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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA VIDA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA ATIVIDADE EXTERNA DA DISCIPLINA DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EVA VITÓRIA PEREIRA COSTA ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NA INSPEÇÃO DE CARNE BOVINA ATRAVÉS DO SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL (SIF) GOIÂNIA 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................3 2 HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL (SIF) 3 3 INSPEÇÃO DE CARNE BOVINA ANTE-MORTEM E POS-MORTEM ...............................................6 4 CONCLUSÃO ..............................................................................................................................7 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................................8 1 INTRODUÇÃO Em 2020 o Brasil chegou a ter o maior rebanho bovino do mundo e também se encontra na quarta posição como um dos maiores produtores de grãos do mundo (GABRIEL, 2021) representando grande importância para o agronegócio mundial. A medicina veterinária é uma área bastante ampla que envolve diversos ramos das ciências médicas e da vida dos seres vivos em geral, porém por muito tempo o médico veterinário foi visto apenas como o profissional responsável pela promoção da saúde animal. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado com o objetivo de promover a manutenção da tríade epidemiológica que consiste na relação existente entre a saúde humana, saúde animal e saúde ambiental. Dessa maneira, o médico veterinário começou a ser valorizado como profissional responsável por promover a harmonia entre os elementos da tríade devido ao seu amplo conhecimento profissional à cerca de diversas áreas da saúde única. Um dos maiores exemplos dessa mudança é a atuação do médico veterinário na vigilância sanitária com o objetivo de inspecionar os produtos de origem animal voltados ao consumo humano. O SIF é o Sistema de Inspeção Federal que assim como diversos outros órgãos de administração dessa área, busca inspecionar a qualidade de produtos de origem animal e vegetal a serem exportados ou não. A inspeção dos produtos de origem animal é realizada pelo médico veterinário que pode inclusive atuar em frigoríficos garantindo a qualidade da carne. 2 HISTÓRICO E ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO SISTEMA DE INSPEÇÃO FEDERAL (SIF) O MAPA é o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento responsável por regulação dos diversos setores e departamentos relacionados ao agronegócio. O Serviço de Inspeção Federal (SIF) faz parte do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) ministrados pelo MAPA e é responsável por garantir a qualidade dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano dentro ou fora do país (CARVALHO, 2020). Existem registros do surgimento das práticas de vigilância sanitária no Brasil no século XVIII, ainda no período imperial, porém o SIF surgiu apenas em 1915. Foi em 1910 que a produção de carne no país foi impulsionada pelo MAPA que passou a incentivar os produtores, mas para isso foi necessário o estabelecimento de regimentos para impedir a proliferação de doenças e garantir a qualidade dos produtos. Antes que a exportação possa ser realizada os profissionais precisam realizar uma criteriosa inspeção dos produtos para verificar se estão de acordo com as normas de saúde estabelecidas pelo SIF. Existem diversas doenças que são ocasionadas pelo consumo de carne sem inspeção como é o caso da cisticercose, tuberculose, brucelose, toxoplasmose e fasciolose (GABRIEL, 2021), além de doenças bacterianas causadas pelo manejo incorreto dos produtos e cabe ao médico veterinário investigar esses surtos e combater os agentes etiológicos. Sendo assim, foi importante que o governo federal criasse o SIF para que os produtos pudessem ser atestados de maneira oficial e um controle maior, principalmente sob os estabelecimentos maiores como os frigoríficos, pudesse ser exercido. No mesmo ano foi instituído o regulamento do Serviço de Veterinária pelo SIF responsável por inspecionar o gado que seria importado e exportado pelo país (CARVALHO, 2020). A partir dessas mudanças, o governo federal começou a sentir necessidade de tornar seus profissionais especializados nas práticas de inspeção e por isso enviou para Europa e os EUA, 77 desses profissionais que permaneceram estudando no exterior por 2 anos (CARVALHO, 2020). Em sistemas de criação, o médico veterinário é responsável por fiscalizar a estrutura do estabelecimento e verificar se o manejo dos animais está sendo realizado da forma correta. O SIPOA é o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal que surgiu em 1921 a partir de um decreto que originou a Seção de Carnes e Derivados e a Seção de Leite e Derivados. CARVALHO, 2020 cita também que alguns anos depois criou-se o Departamento Nacional de Produção Animal (DNPA) que originou o atual Departamento de Produtos de Origem Animal (DIPOA), onde um dos serviços presentes era o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA). Porém, a inspeção de carnes só se tornou obrigatória depois da instituição da lei mãe da inspeção de carnes de 1950 cuja responsabilidade foi dividida entre os governos federal, estadual e municipal: • A fiscalização das unidades da federação era realizada pelo Ministério da Agricultura; • A fiscalização do comércio entre municípios era responsabilidade das Secretarias Estaduais ou Distrital de Agricultura; • O comércio realizado dentro do mesmo município por frigoríficos era fiscalizado pelas Secretarias Municipais. Porém, em 1970 o governo federal começou a analisar a possibilidade de federalizar todos os serviços de inspeção. Isso não foi possível devido à falta de estrutura dos pequenos estabelecimentos que não permitia que a fiscalização fosse realizada da mesma forma que era feita com grandes estabelecimentos dedicados a exportação (CARVALHO, 2020). Em 1996, o Serviço de Veterinária passou a ser denominado como Serviço de Indústria Pastoril e não demorou muito para que o Regulamento de Inspeção de Fábricas de Produtos Animais (atual RIISPOA - Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal) fosse instituído. De 2007 a 2017 foi instituído um novo decreto do RIISPOA que exige que os estabelecimentos apresentem diversos documentos registrando suas atividades. Atualmente o Brasil conta com os Sistemas de Inspeção que incluem o Serviço de Inspeção Municipal, o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e o Serviço de Inspeção Federal (SIF) para regulamentar a inspeção Sanitária de acordo com o território envolvido. Uma das principais exigências na exportação de produtos de origem animal é a rastreabilidade que só começou a ser utilizada em 2002 pelo SISBOV, estabelecendo um histórico do animal e do produto por toda a sua trajetória. A função de estabelecer essa rastreabilidade é realizada por médicos veterinários que atuam em frigoríficos ou em Sistemas de criação de forma permanente ou não. Outras das funções realizadas por esses profissionais é a coordenação das equipes de verificação dos produtos e a inspeção do abate, além de poderem também trabalhar em órgãos públicos responsáveis pela parte administrativa dos processos. 3 INSPEÇÃO DE CARNE BOVINA ANTE-MORTEM E POS-MORTEM A inspeção ante-mortem equivale a inspeção realizada pelo médico veterinário antes do abate do animal, assim como a inspeção pos-mortem que por sua vez é efetuada após o abate, ou seja, corresponde a inspeção da carne bovina. Um dia antes do abate é realizada a primeira etapa da inspeçãoante-mortem no período da tarde quando os animais já estarão separados em lotes e posteriormente, apenas meia hora antes do abate, ocorre a segunda etapa da inspeção. Essas etapas consistem em avaliar visualmente o animal em repouso e em movimento, sendo importante separar do grupo aqueles animais que apresentem particularidades como partos recentes e idade precoce. Durante a inspeção o profissional precisa ter acesso ao calendário sanitário dos animais, incluindo as certificações de vacinação, e também se certificar caso necessário de parâmetros como raça e peso corporal, além de conferir a quantidade de animais presentes e as condições higiênicas dos currais. Caso existam animais suspeitos de quaisquer enfermidades, estes devem ser separados para que possam passar por exames que podem durar diferentes períodos. Animais acidentados ou que não consigam se locomover podem ser encaminhados para a matança de emergência imediata, já aqueles que apresentem enfermidades confirmadas através de exames clínicos, devem ser encaminhados para a matança de emergência mediata e posteriormente levados para o departamento de necropsia. A necropsia também é realizada pelo veterinário com o auxílio de outros profissionais, porém os animais necropsiados podem ou não serem aproveitados em produtos não destinados ao consumo alimentício dependendo de suas condições. Aqueles com suspeitas de doenças infecto-contagiosas devem ser encaminhados para o crematório. Na inspeção pos-mortem há a realização de um exame macroscópico das partes e órgãos dos animais abatidos, onde a velocidade da matança implica consideravelmente na eficiência do processo. Além disso, caso seja encontrada alguma irregularidade, os produtos devem ser rejeitados. 4 CONCLUSÃO O SIF é o sistema responsável por inspecionar os produtos de origem animal que são comercializados dentro de uma federação através da importante atuação do médico veterinário que se dispõe de muitas áreas de atuação, inclusive a saúde pública. O estabelecimento desse sistema de inspeção teve origem através do MAPA que precisou percorrer um longo período histórico para tornar o SIF como ele é atualmente. Porém, é importante ressaltar que os sistemas de inspeção são divididos conforme a sua área de atuação e semelhantemente ao SIF, tem-se no Brasil o SIE e o Sistema de Inspeção Municipal. O médico veterinário desempenha um papel insubstituível dentro de sistemas de criação e frigoríficos garantindo a qualidade dos futuros produtos. Sabe-se que a inspeção inadequada da carne pode levar a surtos de diversas doenças causadas por parasitos ou bactérias, por isso o SIF estabeleceu a inspeção ante- mortem e pos-mortem, realizadas antes e depois do abate, respectivamente. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, Adriano Lênin Cirilo de. Fiscais do Ministério da Agricultura e sua presença nos frigoríficos sob o ponto de vista da autonomia burocrática. Brasília, 2020. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/5120/1/Adriano%20Carvalho.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021. GABRIEL, Igo Santos. A indispensabilidade do médico veterinário como agente de saúde única na inspeção de carnes no Brasil. Paripiranga, 2021. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/13788. Acesso em: 10 nov. 2021. DEPARTAMENTO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. Inspeção de carnes bovina: Padronização de técnicas instalações e equipamentos. Brasília, 2007. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt- br/assuntos/inspecao/produtos-animal/empresario/copy_of_TOMODEBOVINO.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021. https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/5120/1/Adriano%20Carvalho.pdf https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/13788 https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/empresario/copy_of_TOMODEBOVINO.pdf https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-animal/empresario/copy_of_TOMODEBOVINO.pdf
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