo de Ashoff: 1) Foco perivascular de colágeno edemaciado eosinófilo, circundado de linfócitos, plasmócitos e macrófagos (célula de Anitshkow). 2) Aspecto granulomatoso com material fibrinóide central, halo de células inflamatórias e algumas multinucleadas (célula gigante de Ashoff). Não muito comum 3)Substituição por nódulo cicatricial – resolução . Áreas de cicatrização são pequenos e difusos, não há repercussão clinica. ** Pode acometer o pericárdio, miocárdio ou endocárdio. Acometer os 3 folheto: pancardite - Lesões sub-endocárdicas: Placas de Mac Callum Pode ser agressivo ou leve. fase inicial aguda Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes Cardiopatia reumática crônica: Fibrose, retração e calcificação. Altera o diâmetro da valva, e função hemodinâmica. - Mitral isolada: 65 – 70% -Mitral/aorta : 25% Retração da válvula: estenose valvar, diâmetro diminuído. dificuldade na abertura Estenose mitral: dificuldade na abertura Estenose aórtica: ventrículo esquerdo reage hipertrofiando Colágeno reage frente a pressão continua da estenose: colágeno rompe as fibras, e aumenta seu calibre : insuficiência valar, dificuldade de fechamento. Leticia Franco Nano da Veiga – Medicina Unimes Dupla lesão: momento em que há estenose e inicio da insuficiência . Aspecto “ boca de peixe “. EVOLUÇÃO CLÍNICA: FR aguda – mais comum entre 5 a 15 anos-Cardite aguda: 50 a 75% em crianças, 35% em adultos -Miocardite: pode alterar a fibrilação atrial, e como consequência a tromboembolia. Por refluxo no átrio o sangue se acumula e há dilatação cardíaca .A válvula pode dilatar junto- insuficiência mitral. - insuficiência cardíaca – morte na fase aguda 1% dos adultos A lesão é acumulativa a cada surto. A profilaxia é importante, para que não haja o segundo surto. Complicação: além das já citadas, a endocardite infecciosa, em que a própria bactéria está na valva.
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