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Suplementação Malafaia

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10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 1/23
Livestock Research for Rural Development 15 (12) 2003 Citation of this paper
Suplementação protéico-energética para bovinos criados em
pastagens: Aspectos teóricos e principais resultados publicados no
Brasil
Pedro Malafaia, Luciano da Silva Cabral*, Ricardo Augusto Mendonça Vieira**,
Rogério Magnoli Costa*** e Carlos Augusto Brandão de Carvalho****
UFRRJ, Inst. Zootecnia, DNAP, Seropédica, RJ, 23851-970. malafaia1@ig.com.br
*UFMT, DZER, FAMEV, Av. Fernando Corrêa da Costa, s/n, Coxipó, Cuiabá, MT, 78060-900.
cabralls@cpd.ufmt.br
**UENF, CCTA, LZNA, Av. Alberto Lamego, 2000, Campos dos Goytacases, RJ, 28013-600.
***Êxito Rural, Av. Conde Francisco Matarazzo, s/n, Araçatuba, SP, 16010-570.
exitorural@exitorural.com.br
****UFRRJ, PPCS, Seropédica, RJ, 23851-970.
Resumo
No Brasil, desde a década de 40, publicações em periódicos científicos vem descrevendo que as pastagens são a fonte de alimento
mais econômica para a alimentação dos bovinos. Durante a época chuvosa, verifica-se um crescimento contínuo dos animais
criados nos pastos tropicais e, na estiagem, com a acentuada redução da produção e do valor nutritivo das pastagens, os animais
perdem peso. Durante a estação seca, o rebanho bovino alimenta-se das sobras de forragens oriundas das estações da primavera e
verão, caracterizadas por elevados teores de fibra indigerível e quantidade de PB inferior ao nível crítico de 60 a 70 g kg-1 de MS;
nessa situação, a ingestão de forragem é reduzida pela deficiência de nitrogênio (N).
Quando a disponibilidade do pasto for limitante, o que pode ocorrer durante períodos de seca prolongada, ou quando se pratica um
super pastejo por animais em crescimento, alguma forma de suplementação energética torna-se necessária, pois nestas condições,
apenas a suplementação protéica pode não ser adequada. As vantagens do uso da uréia são a disponibilidade mercadológica, a
concentração e o baixo custo unitário do N, além de ser fonte de N-NH3 para os microrganismos fibrolíticos ruminais. Um aspecto
pouco abordado, nas pesquisas sobre suplementação de bovinos no Brasil, é a sua viabilidade econômica durante o período
chuvoso. Verifica-se que animais consumindo suplementos contendo elevados níveis de NaCl (150 - 300 g kg-1), ingerem nutrientes
essenciais sob forma mais constante para atender ao crescimento microbiano ruminal, aumentam a freqüência de ida ao bebedouro
e bebem mais água do que os animais não suplementados. Embora muita ênfase seja dada aos impactos benéficos da
suplementação sobre o ganho de peso ou sobre os parâmetros reprodutivos do rebanho, pouca ou nenhuma atenção tem sido
dada à possibilidade da redução na suplementação fosfórica e também de outros minerais.
Finalmente, deve-se ter em mente que o ganho de peso de animais recebendo suplementos protéico-energéticos sempre atenderá à
lei de Mitscherlich; isto é, respostas não lineares com ganhos decrescentes à medida que se aumenta o consumo de suplemento.
Termos de indexação: Bovinos, pastagens tropicais, suplementação
Protein-energy supplementation for cattle raised on tropical
pastures: Theoretical aspects and main results published in Brazil
Abstract
Since 1940, the papers published in scientific journals reported that grazing is the most economic way to feed cattle in Brazil. During
the wet season continuous growth of animals is observed, but in the dry season there is almost no weight gain or the weight gain
obtained in the wet season is lost. During the dry season the high indigestible fibre content of tropical pastures and the very low
crude protein intake are the main factors for the weight loss. When forage availability is too low, an energetic supplement must be
given, because protein supplements alone do not overcome the energetic demands. Urea is a nitrogen feedstuff of the lowest cost
available in Brazil and is source of N-NH3 for rumen fibrolytic microorganisms which use ammonia for growth.
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 2/23
The economic aspects of supplementation during the wet season have so far not been investigated in Brazil. When cattle receive
supplements containing large amounts of NaCl (150 - 300 g kg-1), the animals exhibit a constant pattern of nutrient intake from the
supplement, go frequently to the trough and consume more water than non-supplemented animals. Although much research has
been done, and positive effects for animal growth and improvement of herd reproductive parameters were confirmed, there has
been no investigation on the reduction of phosphorus supplementation when cattle are fed with protein-energetic supplements.
Finally, farmers and extension workers should know that the response of animals to protein-energetic supplementation is
established by Mitscherlich's law; e.g. non-linear growth and decreasing performance as supplement intake increases.
Key words: Cattle, supplementation, tropical pastures
Introdução
No Brasil, as pastagens são consideradas a fonte de alimento mais econômica para a alimentação dos bovinos
(Kok et al 1943). Durante a época chuvosa, observa-se um crescimento contínuo dos animais criados em
pastagens tropicais. No entanto, na época da estiagem ocorre acentuada redução da produção e do valor nutritivo
das pastagens, o que acarreta perda de peso nos animais. No Brasil, essas relações têm sido, há tempos,
conhecidas, descritas e quantificadas (Kok et al 1941 1943; Quinn et al 1966; Bisschoff et al 1967).
A alimentação é o componente mais importante dentre os fatores ambientais que afetam o desempenho dos animais
e, em nossas condições, é amplamente estruturada no uso de pastagens implantadas em solos de baixa fertilidade e
sujeitas aos efeitos da sazonalidade. Estas pastagens geralmente são manejadas de forma inadequada e sem o uso
de fertilizantes, o que resulta na baixa qualidade, na menor produção e na sua progressiva degradação. A baixa
produtividade e qualidade das pastagens implicam em pequena capacidade de suporte (0,3 - 0,6 UA ha-1), elevada
idade ao primeiro parto (40 - 48 meses) e ao abate (40 - 48 meses) e menor peso à desmama (140 até 150 kg).
A conservação do excesso de forragem produzida durante o período chuvoso, sob a forma de feno ou silagem,
embora viável tecnicamente, pode ser dificultada devido à falta de recursos e problemas operacionais na fazenda. A
vedação ou o diferimento (reserva de pasto), ou mesmo uma pressão de pastejo moderada durante a estação das
águas, são opções para amenizar a redução da produção de forragem durante os meses de seca. Porém, este
manejo leva ao acúmulo de caules e de tecidos mortos ou senescentes, bem como no decréscimo na qualidade das
folhas remanescentes que possuirão mais lignina e fibra indigerível e menos proteína bruta. A interação desses
fatores propicia a redução do consumo e do aproveitamento do pasto, causando a manutenção ou a perda de peso
dos animais durante a época seca. Para amenizar os efeitos das restrições quantitativas e qualitativas das pastagens
durante o período seco, faz-se necessária a utilização de diferentes estratégias de suplementação protéico-
energética.
Nesta revisão, foram disponibilizados, em ordem cronológica da condução do experimento, alguns resultados
publicados no Brasil relativos à suplementação protéico-energética de bovinos criados exclusivamente a pasto.
Desses dados, calculou-se a unidade de ganho em peso por unidade de suplemento consumido ("conversão") e fez-
se uma breve recensão destas pesquisas. Também foram divulgados resultados sobre o comportamento animal e
algumas variáveis ruminais de bovinos consumindo suplementos com elevados níveis de cloreto de sódio (NaCl).Terminologias utilizadas
Em função da crescente utilização de diferentes esquemas de suplementação de bovinos criados em pastagens, faz-
se necessário conceituar as terminologias rotineiramente utilizadas:
- SUPLEMENTO: aquilo que se dá a mais; aquilo que serve para suprir a deficiência de...; parte que se adiciona a
um todo visando aperfeiçoá-lo. Da interpretação deste conceito, suplementa-se a dieta (o pasto) e não os animais.
- COMPLEMENTO: parte que se junta à outra; o que falta para ficar completo. Neste caso, ao suplementar a
dieta (o pasto), complementa-se a alimentação dos animais.
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 3/23
- SUPLEMENTO PROTÉICO: mistura de uréia e/ou alimento(s) protéico(s) acrescida de NaCl e sal mineral.
- SUPLEMENTO ENERGÉTICO: referente à mistura NaCl acrescida de sal mineral e alimento(s) energético(s).
- MISTURA MÚLTIPLA ou SUPLEMENTO MÚLTIPLO: refere-se à mistura uréia acrescida de NaCl, de sal
mineral, de alimento(s) energético(s) e de alimento(s) protéico(s). Nada mais é do que a associação "suplemento
protéico + suplemento energético". Trata-se, também, de uma ração concentrada contendo um regulador do
consumo voluntário.
Suplementação com alimentos protéicos e/ou protéico-energéticos
O teor de proteína bruta do pasto (PB) é um dos fatores que mais limitam o crescimento dos animais mantidos em
pastagens tropicais. Segundo Milford e Minson (1966), sempre que o teor de PB for inferior a 60 ou 70 g kg-1 de
MS, a ingestão de forragem será reduzida pela deficiência de nitrogênio (N).
É fato conhecido que, durante a estação seca, o rebanho bovino alimenta-se das sobras de forragens oriundas das
estações da primavera e verão, caracterizadas por um elevado teor de fibra indigerível e teores de PB inferiores ao
nível crítico. O fornecimento adicional de N para animais consumindo forragens de baixa qualidade favorece o
crescimento das bactérias fibrolíticas, aumenta a taxa de digestão e a síntese de proteína microbiana e, desse modo,
permite incrementar o consumo voluntário da forragem e melhorar o balanço energético do animal em pastejo. De
acordo com Russell et al (1992), se fornecido uma fonte de proteina degradável no rúmen (PDR) ou uma fonte de
nitrogênio não protéico (NNP) que atenda às necessidades das bactérias fibrolíticas nas situações onde há limitação
de N, a atividade dessa população aumenta significativamente, pois essa microbiota requer como principal fonte de
nitrogênio o íon amônio (N-NH3), liberado a partir da degradação ruminal da PDR e do NNP.
O aumento no consumo do pasto, em conseqüência da suplementação, proporciona um acréscimo no consumo de
energia pelo animal. O incremento no desempenho animal em função da suplementação protéica pode não ser
devido apenas ao maior consumo de forragem, mas devido à mudanças na digestibilidade ou na eficiência de
utilização dos nutrientes.
A intensidade da resposta de um suplemento protéico dependerá da qualidade e da disponibilidade da pastagem.
Os suplementos protéicos promovem o aumento do consumo de forragem, devido ao fornecimento de N-NH3 para
os microrganismos ruminais.
A medida que o desempenho animal aumenta, maiores serão as exigências em nutrientes. Sendo assim, a microbiota
ruminal, mesmo em atividade máxima, não consegue suprir as necessidades protéicas do animal de alta produção. A
proteína microbiana pode permitir ganhos de 200 a 600 g d-1 em animais jovens e, fontes de proteína não
degradável no rúmen (PNDR) são requeridas para se obter ganhos superiores. Na Tabela 1, são disponibilizadas as
informações sobre experimentos realizados com suplementação protéica ou protéica e energética durante as
distintas estações do ano. Nestes estudos, os suplementos não continham uréia.
Tabela 1. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementação protéica e/ou protéico-energética no Brasil 
Pasto e
data do
expto.
PB (g kg-1)
e
MS (kg ha-1)
Animais e
peso inicial
 
Tratamentos experimentais1
 
Consumo
 
Ganho
de peso
(kg)
Ganho /
Consumo
(g/g)
Autor (es)
e
referência
 
Comentários
adicionais
 
Estação seca – suplementação protéica 
PM
07/1940
(40 dias)
ND
 
ND
Garrotes em
terminação
Controle
FA
ND
1 kg
ND
14 kg a
mais
--
0,35
 
Kok E A 
1941
 
Provavelmente,
trata-se da primeira
publicação em
periódico contendo
informação sobre
suplementação de
bovinos criados em
pastagens no
Brasil.
 
PN
 
1967 à
1970
ND
 
ND
92 vacas
Charolesas
Controle (pasto nativo + 1CS + 3FO )
 
5CS+15FO+80TL
ND
 
ND
ND
 ND
--
 
--
Santiago e
Hoffmann
1974
A suplementação
protéica aumentou
a taxa de fertilidade
das vacas com cria
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 4/23
ao pé. Nas vacas
sem cria, a
suplementação não
propiciou
resultados
positivos.
 
GE
15/6 à
31/10/78
46
 
ND
70 vacas zebu
primíparas
Controle (pasto + SM)
 
FA
ND
 
0,513 kg
ND
 ND
--
 
--
Pacola et al
1983
 
Os autores
consideraram que a
disponibilidade de
pasto não foi
suficiente para os
animais.e, por isso,
a suplementação
protéica não
melhorou a taxa de
fertilidade das
vacas.
 
BD
23/4 à
6/11/80
ND
 
ND
32 novilhas
5/8 c/ 164 kg
Controle (pasto + SM)
FS
FS
nd
0,25 kg
0,50 kg
0,102b
0,120b
0,232a
--
0,48
0,46
Valvasori et
al 1986
 
A utilização do
farelo de soja (0,5
kg/cab/dia) foi
efetiva em
melhorar o
desempenho dos
animais na seca.
 
PM
20/8 à
11/12/90
ND
 
ND
Novilhas
mestiças c/
173 kg
1SM+1C+25FS+73MDPS
1SM+1C+5FCO+30FA+24M+39MDPS
2,3 kg
 2,3 kg
0,485a
0,500a
0,21
 0,22
Paulino M
F 1991
O desempenho dos
animais não foi
alterado devido ao
consumo de
diferentes fontes
protéicas.
 
 
Jun. -
Set.82,
83 e 84
47-66
ND
84 bezerras
Canchim c/
159 kg
Controle (pasto + SM)
FS
ND
0,70 kg
ND
ND
--
--
Manzano
et al 1993 
A idade com que as
novilhas atingiram
o peso de 300 kg
foi sensivelmente
menor
(aproximadamente
100 dias) do que a
observada no
grupo controle.
 
Estação chuvosa – suplementação protéica 
J
Out. 96
à
Abril 97
85
 
ND
51 vacas
Nelore recém
paridas
Controle (pasto + SM)
60FS + 40 FA
60FS + 40 FA
ND
1 kg
2 kg
0,353b
0,532ab
0,618ab
--
0,53
0,31
Ruas et al 
2000
 
A suplementação
protéica resultou
em maior ganho de
peso e em melhor
escore de condição
corporal das vacas.
Não houve redução
na ingestão do
pasto devido à
suplementação.
 
Estação seca – suplementação protéico-energética 
PM
12/8 à
2/12/65
ND
 
ND
36 machos
Nelore c/
245 kg
Controle (pasto + SM)
FA
0,5FA+2MEL
ND
0,5 kg
2,5 kg
0,828
0,820
0,750
--
1,64
0,30
Mattos et al
1967
 
A suplementação,
com fontes de
proteína ou 
proteína+energia,
não surtiu nenhum
benefício na
melhoria do
desempenho dos
animais durante a
transição seca-
água.
 
PM
Jun. à
Out.74
102
 
ND
36 novilhas
Zebu c/
 200 kg
Controle (pasto + SM)
RM
FA
0,5FA+0,75RM
ND
1,5 kg
1,0 kg
1,25 kg
0,266
0,376
0,376
0,434
--
0,25
0,37
0,35
 
Biondi et al 
1985
 
A suplementação
protéica/energética
durante a épocaseca não foi capaz
de antecipar a
idade ao primeiro
 
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 5/23
parto das novilhas.
BD
10/5 à
27/9
49
 
ND
24 novilhas
leiteiras c/
135 kg
Controle (pasto + SM)
72 MDPS+26FS+2SM
ND
2 kg
0,20b
0,60a
--
0,30
 
Guaragna et
al 1986
 
A suplementação
permitiu obter
ganhos de peso
próximos aos
recomendados para
novilhas leiteiras.
 
Estação chuvosa – suplementação protéico-energética
BD
Época
chuvosa
ND
 
ND
novilhos 
nestiços c/
265 kg
Controle (pasto + SM )
57,7M + 42,3 GM
40,5M + 59,5 FS
0,103 kg
0,5 kg
0,5 kg
0,73
0,91
0,89
--
1,8
1,7
Zervoudakis
et al 1999
 
A suplementação
aumentou o
desempenho dos
animais durante a
estação chuvosa.
BD
 
11/1 à
3/5/99
ND
 
2600
48 novilhos
Guzerá c/
238 kg
Controle (pasto + SM )
M
PDR (p/ fornecer 390 g/d)
PNDR (p/ fornecer 390 g/d)
ND
0,5%PV
0,5%PV
0,5%PV
0,50c
0,62bc
0,73ab
0,76ab
--
--
--
--
Marcondes
et al 2001
A suplementação
com alimentos
protéicos
promoveu os
maiores ganhos de
peso. Não houve
diferença entre
PDR e PNDR.
BD
9/12/99
27/4/00
49
 
ND
64 bezerras
mestiças c/
269 kg
Controle (pasto + SM)
 
70FA+30SM (25% PB)
0,085 kg
 
0,36 kg
0,41b
 
0,48a
--
 
1,33
Cavaguti et
al 2002
A adição do farelo
de algodão, que é
fonte de PNDR,
resultou em
melhor
desempenho (17%
de acréscimo).
 
BB
Jan. –
Abr.95
67
 
1974
30 novilhos
mestiços
Controle (pasto + SM)
Suplemento protéico-mineral comercial
com 41%PB
ND
 
ND
0,725b
 
1,064a
--
 
--
Alcade et al
2002
A adição da fonte
protéica, embora
não descrita,
aumentou o ganho
de peso em 339
g/d.
 
CC
11/ 01 à
15/2/02
 
ND
 
ND
 
 
36 novilhos
F1 c/ 345 kg
Controle (pasto + SM)
Aveia preta
Casca de soja
Aveia preta (0,3%) +Casca de soja
(0,3%)
0,050 kg
0,6% PV
0,6% PV
0,6% PV
0,796a
0,929a
0,932a
0,926a
--
--
--
--
 
Prohmann et
al 2002
Embora não
observada
diferença
estatística entre os
tratamentos, a
suplementação
aumentou o ganho
de peso em cerca
de 130 g/d.
 
BD
Época
das
águas
ND
 
ND
28 bezerras
St. Gertrudis
c/ 167 kg
Controle (pasto + SM )
 
20M+45PC+13FS+4SM+18CS
0,081 kg
 
1,02 kg
0,498a
 
0,588a
--
 
0,57
Filho et al
2002
 
A suplementação
aumentou o ganho
de peso durante a
época das águas
em cerca de 90 g/d.
 
Estação seca e chuvosa – suplementação protéica
 
PM
10/8/78
à
30/4/79
70
 
2000 à 3000
machos HPB-
Z, n/
castrados, c/
225 kg
Controle (pasto + SM)
FS (agosto – outubro)
FS (outubro – abril)
ND
0,5 kg
0,5 kg
0,323a
0,427a
0,418a
--
0,85
0,84
 
Alleoni et al 
1980
Não houve
diferenças entre os
tratamentos
devido ao efeito
da consorciação
com leguminosas.
 
Estação seca e chuvosa – suplementação protéico-energética 
PM
 
13/4/62
à
18/4/63
 
ND
 
ND
10 bezerros
Nelore c/
6 - 7 meses,
inteiros e sem
implante de
DES
Controle (pasto + SM)
2005g M+ 240g FAM
1769g M+ 480g FAM
 
ND
 
 
2,24 kg
 
 
2,25 kg
184,4
kg ano-1
 
233,9
kg ano-1
 
--
 
 
0,34
 
 
0,33
 
Quinn et
al 1966
Os autores
investigaram os
efeitos da
suplementação
com ou sem
“creep feeding”;
nas águas x nas
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 6/23
232,0
kg ano-1
secas; com alta
proteína x com
baixa. Já em 1962,
concluíram que o
suplemento com
alta PB era melhor
para o pasto seco.
 
1 BD: Brachiaria decumbens; C: calcário calcítico; CC: Coast cross; CS: cloreto de sódio; FA: farelo de algodão; FAM: farelo de
amendoim; FCO: farinha de carne e ossos; FS: farelo de soja; FO: farinha de ossos; GE: grama estrela; GM: glútem de milho; HPB-Z:
mestiço holandês/zebu; J: capim jaraguá; M: fubá de milho; MDPS: milho desintegrado com palha e sabugo; MEL: melaço em pó; ND:
não descrito; PC: polpa de citros; PDR: proteína degradável no rúmen; PNDR: proteína não degradável no rúmen; PM: Panicum
maximum; PN: pastagem nativa; %PV: porcentagem do peso vivo; RM: rolão de milho; SM: suplemento mineral comercial; TL: Torta de
linhaça
 
Suplementação com alimentos energéticos
Quando a disponibilidade de energia da pastagem for muito baixa em relação às exigências dos animais, alguma
forma de suplementação energética torna-se necessária. Isso geralmente ocorre durante períodos de seca
prolongada ou quando se pratica um super pastejo por animais em crescimento (Canton e Dhuyvetter 1997). O
consumo de forrageiras com elevados teores de N solúvel é outra situação que favorece a utilização de suplementos
energéticos. Nestas condições, apenas a suplementação protéica pode não ser adequada para auxiliar o balanço
energético a partir do seu efeito benéfico sobre o consumo e a digestibilidade da forragem. Dessa forma, em
situações de baixa disponibilidade de forragem, a suplementação energética obviamente resultará em maior resposta
animal.
No caso de gramíneas tropicais, a produção da proteína microbiana é limitada também pelo suprimento de
substratos prontamente fermentescíveis. Em animais pós-desmamados, o desempenho é melhorado com o consumo
de pequenas quantidades de alimentos energéticos, devido ao aumento da quantidade de proteína microbiana, que
flui para o intestino delgado. A suplementação energética pode não afetar ou reduzir o consumo e a digestibilidade
da forragem, dependendo da quantidade de suplemento consumido e da oferta de pasto (Canton e Dhuyvetter
1997). Geralmente, quando a quantidade de suplemento energético consumido é inferior a 2 g kg-1 de peso vivo, o
consumo de forragem não é afetado.
O consumo de energia e proteína deve ser adequado para otimizar a fermentação ruminal e a produção de proteína
microbiana. Um excessivo consumo de proteína, sem adequação energética, pode proporcionar significativa perda
de nitrogênio pela urina (Russell et al 1992).
O efeito da suplementação energética sobre a digestibilidade pode ser dependente do nível de proteína do pasto.
Em situações em que a PB é limitante, a suplementação energética apenas, pode agravar a deficiência de PB e
resultar na redução do consumo e da digestibilidade do pasto e, conseqüentemente, na do desempenho dos
animais.
Em pastagens de baixo valor nutritivo, a proteína torna-se o "primeiro" fator limitante e deve ser inicialmente
suplementada. Sendo assim, a prática de fornecer suplementos protéicos ou energéticos para animais em pastejo
dependerá da disponibilidade e da qualidade do pasto. Quando o valor nutritivo da forragem é baixo, a
suplementação protéica tende a aumentar o consumo e a digestibilidade da forragem e incrementar a produção
animal. Ao contrário, quando a disponibilidade de forragem é limitada, a suplementação energética tende a ser
benéfica.
Após o atendimento da exigência em proteína, a adição deste nutriente torna-se menos eficiente do que a adição da
energia (Haddad e Castro 1998). Na Tabela 2, são disponibilizadas as informações relativas aos experimentos
realizados com suplementação energética, durante as épocas de seca e de chuvas.
Tabela 2. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementação energética no BrasilPasto e
Data do
expto.
PB (g kg-
1)
e
MS (kg
ha-1)
 
Animais
Peso
inicial
 
Tratamentos
experimentais1
 
Consumo
 
Ganho
de Peso
(kg d-1)
 
Ganho /
Consumo
(g g-1)
 
Autor (es)
 
Comentários adicionais
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 7/23
 Estação seca – suplementação energética
PM
14/7 à
3/11/60
50 – 60
 
ND
72 novilhos
Nelore c/
365 kg
Controle (pasto + SM )
1,296MEL
 
ND
1,296 kg
 
- 0,067
0,171
 
--
0,13
 
Mott et al 1967 A suplementação aumentou o
ganho de peso durante a época
da seca.
PM
17/7 à
9/10/73
71,6
 
ND
10 novilhas
Gir e 10
Sindi
Controle (pasto + SM)
Suplemento a base de
espiga de milho moída
integralmente
ND
 
1,5 kg
0,127b
 
0,268a
--
 
0,18
Benitendi et al
1974
A suplementação praticamente
dobrou o ganho de peso das
novilhas.
T + A
18/6 à
19/8/97
20
 
1276
40 vacas de
descarte c/
335 kg
SR
SR
SR
SR
0 %PV
0,3 %PV
0,6 %PV
0,9 %PV
1,48ª
1,44ª
1,47ª
1,51a
--
1,22
0,64
0,43
Restle et al 2000 A suplementação energética
não proporcionou aumentos
significativos no ganho de
peso; porém, melhorou o
escore da condição corporal.
PN
11/8 à
15/11/00
ND
1000 -
2000
42 bezerros
mestiços c/
160 kg
Controle (pasto + SM)
SR
SR
ND
0,75%PV
1,5%PV
0,467b
0,595ª
0,559ª
--
0,35
0,17
Patiño et al 2001 Não houve diferenças entre os
níveis de sorgo ingerido.
Entretanto, os animais
suplementados ganharam mais
peso.
Estação chuvosa – suplementação energética
CG
8/11 à
27/5/75
50 – 60
 
ND
36 
novilhos
HPB-Z c/
265 kg
Controle (pasto +
SM )
M
ND
 
2,5 kg
 
0,562ª
0,636ª
--
0,25
 Villaça
et al 1976
A diferença de 74 g não
compensou os custos da
suplementação durante a
estação chuvosa.
PN
11/2 à
06/5/97
54
2454
90
novilhos
Charolês x
Nelore c/
268 kg
Controle (pasto +
SM )
M
SR
FARR
Ração comercial
ND
0,5
%PV 
0,5 %PV
0,5 %PV
0,5 %PV
0,146c
0,335b
0,292b
0,417ab
0,505a
--
0,22
0,19
0,28
0,34
 
Filho et al 2000
A suplementação energética
aumentou o ganho de peso dos
animais. O farelo de arroz foi o
que resultou no maior ganho.
1 CG: capim gordura; FARR: farelo de arroz; HPB-Z: mestiço Holandês/Zebu; M: fubá de milho; MEL: melaço em pó; ND: não
descrito; PM: Panicum maximum; PN: pastagem nativa; %PV: porcentagem do peso vivo; SM: suplemento mineral comercial; SR:
sorgo grão moído; T+A: triticale e azevém
Utilização da uréia em suplementos
No Brasil, a uréia tem sido uma importante alternativa de se elevar a porcentagem de nitrogênio em dietas com
baixas concentrações deste nutriente. Ela possui vantagens tais como a sua disponibilidade mercadológica, a
elevada concentração em N e o baixo custo unitário deste. Adicionalmente, a uréia é fonte de N-NH3 para os
microrganismos fibrolíticos e, devido à sua baixa palatabilidade, tem potencial para ser utilizada como um agente
controlador do consumo do suplemento pelo animal. Para maior eficiência, a uréia deve ser oferecida juntamente
com alimentos energéticos ricos em carboidratos não fibrosos (amido ou melaço), proteína verdadeira e enxofre.
Quando suplementos que não possuem uréia, mas que contêm os demais alimentos (milho, farelo de soja, farelo de
algodão) são comparados com aqueles que possuem maiores níveis de uréia, observa-se que os primeiros
promovem maiores ganhos de peso, possivelmente devido ao maior consumo de alimento mais palatável e
digestível. Porém, constata-se que, mesmo consumindo pouca quantidade de suplemento, os animais que
receberam tratamentos contendo apenas uréia como fonte de N, apresentaram ganho de peso pouco inferior na
época seca do ano. A resposta em ganho de peso se deve à maior atividade dos microrganismos fibrolíticos do
rúmen e do provável aumento no consumo e aproveitamento do pasto (Paulino et al 1983).
A intoxicação pelo consumo de uréia pode ser evitada quando se faz uma correta mistura dela com os outros
ingredientes protéico-energéticos, quando se utiliza um agente eficaz para controlar a ingestão voluntária do
suplemento ou quando se ajusta o consumo dela para 0,1 - 0,2 g kgPV-1 (na fase de "adaptação") e para 0,3 - 0,4
g kgPV-1 (na fase de "pós-adaptação").
Na Tabela 3, são disponibilizadas as informações sobre experimentos realizados com suplementos contendo uréia,
durante as distintas estações do ano.
Tabela 3. Principais informações extraídas de pesquisas com suplementos contendo uréia no Brasil
Pasto e
data do
PB (g kg-1)
e
Animais Consumo
 
Ganho
de peso
Ganho /
Consumo
 
Autor (es)
 
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 8/23
expto. MS (kg ha-
1)
e peso
inicial
Tratamentos experimentais1 (kg) (g/g) Comentários
adicionais
Estação seca – suplementos contendo uréia
PM
14/7 à 
3/11/60
50 – 60
 ND
72 novilhos
Nelore c/
365 kg
Controle (pasto + SM )
1,296MEL+0,081U
0,945EMM+0,069U
ND
1,377 kg
1,014 kg
- 0,067
0,205
0,241
--
0,15
0,24
Mott et al
1967
A suplementação
aumentou o ganho de
peso durante a época
da seca. A inclusão da
uréia foi benéfica para
melhorar o
desempenho.
PM
27/6 à
7/10/61
40 – 50
 ND
64 novilhos
Nelore c/
290 kg
Controle (pasto + SM )
26FA+26FAM+20M+10MEL+5U+5FO+7,9
CS (supl. A)
20FA+54RM+10MEL+3U+5FO+7,9CS
(supl B)
ND 
0,5 kg
 
0,5 kg
-0,058
0,116
0,172
--
0,23
0,34
 
 
Bisschoff et
al 1967
 
A suplementação
aumentou bastante o
ganho de peso no
inverno. Nos meses
de verão, nenhum
tipo de
suplementação
aumentou o ritmo de
ganho de peso. Já em
1961, os autores
descrevem a
possibilidade de
efeito substitutivo.
PM
7/7 à
7/10/61
(exp.4)
 
40 – 50
 ND
 
40 novilhos
Nelore c/
290 kg
Supl. A + SM ad libitum
95Supl A + 5CS
90 Supl. A + 10 CS
80 Supl. A + 20CS
60 Supl. A + 40CS
0,50 kg
0,499 kg
0,496 kg
0,492 kg
0,484 kg
-0,028
0,121
0,152
0,150
0,051
--
0,24
0,31
0,30
0,11
 
Bisschoff et
al 1967
 
Provavelmente o
primeiro experimento
que objetivou a
incorporação de NaCl
no suplemento para
promover uma auto
regulação no consumo
dos alimentos
energéticos e
protéicos (Quadro 7,
pg 432).
PM
 
Jul. 75
(112 d)
60,8
 ND
60 novilhos
azebuados c/
410 kg
Controle (pasto + SM
90MEL + 10U
ND 
2,3 kg
-0,038b
0,217a
--
 0,09
Vilela et al 
1976
A suplementação
resultou em
acréscimo
considerável no ganho
de peso dos animais
durante a seca.
BD
 
Maio à
Set. 82
63-105
 
ND
60 novilhos
mestiços c/
280 kg
Controle (pasto + SM )
Pasto + (50SM + 50U)
Pasto consorc. c/ Legumin. + SM
Pasto consorc. c/ Legumin.+ (50SM + 50U)
0,060 kg
0,055 kg
0,062 kg
0,058 kg
0,210b
0,400ª
0,390ª
0,410ª
--
--
--
--
Vilela et al
1983
 
Apenas no pasto sem
consorciação com
leguminosas a
suplementação
resultou em ganho de
peso.
PM
23/6 à
10/11/81
 
ND 
ND
56 Novilhas
aneloradas c/
244 kg
10SM+5FB+85MDPS
10SM+5FB+5U+0,15S+79,85MDPS10SM+5FB+10U+0,3S+70MDPS
10SM+5FB+15U+0,45S+69,55MDPS
1,66 kg
0,63 kg
0,49 kg
0,25 kg
0,214a
0,177b
0,193ab
0,132c
0,13
0,28
0,39
0,53
Paulino et al
1983
 
Níveis crescentes de
uréia no suplemento
resultaram em maior
eficiência de ganho
por unidade de
suplemento ingerido.
PM
5/7 à
25/9/84
ND
 ND
Novilhas
azebuadas c/
240 kg
Controle (pasto + SM )
7SM+0,15S+4U+15FA+73,85MDPS
7SM+0,15S+4U+30FARR+58,85MDPS
0,013kg
1,57 kg
1,46 kg
-0,014b
0,172a
0,099a
--
0,11
0,07
Paulino et al
1985
 
A suplementação
resultou em
acréscimo no ganho
de peso durante a
seca. Entretanto, o
suplemento contendo
farelo de arroz não
surtiu efeito em
comparação ao
suplemento contendo
farelo de algodão.
J
19/6 à
10/11/84
ND
 
ND
Novilhas
mestiças c/
197 kg
Controle (pasto + SM )
10SM+15FA+2,5U+0,1S+72,4MDPS
10SM+15FA+5U+0,2S+69,8MDPS
10SM+15FA+7,5U+0,3S+67,2MDPS
0,09 kg
2,62 kg
1,73kg
1,07 kg
-0,022d
0,362a
0,249b
0,132c
--
0,14
0,14
0,12
Paulino et al
1985
 
A suplementação
resultou em
acréscimo no ganho
de peso durante a
seca. Entretanto, não
houve melhoria na
conversão alimentar.
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 9/23
BD
 
8/6 à
14/10/98
ND
 
6454
35 novilhos
mestiços
HPB-Z c/
248 kg
Controle (pasto + SM)
65FT+15FS+10U+4CS+6SM
50FT+30FA+10U+4CS+6SM
70FT+10GM+10U+4CS+6SM
82FT+8U+4CS+6SM
0,046 kg
1,48 kg
1,49 kg
1,50 kg
1,48 kg
0,090b
0,39a
0,54a
0,50a
0,43a
--
0,26
0,36
0,33
0,29
Gomes et al
2001
 
A suplementação
resultou em
significante aumento
do ganho de peso.
Entretanto, a inclusão
de farelo de trigo
reduz o custo da
suplementação.
BD
 
Jul.Nov.
1999
ND
 
ND
64 novilhas
mestiças c/
222 kg
Controle (pasto + SM )
70SM + 30U
42SM+8U+50FS
63SM+12U+25FS
0,056 kg
0,064 kg
0,199 kg
0,141 kg
0,148b
0,177b
0,242a
0,268a
--
--
1,21
1,90
Cavaguti et
al 2002
 
A suplementação
com proteina oriunda
do farelo de soja
resultou em maior
consumo e em
maiores ganhos
durante a estação da
seca.
BB
 
6/6 à
5/10/01
62,6
 
14000
20 mestiços
HPB-Z c/
280 kg
92,9FT+3,6SO+2U+1,5SM
84,5FARR+12SO+2U+1,5SM
85,8FT+10,7CA+2U+1,5SM
66,1FARR+30,5CA+2U+1,5SM
2 kg
2 kg
2 kg
2 kg
0,589a
0,530a
0,620a
0,606a
0,29
0,26
0,31
0,30
Moraes et al
2002
 
Suplementos com
20% de PB podem
ter farelo de trigo ou
de arroz como fontes
energéticas e caroço
de algodão ou soja
grão como fontes
protéicas.
BB
 
16/6 à
7/10/01
53-62
 
 
7973
150 novilhas
Nelore c/
250 kg
27M+15FS+16SFT+10U+1,3S+30CS
34,5M+7,5FS+16SFT+12,5U+1,3S+27,5CS
42M+16SFT+15U+1,3S+25CS
0,25 kg
0,23 kg
0,22 kg
0,095
0,028
-0,009
0,38
0,12
-0,04
Lopes et al
2002
 
A substituição do
farelo de soja pela
uréia não foi
vantajosa.
BD
 
23/6 à
20/10/99
ND
 
ND
200 bezerras
aneloradas
(7-12 m)
Controle (pasto + SM)
27M+15FS+20SFT+10U+1,6S+25CS
33,4M+7,5FS+20SFT+11,1U+1,6S+25CS
39,7M+20SFT+12,3U+1,6S+25CS
0,087 kg
0,211 kg
0,205 kg
0,169 kg
-0,099
0,0
- 0,078 
- 0,063
--
--
0,38
0,37
Lopes et al 
2002
Provavelmente
devido ao baixo
consumo, não foram
observadas diferenças
no ganho de peso.
Entretanto, o
tratamento com mais
farelo de soja
manteve o ganho dos
animais.
BB + BR
Ago-Out.
1998
(56d)
ND
 
> 4500
208 bezerros
Nelores
(15 m)
Controle (pasto + SM)
45M+15FS+10U+14,4SM+15,6CS
50M+7,5FS+12,5U+14,4SM+15,6CS
55M+15U+14,4SM+15,6CS
0,081 kg
0,358 kg
0,349 kg
0,300 kg
0,175b
0,308a
0,313a
0,283a
--
0,86
0,89
0,94
 
Lopes et al
2002
A suplementação foi
eficiente para
aumentar o ganho de
peso durante a seca.
A substituição do
farelo de soja pela
uréia não afetou o
desempenho dos
animais.
BD
 
23/6 à
18/9/01
46
 
6500
20 mestiços
HPB-Z c/
329 kg
58,5M+40,3FA+1,2SM
67,5M+30,1FA+1,2U+1,2SM
76,5M+19,9FA+2,4U+1,2SM
85,5M+9,7FA+3,6U+1,2SM
4 kg
4 kg
4 kg
4 kg
0,84ª
0,78ª
0,97ª
0,72ª
0,21
0,19
0,24
0,18
Moraes et al
2002
 
Suplementos para
animais em terminação
durante a estação seca podem
conter 20% de PB e até 50%
desta pode advir da uréia.
 Estação chuvosa – suplementos contendo uréia
PM
3/11/60
à
18/5/61
80 – 110
 
ND
72 novilhos
Nelore c/
385 kg
Controle (pasto + SM )
1,296MEL
1,296MEL.+0,081U
0,945EMM+0,069U
ND
1,29 kg
1,38 kg
1,01 kg
0,673
0,723
0,705
0,643
--
0,56
0,51
0,63
 
 
Mott et al 
1967
Os autores
formularam a hipótese
que no verão há
necessidade de
aumentar o consumo
de energia. Ao
testarem tal hipótese,
verificaram resposta
positiva com a
suplementação com
melaço.
BD
Set./01
117
 
16 mestiços
HPB-Z c/
265 kg
Controle (pasto +
SM)75M+12,5U+12,5SM
75MDPS+12,5U+12,5SM
0,079kg
0,49 kg
0,52 kg
1,16ª
1,29ª
1,38ª
--
2,63
2,65
Paulino et
al 2002
Embora não tenham
sido verificadas
diferenças entre os
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 10/23
à
Jan./02
4000 75SR+12,5U+12,5SM 0,57 kg 1,16ª 2,03 tratamentos, a
suplementação
durante o período das
águas promoveu
ganhos de até 220 g/d.
BD
Dez./00
à
Fev./ 01
108
 
9220
24 mestiços
HPB-Z c/
172 kg
Controle (pasto + SM)
30M+50FS+10U+10SM
50M+30FS+10U+10SM
40FT+40FS+10U+10SM
0,055kg
0,69 kg
0,69 kg
0,66 kg
0,820a
0,950a
1,020a
0,970a
--
1,37
1,48
1,47
Zervoudakis
et al 2002
Mesmo não sendo
estatisticamente
diferentes, em relação
aos animais controles,
os ganhos de peso
dos animais
suplementados foram
16-24% superiores.
BD
Mar./01
à
Maio/01
81,3
 
11000
28 mestiços
HPB-Z c/
258 kg
Controle (pasto + SM)
70M+15CS+15SM
70M+15U+15SM
35M+35FS+15U+15SM
0,054kg
0,44 kg
0,48 kg
0,48 kg
0,385b
0,380b
0,45ab
0,538a
--
0,86
0,93
1,11
Zervoudakis
et al 2002
O fornecimento do
suplemento
energético não
resultou em melhor
desempenho. Ficou
evidente a
necessidade de NDR
para aumentar os
ganhos de peso.
BD
Jan. /01
à
Mai./01
 
61
 
4198
40 Novilhos
Guzerá c/
232kg
Controle (pasto + SM)
49,4FA+21,1U+29,6SM
56,3PC+26,2FA+7,3U+10,2SM
72,2PC+18,2FA+4,4U+5,2SM
84,32PC+7,9FA+3,32U+4,4SM
ND
0,25 kg
0,75 kg
1,25 kg
1,75 kg
0,751
0,747
0,882
0,863
0,953
--
2,98
1,17
0,69
0,54
Marin et al 
2002
A suplementação
energética melhorou o
desempenho dos
animais. Entretanto,
os consumos foram
bastante díspares,
criando um
confundimento.
BB +BR
Nov. 97
Mai./98
(168 d)
ND
 
> 3000
260 bezerros
Nelore
(15 m)
Controle (pasto + SM )
50M+5U+45SM
 
0,079kg 
0,168 kg
0,599ª
0,628ª
 
--
3,74
Tomich et
al 2002
A suplementação não
foi eficiente para
aumentar o ganho de
peso durante a época
das águas.
PM
3/11/60
à
18/5/61
80 – 110ND
72 novilhos
Nelore c/
385 kg
Controle (pasto + SM )
1,296MEL
1,296MEL.+0,081U
0,945EMM+0,069U
ND
1,29 kg
1,38 kg
1,01 kg
0,673
0,723
0,705
0,643
--
0,56
0,51
0,63
 
 
Mott et al 
1967
 
Os autores
formularam a hipótese
que no verão há
necessidade de
aumentar o consumo
de energia. Ao
testarem tal hipótese,
verificaram resposta
positiva com a
suplementação com
melaço.
BD
Set./01
à
Jan./02
117
 
4000
16 mestiços
HPB-Z c/
265 kg
Controle (pasto + SM)
75M+12,5U+12,5SM
75MDPS+12,5U+12,5SM
75SR+12,5U+12,5SM
0,079kg
0,49 kg
0,52 kg
0,57 kg
1,16ª
1,29ª
1,38ª
1,16ª
--
2,63
2,65
2,03
Paulino et
al 2002
Embora não tenham
sido verificadas
diferenças entre os
tratamentos, a
suplementação
durante o período das
águas promoveu
ganhos de até 220 g/d.
BD
Dez./00
à
Fev./ 01
108
 
9220
24 mestiços
HPB-Z c/
172 kg
Controle (pasto + SM)
30M+50FS+10U+10SM
50M+30FS+10U+10SM
40FT+40FS+10U+10SM
0,055kg
0,69 kg
0,69 kg
0,66 kg
0,820a
0,950a
1,020a
0,970a
--
1,37
1,48
1,47
Zervoudakis
et al 2002
Mesmo não sendo
estatisticamente
diferentes, em relação
aos animais controles,
os ganhos de peso
dos animais
suplementados foram
16-24% superiores.
BD
Mar./01
à
Maio/01
81,3
 
11000
28 mestiços
HPB-Z c/
258 kg
Controle (pasto + SM)
70M+15CS+15SM
70M+15U+15SM
35M+35FS+15U+15SM
0,054kg
0,44 kg
0,48 kg
0,48 kg
0,385b
0,380b
0,45ab
0,538a
--
0,86
0,93
1,11
Zervoudakis
et al 2002
O fornecimento do
suplemento
energético não
resultou em melhor
desempenho. Ficou
evidente a
necessidade de NDR
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 11/23
para aumentar os
ganhos de peso.
BD
Jan. /01
à
Mai./01
 
61
 
4198
40 Novilhos
Guzerá c/
232kg
Controle (pasto +
SM)49,4FA+21,1U+29,6SM
56,3PC+26,2FA+7,3U+10,2SM
72,2PC+18,2FA+4,4U+5,2SM
84,32PC+7,9FA+3,32U+4,4SM
ND
0,25 kg
0,75 kg
1,25 kg
1,75 kg
0,751
0,747
0,882
0,863
0,953
--
2,98
1,17
0,69
0,54
Marin et al 
2002
A suplementação
energética melhorou o
desempenho dos
animais. Entretanto,
os consumos foram
bastante díspares,
criando um
confundimento.
BB +BR
Nov. 97
Mai./98
(168 d)
ND
 
> 3000
260 bezerros
Nelore
(15 m)
Controle (pasto + SM )
50M+5U+45SM
 
0,079kg
 0,168 kg
0,599ª
0,628ª
 
--
3,74
Tomich et
al 2002
A suplementação não
foi eficiente para
aumentar o ganho de
peso durante a época
das águas.
Estação seca e chuvosa – suplementos contendo uréia
PM
14/7/60à
18/5/61
50 – 110
 ND
72 novilhos
Nelore c/
365 kg
Controle (pasto + SM )
1,296MEL
1,296MEL+0,081U
0,945EMM+0,069U
ND
1,29 kg
1,38 kg
1,01 kg
0,405
0,523
0,523
0,497
--
0,40
0,38
0,49
 
Mott et al 
1967
Houve um aumento
médio de 29 % no
ganho de peso dos
animais
suplementados em
pastagens, durante
300 dias
(secas+águas).
BD
Seca/00
Água/01
ND
 ND
28 bezerras
St. Gertrudis
c/ 195 kg
Controle (pasto + SM ) – secas
Controle (pasto + SM ) - águas
47,8M+16,2FB+15,6U+2S+15CS (supl.Seca)
57M+16FB+0,5U+1,35S+24,3CS (supl.
Águas)
0,066 kg
0,087 kg
0,203 kg
0,298 kg
0,299
0,560
0,365
0,623
--
--
1,79
2,09
Filho et al 
2001
Devido as pequenas
diferenças nos ganhos
de peso, não foi
economicamente
vantajosa a
suplementação
durante a seca e as
águas.
1BB: Brachiaria brizantha; BD: Brachiaria decumbens; BR: Braquiaria ruziziensis; CA: caroço de algodão; C: calcário calcítico; CF: cama de
frango; CS: cloreto de sódio; EMM: espiga de milho moída; FA: farelo de algodão; FAM: farelo de amendoim; FARR: farelo de arroz; FB:
fosfato bicálcico; FCO: farinha de carne e ossos; FO: farinha de ossos; FP: farinha de penas; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; GE: grama
estrela; GM: glútem de milho; HPB-Z: mestiço holandês/zebu; J: capim jaraguá; M: fubá de milho; MDPS: milho desintegrado com palha e
sabugo; MEL: melaço em pó; ND: não descrito; PC: polpa de citros; PM: Panicum maximum; %PV: porcentagem do peso vivo; RM: rolão de
milho; S: fonte de enxofre; SFT: super fosfato triplo; SM: suplemento mineral comercial; SO: soja grão; SR: sorgo grão moído; U: uréia
Suplementação na estação seca
O objetivo básico da suplementação é estimular o consumo e a digestão da forragem, permitindo que os animais
possam melhorar o seu desempenho. Para que o programa de suplementação seja eficaz, a disponibilidade de
forragem é fundamental, e deverá estar entre 2500 a 3000 kgMS ha-1 ou mínimo de 30 gMS kg-1 de peso vivo
(Andrade e Alcade 1995) no início do período seco. Se a disponibilidade de forragem for pequena, a
suplementação pode se tornar ineficiente. Portanto, é necessário o diferimento ou a vedação das pastagens para
que a técnica efetivamente funcione.
Com a adoção do sistema de pastejo diferido durante o período seco, haverá grande quantidade de forragem de
menor valor nutritivo, suficiente para sobrevivência do animal, que provavelmente se manterá ou perderá peso (Reis
et al 1997). Nesta situação, suplementos protéicos de baixo custo, que maximizem o consumo da forragem
disponível, são os mais recomendáveis.
Euclides et al (1990) desenvolveram um estudo com várias forrageiras manejadas na forma de "feno em pé" e
observaram que a Braquiaria decumbens, a Braquiaria humidicola e o Cynodon dactylon (capim-estrela)
destacaram-se como os mais promissores para utilização neste sistema de manejo. Janeiro foi a melhor época de
vedação das pastagens de braquiárias, enquanto que as de capim estrela podem ser vedadas em janeiro ou
fevereiro. Um esquema de manejo recomendado seria o diferimento em fevereiro para uso em junho e julho; e em
março, para pastejo em agosto e setembro. Tal manejo pode garantir quantidade de matéria seca de folhas superior
a 2000 kg ha-1 e com teores de PB satisfatórios para manutenção, e até mesmo pequenos ganhos de peso nos
animais durante a estação seca.
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 12/23
O consumo de suplemento deve sempre estimular o consumo da forragem seca e evitar um possível efeito
substitutivo. Dessa forma, os animais podem satisfazer parcialmente suas exigências por meio do consumo de
nutrientes limitantes contidos em alimentos, ou em fontes de nitrogênio não protéico. Com os resultados médios
obtidos, pode-se concluir que, além de não perder peso na época desfavorável, obtém-se um ganho diário de 0,10
a 0,35 kg para um consumo de suplemento variando de 1 a 3 g kg-1 de peso vivo, podendo-se obter um retorno
sobre a despesa da ordem de 100 % (Tabelas 1, 2 e 3).
Suplementação na estação chuvosa
Durante a estação das chuvas, as forrageiras tropicais possuem um adequado teor de proteína bruta. Nessa época,
este nutriente possui alta degradabilidade no rúmen, fazendo com que a maior parte da proteína metabolizável seja
proveniente da microbiota ruminal. Animais em crescimento necessitam absorver, em maior quantidade, uma mistura
de aminoácidos denominada de co-limitantes (Metionina + Lisina + Treonina). Apesar de a proteína microbiana
possuir alto valor biológico, a quantidade sintetizada diariamente não é suficiente para atender à demanda dos
aminoácidos co-limitantes. Dessa forma, os animais criados em pastagenstropicais, na época chuvosa, não
conseguem ter sua taxa de crescimento otimizada (Poppi e McLennan 1995).
Na época das chuvas, seria conveniente suplementar com fontes protéicas de menor degradabilidade ruminal,
mesmo para animais pastejando forragens com altos níveis de proteína. Nesse tipo de suplementação, os animais
podem ganhar ao redor de 0,9 kg d-1 (Zervoudakis et al 1999, Marin et al 2002, Prohmann et al 2002). Uma
discussão importante relacionada à suplementação, durante a estação chuvosa, diz respeito à suplementação
energética, a qual poderia melhorar a utilização da proteína do pasto, especialmente, quando esta apresentasse
elevada degradação ruminal, aumentando, dessa forma, o crescimento microbiano e o suprimento de proteína
microbiana para o intestino delgado.
Um aspecto pouco abordado é a viabilidade econômica da suplementação durante o período chuvoso. Em um
estudo onde bezerras mestiças leiteiras receberam 600 g d-1 de suplementos contendo farelo de soja ou farinha de
peixe, o ganho de peso dos animais não suplementados foi de 412 g d-1, enquanto que os suplementados ganharam,
respectivamente, 538 e 544 g d-1 (Teixeira et. al 2003). Neste estudo, onde as bezerras foram manejadas em
pastagem de capim tanzânia, por 105 dias do período chuvoso, o acréscimo no ganho de peso não foi
economicamente justificável quando foram descontados os gastos com o suplemento ingerido. Entretanto, durante a
época das chuvas, com o ganho de peso adicional pode-se antecipar a idade ao primeiro parto das novilhas.
A efetividade da suplementação no período das chuvas depende da oferta e da qualidade da pastagem.
Geralmente, não tem sido observado efeito positivo da suplementação nas águas em condições de elevada oferta de
pastagem e quando esta apresenta bom valor nutritivo.
Deve-se ter em mente que o ganho de peso de animais suplementados sempre atenderá à lei de Mitscherlich; isto é,
respostas não lineares com ganhos decrescentes, à medida que o consumo de matéria seca ou proteína dos
suplementos aumentar (Tabela 4 e Figura 1).
Tabela 4. Consumo de matéria seca (MS) e proteína bruta (PB) do suplemento e ganho médio diário (GMD) de animais recebendo
diferentes tipos de suplementos
Autor
 
Suplemento1
 
Volumoso
Consumo
MS
Consumo
PB GMD
Carvalho filho (2001) 67M+30FS+2CS+1SM CE 1,47 0,213 0,605
Carvalho filho (2001) -- CE 0 0,000 0,234
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FCO CE 0,202 0,034 0,299
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+20FCO+10FS CE 0,295 0,057 0,386
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+10FCO+20FS CE 0,375 0,067 0,414
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FS CE 0,57 0,087 0,461
Carvalho filho (2001) 67M+30FS+2CS+1SM CA 1,47 0,213 0,447
Carvalho filho (2001) -- CA 0 0,000 0,106
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FCO CA 0,174 0,029 0,160
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+20FCO+10FS CA 0,188 0,036 0,185
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 13/23
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+10FCO+20FS CA 0,189 0,033 0,184
Carvalho filho (2001) 21CS+11SM+3U+3MEL+32M+30FS CA 0,586 0,089 0,307
Ronchi et al (2002) 80RC+20CS PM 0,742 0,163 0,495
Ronchi et al (2002) 100RC PM 1,18 0,260 0,542
Chambela Neto (2003) (DNP) 40FT+25U+35SM BB 0,108 0,077 0,095
Chambela Neto (2003) (DNP) 35SM+15U BB 0,074 0,031 0,045
Malafaia et al (2003) (DNP) 40FT+25U+35SM PN 0,166 0,116 0,189
Malafaia et al (2003) (DNP) 40FT+25U+35S PN 0,196 0,127 0,212
Teixeira (2003) -- PM 0 0 0,412
Teixeira (2003) 20M+42FT+15FS+13CS+10AÇ PM 0,578 0,109 0,444
Teixeira (2003) 20M+42FT+15FS+13CS PM 0,541 0,111 0,538
Teixeira (2003) 20M+42FT+18FP+10CS+10AÇ PM 0,582 0,125 0,476
Teixeira (2003) 20M+42FT+18FP+10CS PM 0,544 0,126 0,544
1 AÇ: açúcar cristal; BB: braquiária brizanta; CA: cana-de-açúcar associada com 1% de uréia; CE: capim elefante picado; CS: cloreto de sódio; DNP:
dados não publicados; 
 FCO: farinha de carne e ossos; FP: farinha de peixe; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; M: milho; MEL: melaço em pó; PM: Panicum maximum; PN:
pastagem natural; S: serragem fina de madeira; SM: sal mineral; U: uréia.
 
Figura 1. Relação entre o consumo de matéria seca (MS) do suplemento e o ganho médio diário (GMD) de animais recebendo
diferentes tipos de suplementos
Figura 2. Relação entre o consumo de proteína bruta (PB) do suplemento e o ganho médio diário (GMD) de animais recebendo
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 14/23
diferentes tipos de suplementos
 
Efeitos da suplementação sobre o consumo de pasto
O consumo das forrageiras tropicais é influenciado pela concentração de energia, teor de PB, de fibra indigerível e
pela disponibilidade de matéria seca. Quando o consumo é baixo, as taxas de degradação e passagem diminuem.
Esses fatores reduzem a taxa de crescimento e a síntese de proteína microbiana (Bergen 1979), possibilitando,
ainda, o desperdício de energia devido à fermentação secundária de ácidos graxos voláteis (AGV) para metano e
dióxido de carbono (Rowe et al 1979). Isto resulta em baixo desempenho animal, causado por um baixo consumo
voluntário e menor eficiência de conversão alimentar (Van Soest 1994).
A relação entre a quantidade de MS da forragem, que deixou de ser consumida pela quantidade de suplemento
ingerido, é denominada de taxa de substituição (Reis et al 1997). Se a diminuição no consumo de forragem for
igual à quantidade de concentrado consumida, o coeficiente de substituição será 1 e o suplemento terá pouco efeito
na produção. Ao contrário, se o suplemento não tem efeito no consumo de forragem, o coeficiente de substituição
será igual a zero e se observará benefício integral de seu uso.
Em sistemas de pastejo, cabe ao pasto suprir a maior parte dos nutrientes necessários para satisfazer às exigências
nutricionais dos animais. Com uma adequada disponibilidade de pasto, o desempenho animal será o resultado da
complexa interação entre a composição química, a digestibilidade da matéria orgânica e o consumo do pasto pelo
animal.
Quando a suplementação é destinada a fornecer energia, a ingestão de forragem é reduzida resultando no "efeito de
substituição". Nos experimentos conduzidos por Paterson et al (1994), podem ser constatados os "efeitos de
substituição" ao se fornecer alimentos energéticos, porém, quando avaliaram os efeitos da suplementação protéica
sobre o consumo de forragem observaram-se "efeitos de adição" sobre este.
Uma grande deficiência nos trabalhos de pesquisa conduzidos no Brasil, avaliando o uso da suplementação, diz
respeito à pouca atenção dada à quantificação do consumo de MS dos pastos onde são mantidos os animais.
Normalmente, os resultados somente são avaliados quanto ao desempenho animal em resposta ao uso dos
suplementos. Porém, com base exclusivamente nestes resultados, não se pode explicar se os melhores ou piores
desempenhos são devidos ao suplemento ("efeito de substituição") ou ao aumento no consumo de forragem ("efeito
de adição"). Portanto, fica evidente a necessidade de avaliação deste parâmetro nos futuros experimentos. É
também importante que sejam relatados dados a respeito da disponibilidade e valor nutritivo do pasto, pois estes
fatores, juntamente com a quantidade de suplemento consumida determinam o grau de substituição. Conforme já
comentado, a substituição é maior na época das águas, onde há elevada oferta e bom valor nutritivo do pasto.
Uso do NaCl no controle do consumo de suplemento
No Brasil, em 1961, surgiu a idéia de se controlar o consumo diário de suplemento pelos animais, através do uso de
elevados níveis de NaCl na mistura. A proposta era evitar o fornecimentodiário de suplemento ao rebanho e
diminuir os custos requeridos com transporte e mão-de-obra para a distribuição destes nos cochos (Bisschoff et al 
1967).
Apesar das vantagens apresentadas, o uso do sal como controlador de consumo não é um método preciso. Além
de diferenças individuais quanto à tolerância ao sal, com o passar do tempo, os animais podem "adaptar-se" a altos
níveis de sal e alterar o consumo da mistura, ou requererem ajustes nos níveis de inclusão de sal. Outro fato é que
um mesmo nível de sal pode determinar respostas variadas no consumo de diferentes suplementos. Mudanças na
disponibilidade de forragem e a "adaptação" do animal a altos níveis de sal, requerem que um grau de flexibilidade
exista no manejo da formulação de suplementos, para alcançar o consumo desejado.
Geralmente utiliza-se 150 até 350 g NaCl kg-1 de suplemento. Nessas situações, há necessidade de uma excelente
disponibilidade de água, devido aos elevados níveis de sal ofertados aos animais.
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 15/23
O consumo excessivo pode ser evitado começando com altos níveis de sal (50:50 ou até 60:40 de sal:concentrado)
e, depois, reduzindo este nível para se obter o consumo desejado (Haddad e Castro 1998). Os grãos precisam ser
moídos e misturados com sal de granulometria semelhante, pois isto melhora a homogeneização e,
conseqüentemente, previne o consumo excessivo.
A quantidade de sal para se misturar ao concentrado dependerá do consumo desejado do suplemento. Para se
incrementar o consumo de suplemento, diminui-se a quantidade de sal na mistura; para diminuir o consumo,
aumenta-se o sal (Haddad e Castro 1998).
Baixos níveis de sal como controlador de consumo são extremamente dependentes da palatabilidade de outros
componentes da dieta como uréia, farinha de peixe, e outros. Em geral, suplementos com altos níveis de sal (entre
200 e 300 g NaCl kg-1) propiciam consumos de 0,40 a 0,75 kg d-1 (Carvalho Filho, 2001; Ronchi et al 2002).
Efeitos da suplementação sobre o comportamento animal e algumas variáveis
ruminais
Para melhorar o entendimento dos efeitos da suplementação sobre os animais, etogramas foram desenvolvidos para
discriminar possíveis modificações comportamentais nos animais, recebendo suplementos contendo diferentes
quantidades de NaCl (Ronchi et al 2002). Neste estudo, verificou-se um aumento na porcentagem de animais que
consumiam suplemento protéico-energético ao longo do dia (Figura 3). O lote que recebeu o suplemento contendo
mais NaCl, ao ir ao cocho mais vezes por dia, ingeriu nutrientes sob forma mais constante para atender ao
crescimento microbiano ruminal. Esse consumo mais pausado e uniforme pode otimizar a digestão da forragem e
melhorar os padrões da fermentação ruminal.
Em relação ao consumo de água, também foi verificado um aumento na freqüência de ida ao bebedouro (Figura 4),
e um maior consumo de água pelos animais que receberam suplemento contendo elevados níveis de NaCl (Tabela
5). Outro aspecto que deve ser estudado é um possível aumento no fluxo de protozoários para o intestino delgado,
quando os animais bebem mais água ao longo do dia. O aumento da ingestão de água faz uma diluição maior do
conteúdo ruminal, o que dificulta a migração dos protozoários de volta ao rúmen. Dessa forma, nas situações
dietéticas, onde a taxa de passagem de sólidos não é grande o suficiente para arrastá-los em direção ao abomaso,
eles migram para o rúmen e, esse retorno, causa uma retenção ruminal maior da proteina microbiana de origem
protozoa. Por outro lado, a morte dos protozoários no rúmen pode causar efluxo de NH3 do rúmen, o que
contribui para as perdas de N urinário (Van Soest, 1994). Carvalho Filho (2001) observou que o número de
protozoários no líquido ruminal dos animais, que ingeriram o suplemento, foi menor do que o observado nos animais
do lote controle. A semelhança do verificado no estudo de Carvalho Filho (2001), a redução do número de
protozoários ruminais devido ao aumento da ingestão de água, também foi quantificada por Purser e Moir (1966).
Entretanto, como o número total de protozoários no rúmen não traz informações detalhadas sobre a dinâmica dessa
população, faz-se necessário avaliar o número desses microrganismos no omaso e a quantificação da proteina
desses microrganismos, que flui para o intestino delgado dos animais ingerindo suplementos contendo grandes
quantidades de NaCl; fato não realizado nos estudos de Carvalho Filho (2001) e de Ronchi et al. (2002).
10/6/2014 Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm
file:///C:/Users/HP-NOTE/Documents/Artigos/Bovinos%20de%20Corte/Suplementa%E7%E3o%20Malafaia.htm 16/23
Figura 3. Etogramas de bezerras mestiças leiteiras ingerindo um suplemento protéico-energético contendo diferentes quantidades
de NaCl (Ronchi et al 2002)
Figura 4. Etogramas de bezerras mestiças leiteiras bebendo água (Ronchi et al 2002)
 
Tabela 5. Consumo diário de água pelas bezerras mestiças leiteiras ingerindo 15 ou 75 g d-1 de NaCl contidas em 1
kg de suplemento protéico-energético, fornecido 3 vezes ao dia
 Consumo de água (litrod-1) 
Consumo de
NaCl
17/3/02
T1 = 37,2 oC
5/4/02
T = 34,5 oC
20/4/02
 T = 35,2 oC
média Erro
padrão
% dia % noite
15 g d-1 18,8 9,7 19,2 15,9 5,4 80,1 19,9
75 g d-1 26,0 23,8 25,2 25,1 1,2 77,7 22,3
Fonte: Ronchi et al 2002
1 – Temperatura ambiente às 15 horas
Existem evidências de que alguns sais na dieta podem aumentar a osmolaridade do rúmen, elevando a taxa de
diluição neste órgão e melhorando a eficiência da digestão ruminal (Harrison et al 1975). Numericamente, a
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osmolaridade do líquido ruminal dos animais suplementados foi sempre maior do que a verificada para os animais
controle (Tabela 6).
A redução no pH ruminal é freqüentemente citada como a principal causa do decréscimo na digestão ruminal da
fibra da forragem. Porém, esse fato nem sempre explica as reduções no consumo e na digestibilidade da forragem
associadas à suplementação energética (Canton e Dhuyvetter 1997). Quando a quantidade de suplemento
consumido for inferior a 2 g kg-1 de peso, o pH ruminal não é alterado para valores considerados críticos à
atividade fibrolítica (Carvalho filho, 2001; Ronchi et al 2002; Tabela 6).
Tabela 6. Osmolaridade, pH, número de protozoários e concentração de N-NH3
 no líquido ruminal de
animais recebendo ou não um suplemento protéico-energético
Hora da coleta do
líquido ruminal
Lote controle1
(n=3 animais)
Lote
suplementado1
(n=3 animais)
Lote controle2
(n=3 animais)
Lote
suplementado2
(n=3 animais)
Osmolaridade (mMol litro-1)
8 -- -- 228 a 235 a
10 194 a 235 a 235 a 268 b
15 220 a 246 a 225 a 234 a
18 239 a 250 a 216 a 225 a
pH
8 -- -- 7,30 a 7,24 a
10 6,86 a 6,71 a 7,21 a 6,99 a
15 6,93 a 6,73 a 6,68 a 6,90 a
18 7,06 a 6,76 a 6,93 a 7,11 a
Protozoários (Células ml-1)
8 -- -- 265000 b 165000 a
10 18400a 19200 a 117500 a 157500 a
15 26400 a 21600 a 235000 b 180000 a
8 62800 b 22000 a 185000 a 212000 a
N-NH3 (mg dl
-1)
8 -- -- 6,13 a 8,58 a
10 15,4 a 16,3 a 5,60 a 14,88 b
15 15,9 a 18,2 a 9,80 a 8,05 a
18 19,1 a 20,1 a 13,65 a 12,43 a
1 – Ronchi et al 2002
2 – Carvalho Filho 2001
 
Consumo de minerais por animais recebendo suplementação protéico-energética
O consumo de suplementos contendo grãos ou subprodutos da agroindústria permite que os animais venham a
receber diariamente macro e microminerais contidos nos ingredientes protéico-energéticos desses suplementos. A
composição mineral dos principais ingredientes utilizados para a formulação de suplementos no Brasil encontra-sena Tabela 7.
Tabela 7. Composição mineral média dos ingredientes utilizados para a
formulação de suplementos protéico-energéticos
 
P
 (g kgMS-1)
 Cu 
(mg kgMS-1)
 Co 
(mg kgMS-1)
Zn 
(mg kg-1)
Farelo de trigo 10 12 0,11 105
Farelo de arroz 15 12 1,4 33
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Fubá de Milho 2,5 3 0,3 24
Farelo de soja 7 14 0,12 50
Farinha de peixe 42 7 1,0 171
Farelo de algodão 9 15 0,4 70
Uréia 0 0 0 0
NaCl 0 0 0 0
Melaço 0,3 50 0,5 18
 Malafaia, 2003 (Dados não publicados)
Assumindo que os principais elementos minerais carentes nas pastagens brasileiras são o P, Na, Cu, Co e Zn, as
seguintes simulações de consumo de minerais podem ser feitas a partir dos dados de pesquisa já publicados no
Brasil (Tabela 8). Os consumos foram calculados sem considerar a ingestão de minerais advindos do sal mineral
comercial contido nesses suplementos; ou seja, apenas a ingestão de macro e microminerais contidos nos
ingredientes protéico-energéticos, considerando os valores médios da Tabela 7.
Embora muita ênfase seja dada aos impactos benéficos da suplementação protéico-energética sobre o ganho de
peso ou os aspectos reprodutivos do rebanho, pouca ou nenhuma atenção vem sendo dada à possibilidade da
redução do custo da suplementação fosfórica e também de outros minerais.
Quando os consumos dos minerais são descritos em função das exigências desses elementos, fica evidente que o
requerimento de P é o mais atendido pela ingestão dos ingredientes protéico-energéticos (Tabela 8). Quando os
suplementos contêm farelo de trigo, há uma porcentagem maior do requerimento de P atendida pela suplementação
(Tabela 8). Isso implica que a composição do sal mineral a ser incorporado nos suplementos poderá conter menos
P do que a usualmente verificada no mercado (60 - 120 g P kg-1).
Se a ingestão de MS for de 2,3 % do peso vivo, um animal com 230 kg comerá 5,3 kgMS d-1. Assumindo um
valor de 0,11 % de P na MS do pasto (valor considerado crítico), esse animal consumirá 5,8 gP d-1 que,
juntamente com o P ingerido apenas dos ingredientes protéico-energéticos utilizados nos estudos de Ronchi et al 
(2002), Zevourdakis et al (2002) e Teixeira, (2003), totalizará, respectivamente, 9,8, 10,3 e 14,0 gP d-1 (Tabela
8). Tais valores praticamente suprem a exigência de fósforo deste animal. Nestes casos e em outros similares, a
suplementação fosfórica advinda de um suplemento mineral comercial seria desnecessária. Em situações onde a
ingestão de suplementos contendo farelo de trigo, farelo de arroz, farinha de peixe ou farelo de algodão, for
superior a 500 g d-1, os suplementos não precisariam conter uma mistura mineral comercial possuindo P; apenas
deveriam conter NaCl (como controlador do consumo voluntário) associado a algum outro elemento mineral
julgado necessário, após ter-se informações sobre o histórico de deficiências minerais na fazenda, realizar-se o
exame clínico do rebanho e interpretar análises de forragens. É importante lembrar que os resultados de análises de
pastagens servem apenas como informação complementar junto ao processo de tomada de decisão sobre a
suplementação, ou não, de um dado elemento mineral (Tokarnia et al 2000).
Tabela 8. Consumo diário de P, Cu, Co e Zn contidos apenas nos ingredientes protéico-energéticos e % da exigência atendida
pelo consumo desses elementos
 
Autor 
 
Suplemento
Consumo
do
Suplemento
(g d-1)
Consumo
de P
 (g d-1)
Consumo de
Cu
 (mg d-1)
Consumo de
Co
 (mg d-1)
Consumo
de Zn 
(mg d-1)
Carvalho Filho 2001 32M+30FS+3U+21CS+3MEL 720 2,1 4,79 0,106 16,7
Ronchi et al 2002 25FT+20M+15F
S+15FA+20CS+5SM
742 4,0 5,88 0,123 36,4
Zevourdakis et al
2002
40FT+40FS+10U+10SM 660 4,5 6,86 0,061 40,9
Teixeira 2003 20M+42FT+18FP+10CS 600 8,2 4,59 0,191 53,1
 Exigências de um animal c/ 230 kg ganhando 450 g d-
1
 P (g d-1) Cu (mg d-1) Co (mg d-1) Zn (mg d-1)
 10,06 50,60 0,530 158,0
 % da exigência atendida pela ingestão do suplemento
 20,8 9,5 20,0 10,6
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 39,8 11,6 23,2 23,0
 44,7 13,5 11,5 25,9
 81,2 9,1 35,6 33,6
CS: cloreto de sódio; FA: farelo de algodão; FP: farinha de peixe; FS: farelo de soja; FT: farelo de trigo; M: fubá de
milho; MEL: melaço em pó; SM: suplemento mineral comercial; U: uréia
Considerações finais
A suplementação em pastagens deve ser utilizada como forma de suprir as deficiências qualitativas e
quantitativas da forragem disponível, e deve sempre evitar ou minimizar a substituição do consumo da
forragem pelo consumo do suplemento.
A suplementação permite que os animais ganhem peso durante todo ciclo de crescimento, possibilitando
retornos econômicos ao produtor em menor espaço de tempo.
É importante ajustar o nível de NaCl, para atingir o consumo desejado de suplemento, considerando a
qualidade e a disponibilidade de forragem, os ingredientes, o espaço em cocho e a oferta de suplemento para
os animais.
É essencial que se tenha adequada disponibilidade de biomassa de pasto para se obter os resultados
esperados com a suplementação. Em casos de oferta limitada de forragem, o fornecimento de suplementos
energéticos é mais indicado.
A suplementação, durante a estação das chuvas, também pode trazer resultados positivos em ganho de peso
e uma melhora dos outros índices zootécnicos, especialmente os relacionados com a reprodução. Atenção
especial deve ser dada à viabilidade econômica da suplementação nesta época do ano.
Na formulação de suplementos para a época seca devem-se usar fontes de proteína de alta degradabilidade
ruminal ou uréia. Os alimentos disponíveis na região e aqueles de menor custo unitário por quilo de N, devem
sempre ser priorizados para formulação destes suplementos.
Com a adoção da técnica de suplementação, as maiores mudanças no manejo da fazenda são aquelas
relativas ao manejo das pastagens quanto à reserva de pasto para a época seca. O diferimento torna-se a
opção mais viável. Para tal, devem ser utilizadas espécies de plantas, que apresentem maior relação
folha/caule, garantindo maior disponibilidade de MS durante o período seco.
O consumo de minerais contidos nos ingredientes protéico-energéticos permite reduzir os custos com a
suplementação mineral do rebanho, especialmente a fosfórica, que é a mais cara, além de ser um recurso
mineral não renovável.
No Brasil, a pesquisa direcionada para esta estratégia deveria quantificar o consumo de forragem e as
possíveis alterações comportamentais e ruminais, como forma de explicar os desempenhos e mecanismos de
interações nutricionais, que ocorrem com animais consumindo suplementos contendo elevados níveis de
NaCl.
 
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