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Capítulo de Injeção direta em motores Otto Autor: Raphael José Pereira * Respostas sem correção podendo assim estarem incorretas. 1) São duas vantagens básicas em relação à injeção indireta: menores perdas por bombeamento e maiores taxas de compressão. As menores perdas por bombeamento se devem à ausência do corpo de borboleta, nos ciclos Diesel permite-se a combustão de misturas com excesso de ar o que viabiliza a modulação do torque através da injeção de combustível. As maiores taxas de compressão se devem ao fato da injeção direta permitir mais de uma injeção por combustão, o que reduz a temperatura na câmara de combustão, e consequentemente, aumenta a resistência à detonação, podendo-se trabalhar com taxas de compressão mais elevadas e mais eficientes. 2) Nos sistemas de injeção direta ainda persiste a dificuldade do controle da mistura ar-combustível, têm se adotado injetores mais próximos da câmara de combustão a fim de se vencer esse obstáculo, porém traz um problema, a redução do tempo de formação da mistura. Para vencer essa redução do tempo de formação da mistura têm-se estudado a utilização de modelos de injetores que melhoram a atomização do combustível, através de uma maior pressão de injeção. Uma das pesquisas mais recentes é a utilização de ar comprimido nos injetores para poder atomizar a mistura. 3) Os sistemas de injeção direta permitem a combustão estratificada pois conseguem manter uma relação ar-combustível extremamente pobre (20% de excesso de ar, ou acima disso). No entanto, essa mistura extremamente pobre traz complicações para a ignição e a evolução da frente de chama, sendo assim deve-se fornecer misturas próximas da estequiométrica pelo menos nos entornos do eletrodo das velas. Essa combustão estratificada é útil por apresentar uma maior eficiência energética, e consequentemente, uma redução no consumo de combustível. No entanto, a combustão estratificada é altamente sensível às características do combustível, as características dos componentes do motor, a faixa de operação do motor, ao desgaste e mau funcionamento dos componentes do injetor e apresenta também uma enorme dificuldade no controle das emissões de gases poluentes. 4) Gráfico da carga do motor em função da rotação do virabrequim. Região 1: Estratificada → Injeção atrasada (lambda>>1 + EGR) • Baixa emissão de NOx; • Boa estabilidade; • Baixo consumo de combustível. Região 2: Região de transição entre a combustão estratificada e a combustão homogênea. Região 3: Homogênea → Injeção atrasada (lambda =1 + EGC) • Baixa emissão de HC; • Boa estabilidade; • Baixo consumo de combustível. Região 1: Homogênea → (lambda <= 1) • Requisitos de octanagem; • Utilização de ar; • Eficiência volumétrica. 5) O primeiro passo é reduzir o torque através do empobrecimento da mistura ar-combustível até o limite da combustão, com o início da abertura da borboleta. Ao atingir o limite da evolução da frente de chama injeta-se a mistura estratificada para estabilizar a combustão e o passo final é com a mistura totalmente estratificada e com a válvula de borboleta completamente aberta e a maior relação ar-combustível possível. As limitações estão nas variações abruptas de carga, o que limitam as variações de torque do motor, afetando no desempenho. Durante a transição deseja-se garantir a satisfação do motorista evitando as altas variações de torque do motor. 6) A injeção em dois estágios é utilizada para reduzir a temperatura na câmara de combustão, e consequentemente aumentar a resistência à detonação. A primeira injeção visa remover calor do interior da câmara de combustão durante a compressão o que reduz a temperatura e aumenta a resistência à detonação. A segunda injeção traz a possibilidade de injetar combustível com a válvula de escapamento aberta, essa estratégia é utilizada durante a fase de aquecimento do conversor catalítico. 7) Outra possibilidade de aplicação dos sistemas de injeção direta de combustível no Brasil vem da dificuldade de partida a frio com o etanol, vivida em sistemas de injeção indireta de combustível. A adoção de injetores de maior capacidade de atomização e a eliminação da condensação de combustível nas paredes do motor, fora da câmara de combustão, são potenciais fatores para a melhoria da capacidade de partida a frio com etanol. 8) A variável determinante nos motores que utilizam injeção indireta de combustível é a relação ar- combustível, já nos dispositivos de injeção direta além da relação ar-combustível, passa também a ter fundamental importância a diferença angular (em ângulo de virabrequim) entre a injeção e a centelha de ignição, principalmente em condição de carga estratificada. 9) As três tecnologias são catalisador “DeNOx”, o “Nox storage” e o “SCR”. O catalisador “DeNOx” é o mais simples e o menos eficiente, o seu custo é relativamente alto devido à utilização de platina, a máxima eficiência de conversão atingida é na faixa de 30 a 50%, com a limitação da faixa de temperaturas de 180 a 300 ºC, impedindo assim a sua instalação próximo à válvula de escapamento, o que vai demandar um tempo maior de aquecimento do componente, e consequentemente, uma menor eficiência de conversão na fase de aquecimento do motor. Sua grande vantagem é a resistência à contaminação por enxofre. O “Nox storage” apresenta uma elevada eficiência de conversão na faixa de 90%, podendo ser utilizado num regime de temperaturas de 200 a 550 ºC, permitindo a adoção desse sistema junto do catalisador de três vias, ou seja, mais próximo à válvula de escapamento. Sua desvantagem é a contaminação por enxofre. O sistema de catálise seletiva à base de ureia ou “SCR”, apresenta eficiência de conversão da ordem de 70%, numa faixa de operação a 200 a 550 ºC, em relação ao NOx Storage esse sistema apresenta a vantagem de resistir ao enxofre e não necessita de regeneração, reduzindo o consumo de combustível, as suas desvantagens estão na sua maior complexidade e na necessidade de se utilizar um agente redutor. 10) A realidade atual apenas utiliza a injeção direta com queima homogênea, o que já garante a redução no consumo de combustível na ordem de 5%. O sistema de injeção direta pode conseguir a injeção de misturas mais próximas da estequiométrica pelo menos nas regiões do entorno dos eletrodos da vela, além de uma melhor atomização do combustível e reduzir o depósito de combustível nas paredes do cilindro evitando assim a injeção de uma quantidade de combustível superior para uma combustão completa.
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