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II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Sistemas intensivos de produção de carne bovina com uso de suplementos múltiplos Eduardo Henrique Bevitori Kling de Moraes 1 , Kamila Andreatta Kling de Moraes 2 , André Soares de Oliveira 3 , Alvair Hoffmann 4 , Tiago Adriano Simioni 4 , Cláudio Jonasson Mousquer 5 , Diego Cordeiro de Paula 4 , Leandro Munhoz Socreppa 5 , Leonardo Antônio Botini 4 , Marcell Patachi Alonso 6 1 Zootecnia/ICAA/UFMT/Campus de Sinop, Bolsista do CNPq, Pesquisador do INCT/CNPq - Ciência Animal edukling@ufmt.br 2 Zootecnia/ICAA/UFMT/Campus de Sinop 3 Zootecnia/ICAA/UFMT/Campus de Sinop, Pesquisador do INCT/CNPq - Ciência Animal 4 Mestrado em Zootecnia/ICAA/UFMT/Campus de Sinop 5 Mestrado em Ciência Animal/FAMEVZ/UFMT/Campus de Cuiabá 6 Zootecnia/UNEMAT/Campus de Pontes e Lacerda-MT 1) Introdução Nos últimos anos a pecuária brasileira tem passado por notável progresso tecnológico, o que resultou em aumento na produtividade, na rentabilidade e na competitividade das cadeias produtivas no mercado nacional e internacional. Como prova disso, as exportações de carne bovina do Brasil somaram US$ 5,77 bilhões em 2012, alta de 6,8% em relação ao resultado de 2008, que era até então a maior exportação registrada, de US$ 5,4 bilhões. Em relação a 2011, o crescimento foi de 7,3% ante a receita de US$ 5,375 bilhões registrada em 2011 (ABIEC, 2013). Os sistemas de produção de carne bovina no Brasil são comumente baseados nas áreas de pastagens fornecendo aproximadamente 99,0% da dieta (energia e nutrientes) para os rebanhos bovinos (Paulino et al., 2008). Assim, em razão do menor custo de energia digestível dos pastos em relação às outras fontes, potencializar a ingestão e eficiência de utilização dos mesmos representa a base para garantir a sustentabilidade econômica da produção de bovinos (Oliveira et al., 2012). A produção de carne a pasto segue a sazonalidade da produção das forrageiras com uma característica marcante na curva de crescimento dos animais, com períodos de ganho de peso satisfatório durante a estação chuvosa e dificuldades em ganhar ou mesmo manter o PC durante a estação seca do ano. Assim sendo, a flutuação na oferta e/ou na qualidade de forragem para os animais mantidos a pasto são fatores limitantes, refletindo-se na produção animal, levando a menores índices zootécnicos. mailto:edukling@ufmt.br II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte A pecuária de corte brasileira deve ser compreendida a partir de uma perspectiva complexa, que envolve fatores diferentes dentro do sistema de produção (animal, fatores climáticos, ambiente, suplementos, etc.), assumindo uma grande complexidade na geração do produto final, uma vez que a sua quantidade, qualidade e eficiência econômica e ambiental serão afetadas por diferentes interações (Moretti et al., 2013). Em adição, tem sido pressionada a intensificar para alcançar maior produtividade com a necessidade de reduzir a idade ao abate, de aumentar os índices reprodutivos e aumentar a produção por área o que implica na necessidade de maior uso de alimentos concentrados e de pastagens bem manejadas ao longo do ano. A intensificação tem sido confundida como sendo resultado apenas do uso generoso de insumos e investimentos em máquinas e equipamentos, o que nem sempre resulta nos benefícios idealizados, gerando frustrações e descrença no uso de tecnologia. Na realidade, intensificar significa obter o maior rendimento possível por unidade de recurso produtivo disponível, independente dos quantitativos adicionados e dos métodos de pastejos adotados. Portanto, o processo de intensificação está muito mais relacionado com o nível de adoção e abrangência dos conhecimentos aplicados no gerenciamento do sistema de produção do que com o nível de investimento financeiro ou de utilização de recursos externos (Carvalho, 2005; Silva e Nascimento Júnior, 2006), fato que exige atenção de técnicos e produtores para a exploração racional e sustentável do ecossistema pastagem. Nesse contexto, a adoção de técnicas que proporcione melhoria na eficiência do pastejo se insere perfeitamente no conceito de intensificação do sistema de produção e ao mesmo tempo não acarreta em dispêndio de insumos agrícolas ou mesmo no aumento da mão-de-obra contratada, mas apresentam reflexos positivos na produtividade e na lucratividade da propriedade rural. A intensificação da produção é o caminho central para a sustentabilidade a fim de aumentar a oferta de alimentos, mas não é uma regra única. A viabilidade econômica, sim, é um pré-requisito para alcançar a sustentabilidade. Se a intensificação sozinha fosse uma receita de sucesso garantido, o problema estaria resolvido, pois já há algum tempo já são II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte existentes diversas técnicas para elevar a produtividade da pecuária de corte (Lampert, 2010). Dentre estas, destaca-se a técnica de suplementação concentrada aplicada à nutrição de bovinos de corte criados em regime de pastejo que, segundo Valadares Filho et al. (2002), foi uma das grandes aplicações do conhecimento de nutrição de ruminantes no Brasil. Segundo Paulino et al. (2004) a nutrição é o parâmetro de manejo que mais altera a idade do animal ao abate ou à primeira cria, dessa forma, a precocidade ou taxa com que o animal aproxima-se do seu peso adulto é muito sensível às alterações nutricionais. A alimentação deve ser planejada e conduzida de maneira otimizada, pois representa o principal fator de ambiente que afeta o crescimento corporal, a idade ao primeiro parto e os custos da criação animal (Oliveira et al., 2012). A suplementação múltipla com nutrientes limitantes, aliada às práticas de manejo do pastejo, consiste em opção interessante e permite melhores desempenhos propiciando a intensificação com efeitos positivos quanto à intensificação do sistema de produção de carne a pasto. Ganhos como: redução do ciclo de produção, melhoria do desempenho reprodutivo de fêmeas (Pilau & Lobato, 2009), aumento na taxa de lotação das pastagens (Correia, 2006), produção de carne de qualidade (Cavali, 2010) e redução na emissão de gás metano ruminal/unidade de produto animal (Fontes et al., 2012; Berchielli et al., 2012) podem ocorrer com o fornecimento da suplementação concentrada. Assim, considerando que a intensificação da pecuária de corte com redução do ciclo de produção é meta primordial na busca da eficiência e lucratividade, objetiva-se apresentar os benefícios da suplementação múltipla aplicada no sistema pasto/suplemento. 2) A suplementação múltipla e a intensificação da produtividade Conforme já é sabido, em consequência de regime alimentar tradicional, os animais alternam períodos de perda de peso durante a estação seca e períodos de “recuperação” do ganho de peso durante a estação chuvosa. Assim esta sazonalidade da produção forrageira entre as estações (águas e II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte secas) consequentemente conduz à sazonalidade da produção animal, caso a criação seja conduzida em regime extensivo. Portanto, as pastagens raramente estão em estado de equilíbrio na relação entre suprimento e demanda, em função da sazonalidade quantitativa e qualitativa inerente ao sistema pastagem. No tocante às alternativas de reverter a sazonalidade quantitativa das pastagens sugere-se a leitura das recomendações de manejo do pastejo apresentadas por (Zanine et al., 2011) e não serão discutidas nesta revisão. Assim partindo do pré-suposto da não falta de massa de forragem pelo correto manejo do pastejo, inclusive no período da seca (pasto diferido), verifica-se ainda que o pasto exclusivo não permite desempenhos favoráveis quando se procura a intensificaçãodo sistema de produção (Tabela 1). Tabela 1 – Disponibilidade de matéria seca e teor de proteína bruta médios de pastos tropicais (brachiaria e panicum) e ganho médio diário em função da estação do ano Item 1 Pasto Seca Águas Disponibilidade de matéria seca (T/ha) 5,30 ± 2,41 7,30 ± 4,45 Teor de proteína bruta (% MS) 5,80 ± 1,70 10,10 ± 1,80 Ganho médio diário (Kg/dia) 0,194 ± 0,173 0,709 ± 0,189 1 Média de 45 experimentos; 2 Referente ao desempenho médio de animais consumindo apenas suplemento mineral Desta forma, o ajuste nutricional entre a curva de oferta de pasto e a demanda dos animais é uma necessidade para se alcançar maior eficiência dos sistemas de produção de carne bovina. Onde e quando não existe a possibilidade de produção contínua, ao longo do ano, só em pastagens, o uso de sistemas de alimentação combinando pastagens e suplementos alimentares adicionais são requeridos, para viabilizar o ajuste nutricional necessário. Em sistemas de criação que busca a intensificação (pecuária de ciclo curto), nos quais se visa redução da idade ao abate, torna-se essencial o uso de tecnologias que permitam aos animais a otimização do desempenho, em todas as fases do ciclo produtivo, inclusive durante a fase de aleitamento. A suplementação múltipla em creep-feeding é uma alternativa capaz de aumentar o ganho médio diário e o peso à desmama de bezerros Nelore, aumentando também o peso de suas mães ao final da estação de monta (Nogueira et al., 2006). II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Lopes (2012) avaliou suplementos múltiplos formulados com níveis crescentes de proteína bruta para bezerros lactentes e verificou que a suplementação mineral propiciou menor desempenho e peso à desmama quando comparado com os animais que receberam suplementos múltiplos (Tabela 2). Tabela 2 - Desempenho (GMD – kg/dia) e peso corporal final (PCF – kg) em função da proteína bruta nos suplementos múltiplos (fornecido - 0,800 kg/dia) Item Mineral Nível de proteína bruta (%) CV (%) Valor de P 1 8 19 30 41 Cont L Q GMD 2 0,727 0,820 0,926 0,889 0,886 10,6 <0,001 0,017 0,055 PCF 3 222,0 235,6 250,6 245,5 245,1 5,5 <0,001 0,015 0,053 1 Cont = suplemento mineral x suplementos múltiplos; L e Q= efeitos de ordem linear e quadrática referentes ao nível de PB nos suplementos múltiplos; 2 ŷ=221,5 + 2,33PB – 0,04PB 2 (R 2 =0,716); 3 ŷ=0,728 + 0,014PB – 0,0002PB 2 (R 2 =0,924). Adaptado de Lopes (2012) Este resposta confirma a importância da suplementação múltipla para bezerros lactentes com o objetivo de se complementar a ingestão de nutrientes e atributos nutricionais e otimizar o desempenho produtivo destes animais, proporcionando maiores pesos à desmama (Lopes, 2012). Assim, verifica-se que a suplementação de bezerros lactentes é importante quando se almeja a intensificação do sistema de produção a pasto com animais abatidos com idade inferior a 24 meses. Paulino et al. (2010) utilizaram informações das curvas de lactação de vacas nelores lactantes e da composição do leite observadas por Fonseca (2009) e de acordo com as exigências nutricionais obtidas para os bezerros na fase pré-desmama verificaram o momento que o leite não é mais capaz de suprir, exclusivamente, os nutrientes demandados para o crescimento do bezerro (Tabela 3). Conforme apresentado por Paulino et al. (2010) evidencia-se que a partir da 9ª semana de vida (63 dias vida do bezerro) o leite já não consegue fornecer toda a energia necessária para que o bezerro ganhe em torno de 800 g/dia (Tabela 3). Por outro lado, a proteína torna-se limitante a partir da 15ª semana (105 dias de vida do bezerro) o que seria em torno de 105 a 135 dias antes da desmama. Portanto, para que bezerros Nelore consigam atingir peso à desmama por volta dos 200 kg, torna-se necessário suplementá-los, via creep-feeding, a partir do segundo mês de vida. II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Tabela 3 - Produção de leite de vacas Nelore, disponibilidade de EM e PM via leite, exigências de EM e PM totais para mantença e ganho de peso de bezerros Nelore lactentes e necessidade de leite para atender às exigências de EM dos bezerros, de acordo com a semana de lactação e peso dos animais SL 1 Peso bezerro 2 EMLeite 3 PMLeite 4 EMt 5 PMt 6 NL 7 1ª 35,60 4,63 160,71 2,91 154,87 3,98 2ª 41,20 4,85 168,06 3,25 156,79 4,45 3ª 46,80 5,01 173,63 3,58 158,65 4,89 4ª 52,40 5,12 177,72 3,90 160,49 5,32 5ª 58,00 5,21 180,59 4,20 162,29 5,75 6ª 63,60 5,26 182,46 4,50 164,09 6,16 7ª 69,20 5,29 183,54 4,80 165,87 6,56 8ª 74,80 5,30 183,97 5,09 167,66 6,95 9ª 80,40 5,30 183,88 5,37 169,44 7,34 10ª 86,00 5,29 183,39 5,65 171,23 7,72 15ª 114,00 5,12 177,65 6,98 180,34 8,09 1 Semana de lactação; 2 kg: considerado peso ao nascimento de 30 kg e GMD de 0,8kg/dia; 3 Quantidade de energia metabolizável disponibilizada ao bezerro via leite (Mcal/dia); 4 Quantidade de proteína metabolizável disponibilizada ao bezerro via leite (g/dia); 5 Exigências totais de energia metabolizável do bezerro; 6 Exigências totais de proteína metabolizável do bezerro; 7 Necessidade de leite (kg/dia) para atender as exigências totais de EM do bezerro. Adaptado de Paulino et al. (2010) De fato, Zamperlini (2008) verificou que a suplementação de bezerros lactentes a partir do segundo mês de vida incrementou o ganho de peso e consequentemente o peso à desmama (Tabela 4). Tabela 4 - Desempenho (GMD – kg/dia) e peso corporal final (PCF – kg) em função da idade do bezerro ao início do fornecimento de suplemento múltiplo Item Mineral Idade do bezerro (dias) 1 Valor de P CV(%) 30 60 90 GMD 0,707 b 0,795 ab 0,893 a 0,811 ab 0,0020 12,4 PCF 194,72 b 210,66 ab 228,25 a 213,46 ab 0,0020 8,4 1 Idade do bezerro ao início do fornecimento do suplemento múltiplo (30% PB e consumo médio de 175g/dia). Adaptado de Zamperlini (2008) Ítavo et al. (2007) também recomendaram o uso da suplementação exclusiva de bezerros para incremento do PC ao desmame e da relação peso do bezerro:peso da vaca e ainda, segundo Mesquita et al. (2004), animais provenientes de sistema de creep-feeding apresentam melhor desempenho produtivo no pós-desmame, durante a fase de recria, no período da seca. A terminação de novilhos com idade inferior a 24 meses exige um planejamento nutricional mais preciso e a suplementação deve ser II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte estabelecida após a desmama até o abate. As metas de ganhos de peso na primeira seca do animal são maiores, ou seja, no período pós-desmama. Nesta estratégia, o objetivo é a terminação dos animais no inicio da próxima seca, eliminado a segunda seca da vida do animal. (Reis et al., 2011). Para a terminação de animais com idade inferior a 24 meses as metas de desempenho na primeira seca do animal são maiores, ou seja, no período pós-desmama (Reis et al., 2011). Ganhos adicionais obtidos nesta fase podem viabilizar o abate desses animais antes da segunda seca o que, além de levar a um giro mais rápido do capital, facilita o manejo na fazenda. Segundo Paulino et al., (2001) quando o objetivo do fornecimento de suplementos múltiplos é abater machos aos 20 meses de idade este deve propiciar aos animais ganhos entre 0,500 e 0,600kg/dia. Neste sentido, Moraes et al. (2006) avaliaram suplementos múltiplos (20%PB – 2,0 kg/animal/dia) para animais em recria durante o período da seca (Tabela 5). Os suplementos fornecidos aos animais propiciaram resultados favoráveis (ganhos de peso entre 0,530 e 0,620 kg/dia), admitindo-se que, quando se objetiva a produção de novilhos precoces em pastagem, deve-se manter a curva de crescimento desses animais em níveis ascendentes e de forma contínua. Tabela 5 – Pesos(kg) corporal inicial (PC inicial) e final (PC final) em jejum, ganho médio diário (GMD – kg/dia) e total (GT) para os diferentes suplementos Item Suplementos GS/FT 1 GS/FA 2 CA/FT 3 CA/FA 4 CV (%) PC inicial 264,6 269,0 263,2 266,8 - PC final 318,2 317,2 319,6 323,6 9,0 GMD 5 0,589 0,530 0,620 0,606 21,2 GPT 5 53,6 48,2 56,4 56,8 20,1 1 /GS/FT - Grão de soja e farelo de trigo; 2 /GS/FA – Grão de soja e farelo de arroz; 3 /CA/FT - Caroço de algodão e farelo de trigo; 4 /CA/FA - Caroço de algodão e farelo de arroz; 5 /Efeito relativo à fonte protéica, fonte energética e sua interação não significativo pelo teste F (P>0,05) Na Figura 1 pode-se observar o desempenho de bovinos em função do nível de suplementação no período da seca (26 experimentos e 117 observações). Assim como observado por Dórea (2010) e Oliveira et al., (2012), verificou-se resposta quadrática ao nível de suplemento consumido com ganho máximo estimado de 0,760 kg/dia com consumo de 5,13 kg de II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte suplemento múltiplo. No trabalho de Dórea (2010) o ganho máximo estimado foi de 0,690 kg/dia para um consumo de 1,34 kg/dia. Oliveira et al. (2012) observou ganho máximo estimado em 0,784 kg/dia com o consumo de 4,98 kg/dia de suplemento. Figura 1 - Resposta em ganho de peso (kg/dia) de bovinos em pastejo em função do consumo de suplemento (kg/dia) no período da seca Em outro estudo meta-analítico, Tambara (2011), avaliou cinco classes de nível de suplementação (%PC) para bovinos no período da seca: zero (suplementação mineral); 01 a 0,4%; 0,5 a 0;8; 0,9 a 1,2 e 1,3 a 1,6. Foi observado maior desempenho dos animais que receberam suplementação concentrada sobre a suplementação mineral independente dos intervalos de consumo de suplemento. O maior desempenho foi encontrado para o consumo de suplemento concentrado entre 1,3 a 1,6%PC (1,224 kg/dia), não havendo diferenças entre os níveis 0,5 a 0,8 (0,777 kg/dia) e 0,9 a 1,2 (0,895 kg/dia). O maior desempenho em resposta à suplementação múltipla reflete à correção das deficiências nutricionais do pasto no período da seca. Neste período, os carboidratos estruturais (B2 e C) são responsáveis pelo alto teor de carboidratos totais presentes no pasto, correspondendo a aproximadamente 80% de sua composição (Moraes et al., 2006a). No entanto, deve-se ressaltar que a o sucesso da suplementação múltipla no período da seca é dependente da prática do diferimento do pasto para propicie oferta de massa de forragem com adequada relação folha:colmo que permitiria uma boa oferta de matéria seca potencialmente digestível aos II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte animais. Tambara (2011) encontrou mesmo desempenho quando a relação folha:colmo do pasto foi de 0,61:1 a 1,2:1 (0,646 kg/dia) e quando esta relação foi maior que 1,2:1 (0,666 kg/dia), sendo o menor desempenho encontrado quando esta relação foi menor que 0,61:1 (0,394 kg/dia). No tocante à oferta de pasto, Silva et al. (2009) concluíram que a oferta de 10,0 a 12,0% do PC/dia de matéria seca e 6,0% do PC/dia de matéria seca potencialmente digestível. Com a chegada do período chuvoso, ocorre o aparecimento de novos perfilhos e gradativamente verifica-se aumento da oferta quantitativa e qualitativa de forragem e quando feito o manejo de pastejo de forma correta verifica-se ganho médios de 0,709 kg/dia (Tabela 1) sendo este valor dentro do intervalo de 600 a 800g/dia reportado por Euclides (2004). No entanto, quando o objetivo é o abate de animais no final do período chuvoso subseqüente é necessário manter um plano nutricional crescente e para isso o fornecimento de suplementos nesta época deve ser mantido, de acordo com a qualidade e quantidade da forragem (Reis et al., 2011). Segundo Reis et al. (2011) só não haverá resposta a suplementação múltipla, quando a massa de forragem for alta, com baixo teor de fibra e alto conteúdo de proteína, que nas condições brasileiras em pastagens com gramíneas tropicais dificilmente é encontrado. Desta forma, a suplementação no período chuvoso pode ser uma tecnologia que permite aumentar o desempenho de animais, reduzindo ainda mais a idade de abate. Assim, a suplementação múltipla nesta época do ano pode proporcionar ganhos adicionais entre 150 a 250g/dia em relação aos animais que recebem apenas suplementação mineral, quando fornecida na proporção de 0,5 %PC, possibilitando redução na idade de abate e redução no ciclo de produção (Paulino et al., 2002). Segundo Zervoudakis et al. (2011) estes ganhos adicionais são essenciais para terminação dos animais e liberação dos pastos antes da próxima desmama proporcionando alguns dias de diferimento para recuperação dos mesmos. Segundo Reis et al. (2011) o manejo correto das pastagens aliado a suplementação múltipla estratégica pode ensejar ganhos superiores a 1,0 kg/dia e a terminação durante o período das águas torna-se vantajoso pela menor necessidade de suplementação para atingir altos desempenhos. Com este objetivo Moraes et al. (2006b) verificaram que a suplementação múltipla energética-protéica (16%PB) e proteico-energética II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte (24% PB) propiciaram aos animais ganhos acima de 1,0 kg/dia, sendo o maior desempenho observado nos animais que receberam suplementos de natureza proteico-energética (Tabela 6). Tabela 6 - Peso corporal inicial em jejum (PCinicial - kg) e final em jejum (PCfinal - kg), ganho médio diário (GMD – kg/dia) para os diferentes níveis de proteína Níveis de proteína Valor P 1 Item MM 8,0 16,0 24,0 C vs. S L Q CV (%) PCinicial 336,5 342,2 340,2 340,7 - - - 4,81 PCfinal 2 413,4 411,6 421,6 430,5 0,1666 0,0127 0,9208 2,14 GMD 3 1,065 0,992 1,142 1,261 0,2580 0,0109 0,8817 10,82 1 / C vs. S – controle (MM) vs. suplementos, L e Q = efeitos linear e quadrático para níveis de proteína bruta nos suplementos, respectivamente; 2 / Ŷ 402,33 + 1,1825NP (r 2 = 0,9988); 3 / Ŷ 0,08733 + 0,0163NP (r 2 = 0,9976) Paulino et al. (2002) ao fornecerem 0,500 kg (0,16% PC) de suplemento múltiplos para terminação de animais no período das águas também encontraram ganhos de 1,0 kg/dia. No entanto, não foi constatada diferença em relação aos animais que receberam apenas suplementação mineral (0,870 kg/dia) reflexo do manejo adequado do pastejo durante o período experimental. De forma geral, os resultados disponíveis na literatura com estudo de suplementação múltipla nas águas são muitos contraditórios. Segundo Reis et al. (2012) várias questões ainda não foram totalmente compreendidas devido ao fato de não possuírem entendimento completo dos fatores que interagem, tais como, teor de proteína no suplemento, exigências de N pelos micro- organismos ruminais, forma física do suplemento e características de nutrientes a ser utilizado, amido ou fibra altamente digestível, e os efeitos sobre a utilização dos componentes fibrosos da forragem. Na Figura 2 pode-se observar o desempenho de bovinos em função do nível de suplementação no período das águas (21 experimentos e 84 observações). Não foi observada diferença entre o desempenho de animais que receberam suplementos múltiplos e os que receberam apenas suplemento mineral com valor médio de (0,890 kg/dia). II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Figura 2 - Resposta em ganho de peso (kg/dia) de bovinos em pastejo em função do consumo de suplemento (kg/dia) no período das águas Em outra compilação de dados, Zervoudakis et al. (2011) verificaram que as médias encontradas para os ganhos de peso dos animais que receberam suplemento mineral foram inferiores aos que consumiram suplemento múltiplos e evidencia a necessidade de fornecer nutrientes limitantesou deficientes nas forragens na época das águas. Dórea (2010) verificaram aumento linear do ganho de peso em função dos níveis crescentes de suplementação e afirmou que a baixa resposta de desempenho (0,180kg/dia com consumo de suplemento múltiplo de 1,0% PC) se deve ao ganho de peso (0,801 kg/dia) dos animais suplementado apenas com mistura mineral. Tambara (2011) encontraram ganho de peso médio para a suplementação mineral (0,777 kg/dia) inferior à quaisquer níveis de suplementação múltipla, não havendo diferenças entre os níveis 0,5 a 0,8%PC (1,006 kg/dia); 0,9 a 1,2%PC (1,095 kg/dia) e 1,3 a 1,6%PC (1,207kg/dia), sendo os dois últimos intervalos superiores à suplementação de 0,1 a 0,4%PC (0,907 kg/dia). Resposta quadrática ao nível de suplementação foi observada por Oliveira et al. (2012) (Figura 3). Neste estudo estimou-se ganho de peso de 0,630kg/dia para animais suplementados apenas com mistura mineral. O ganho de peso máximo estimado em 1,04 kg/dia com o consumo de 4,67 II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte kg/dia de suplemento. Entretanto, o consumo estimado que maximiza o ganho de peso extrapolou o consumo máximo de suplementos do banco de dados (2,7 kg/dia), que segundo Oliveira et al. (2012), indica necessidade de cautela no uso do valor estimado e necessidade de delinear experimentos com maiores níveis de suplementos. Figura 3 - Metanálise da resposta à suplementação com suplementos múltiplos no período no período das águas para bovinos em pastejo. (Oliveira et al., 2012) Fernandes (2009) trabalhando com animais deste o nascimento ao abate verificaram que durante a fase de baixa disponibilidade forrageira, os animais que receberam suplementos múltiplos mantiveram crescimento positivo da carcaça, apesar de em taxas menores que as das outras fases. Os animais que receberam somente suplemento mineral apresentaram pequena mobilização de carcaça no início do período seco e uma discreta recuperação deste peso mobilizado na fase de transição para a estação chuvosa, quando a disponibilidade forrageira começa a aumentar de novo (Figura 4). . II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Figura 4 - Curvas de crescimento projetadas para a carcaça, músculo e gordura subcutânea dos animais que receberam suplementados múltiplos (T1, T2 e T3) e suplemento mineral (Contr). Adaptado de Fernandes (2009) Carcaça Músculos Gordura subcutânea II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Este comportamento, incluindo baixa mobilização da carcaça e rápida recuperação do peso perdido, é compatível com restrição alimentar mediana, seguida de re-alimentação (Wright & Russell, 1991; Lawrence & Fowler, 2002). No trabalho de Fernandes (2009) foi constatada a consequência deste comportamento, onde a carcaça dos animais que receberam suplemento mineral chegou ao final deste período de seis meses do mesmo tamanho que o iniciou e na terceira fase do experimento, durante a realimentação, apesar de não se observar diferenças significativas, a taxa de crescimento da carcaça dos animais que receberam suplementação mineral foi menor que a dos animais que consumiram suplementos múltiplos. Enquanto os animais suplementados conseguiram manter uma taxa de crescimento positiva dos componentes musculares e da gordura subcutânea, aqueles que recebiam apenas suplementação mineral praticamente paralisaram o crescimento ou apresentaram uma pequena mobilização destes. No período das águas, suplementos múltiplos quando fornecidos estrategicamente, proporcionam ganhos de peso adicionais em relação aos que recebem apenas suplementação mineral, que mesmo em menores magnitudes, contribuem para a rentabilidade no sistema, uma vez que estes animais podem ser abatidos precocemente e liberam áreas de pastagens que podem ser utilizadas por outras categoriais animais ou mesmo sendo vedadas para serem utilizadas no período da seca (Zervoudakis et al., 2011). Independente da variabilidade da resposta à suplementação consumida entre os estudos verifica-se a possibilidade de traçar metas para o desempenho dos bovinos nos períodos da seca e das águas com o uso de suplementos múltiplos, para intensificar o sistema de produção com abate dos animais com menos de 24 meses de idade. Porém recomendam-se mais estudos para consolidar o conhecimento dos efeitos da suplementação múltipla sobre o desempenho dos animais, especialmente, no período das águas. 5) A suplementação múltipla e a viabilidade econômica A necessidade de analisar a viabilidade econômica do uso dos suplementos múltiplos é extremamente importante, pois, por meio dela, pode- II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte se conhecer com detalhes e a utilizar, de maneira inteligente e econômica, os fatores de produção. A partir daí localiza os pontos de estrangulamento, para depois concentrar esforços gerenciais e tecnológicos, para obter sucesso na sua atividade e atingir os seus objetivos de maximização de lucros ou minimização de custos (Lopes et al., 2007). Enquanto a viabilidade técnica da suplementação de animais em pastejo é algo tido como praticamente consolidado, questionamentos quanto a sua viabilidade econômica existem desde longa data, muito embora comparações econômicas entre os sistemas intensivos e extensivos de pecuária tenham apontado para resultados superiores para os primeiros (Figueiredo et al., 2007). Neste sentido, Figueiredo et. al (2007) avaliou a resposta produtiva e econômica de quatro estratégias de suplementação (abate aos 18; 24; 30 e 40 meses de idade) durante o ciclo produtivo de bovinos de corte, recriados e terminados em pastagens tropicais, como alternativa de redução da idade ao abate (Tabela 7). Foi verificada que a margem líquida (ML) foi positiva para os sistemas de abate aos 18 e 30 meses, demonstrando estabilidade e possibilidade de expansão do empreendimento, enquanto que o sistema de 24 e 40 meses apresentou ML negativa. O pior desempenho econômico verificado quando aos animais foram abatidos aos 24 meses em relação aos abatidos aos abatidos com 18 e 30 mesmes pode ser explicado pelos fatores que alteram a eficiência alimentar dos bovinos, e pela lei dos rendimentos marginais decrescentes presentes em sistemas biológicos (Mitscherlich, 1904 citado por Raij, 1991) e descrita pela teoria microeconômica (Varian, 2003). II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Tabela 7 – Indicadores zootécnicos e de tamanho utilizados para estruturação dos modelos que caracterizam o rebanho das estratégias de suplementação na produção de bovinos de corte Indicadores Zootécnicos e de Tamanho Estratégia de suplementação 18 meses 24 meses 30 meses 40 meses 1 - Idade inicial (meses) 8 8 8 8 2 - Peso médio inicial dos machos (kg) 200 200 200 200 3 - Peso médio ao abate (kg) 450 450 450 450 4 - Peso médio (kg) (2+3/2) 325 325 325 325 5 - Peso médio (UA*/cab) (4/3) 0,72 0,72 0,72 0,72 6 - Idade ao abate (meses) 18 24 30 40 7 - Ciclo de produção (meses) (6-1) 10 16 22 32 8 - Área de pastagem 1.000 1.000 1.000 1.000 9 - Taxa de lotação (UA/ha) 1,0 1,0 1,0 1,0 10 - Número de animais no rebanho ((8x9)/4) 1.385 1.385 1.385 1.385 Resultados 11 - Ganho médio diário no ano (kg/dia)** 0,76 0,48 0,35 0,23 12 - Número de ciclos por ano (12 meses/7) 1,20 0,75 0,55 0,38 13 - Compra anual de bezerros (10x12) 1662 1038 755 519 14 - Venda anual de cabeças (boi gordo) (13) 1662 1038 755 519 15 - Produção de carne (kg/ha/ano) 384 240 175 118 16 - Quantidade de @ vendida no ano*** 24.923 15.577 11.329 7.788 Lucro Anual (R$/ano) 32.904,03 -180.706,22 -89.615,14 -171.321,31 Por Cabeça/ano (R$/cabeça/ano) 23,76 -130,08 -64,72 -123,73Por Arroba Vendida (R$/@ vendida) 1,32 -11,56 -7,91 -22,00 Por Área (R$/ha/ano) 32,90 -180,11 -89,62 -171,32 Taxa de retorno do capital % no período 5,48 -1,60 1,16 -1,67 *Unidade Animal (U.A.) = 450 kg de peso vivo. **Ganho médio diário no ano (kg/dia) = ((3- 2)/30,42/1000); ***Arroba de peso corporal (@) - 30kg). Adaptado de Figueiredo et al. (2007) No que diz respeito à eficiência alimentar, o fornecimento de suplementos múltiplos na fase de terminação na estratégia de abate aos 24 meses, torna o sistema menos eficiente biológica e economicamente do que os sistemas que fornecem ao longo das fases de crescimento animal. Os incrementos na eficiência alimentar decrescem com a maturidade, caracterizando resposta não linear, que pode ser explicada pelo crescente direcionamento do alimento (ou energia) para o tecido adiposo. Embora a deposição de proteína seja menos eficiente energeticamente (Mcal/Mcal) que a deposição de gordura, em relação ao peso de tecido depositado (kg II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte músculo/Mcal ingerida) torna-se superior, uma vez que, para cada unidade de ganho de proteína cerca de três unidades de água são depositadas em associação, contra uma de gordura (Lanna, 1997). Neste sentido, pressupondo-se que a pecuária de corte é gerida sob os princípios da eficiência econômica, seu objetivo é, portanto a maximização de lucros. Isto ocorre quando, sob a lei dos rendimentos decrescentes, o valor do produto marginal de cada insumo utilizado na atividade é igual ao preço deste insumo e quando a receita marginal de cada produto é igual ao seu preço no mercado, isto para dado nível tecnológico e considerando que a atividade é tomadora de preços de insumos e produtos (Figueiredo et al., 2007). Os rendimentos marginais (acréscimo de produto / acréscimo de fator de produção) seguem comportamento decrescente curvilíneo ou linear a quantidade do fator de produção. A quantidade ótima de fator de produção a ser empregado será aquela em que sua respectiva taxa de rendimento marginal se iguale a razão preço do fator de produção/preço do produto (Px/Py). Quantidade acima ou abaixo deste ponto indica irracionalidade no uso do recurso produtivo (Hoffman et al., 1987). Sob estes prismas afirma-se que o maior nível de suplementação usado para a estratégia de abate aos 24 meses em relação às estratégias de abate aos 18 e 30 foi outro fator que comprometeu o desempenho econômico, possivelmente por adotar uma quantidade de suplemento cujo rendimento marginal foi superior a razão Px/Py (Figueiredo et al., 2007). De forma geral as recomendações de nutrientes suplementares para bovinos se baseiam principalmente em métodos de cálculos da exigência nutricional dos animais e da contribuição de nutrientes da forragem basal. Informações acerca da eficiência biológica e econômica do uso de suplementos no que se referem os conceitos básicos de Função de produção, Fator de produção, Resposta produtiva do suplemento (RP); Resposta produtiva marginal do suplemento (RPMa) e os princípios da teoria de análise marginal podem ser encontrados em Oliveira et al. (2009) e Oliveira et al. (2012). As equações de resposta produtiva marginal (RPMa) e consumo ótimo de suplementos (CSótimo) para a suplementação no período da seca estão descritas na Tabela 8. Com base na equação descrita na Tabela 8, foi observado comportamento quadrático no ganho de peso corporal (GPC) com a II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte suplementação, com GPC máximo estimado em 0,784 kg/dia com o consumo de 4,98 kg/dia de suplemento. A RPMa decresce linearmente com o consumo de suplemento. A suplementação justifica-se somente se a relação do preço kg do suplemento (Px)/preço do kg de peso corporal (Py) for menor que 0,2418, com o consumo ótimo estimado a partir da relação Px/Py (Tabela 8). Tabela 8 – Equações de predição do ganho de peso corporal (GPC), da resposta produtiva marginal do suplemento (RPMa) e do consumo ótimo de suplemento (CSótimo) de diversas estratégias de suplementação para bovinos em crescimento sob pastejo Período Equações de predição GPC (kg/d) RPMa (kg/kg) CSótimo (kg/d) Seca 0,1826 + 0,2418 x CS - 0,0243*CS 2 0,2418 – 0,0486*CS ((0,2418 – (Px/Py)) / 0,0486 CS = consumo de suplemento (kg de matéria natural/dia); Px = preço do suplemento (R$/kg de matéria natural); Py = preço do animal (R$/kg de PC corporal); RPMa = incremento no GPC por kg de suplemento adicionado; CSótimo = consumo de suplemento que maximiza o saldo econômico com a suplementação. Adaptado de Oliveira et al.(2012) Exemplo: Indicadores Situação A Situação B Preço do suplemento (R$/kg) 0,51 1 0,41 3 Preço do peso corporal do animal (R$/kg) 2,96 2 2,96 4 Consumo de suplemento ótimo (kg/d) 1,42 2,14 Ganho de peso corporal estimado no CSótimo (kg/d) 0,480 0,590 1Composição (%): Mistura mineral (8,0), Uréia (5,0), Farelo de soja (26,18) e Milho (60,82); 2R$ 88,4/@ (Cuiabá 12/06/2013), 3Composição (%): Mistura mineral (8,0), Uréia (1,0), Resíduo de soja (83,40) e Milho (7,52); 4R$ 88,4/@ (Cuiabá 12/06/2013) 6) A suplementação múltipla e a qualidade da carcaça/carne De modo geral, cada vez mais se tem verificado uma maior exigência quanto à qualidade da carne produzida, independente do sistema de terminação (pasto ou confinamento). Estes dois sistemas não devem ser comparados em função dos ganhos de peso, pois se caracterizam distintamente pelo uso de alimentos e manejos adotados. No entanto, pode-se destacar que a atualização ou ajustes nos diversos sistemas existentes, sejam fundamentais para que se atenda às exigências do mercado (Arrigoni et al., 2012). Ainda, segundo os mesmos autores, torna-se obrigação que os sistemas produtivos se enquadrem para II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte aumentarem a produtividade e para tal objetivo, o aumento da eficiência alimentar e consequentemente a qualidade da carne deve ser maior. Na intensificação da produção de carne a pasto, dentre as características economicamente importantes, destacam-se o peso de venda às idades alvos (18 a 20 meses), peso de carcaça e maciez de carne para animais de abate. Segundo Arrigoni et al. (2012), em todo caso, deve ser considerada com maior atenção a opinião e a figura do consumidor. Neste sentido Abicht (2009) verificaram que os consumidores visam, principalmente, aspectos como a maciez, cor e a quantidade de gordura (Figura 5) Figura 5 - Atributos considerados pelos consumidores na escolha da carne bovina. Adaptado de Abicht (2009) Aspectos qualitativos da carne de animais criados a pasto estão relacionados também às ligações cruzadas entre as fibras de colágeno (Bailey, 1985), que se tornam mais estruturadas e numerosas à medida que o animal envelhece ou em razão de maior atividade física a que o músculo é submetido (Ramos e Gomide, 2007). Neste sentido, uma das principais estratégias para garantias de carnes macias é a redução na idade de abate. A qualidade da carne de novilhos precoces a pasto relaciona-se ainda às gorduras depositadas, principalmente a subcutânea, diretamente atreladas às características organolépticas como sabor e suculência da carne (Lawrie, 1979; Judge et al., 1989) e, as características nutricionais como o perfil nutracêutico II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte dos ácidos graxos (Wood et al., 2008) e indiretamente a maciez, principal atributo de palatabilidade pelo consumidor (Brondani et al., 2006). Neste sentido, Cavali (2010) avaliaram as características quantitativas da carcaça e qualidade do músculo Longissimus dorsi de novilhos nelore superprecoces (19 meses) criados a pasto em diferentes idades e estratégias de suplementação (Figura 6). Figura6 - Delineamento experimental em função das estratégias de alimentação e fases de produção. Cavali (2010) Na fase de amamentação, em que os bezerros foram mantidos com suas mães e suplementados em sistema de creep feeding, as estratégias T1, T2 e T3, fornecidas à base de 1,2 kg por dia, foram constituídas, pelos níveis 10, 20 e 30% de PB no suplemento. Nas fases das recrias (período seco e transição seca-águas) variou-se os níveis de nitrogênio não protéico (NNP) nos suplementos, substituindo-se o farelo de soja (diminuição de seus níveis de adição) por uréia (0, 4 e 8%) na composição do suplemento, mantendo o teor de PB em 34% nos 1,5 kg de suplemento fornecidos ao dia. Na fase de terminação, variaram-se novamente os níveis de NNP com níveis de substituição por uréia de 0, 3 e 6% nos suplementos, de forma a se obter 27% de PB nos 2,0 Kg de suplemento, fornecidos diariamente. II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte As estratégias de suplementação múltipla foram eficientes em aumentar a área de olho de lombo, o que sugere maior rendimento de carcaça e cortes nobres, além de promover maior espessura de gordura subcutânea, comparado aos animais que receberam mistura mineral. Quanto à qualidade da carne dos animais, Cavali (2010) concluíram novilhos superprecoces terminados em pasto caracterizaram-se por apresentar carnes vermelhas e menos exsudativas. A idade ao abate de tourinhos suplementados em pasto tem influência sobre as características de qualidade como tipo de fibras musculares e índice de fragmentação miofibrilar. Contudo, não influencia a força de cisalhamento, sendo possível caracterizar a carne como macia (Tabela 9). Segundo Felício (1999), o limite para a carne de animais zebuínos nas condições tropicais ser considerada macia é abaixo de 5,0 kgf de força de cisalhamento. Tabela 9 - Freqüências relativas (quanto ao metabolismo, morfologia e contração) dos tipos de fibras musculares, índice de fragmentação miofibrilar (IFM), força de cisalhamento e gordura intramuscular (GIM) do músculo L. dorsi de novilhos criados a pasto e equações de regressão ajustadas em função da idade (D) Características Fases de Produção (idades) CV (%) Cria Recria I Recria II Terminação Fibra muscular tipo I (%) 19,32 20,12 20,30 18,25 19,3 Fibra muscular tipo IIB (%) 1 45,84 49,09 47,80 62,70 50,7 Fibras vermelhas (%) 2,3 51,09 50,90 52,19 38,30 45,3 Fibras brancas (%) 4,5 45,84 49,09 47,80 62,70 50,7 Fibra de contração lenta (%) 6 19,32 20,12 20,30 18,25 19,3 Fibra de contração rápida (%) 7 80,68 79,87 79,28 82,25 43,8 IFM (%) 8 49,33 47,48 52,53 46,16 14,3 Força de cisalhamento (kgf) 4,78 4,29 4,56 4,46 35,4 GIM (%) 9 0,71 0,63 0,58 0,84 27,5 1 Y = 31,59808 + 0,04923D (R 2 = 98,66); 2 Dada pela soma das freqüências de I + IIA; 3 Y = 33,48688 + 0,04082D - 0,000055D 2 (R 2 = 95,82); 4 Tipo IIB; 5 Y = 31,59808 + 0,04923D (R 2 = 98,66); 6 Tipo I; 7 Dada pela soma das freqüências de IIA + IIB; 8 Y = 31,79351 + 0,11080D - 0,0001237D 2 (R 2 = 77,64); 9 Y = 1,76723 - 0,00615D + 0,0000079D (R 2 =97,07). Adaptado de Cavali (2010) A idade e os sistemas de alimentação modificam o perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular, podendo ser utilizada como ferramenta a nichos específicos de mercado. A terminação de novilhos superprecoces a pasto favoreceu a deposição de ácidos graxos monoinsaturados e reduziu a deposição dos poliinsaturados, mantendo constantes os ácidos graxos saturados. Quanto à suplementação protéica verificou-se que esta aumentou a deposição dos ácidos graxos II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte poliinsaturados e a relação ômega 6/ômega-3, reduziu a deposição de ácidos graxos monoinsaturados e EPA e não influenciou nos teores dos ácidos graxos saturados (Tabela 10). Tabela 10 - Teores dos ácidos graxos presentes na gordura intramuscular do Longissimus dorsi de novilhos suplementados a pasto e equações de regressão ajustadas às médias, em função da idade de abate (D) e da estratégia de suplementação, em g/100g de ácidos graxos identificados. Ácidos Graxos (%) Fases de produção (Idades Cria Recria I Recria II Terminação Saturados (AGS) 1 32,14 33,49 30,02 32,51 Monoinsaturados (AGM) 2 38,79 37,47 38,49 43,63 Poliinsaturados (AGP) 3 26,88 25,30 28,67 21,16 n-3 4,5 7,45 5,45 5,71 4,67 n-6 6,7 19,02 19,61 22,72 16,27 n-6:n-3 8 2,62 3,66 4,14 3,63 Ácidos Graxos (%) Estratégias de suplementação Controle T1 T2 T3 Saturados (AGS) 31,20 32,10 32,42 32,44 Monoinsaturados (AGM) 42,04 A 39,19 B 38,06 B 39,08 B Poliinsaturados (AGP) 23,08 B 26,02 A 26,98 A 25,94 A n-3 4 6,66 A 5,35 B 5,67 B 5,61 B n-6 6 16,12 B 20,39 A 21,06 A 20,05 A n-6:n-3 2,55 B 3,89 A 3,82 A 3,84 A 1 Não significativo; 2 Y= 33,90827+0,01557D (R 2 =96,0); 3 Y=10,62574+0,09476D-0,00013D 2 (R 2 =95,3); 4 Σ(18:1 cis-15, 18:2 trans-11 cis-15, 18:3 n-3, 20:5, 22:5, 22:6); 5 Y=23,01783– 0,00970D (R 2 =95,9); 6 Σ(18:1 cis-12, 18:1 trans-12, 18:2 cis-9 cis- 12, 18:2 trans-10 cis-12, 18:3 n-6, 20:3, 20:4); 7 Y=-1,06044+0,11484D-0,00014D 2 (R 2 =91,1); 8 Y=-2x0,000028+0,02274D- 2,00298D 2 (R 2 =80,4). Adaptada de Cavali (2010) A carne de novilhos precoces suplementados a pasto pode ser considerada de alta qualidade quanto ao perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular, constituindo um alimento saudável segundo os novos padrões dietéticos (Cavali, 2010). 7) A suplementação múltipla e a sustentabilidade ambiental Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Desta forma, a intensificação da produtividade pode ser considerada a melhor saída para contornar problemas ambientais atualmente relacionados à pecuária de corte, como: o desmatamento, para formação de novas pastagens; a degradação do solo, II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte resultante do baixo investimento na manutenção de pastagens; e emissão de gases efeito estufa pelo rebanho bovino (Carvalho et al., 2010). A sustentabilidade da pecuária bovina é tema recorrente nas discussões sobre o agronegócio brasileiro. Se, de um lado, a atividade é emissora de gases do efeito estufa e uma das principais ligadas ao desmatamento florestal, de outro, várias iniciativas têm sido implementadas para promover sua produtividade e reduzir seus impactos ambientais. Apesar de grande emissora, a pecuária mostra ter um grande potencial de seqüestro de carbono, através de pastagens bem manejadas. O investimento em pastagem aumenta a produtividade animal (e conseqüentemente a rentabilidade da atividade), inibe aberturas de novas áreas, elimina o risco da erosão e compactação do solo, além reduzir a quantidade de gases do efeito estufa (GEE) emitidos por quilo de carne produzida pelo aumento do sequestro de carbono (Zen et al., 2008). A bovinocultura fundamentada nos princípios da sustentabilidade, que presume a produção de bovinos com elevada eficiência e alta competitividade, associada à conservação dos recursos naturais, dentro dos limites genéticos e garantidas condições sanitárias e de manejo adequadas, é o produto do suprimento (oferta), consumo, valor nutritivo (concentrações de energia e nutrientes, digestibilidade) e metabolismo, ou seja, é o reflexo do consumo e eficiência de utilização de nutrientes e energia metabolizáveis (Paulino et al., 2012). Nos últimos anos, o aumento da capacidade de suporte das pastagens propiciado pela adoção crescente de tecnologias na pecuária brasileira, especialmente o uso de forrageiras melhoradas e técnicas de manejo de pastagens, permitiu que o crescimento do rebanho fosse maior do quea expansão das áreas de pastagens. Segundo Valentim e Andrade (2009), este aumento possibilitou evitar, entre os anos de 1975 e 2006, a incorporação de 213,1 milhões de hectares para a produção pecuária, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, que contribuíram com 54% e 29% deste resultado, respectivamente (Figura 7). II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Figura 7 - Desmatamento evitado no Brasil e nos estados da Amazônia Legal entre 1975 e 2006, em função do aumento de produtividade na pecuária (calculado com base no aumento das taxas de lotação das pastagens no período). Adaptado de Valentin e Andrade (2009) Em adição, segundo Martha Jr. et al. (2012) no período 1996-2006, a área de desmatamento evitado foi de 41,45; 73,24 e 143,17 milhões de hectares, respectivamente, para as regiões Centro-oeste e Norte e para o Brasil, sendo resultado de ganhos de produtividade na produção de carne bovina. Especificamente para o Estado de Mato Grosso, o desmatamento evitado foi de 16,8 milhões de hectares quando se toma como base os dados de 2002 para nível tecnológico e 2010 para pastagem e abates (Imea, 2011). Assim percebe-se que o rebanho cresceu muito mais que a área de pastagem e segundo a Imea (2011) é possível concluir que houve aumento na produtividade, tanto que no ano de 2010 a taxa de lotação atingiu o maior valor da série histórica, com 1,01 UA/ha. A taxa de lotação das pastagens pode ser utilizada como um indicador de eficiência da atividade pecuária, embora em alguns casos possa também estar associado a situações de superlotação que, geralmente, acarretam a degradação das pastagens e do solo, a redução da produtividade e a perda de rentabilidade da atividade. Neste contexto, verifica-se que o valor médio de 1,01 UA/ha para o estado de Mato Grosso é insustentável e dão margem suficiente para aperfeiçoamento do sistema de produção. Carvalho et al., (2010) em estudo avaliando o potencial da produtividade e rentabilidade da pecuária de corte do II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Mato Grosso, apontaram que é possível dobrar a produção aumentando a taxa de lotação em pasto para 1,6 UA/h, com um rebanho apresentando índices zootécnicos ideais. Porém, o investimento desembolsado na reforma de pastagem só compensa se a intensificação da taxa de lotação desse mesmo rebanho for acima de 2,0 UA/ha (o que deverá aumentar a produtividade e rentabilidade em 2,5 vezes). Com 2,5 UA/ha, a produção poderá triplicar, tornando a rentabilidade do setor quatro vezes maior. Há várias técnicas disponíveis para aumentar a taxa de lotação dos pastos e tornar a produção de carne bovina cada vez mais sustentável. Como no Brasil a pecuária de corte está baseada em pastagens, profissionais e pecuaristas devem procurar tecnologias que promovem o uso mais intensivo das áreas de pastagem e, por consequência, possibilitam ganhos de eficiência nos sistemas produtivos, além de pouparem terra para a produção agropecuária. Dentre estas podem ser citadas: adubação de pastagens; diferimento das pastagens, fornecimento de suplementos múltiplos; sistemas de integração pecuária-floresta; sistemas de integração lavoura-pecuária; sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta; e, as relativas ao manejo do animal como forma de buscar pela intensificação com uma pecuária de ciclo curto. No tocante à suplementação múltipla, Reis et al. (2009) destacaram sua importância não somente quanto a propiciar maior desempenho animal, mas também, quanto à possibilidade de auxiliar no processo sustentabilidade dos pastos. A suplementação também afeta a taxa de lotação, que decresce linearmente com acréscimo na altura de pastejo, independente da suplementação utilizada. No entanto, a lotação deve ser sempre superior nos pastos em que os animais recebem concentrado em relação aos suplementados com sal mineral (Reis et al., 2009). Segundo Paulino et al. (2004), a suplementação da forragem oriunda das pastagens, por meio da suplementação da dieta de bovinos em pastejo, é uma das principais estratégias para a intensificação dos sistemas produtivos. Essa tecnologia permite corrigir dietas desequilibradas, aumentar a eficiência de conversão da forragem, aumentar o ganho de peso dos animais, encurtar os ciclos reprodutivos, de crescimento e engorda dos bovinos e aumentar a capacidade de suporte das pastagens nos sistemas produtivos, incrementando II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte a eficiência de utilização da forragem e elevando o nível de produção por unidade de superfície (kg/ha/ano). Neste contexto, Correia (2006) verificou aumento linear da taxa de lotação e do desempenho de novilhos em pastagem de capim-marandu com doses crescentes de suplemento concentrado, 0,0, 0,3, 0,6 e 0,9 % do PC/dia (Tabela 11). Tabela 11 - Taxa de lotação (UA/ha), ganho médio diário (kg/dia) e ganho por área (@/ha) de bovinos de corte em de pastagem de capim-marandu, em função do nível de suplementação Variável Nível de suplementação (%PC) Intercepto* Coeficiente angular* 0,0 0,3 0,6 0,9 Taxa de lotação 4,50 5,33 5,58 6,12 4,62 1,70 Peso corporal final 287,8 301,1 308,6 320,3 288,50 35,11 Ganho médio diário 0,595 0,673 0,810 0,968 0,583 0,408 Ganho por área 16,34 22,78 25,86 33,82 16,36 18,48 * Efeito linear (P<0,01) pelo teste t-Student. Adaptado de Corrêa (2006) O efeito positivo da suplementação com concentrado no aumento das taxas de lotação também pode ser visualizado na Figura 8. Dórea (2010) revisou oito pesquisas e verificou que em todos os trabalhos houve aumento da taxa de lotação e da produção de carne por área, o que evidencia o potencial da suplementação com concentrado como ferramenta para aumentar a produtividade de sistemas de produção em pastagens. Figura 8 - Efeito da suplementação na taxa de lotação(UA/ha). Santos et al. (2012) II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Assim verifica-se que o aumento nas taxas de lotação e a adequação das exigências dos bovinos em sistemas de pastagem, proporcionado através da suplementação, condicionam melhores taxas de ganho de peso, levando ao aumento na produtividade total do sistema, expresso por @ produzidos por hectare ao longo de um determinado período. Segundo Reis et al. (2009) ao se promover o ajuste na taxa de lotação, a estrutura do pasto parece não ser afetada pela suplementação da dieta dos animais com concentrado (Roman et al., 2008; Pompeu et al., 2008). Entretanto, há alguns indícios que o maior número de animais na mesma área, devido a suplementação com concentrado possa aumentar o perfilhamento de pastos de capim-marandu manejado sobre lotação continua em diferentes alturas de pastejo (Figura 9). Figura 9 - Taxa de aparecimento (TAP) e mortalidade (TMO) de perfilhos em pastos de capim- marandu mantido em diferentes alturas do dossel forrageiro, pastejado por animais suplementados com sal mineral (SAL) ou suplemento protéico energético (SP) durante o período das águas. Adaptado de Azenha et al. (2009) Assim, segundo Reis et al. (2009), a taxa de lotação deve ser sempre superior nos pastos em que os animais recebem concentrado em relação aos suplementados com sal mineral. Dessa forma, pode-se manter 9,5% a mais de animais na mesma área, o que equivale a um animal de aproximadamente 200 kg a mais por hectare. Com a utilização da suplementação da dieta de animais em pastejo é possível aumentar a capacidade suporte dos pastos, refletindo em maior produtividade por área. O primeiro passo na tentativa de diminuir a participação da bovinocultura no aquecimento da temperatura global deve ser o aumento da produtividade, II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte por meio do fornecimento de alimentosde melhor qualidade (Valentin e Andrade, 2009). A intensificação da produtividade também é considerada a melhor saída para contornar problemas ambientais atualmente relacionados à pecuária de corte, como: o desmatamento, para formação de novas pastagens; a degradação do solo, resultante do baixo investimento na manutenção de pastagens; e emissão de GEE pelo rebanho bovino (Carvalho et al., 2010). Segundo Paulino et al. (2011), considerando que a taxa de lotação média no Brasil está em 1,1 bovinos para cada hectare, verifica-se que os bovinos emitem 56 kg de metano e 54 kg de gás carbônico por ano. Por outro lado, as pastagens sustentam a pecuária nacional e sequestram o carbono. As estimativas apontam que as pastagens brasileiras sequestram cerca de 920 kg/ha/ano. Porém, quando bem manejadas as pastagens podem sequestrar até 2 kg/ha/ano. Baseado nessa informação, o saldo da pecuária seria positivo e de 810 kg/ha de carbono sequestrado por ano. Considerando a eficiência de pastejo, os conteúdos de carbono na matéria seca e o estoque de carbono no solo, grosseiramente eleva-se na ordem de 1,2 a 2,1 toneladas de carbono sequestrado por unidade animal acrescentada na lotação por aérea (Paulino et al., 2011). Os valores padrões de produção de metano por um bovino adulto pastejando em condições normais, podem variar de 40 a 70 kg/animal/ano, o que equivale a 0,92 a 1,61t/animal/ano de CO2 equivalente (Paulino et al., 2011). No entanto, a expectativa de fixação de CO2 proveniente da atmosfera pelas plantas forrageiras são bem maiores, considerando o potencial de produção de matéria seca das plantas de clima tropical. Pedreira & Primavesi (2008) fizeram uma simulação do balanço dos gases gerados em um sistema de produção de bovinos em pastejo pode ser visualizada na Tabela 12. Segundo Berchielli et al. (2012) o passo inicial, na tentativa de reduzir a participação da bovinocultura na mudança climática global, deve ser via aumento da produtividade, através do fornecimento de alimentos de melhor qualidade, o que, segundo Zen et al. (2008), poderia diminuir 10% da emissão de metano por quilo de carne produzida. O fornecimento de alimentos concentrados além de elevarem a produção de propionato, com impacto direto sobre a emissão de CH4 possibilitam o abate precoce dos animais, o que reduz as emissões de CH4 totais, durante a vida do animal, e por kg de carne produzida. II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Tabela 12 - Emissão de metano (CH4) e de CO2 por bovino adulto consumindo forragem e sal mineral e sequestro de CO2 em pasto bem manejado de braquiaria Bovino adulto Emissão de CH4 60,5 kg/ano 1 Equivalente CO2 60,5 x 23 = 1.391 Emissão de CO2 54,0 kg/ano + 54 Total Eq. CO2 = 1.445 Pastagens Sequestro de CO2 60.000 kg/ha/ano 2 Considerando 1,10 cab/ha = 54545 Balanço = 53.100 1 Considerando um bovino adulto consumindo exclusivamente forragem e sal mineral. 2 Considerando a produção anual de matéria seca de forragem de 30 t/ha. (considerando um pasto bem manejado (parte aérea mais raiz). A braquiaria em solo pobre produz de 2 a 5 t/ha/ano de MS de parte aérea). Adaptado de Pedreira & Primavesi (2008) Chizzotti et al. (2011) realizaram uma simulação do efeito da intensificação do ganho de peso com redução da idade de abate e também do efeito da melhoria da eficiência alimentar sobre o impacto ambiental da atividade pecuária, principalmente no que diz respeito à excreção de CH4 entérico (Tabela 13). As simulações foram realizadas para vários sistemas de produção, considerando diferentes cenários para abate de animais aos 44, 30, 26, 20 ou 14 meses de idade. Segundo Chizzotti et al. (2011) é importante salientar que devido à escassez de dados referentes à emissão de equivalente CO2 pelos principais insumos utilizados na pecuária, não foram considerados os custos energéticos da produção de insumos, que são custos importantes quando da utilização de sistemas altamente intensivos. Tabela 13 - Efeito da idade de abate sobre a emissão de metano por bovinos de corte Item Idade ao abate (meses) 44 30 26 20 14 Peso ao nascimento 28 28 28 28 28 Peso ao abate (kg) 16,7 16,7 16,7 16,5 15,7 GMDnasc. ao abate (kg) 0,385 0,523 0,606 0,778 0,957 Emissão total CH4 (kg) 154,7 118,5 106,4 72,7 50,1 Redução abate aos 44m (%) -23,4% -31,2% -53,0% -67,6% Redução abate aos 30m (%) -10,2% -38,7% -57,7% Redução abate aos 26m (%) -31,7% -53,0% Fonte: Chizzotti et al. (2012) II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte No caso do abate aos 20 meses a emissão de CH4 foi reduzida em 53%. Entretanto, segundo os autores, a emissão de GEE oriundo dos alimentos e do transporte e fornecimento desses não foram considerados, o que certamente deve diminuir o potencial de mitigação dos sistemas mais intensivos. Assim, verifica-se a possibilidade de redução dos GEE, através do processo de intensificação da produção de carne via sistema pasto/suplemento, com redução da idade ao abate para de 48 meses para 18 a 20 meses. Fontes et al. (2012) avaliaram o impacto da suplementação múltiplaa (60% milho + 30% farelo de trigo + 10% farelo de soja), fornecida individualmente, na base de 6 g de suplemento /kg de PC, na emissão de CH4 de novilhos, durante a recria, em pastagem de capim-mombaça (Tabela 14). Tabela 14 - Consumo de concentrado, consumo forragem, consumo total de MS (concentrado + forragem), consumo diário de EB, produção diária de CH4, produção de CH4 por Kg de MS ingerida, perda de energia no CH4 e porcentagem de perda da energia bruta ingerida na forma de CH4, de bovinos de corte recebendo ou não suplementos múltiplos Variável Suplemento Pr>F Múltiplo Mineral Consumo de forragem (kg/dia) 3,84 ± 0,15 3,95 ± 0,16 0,6368 Consumo de concentrado (kg/dia) 1,63 ± 0,05 0,07 ± 0,05 <0,0001 Consumo total de MS (kg/dia) 5,47 ± 0,16 4,02 ± 0,17 <0,0001 Consumo de energia bruta (EB) (Mcal/Kg) 24,57 ± 0,82 17,46 ± 0,82 <0,0001 Produção diária de CH4 (g/dia) 116,8 ± 4,70 112,74 ± 4,59 0,5437 Produção de CH4/Kg de MS ingerida (g/kg) 21,51 ± 1,51 29,76 ± 1,48 0,0010 Perda de energia na forma de CH4 (Mcal/dia) 1,55 ± 0,08 1,45 ± 0,08 0,3770 Perda de energia/CH4 (% da EB ingerida) 6,36 ± 0,61 8,59 ± 0,61 0,0184 Adaptado de Fontes et al. (2012) Não houve diferença entre animais que receberam suplementação múltipla e os que receberam apenas suplemento mineral quanto à perda diária de energia na forma de CH4. Entretanto, quando a perda de energia foi expressa como porcentagem da EB ingerida, os animais que receberam suplementos proteico-energéticos tiveram menor perda. Assim, verifica-se que a suplementação com concentrado age de forma efetiva na mitigação da emissão de metano, reduzindo a proporção da energia perdida na forma de CH4. II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte Simulações realizadas por Barioni et al. (2007) mostraram que, se a eficiência produtiva continuar aumentando às mesmas taxas dos últimos 15 anos, é provável que em 2025 a produção pecuária brasileira seja 25% superior, com os níveis de emissão de GEE apenas 3,0% maiores, com uma redução de 18% na relação kg CH4/kg de carne produzida. Nos sistemas de produção de bovinos em pastagens, o nível de consumo, qualidade da forragem disponível e a digestibilidade da massa ingerida são fatores determinantes para a produção de CH4 entérico pelos animais e variam conforme a espécie forrageira, o sistema de manejo adotado e a estação do ano (Cottle et al., 2011). Técnicas nutricionais como o uso de ionóforos, glicerol, tanino, saponinas, óleos, gorduras, vacinas, anticorpos policlonais, técnicas de manejo de pastagens, melhoramento genético e sistemas eficientes de produção têm sido utilizados para manipularo rúmen e reduzir a emissão do gás (Mohammed et al., 2004). Ao se considerar a importância dos ruminantes para economia mundial, é essencial estabelecer, sustentavelmente, formas de aumento da produtividade que procurem reduzir a emissão de CH4, a qual tem sido pauta dos sistemas de comunicação (Berchielli et al., 2012). 8) Considerações finais O ciclo de produção de carne bovina a pasto pode ser intensificado (reduzido) com o uso de suplementos múltiplos que, além de propiciar maior ganho de peso por animal e por área, reduz a produção de gás metano por quilo de carne produzida. A redução da idade de abate de bovinos de corte pelo fornecimento de suplementos múltiplos produz uma carne macia e de alta qualidade no que se refere ao perfil de ácidos graxos da gordura intramuscular, constituindo um alimento saudável. O abate de bovinos entre 18 e 20 meses é uma alternativa economicamente viável, no entanto, as recomendações do nível ótimo de suplementos múltiplos devem basear-se nos pressupostos da teoria de resposta marginal, sob o risco de uso não racional de nutrientes. II SIMBOV – II Simpósio Matogrossense de Bovinocultura de Corte A resposta produtiva marginal, o preço do suplemento e o preço do produto animal, por sua vez, são as variáveis chaves que definem a quantidade ótima de suplementos. 9) Referências bibliográficas ABICHT, A. M. Percepções dos consumidores locais sobre a carne bovina certificada e rastreada. 2008. Dissertação Mestrado em Agronegócios - Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. ARRIGONI, M.B.; MARTINS, C.L.; BARDUCCI, R.S. et al. Fatores zootécnicos que impactam a qualidade de carne e suas interações com nichos diferenciados de mercado. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 8., 2012, Viçosa, MG. 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