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2811 - 1 - UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CURSO DE SERVIÇO SOCIAL Atividade Prática Supervisionada Disciplina: Formação Social, Econômica e Política do Brasil Profª. Maria Clotilde Bastos Tutor a Presencial: Profª. Adriana Luiza da Silva Benaia Paula Santos Aguiar RA: 7700650902 Joyce Pinheiro de Oliveira RA: 444778 Marilene Maurilio Dantas RA: 415257 Paulo Faustino do Nascimento RA: 442414 Cuiabá / MT 2013 2822 - 2 - UNIVERSIDADE ANHANGUERA-UNIDERP JORNAL VIRTUAL Colaboradores Benaia Paula Santos Aguiar RA: 7700650902 Joyce Pinheiro de Oliveira RA: 444778 Marilene Maurilio Dantas RA: 415257 Paulo Faustino do Nascimento RA: 442414 Atividade Prática Supervisionada Disciplina: Formação Social, Econômica e Política do Brasil Profª. Maria Clotilde Bastos Atividade Prática Supervisionada (ATPS), titulado Jornal Virtual apresentada pelos (as) alunos (os) do Serviço Social 2° semestre, à Universidade Anhanguera-Uniderp, para a obtenção parcial de nota da disciplina Formação Social, Econômica e Política do Brasil, com a Profª. Maria Clotilde Bastos. Cuiabá / MT 2013 2833 - 3 - SUMÁRIO Introdução: -----------------------------------------------------------------------------------02 O Cenário Social e Econômico do Brasil ------------------------------------------------03 O Panorama Econômico e Político do Brasil. -------------------------------------------09 A Evolução Política e as Transformações Sociais Brasileiras. ----------------------- 13 Considerações Finais: ----------------------------------------------------------------------25 Referências Bibliográficas: ----------------------------------------------------------------25 Pag. 01 2844 - 4 - Introdução: Este trabalho tem como objetivo conhecermos o cenário social e econômico do Brasil - Colônia, com o intuito de nos aprofundarmos nossos conhecimentos para nossa formação profissional na área social, onde abordamos diversas mudanças do Brasil pós Era Vargas e suas diversas correntes, processos econômicos. Pag. 02 28 Jean-Baptiste Debret (1768-1848), foi um desenhista e pintor francês, que tinha como base de trabalho o estilo neoclássico. Motivado pela queda de Napoleão Bonaparte, que deixou os artistas de sua época a mercê da própria sorte, Debret aceita o convite do Príncipe Regente D. João VI, e integra-se à Missão Artística Francesa, aportando em terras brasileiras em 26 de Março de 1816 com outros artistas franceses, e retornando à França apenas em 1831 alegando problemas de saúde. Tornou-se, pintor oficial da Corte Portuguesa e diretor da Academia de Belas Artes em 1826, a qual fora um dos fundadores. Durante esse período, viajou pelo Brasil retratando diversas cenas brasileiras, mas, sobretudo, o dia a dia das pessoas humildes e dos escravos. Ao registrar a vida na corte, o cotidiano do Rio de Janeiro, o comércio de escravos, a riqueza da flora, os costumes dos indígenas e dos negros, criou um importante acervo de fontes iconográficas sobre o Brasil das primeiras décadas do século XIX. Fato que contribui em muito, para o estudo da formação social, econômica e política do Brasil. O Cenário Social e Econômico do Brasil. [Fig. 01 Jean-Baptiste Debret.] Os Traços de Uma Nação Debret foi um legítimo documentarista através de suas pranchas. Algumas de suas obras são destaque, como por exemplo: Guerreiro Indígena à Cavalo [Fig.02], Caçador de Escravos [Fig.03], Castigo de Escravo [Fig.04], entre outras. Outra obra conhecida de Debret foi “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, lançada após seu retorno para a França. Nela, o artista pretendia mostrar uma visão ampla e abrangente, sob todos os ângulos do imaginário acerca de um país inusitado na concepção de seus leitores, principalmente os europeus. [Fig. 02 Guerreiro Indígena à Cavalo. Jean-Baptiste Debret.] [Fig. 03 Caçador de Escravos. Jean-Baptiste Debret.] ...Outra obra conhecida de Debret foi, “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”... [Fig. 04 Castigo de Escravo. Jean-Baptiste Debret.] Pag. 03 28 A última imagem, é um retrato da família tradicional brasileira da época e que pode ser comparado aos dias atuais, onde ainda pode-se constatar a desigualdade de gênero e de situação social, uma vez que pequena parte da população detém o capital do país e a grande maioria continua com a menor parte das riquezas. Na cena os negros serviam aos seus senhores ao mesmo tempo em que a senhora dava migalhas aos filhos dos escravos, até poderia demonstrar uma atitude de carinho e respeito e até consideração pelos negros, porém, não eram vistos como membro da sociedade em que atuavam, mesmo convivendo desde crianças no âmbito familiar, não passavam de escravos, pois tais atitudes por parte dos senhores de escravos, não eram bem vistas pela sociedade que precisava manter a aparência hierárquica e de domínio. Ou seja, os anos percorrem, porém as situações se repetem. Diante disso, apresentamos 3 das 153 obras do imensurável artista francês, que estão reunidas em seu livro “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil”, onde com talento, habilidade, precisão e maestria no domínio de sua arte, demonstra em cada e detalhe o cenário sócio- econômico da sociedade brasileira nas primeiras décadas do século XIX. [Fig. 05 Funcionário do Governo saindo de sua casa, com toda a sua família e escravos. Jean-Baptiste Debret.] [Fig. 06 Aplicação do Castigo do Açoite. Jean-Baptiste Debret.] Nessa ilustração, observa-se claramente a importância que estava centralizada no chefe da família em questão, um funcionário do governo, homem robusto, aparentemente senhor de posses, sendo seguido ordenadamente por suas filhas a esposa grávida, seguida de sua criada de quarto, uma ama negra, um escravo com os pertences de seu senhor e dois jovens escravos todos posicionados por ordem de idade. Um passeio que parecia até um desfile. A imagem transparece como eram as famílias e a sociedade da época: Onde o homem comanda a todos. Nesta cena, podemos observar a crueldade dos castigos aplicados aos escravos, no centro da imagem vemos um escravo amarrado ao tronco praticamente nu, sendo açoitado por um irmão de raça, o quetalvez possa expressar o medo de muitos negros em sofrer os mesmos castigos levando-os a castigar seu semelhante pra salvar a própria pela. No lado esquerdo da imagem, vemos um grupo de escravos aguardando o castigo sendo vigiados por dois guardas, e do lado direito, observamos dois escravos jogados ao solo já castigados enquanto que mais atrás pessoas assistem ao ato. [Fig. 07 O Jantar no Brasil. Jean-Baptiste Debret.] Pag. 04 28 A arte é retratada desde os primórdios da humanidade, deixando legados culturais de um povo, através dela podemos conhecer um pouco mais e identificar características que permeiam uma sociedade em qualquer época seja nas tradições, na crença entre outros. Grandes artistas eternizaram a história através de telas, seja por encomenda ou inspiração própria. O Brasil também foi palco de grandes pintores, que dotados de inigualáveis habilidades, narraram por meio de pincéis e pranchas fatos importantes que contribuíram para a formação sócio econômica e política deste país, tornando-os mais lúcidos diante da compreensão contemporânea. Falecido em 28 de junho de 1848, o pintor francês Jean-Baptiste Debret, foi um importante instrumento de documentação da história do Brasil durante seus 15 anos de permanência no país em que construiu uma profunda relação pessoal e emocional. Seu trabalho beneficiou muitos estudiosos a compreenderem o passado político e principalmente cultural da nossa sociedade. As obras de Debret transmitem uma visão observadora e rica em detalhes, que até parecem fotografias capturadas em milésimos de segundos. Suas observações são representações fieis do cotidiano da vida brasileira, principalmente dos cariocas em meados do século XIX. Tal perfeição parece revelar sentimentos e até expressões carregadas por suas personagens, trazendo uma sensação de retrospecto ao período oitocentista. Seu principal objetivo de mostrar à Europa que o Brasil era mais que um país de estupenda beleza, que possuía uma vasta riqueza cultural, e que como tal merecia reconhecimento entre os grandes, fez com que esse artista das Belas Artes se tornasse o principal retratista do país no período do Brasil - Colônia (1500-1822). Portanto, é inquestionável que a passagem de Debret pelo Brasil, gerou um profundo impacto positivo desde sua excepcional atuação na Academia de Belas Artes, até a sua participação extraordinária na retratação de uma nação ainda em formação. Um talento estupendo que o levou muito além das expectativas, e que hoje é um dos principais pontos de partidas para o estudo da história do nosso povo. O Brasil Revelado por Debret “O Brasil também foi palco de grandes pintores,” “...Debret, foi um importante instrumento de documentação da história do Brasil...” Pag. 05 28 O Filme O filme conta satiricamente, parte da história da monarquia portuguesa, e a elevação do Brasil, de colônia do império ultramarino português, a reino unido com Portugal. Também faz referências a monarquia espanhola. A morte do rei de Portugal D. José I de Bragança, em 1777, e a Declaração de insanidade da rainha D. Maria I, em 1792, levam seu filho, o então príncipe D. João de Bragança e sua esposa, a infanta espanhola Carlota Joaquina de Bourbon, ao trono real português. Em 1807, para escapar das tropas napoleônicas que invadiam Portugal, o casal e a corte transferem-se às pressas para o Rio de Janeiro, onde a família real e grande parte da nobreza portuguesa vive exilada por 13 anos. Na colônia aumentam os desentendimentos entre a arrogante Carlota Joaquina e o intelectualmente limitadíssimo D. João VI, que após a morte da mãe, deixa de ser príncipe-regente e torna-se rei de Portugal e, posteriormente, rei do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. Os Contrastes ainda existentes. O filme nos mostra o contato dos europeus com o ambiente tropical cheio de negros, índios e mestiços. É como se o Brasil incorporasse os olhos dos estrangeiros e passasse a se ver através deles. Uma das cenas que nos chamou a atenção inicialmente foi de Carlota se comportando como ninfomaníaca, tendo vários filhos, alguns com o príncipe regente, outros com homens diferentes. O regente se comporta de forma exagerada com distúrbio de gula, preguiça comodismo e pouco conhecimento político sendo motivo de piada, o mesmo tem ciência da traição da esposa, porém não toma nenhuma atitude. Quando a família real chegou ao Brasil se mostraram sem estrutura alguma, pois Carlota e o príncipe se casaram por interesse, visando apenas os lucros, sem contar às brigas que eram constates entre os dois. A segunda cena em destaque, pode ser identificada no cenário social contemporâneo, foi quando o Príncipe Dom João VI foi aconselhado por um de seus ministros à fundar um banco, visto que os recursos trazidos de Portugal estavam findando, e os impostos cobrados da colônia não supriam mais os gastos da coroa, o que preocupava o príncipe. A idéia de criar um Carlota Joaquina “A Princesa do Brasil” Pag. 06 28 banco agradou e muito D. João VI, que de imediato mandou procurar os homens mais ricos do Rio de Janeiro. O Príncipe Dom João VI, havia achado um jeito de acumular capital, e ele disse: “nada melhor do que um banco para fazer dinheiro” Vários nomes foram usados na elaboração do banco, vejamos alguns exemplos: Banco Dom João, Banco do Reino Unido Portugal e Brasil, e Banco do Brasil. Com naquele período, ainda hoje detentores do capital muitas vezes se valem do mesmo artifício para acumular riqueza, ou até mesmo de poderes políticos, para auto beneficiação, visando seus próprios interesses, o que o Príncipe Dom João VI fizera. Outra observação relevante foi de uma mulher cujo marido recebeu um título real do Príncipe Dom João VI, porém o título não era oficial para a Coroa, foi concedido por serviços prestados, aonde este homem seria chamado de Conde de Mata Porco, e a esposa por sua vez seria a Condessa de Mata Porca. Eles eram de origem pobre, todavia a condessa após receber o título, começou a usá-lo para se beneficiar, fez promessas aos colonos, que a mesma jamais poderia cumprir, além de cobrar, recebia bens dos pobres. Atualmente percebemos que certas que pessoas detentoras de cargos aparentemente importantes, a serviço do Estado, por exemplo, tentam tirar vantagem da situação. Os bens arrecadados pela Condessa pode ser igualado a chamada “propina. No Brasil, são feitas investigações em varias cidades do país, e que muitas vezes resultam na constatação de varias fraudes contra o sistema público, proibindo a devida utilização desses recursos pela população mais carente. Um exemplo disso seria o SUS “Sistema Único de Saúde”, já que a saúde é dever do Estado e direito do cidadão. Nota-se atualmente, a presença de alguns hábitos impregnados na sociedade brasileira, oriundos do período monárquico no país retratados no filme, tal como o preconceito de raça e gênero principalmente contra o povo negro, um povo escravizado, torturado e privado do respeito como ser humano. Os índios se afastaram, tendo presença superficial devido ao quesofreram na colonização, tais como violência, escravidão, além morte de pessoas queridas. A escravidão no Brasil foi Pag. 07 28 dominante, o filme mostra o momento que a família real chega a Salvador e os negros cumprimentam Carlota, a mesma faz cara de “nojo”, limpando a mão. Os negros eram vistos com pessoas sem cultura, sem conhecimento. Demonstravam o carinho acreditando que a presença da família real seria uma esperança para todos. Enganaram- se, pois tanto índios quanto negros foram escravizados, explorados, castigados e pisoteados. Os índios eram pessoas trabalhadoras e até hoje vivem em busca da sobrevivência. Os negros eram mais torturados, devido à cor da sua pele e força, tinham habilidades bem superiores a dos índios, contudo sofreram com tortura e morte, eram tratados como animais. Atualmente não é diferente, existem leis implantadas em defesa aos negros, porém a descriminação persiste. Ainda é perceptível pessoas que trabalham em regime de escravidão, com horas excessivas recebendo menos que o mínimo para a sobrevivência. O Brasil ainda traz consigo marcas desse triste passado de descriminação, do desrespeito ao próximo, principalmente falta de sensibilidade. Vivemos em uma era em que a violência e traição ainda imperam nos lares brasileiros e até nos setores públicos, demonstrando uma face indesejável de um país democrático, assim como nas cenas Carlota traindo D. João VI. Portanto, o filme Carlota Joaquina trata nada mais do que um conceito de nação forjado por grupos dominantes, que buscam conquistar padrões de comportamentos passivos, dentro de uma relação de fidelidade e interação. Pressupõe-se que certas posturas ainda são realidade em nossa sociedade, mesmo após dois séculos de historia, carregamos uma herança de dominação e que educou seu povo criando estirpes difíceis de romper mesmo após mais de dois séculos. Ficha Técnica do Filme: Título original: Carlota Joaquina, a princesa do Brasil Gênero: Comédia Duração: 1h40min Ano de lançamento: 1995 Estúdio: Elimar Produções Artísticas Distribuidora: Elimar Produções Direção: Carla Camurati Roteiro: Carla Camurati e Melanie Dimantas Produção: Bianca de Felippes e Carla Camurati Música: André Abujamra e Armando Souza Fotografia: Breno Silveira Direção de arte: Tadeu Burgos e Emília Duncan Figurino: Tadeu Burgos, Marcelo Pires e Emília Duncan Edição: Cézar Migliorin e Marta Luz Pag. 08 28 O Panorama Econômico e Político do Brasil. Republica da Espada O período de 1889 à 1894 foi chamado de República da Espada, porque foi liderado por dois militares, derrubando a monarquia. Esse governo tomou várias decisões no Brasil de suma importância para o povo brasileiro. Nesse período, ocorreu à separação oficial entre a Igreja e o Estado, foi instituído o casamento e o registro civil, legalizando as situações dos estrangeiros naturalizando-os. Apesar de implantada a República da Espada, surgiram às disputas entre os militares com ideais de um regime republicano centralizador e as oligarquias rurais e os grandes cafeicultores com ideal republicana voltada aos estados, para não serem controlados economicamente e nem ter sua administração ameaçada. Com isso aumentarias seus poderes de veto e ampliariam seus interesses, num governo em que a repreensão era forte contra a população e simpatizante de D. Pedro II. Deodoro da Fonseca foi acusado de autoritarismo, surgem às greves, desentendimentos com as oligarquias rurais e cafeeiras, graves problemas políticos, acuado fecha o congresso. A manobra faz com que os fazendeiros apoiados por grupos militares, exijam a renuncia de Deodoro da Fonseca, que sem apoio renuncia, passando o poder a Floriano Peixoto, que assumiu a presidência e tomou uma serie de decisões. Estatizando a moeda, estimulando a indústria, baixando o preço de imóveis e alimentos, repreendeu o movimento monarquista, proibiu o jornal do Brasil, conquistando a simpatia do povo. [Fig. 12 Marechal Deodoro e Floriano Peixoto.] “...surgiram às disputas entre os militares...” “...surgem às greves...” “Floriano Peixoto, que assumiu a presidênci a e tomou uma serie de decisões.” [Fig. 14 Floriano Peixoto – Charge Agostini.] [Fig. 13] Pag. 09 28 O Governo Provisório após a Proclamação da Republica. Sequência de Fatos: ||Marechal Deodoro da Fonseca ||Proclamação da República, ||Promulgação da Primeira Constituição da República do Brasil (1891) ||Nepotismo e corrupção, ||Filho ismo do governo republicano, ||Responsabilidade coletiva do Ministério, ||Oposição militar e parlamentar, ||Gabinete do Barão de Lucena, ||Uma revolução dentro da revolução e a renúncia. Municípios; _Instituição da bandeira republicana que permanece até hoje; _Oferecimento de cidadania brasileira a todos os estrangeiros aqui residente (grande naturalização); _Convocação da Assembléia Constituinte com a finalidade de elabora a nova Constituição; _Separação entre a Igreja e o Estado, com a instituição do casamento civil e a secularização dos cemitérios; _Reforma do Código Penal, etc. Governo de Deodoro da Fonseca Manuel Deodoro da Fonseca (alagoano, 1827-1892) – casado com Mariana Cecília de Sousa Meireles, sem filhos. Entres as primeiras medidas do Governo provisório, ainda no dia 16 de novembro, foi o banimento da família imperial, que deixou o Brasil na madrugada do dia 17 de novembro de 1889. Este ato foi revogado mais tarde em 1921, quando os restos mortais de D. Pedro II e de sua esposa foram trazidos para o Brasil e colocados na Catedral de Petrópolis. Outras medidas primeiras tomadas pelo Governo Provisório foram: _Escolha de República Federativa como regime político; _Transformação das antigas Províncias em Estados; _Dissolução das assembléias provinciais e das câmaras municipais e nomeação dos Governadores e Intendentes para os “Floriano assume o poder” Governo do Marechal Floriano Peixoto Floriano Vieira Peixoto (alagoano, 1839-1895) – casado com Josina Vieira Peixoto, oito filhos. Como vice-presidente, assume o poder pela renúncia do então Presidente Deodoro da Fonseca. Enfrentou em 1893, um levante no Rio Grande do Sul e a revolta da Armada, chefiada por Custódio de Melo. Não obstante, conseguiu sufocar as rebeliões e motins e, e por isso mesmo, é considerado o "Consolidador da República”. Floriano Peixoto assumiu a chefia da nação apoiado por uma ala militar do exército florianista e pelas oligarquias estaduais anti-deodorista. Ao assumir o poder Floriano suspendeu a dissolução do Congresso fechado por Deodoro e depois todos os Governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro. Pag. 10 28todos os Governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro. As decisões iniciais de repressão tomadas por Floriano resultaram em um grande protesto de políticos querendo novas eleições por não considerar legítimo seu governo. De acordo com a Constituição, ele deveria convocar novas eleições, devido ao impedimento por qualquer motivo do Presidente antes de completar dois anos, deveria se convocadas novas eleições. Deodoro só governou nove meses e, portanto ele deveria convocar novas eleições, mas ele não o fez. Devido a isso enfrentou as revoltas dos Fortes de Santa Cruz e de Lages e um manifesto de 15 generais, que exigiam novas eleições presidenciais. O Congresso que simpatizava com o "Marechal de Ferro" (apelido de Floriano), legitimou o seu poder. Floriano estimulou no plano econômico, o crescimento industrial com novas tarifas alfandegárias protecionistas, emitindo mais dinheiro e facilitando o crédito aos empresários. Em 1893, aconteceram duas revoltas, as quais Floriano teve que enfrentar: A Revolução Federativa no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada no Rio de Janeiro; Revolução Federativa, 1893, Rio Grande do Sul. A revolução Federativa se deu entre fazendeiros gaúchos, que disputavam o poder políticos no Estado e rebeldes locais que queriam derrubar o governador autoritário. Revolta da Armada, 1893, Rio de Janeiro, liderada pelo almirante Custódio de Melo, representando uma ala da Marinha que não admitia um militar do exército como Presidente da República. A rebelião conhecida como guerra dos canudos foi o confronto de um movimento popular liderado por um beato Antônio Conselheiro, ele incentivou os sertanejos a se imigrarem para uma região que segundo os grandes produtores eram terras improdutivas. Devido à situação precária que vivia a população sem terras, submetidas às violências dos coronéis, ser constantes e ainda obrigados a pagarem impostos, uniram-se em torno de Antônio Conselheiro, o qual se prega ser enviado de DEUS! Para livrar a população da desigualdade social. Os grandes fazendeiros da região uniram- se a Igreja fizeram pressão ao Governo, pedindo providencia contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Foram criados rumores que canudos se armava para atacar as cidades vizinhas e Os grandes fazendeiros da região uniram-se a Igreja fizeram pressão ao Governo, pedindo providencia contra Antônio Conselheiro e seus seguidores. Foram criados rumores que canudos se armava para atacar as cidades vizinhas e reinstalar a monarquia, sem provas dos rumores o Exercito foi enviado a canudos, três expedições saíram derrotadas. O Governo Federal organizou a quarta expedição promovendo um terrível massacre, destruindo o vilarejo com toda a população. Guerra de Canudos Pag. 11 28 Era Vargas Com a depressão econômica, a política de valorização do café entrou em declínio. A ascensão de Getúlio Vargas se deu por meio da chamada revolução de 1930. Getúlio centralizou o poder com o fechamento do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas Estaduais. Os estados foram proibidos de fazerem empréstimos no exterior. Foram criados novos Ministérios, o da Educação, do Trabalho, e o da Indústria e Comercio, visando diminuir os movimentos grevistas, garantindo aos trabalhadores uma series de benefícios. Entretanto, Getúlio tinha uma base de sustentação política dividida. De um lado estavam os tenentes que desejavam centralizar um regime radical, do outro lado às oligarquias regionais, que tinham influencias políticas, muito insatisfeitos passaram pressionar a organização de uma Assembléia Constituinte, essa atitude fez os tenentes a procurar o Governo provisório para enfraquecer o poder oligárquicos regional. Sem respostas claras de Getúlio, várias Estados se rebelaram contra o Governo, exigindo a convocação da Constituinte. Em 1934 foi realizada a eleição para Assembléia Constituinte, que passa a ter voto secreto, voto feminino, ensino primário obrigatório e diversas leis trabalhistas, em 1937 Vargas derruba a constituição e declara Estado Novo, ele fecha o congresso, cria o Tribunal de Segurança Nacional, centraliza o poder a acaba com liberdade partidária. Em 1945 sofre um golpe milita e deixa o Governo. Vargas volta à presidência em 1951, através de voto popular. O presidente Vargas nomeia João Goulart para o Ministro do trabalho que em seguida deu reajuste de 100% no salário mínimo, causando irritação nos opositores. João Goulart sofre atentado, o tiro acabou matando o major da Aeronáutica. Após intensa investigação o pistoleiro foi preso e entregou o nome do mandante, que o chefe da guarda pessoal de Vargas, gerando a ira das forças militares que exigiu a renuncia do presidente, mesmo diante de uma situação desfavorável, Vargas reluta em não renunciar. Sem saída o presidente suicida- se com um tiro no peito, Vargas consegue manter acesa a chama de “pai dos pobres”. "O governo na Era Vargas adotou medidas controladoras” ...em 1937 Vargas derruba a constituição e declara Estado Novo... “Chegou ao poder através da Revolução de 1930” [Fig. 15 Getúlio Vargas.] Pag. 12 28 A Repressão após o Golpe de 1964. A repressão se instalou imediatamente após o golpe de Estado antes do começo da luta armada. As associações civis contrárias ao regime eram consideradas inimigas do Estado, portanto passíveis de serem enquadradas. Muitas instituições foram reprimidas e fechadas, seus dirigentes presos e enquadrados, suas famílias vigiadas. Na mesma época se formou dentro do governo um grupo que depois seria chamado de comunidade de informações. As greves de trabalhadores e estudantes foram proibidas e passaram a ser considerado crime; os sindicatos sofreram intervenção federal, os líderes sindicais que se mostravam contrários eram enquadrados na Lei de Segurança Nacional como subversivos. Muitos cidadãos que se manifestaram contrários ao novo regime foram indiciados em Inquéritos Policiais Militares (IPM). Aqueles cujo inquérito concluísse culpados eram presos. Políticos de oposição tiveram seus mandatos cassados, suas famílias postas sob vigilância. Muitos foram processados e expulsos do Brasil e tiveram seus bens indisponíveis. No dia 25 de Julho de 1966 explode uma bomba no aeroporto Internacional dos Guararapes, em Recife, Pernambuco. Várias pessoas ficam feridas, três morreram. O fato foi interpretado como atentado contra Costa e Silva. De acordo com uma organização de ex-militares e simpatizantes do regime militar, no total 118 brasileiros, civis e militares foram mortos por organizações de extrema esquerda, durante o regime militar. Havia dezenas destas organizações, cada uma seguindo uma diferente orientação do movimento comunista. Por volta de 1967, vários grupos esquerdistas, escolhem a luta armada como forma mais eficaz de reagir aos setores civis e militares que haviam derrubado o presidente João Goulart e que implantaram uma ditadura no Brasil. Carlos Marighella rompe coma estratégia do PCB de se abrigar no MDB, e, em 17 de agosto de 1967, Marighella enviou uma carta ao Comitê Central do PCB, rompendo definitivamente com o partido. Em seguida, deu total apoio e solidariedade às resoluções adotadas pela OLAS. Nesse documento ele escrevia: No Brasil há forças revolucionárias convencidas de que o dever de todo o revolucionário é fazer a revolução. São estas forças que se preparam em meu país e que jamais me condenariam como faz o Comitê Central só porque empreendi uma viagem a Cuba e me solidarizei com a OLAS e com a revolução cubana. A experiência da revolução cubana ensinou, comprovando o acerto da teoria marxista-leninista, que a única maneira de resolver os problemas do povo é a conquista do poder pela violência das massas, a destruição do aparelho burocrático e militar do Estado a serviço das classes dominantes e do imperialismo e a sua substituição pelo povo armado! — Carlos Marighela A Evolução Política e as Transformações Sociais Brasileiras. Pag. 13 28 A população era massificada pela propaganda institucional e pela propaganda nos meios de comunicação, que ou eram amordaçados pela censura ou patrocinavam a ditadura com programas de televisão muito bem elaborados como: Amaral Neto, o Repórter; Flávio Cavalcanti, entre outros, com audiência de até dez milhões de telespectadores em horário nobre, número muito expressivo para a época. Havia muitos programas locais com farta publicidade também de cunho institucional, as maravilhas e a grandeza do país eram enaltecidas, slogans eram distribuídos fartamente em todos os meios de comunicação. Nesta época, foram liberados milhões de dólares a juros baixos para a montagem de centenas de canais de televisão e ampliação das grandes redes de alcance nacional. O ministério das Comunicações e a Delegacia Nacional de Telecomunicações, Dentel, liberaram milhares de canais de rádio e de televisão, a fim de possibilitar a formação de uma rede nacional de telecomunicações de alcance continental. A censura aos meios de comunicação era executada pelo CONTEL, comandado pelo SNI e pelo DOPS, proibiu toda e qualquer exibição em território nacional de filmes, reportagens, fotos, transmissão de rádio e televisão, que mostrassem tumultos em que se envolvessem estudantes. As apresentações na televisão exibiam um certificado contendo os dados da empresa de comunicações responsável rubricado pelos censores de plantão. 1 “Direitos Humanos / Ditadura Militar”: A ditadura militar foi instituída pela violação dos direitos políticos de todos os cidadãos brasileiros, pois depôs um governo democraticamente eleito, e pela supressão de direitos e garantias individuais pelos sucessivos Atos Institucionais (AI) e leis decretados pelos chefes do regime. Entre 1968 e 1978, sob vigência do AI-5 e da Lei de Segurança Nacional de 1969, ocorreram os chamados Anos de Chumbo, caracterizados por um estado de exceção total e permanente, controle sobre a mídia e a educação e sistemática censura, prisão, tortura, assassinato e desaparecimento forçado de opositores do regime. A prisão arbitrária por tempo indeterminado (suspensão do habeas corpus) e a censura prévia foram especialmente importantes para a prática e acobertamento da tortura. A legalidade democrática, porém, só foi estabelecida a partir de 1988, com a Assembléia Nacional Constituinte e as eleições diretas para o poder legislativo e o poder executivo em nível municipal, estadual e federal. A partir de 1975, o regime civil- militar brasileiro aliou-se secretamente aos regimes semelhantes no Ditadura de Pinochet, Regime militar paraguaio, Regime militar uruguaio, e, a partir de 1976, Regime militar argentino, para a implementação da Operação Condor. Consistia em um plano secreto de extermínio da oposição política aos regimes de extrema-direita do Cone Sul e na Europa, cujos resultados foram, no mínimo, 85 mil mortos e desaparecidos e 400 mil torturados além de mais de mil estrangeiros expulsos do Brasil. O regime militar brasileiro foi considerado o líder da Operação Condor. *A Comissão da Verdade de São Paulo apresentou nesta sexta-feira, 20, um documento que aponta o envolvimento da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) com os aparelhos de [Fig. 16 Slogan ufanista "Brasil, ame-o ou deixe-o", muito usado durante os Anos de Chumbo no Brasil.] Pag. 14 28 repressão do regime militar brasileiro (1964- 1985). O ofício em questão foi enviado pela USP aos órgãos de espionagem da ditadura, como o Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), em 1º de dezembro de 1975, e dava detalhes sobre os Direitos Humanos que aconteceu de 10 a 15 de novembro daquele ano. O documento registrava o nome dos palestrantes, como os professores Dalmo Dallari (Direito), Francisco de Oliveira (Economia e Administração) e Carlos Guilherme Motta (Filosofia). Também fazia uma relação dos centros acadêmicos que haviam organizado o evento, como o da Faculdade de Direito e de Medicina. Segundo o coordenador da Comissão estadual, Ivan Seixas, na USP atuava uma Assessoria Especial de Segurança e Informação (AESI), responsável por repassar informações ao governo autoritário. Seixas afirma ainda que, com base na documentação levantada, é possível constatar que não havia os "porões da ditadura", mas sim uma estrutura de repressão política que se espalhava por toda a sociedade e obedecia a uma ordem de comando. A audiência de ontem foi acompanha pela advogada Rosa Cardoso, membro da Comissão Nacional da Verdade. Pela manhã, o grupo ouviu o depoimento do historiador americano Kenneth Serbin, que estudou a relação entre a Igreja Católica e as Forças Armadas durante o regime militar no Brasil. Para Serbin, as comissões da verdade deveriam ter sido criadas na década de 1990, pois agora, mais de 25 anos depois, teriam condições de trazer poucos resultados concretos. "As comissões da verdade chegaram tarde demais (ao Brasil). Deveriam ter sido feitas nos anos 90. Com o tempo, o povo começa a esquecer o que foi o regime militar", afirmou. "Olhando como historiador, acho que demorou demais." Fonte:*Isadora Peron, O estado de S.Paulo 21 de Setembro, 2013 [Fig. 17] [Fig. 18] Pag. 15 28 A Tortura no Brasil No Brasil, o uso da tortura - seja como meio de obtenção de provas através da confissão, seja como forma de castigo a prisioneiros - data dos tempos da Colônia. Legado da Inquisição, a tortura nunca deixou de ser aplicados durante os 322 anos de período colonial e nem posteriormente - nos 67 anos do Império e no período republicano. Durante os chamados anos de chumbo, assim como na ditadura Vargas (período denominado Estado Novo ou República Nova, em alusão à República Velha, que se findava), houve a prática sistemática da tortura contra presos políticos - aqueles considerados subversivos, que alegadamente ameaçavam a segurança nacional. [Fig. 19 Quartel do 1º B.P.E. sede do DOI-CODI Rio de Janeiro, usado como centro de tortura durante a ditadura militar.] [Fig. 20 Brasília, 2012 - Manifestantes simulam o método de tortura conhecido como pau de arara. Durante a ditadura militar (1964-1985) Durante o regime militar de 1964, os torturadores brasileiros eram em sua grande maioria militares das forças armadas, em especial do exército. Os principais centros de tortura no Brasil, nesta época, eram os DOI/CODI, órgãos militares de defesa interna. No ano de 2006 Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército Brasileiro e ex-chefe do DOI/CODI de São Paulo, respondeu por crime de tortura em tribunal militar. Mas havia também torturadores civis, que atuavam sob ordens dos militares. Um dos torturadores mais famosos e cruéis foi Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS de São Paulo, que se utilizava de métodos brutais - e por vezes letais - para conseguir as confissões de seus suspeitos, à revelia de seus chefes. Segundo o relatório "Brasil, nunca mais", pelo menos 1.918 prisioneiros políticos atestaram ter sido torturados entre 1964 e 1979 (15 de março de 1979 era a data- limite do período a ser investigado). O documento descreve 283 diferentes formas de tortura utilizadas na época, pelos órgãos de segurança. No final dos anos 1960 e início dos anos 1970, as ditaduras militares do Brasil e de outros países da América do Sul criaram a chamada Operação Condor, para perseguir, torturar e eliminar opositores. Receberam o suporte de especialistas militares norte-americanos, ligados à CIA, que ensinaram novas técnicas de tortura para obtenção de informações. A Escola das Américas, instalada nos Estados Unidos, foi identificada por historiadores e testemunhas como um centro de difusão de técnicas de tortura. O americano Dan Mitrione foi um dos enviados americanos que, posando como agente da Embaixada Americana no Brasil, treinou policiais brasileiros em técnicas de tortura científicas, para a obtenção de informações de suspeitos presos. Ele se utilizava de mendigos para dar demonstrações de suas técnicas. Pag. 16 28 A história de Mitrione no Brasil foi objeto do filme Estado de Sítio, de Costa-Gravas. Com a redemocratização, em 1985, cessou a prática da tortura com fins políticos. Mas as técnicas foram incorporadas por muitos policiais, que passaram a aplicá-las contra os presos comuns, "suspeitos" ou detentos, principalmente quando negros e pobres, ou, nas áreas rurais, indígenas. Legislação: De acordo com a Lei n° 9.455, de 7 de abril de 1997, constitui crime de tortura: "Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental; Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo". São causas de aumento da pena as consequências em relação ao cargo, função ou emprego público. O crime é inafiançável e não passível de graça ou anistia, devendo a pena ser cumprida em regime fechado, salvo a hipótese do artigo 1º § 2º, que impõe uma pena inferior àquele que se omite em face da tortura de terceiro. Movimentos de Direitos Humanos: O grupo Tortura Nunca Mais, desempenhou papel extremamente significativo e vital em denunciar os que atuaram como torturadores durante a Ditadura no Brasil e é um grupo reconhecido e respeitado internacionalmente. Anistia Internacional (Amnistia Internacional em Portugal) é uma organização internacional não- governamental que tem como principal propósito promover os direitos humanos conclamados pela Declaração Universal de Direitos Humanos e outras leis internacionais. A Organização das Nações Unidas também desempenha importante papel na defesa dos direitos humanos através de suas agências especializadas, mantendo na estrutura o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos – UNHCHR. Manfred Nowak, Diretor do Instituto Ludwig Boltzmann de Direitos Humanos, foi investigador da Organização das Nações Unidas e visitou a China para realizar inspeção sobre a continuação das práticas de tortura no país. Visitou prisões no Tibete, na região de maioria muçulmana de Xinjiang e na capital Pequim. A China tornou a tortura ilegal em 1996, mas organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que o país ainda usa esse método para conseguir confissões de crimes. Nowak disse ter ouvido relatos de tortura, incluindo o uso de bastões de choque elétrico, queimaduras com cigarros, imersão em poços de esgoto e pessoas interrogadas por mais de duas semanas sem poder dormir. Comentou sobre "um prisioneiro obrigado a deitar em uma única posição em uma cama por 85 dias". E acrescentou que "tortura psicológica também é usada, particularmente em campos de trabalho, para alterar a personalidade dos prisioneiros". Pag. 17 28 Quando os bondes e os automóveis invadiram São Paulo São Paulo é uma metrópole com cerca de 13 milhões de automóveis, uma das maiores frotas do mundo. O imenso número obrigou a promulgação de uma lei municipal que criou um sistema de rodízio, proibindo que todos os automóveis circulem ao mesmo, evitando assim, congestionamentos caóticos e uma poluição a nível insuportável na atmosfera da cidade. Uma vasta rede de transportes ajuda o deslocamento diário de milhões de habitantes. Metropolitano, trens suburbanos, ônibus, tudo faz parte de um complexo, e nem sempre eficaz, serviço de locomoção que não deixa a maior cidade do Brasil parar. Mas nem sempre foi assim. Durante séculos a capital paulista não passou de uma vila atrasada, que mesmo quando elevada à categoria de cidade, manteve-se fechada ao país, longe de vislumbrar o progresso. Nas ruas de chão batido, carros de bois, mulas e outros animais serviam de transporte. Com a chegada das estradas de ferro, que transpunham a Serra do Mar e ligavam a capital paulistana com as terras produtoras cafeeiras do interior, rompeu-se Quem pode ser vitima do crime de tortura: Qualquer pessoa pode ser vítima do crime de tortura. Contudo, em se tratando de criança, adolescente, deficiente, gestante ou idoso, a Lei 9.455/97 prevê que a pena será aumentada de 1/3 a 1/6. Diante disso, o crime de tortura contra criança ou adolescente, antes previsto no art. 233 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), foi substituído por esse dispositivo posterior. Não há dúvida de que diversas formas de tortura contribuem para o desequilíbrio moral, psicológica e física do indivíduo. A tortura pode ocasionar, além de deficiência, inúmeras limitações, morte e traumas psicológicos que comprometem, para sempre, a vida de uma pessoa, seja em sua convivência social, ou no domínio do trabalho. Neste aspecto, os direitos humanos assumem papel primordial ao reforçara igualdade, liberdade e dignidade humana como direitos inseparáveis do ser humano, constituindo, portanto, instrumentos fundamentais na conjugação de forças na luta contra a tortura. As Transformações Urbanas Pag. 18 28 finalmente, o isolamento ao qual São Paulo estava confinado. Primeiro chegaram às estações ferroviárias, trazendo o progresso. Depois, em 1872, vieram os bondes, a princípio movidos à tração animal, depois à eletricidade. Finalmente, o primeiro automóvel chegou às ruas em 1893. Desde então, jamais parou de circular. O progresso veio como um meteoro atingindo a pacata cidade, transformando-a em grande metrópole. Este texto é um passeio pelos primórdios dos transportes em São Paulo, ilustrado por fotografias de cartões postais da época, que registraram com primor o pulsar do progresso daquela que se tornaria uma das maiores cidades do planeta. mar e o interior sertanejo. Com o passar dos anos, o progresso chegou, aos poucos, à vila, elevando-a a uma cidade isolada, suja e sem brilho. Assim foi até que se entrou na época em que a produção cafeeira tornou-se a principal economia do Brasil. Novamente São Paulo servia de entroncamento entre o porto para onde o café era escoado, e as terras férteis do interior do Estado, onde era cultivado. Com a necessidade de se escoar o café, exportando-o para o resto do mundo, era preciso modernizar os meios de transporte. Surgiram as estradas de ferro que ligavam o interior produtor de café com a capital paulistana, transpondo a Serra do Mar. Primeiro veio a Estrada de Ferro dos Ingleses, em 1867, na década seguinte surgiram a Sorocabana e a Central do Brasil, fazendo de São Paulo um importante entroncamento viário, trazendo-lhe um súbito surto de progresso. Através das estradas de ferro circulavam as riquezas que convergiam do interior e do litoral, e as indústrias, nascidas ao longo dos desvios ferroviários. A principal estação da São Paulo Railway era a mítica Estação da Luz. Trazendo na sua versão original uma arquitetura modesta, a primeira Estação da Luz foi inaugurada no mesmo dia que se abriu o tráfego da Estrada de Ferro dos Ingleses, em 1867. Ao seu redor, foram desenvolvendo pequenas As Estações Ferroviárias O difícil acesso a São Paulo, fez dela uma vila pobre e isolada. Entre o litoral e os vales genéticos havia a grande muralha da Serra do Mar, quase que instransponível. Os bandeirantes desbravaram as matas, partindo da vila paulistana, que se tornou um entroncamento entre o [Fig. 21] Pag. 19 28 indústrias e bairros operários como o Bom Retiro e o Brás. A estação atual, um prédio neoclássico, foi construída entre 1895 e 1901, provavelmente inspirada na Flinders Street Station, de Melbourne ou Sidney, na Austrália. O material usado na construção foi todo importado da Inglaterra. Tendo a torre mais alta de São Paulo na época, a Estação da Luz tornou-se um chamativo atrativo da cidade, transformando-se em um grande cartão-postal, tornando-se por muitos anos o símbolo da Paulicéia. Um grande incêndio, em 1946, destruiu o prédio parcialmente. Reformada, ela teve o acréscimo de um pavilhão, sendo reinaugurada em 1950. A estação passou, ao longo das décadas, a receber ônibus vindos de todo o Brasil. A função de estação rodoviária foi extinta em 1982, com a inauguração do Terminal Rodoviário do Tietê. A Implantação dos Bondes O progresso lento da capital paulista foi aos poucos, acelerando. Transformada em uma cidade de entroncamento ferroviário, era preciso que transportes eficazes vencessem as distâncias e chegassem aos novos bairros operários. Em 1872, foi inaugurada a primeira linha das chamadas diligências sobre trilhos da cidade, efetuada pela Carris de Ferro de São Paulo. Os primeiros transportes eram efetuados por tração animal. O sistema era tido como um passo importante rumo à modernidade de uma cidade que começava a ter importância no cenário econômico do Brasil. Mas o sistema de bondes só ganhou grande impulso quando a energia elétrica chegou à Paulicéia, iluminando as suas ruas. Em 1900 começaram a circular os bondes elétricos da Light. A primeira linha inaugurada foi a da Barra Funda. As linhas de bondes elétricos foram, aos poucos, conectadas a todos os bairros da cidade. Os serviços oferecidos pelo transporte eram distintos, tendo bondes de primeira e segunda classe; alguns especiais para transportar operários; ou ainda, aqueles que circulavam à saída dos teatros e dos campos de futebol, que se tornaram a nova febre da Paulicéia. A vida dos bondes elétricos pelas ruas de São Paulo foi longa, durou mais da metade do século XX. Em 27 de março de 1968, foi realizada a [Fig.22] Pag. 20 28 última viagem de bonde elétrico na Paulicéia. O último bonde foi o carro “Camarão 1543”, da linha de Santo Amaro. Saiu todo enfeitado com bandeiras. A população paulistana veio às ruas despedir-se do tradicional transporte. Senhoras já saudosas punham os filhos nas janelas para fotografar o bonde. Pelos bairros, mesas preparadas com banquetes interrompiam o trajeto, obrigando-o a parar. A população cantava velhas marchinhas de carnaval, acenando com lenços brancos, causando comoção e lágrimas na despedida do último bonde elétrico de São Paulo. Esse tipo de habitação é resultado de vários fatores, entre eles: industrialização, mecanização do campo e crescimento vegetativo da população urbana. Com a mecanização do campo, um número muito grande de trabalhadores rurais ficou sem emprego, ao mesmo tempo houve a instalação de muitas indústrias nos principais centros urbanos. Isso promoveu um maciço fenômeno migratório, denominado êxodo rural. Porém, as cidades não conseguiram absorver o elevado número de pessoas e os empregos não eram suficientes. Para piorar, os migrantes não tinham qualificação para ocupar uma vaga no mercado de trabalho, desse modo, sem renda para comprar ou alugar uma casa em áreas mais centrais, a única alternativa foi ocupar áreas periféricas, geralmente de terceiros ou do governo. [Fig.23] As Favelas De acordo com as Nações Unidas, por meio da UM- HABITAT, favela é o termo que designa áreas que abrigam habitações precárias, desprovidas de regularização e serviços públicos (água tratada, esgoto, escolas, posto de saúde, entre outros). Atualmente, cerca de um bilhão de pessoas vivem em favelas em todo o mundo. As favelas são caracterizadas por abrigarem pessoas de baixa renda e com baixa qualidade de vida. A composição das favelas difere de acordo com as regiões. Em razão do quadro de pobreza inserido nesses espaços urbanos, as favelas entram na rota do crime, como tráfico de drogas e gangues, entre outras modalidades ilegais. Por ocupar áreas impróprias e pela fragilidade dos barracos, esses são frequentemente atingidos por deslizamentos de terra, terremotos,tempestades, incêndios, enchentes, entre outros. [Fig.24] Pag. 21 28 As cidades médias brasileiras, nos últimos 20 anos, têm apresentado um dinamismo diferenciado, tanto no que se refere ao seu crescimento anterior, quanto à sua diversificação social e econômica, transformando radicalmente a sua importância em relação às grandes questões sociais brasileiras. Acrescente-se o fato de que estas cidades conformaram uma nova distribuição espacial e socioeconômica da população, com implicações diretas nas políticas públicas e, principalmente, nos investimentos de toda ordem. Essa inédita característica da urbanização brasileira não é somente um processo endógeno e peculiar ao Brasil, pois, a maioria dos países latino- americanos, a exemplo da Argentina, Chile, Peru e Colômbia apresentaram, nestes últimos vinte anos, fenômenos de crescimento das cidades médias, similares ao processo brasileiro, ou seja, a taxa de urbanização está entre 70 e 80%, considerando as taxas nacionais. A urbanização brasileira, a partir do último quarto do século XIX, permite identificar claramente pelo menos três grandes fases do crescimento populacional urbano: uma primeira fase, definida por uma divisão territorial do trabalho extremamente marcada pelo setor primário e fortemente concentrado nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A segunda fase, a partir dos anos 30 é acelerada nas décadas dos anos 1950, 1960 e 1970, todavia, ainda concentrada nestes estados, mas com uma considerável diferença, ou seja, urna forte mobilização de capitais e de mão-de-obra, além dos altíssimos investimentos públicos na montagem e consolidação dos sistemas nacionais de educação, saúde e seguridade social (previdência social). Por último, a terceira fase, implementada no final dos anos de 1970, com grandes transformações nas décadas seguintes, particularmente em relação à emergência de um processo de crescimento urbano, com taxas de urbanização entre 90 e 97%, conformando um imenso mercado de trabalho urbano, que permanece concentrado na Região Sudeste, mas, agora, também com importantes concentrações populacionais urbanas em outras Regiões, corno é o caso do Nordeste. Até os anos 30 do século XX, a economia primário-exportadora, baseada na produção de café, promove urna poupança interna que vai permitir a expansão capitalista a partir de São Paulo. A economia cafeeira criou condições na medida em que, no Estado de São Paulo, foi implementada uma rede de cidades que deram suporte à exportação do café, como também a diversificação dos investimentos econômicos. Essas cidades, pertencentes a essa rede urbana, iniciaram a modernização do mercado de trabalho, fazendo emergir novos setores econômicos urbanos, como também, transformam as relações de trabalho, principalmente pela formalização da relação assalariada. Em relação estritamente às relações de trabalho, na década de 30, foram várias as medidas tornadas: A montagem de urna estrutura urbana/industrial exigiu não somente Modernização das Últimas Décadas na Realidade Urbana “...no Estado de São Paulo, foi implementad a uma rede de cidades que deram suporte à exportação do café...” “...na década de 30, foram varias medidas tomadas...” Pag. 22 28 urna legislação social que adequasse às relações sociais à nova realidade, mas também exigiu a produção, por parte do Estado, de condições materiais de realização do capital e da reprodução da força de trabalho. Quando, na década de 30, as cidades já iniciavam a montagem do parque industrial, isso provocou grandes deslocamentos de população em direção às cidades. Esse novo e grande contingente populacional gerou necessidades sociais que correspondiam tanto à força de trabalho, quanto ao novo padrão de acumulação. Portanto, as demandas sociais que se formaram, em relação aos transportes, à infraestrutura (água, esgotos, etc.), educação e, principalmente à habitação foram condições bancadas pelo Estado. Ainda nesse período, a modernização do transporte terrestre, principalmente pela introdução das ferrovias e, posteriormente, pelas rodovias, facilitou o deslocamento de mercadorias e pessoas entre essas cidades. Foi um período em que a mobilização de mão-de-obra se deu apoiada por uma grande imigração externa, sendo que a migração interna só iria acontecer nos anos 50. Se nessa primeira fase da urbanização, a Região Sudeste teve a prioridade das transformações modernizadoras da sociedade brasileira, reconhece-se que esta modernização implicou na concentração de grandes cidades na Região, formando não só as primeiras metrópoles, mas a quarta maior metrópole mundial, São Paulo. A concentração populacional implicou no estabelecimento daquilo que se pode denominar de um conjunto de condições gerais da reprodução da força de trabalho, pois, além do sistema de transportes, foram criados sistemas de saúde e educacional. As outras Regiões permaneceram acanhadas. Em contrapartida, foi nessa Região que as contradições urbanas ocuparam um lugar destacado como questão social. Essas contradições estavam expressamente manifestas na igual concentração de pobreza e miséria urbana, especialmente nas grandes cidades. No Rio de Janeiro, no final do século XIX, apareceram as favelas, com as primeiras ocupações dos morros; enquanto que, na cidade de São Paulo, são os cortiços os focos mais expressivos das contradições urbanas. A contradição, quase um paradoxo, é a necessidade de uma mão- de-obra cada vez mais qualificada, educada e gozando de saúde, em contraposição ao ineficiente e insuficiente conjunto de condições gerais de reprodução da força de trabalho. Dito de outra forma fez-se emergir nos anos 30, a questão urbana. A imigração estrangeira já não era tão intensa, bem como seu destino também não eram mais as zonas rurais produtoras de café, pois a incipiente economia industrial dos anos 20 e 30 exigiram uma urbanização diferenciada dos anos anteriores, fazendo da cidade de São Paulo uma metrópole de um milhão de habitantes, aproximadamente, nos anos 30. Tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro, as contradições aparecem, exibindo a pobreza urbana como uma condição a ser mantida pela implantação dos sistemas públicos de educação, saúde e seguridade, muito aquém das reais necessidades de propiciar condições dignas de reprodução da força de trabalho. ...na década de 30, as cidades já iniciavam a montagem do parque industrial... “...no Rio de Janeiro, no final do século XIX, apareceram as favelas...” “Tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro, as contradições aparecerem” Pag. 23 28 Entre os anos 30 e 50, a conjuntura social e econômica brasileira apresentam grandes mudanças direcionadas para a industrialização, fazendo com que a urbanização fosse subsidiária de três processos interdependentes: a industrialização; a mobilização da força de trabalhos através da imigração interna e a implementação maciça de políticas públicas, especialmente voltadas ao trabalhador urbano, concentrado nas grandes cidades. Na década dos anos 1990, observam-se grandes modificações no espaço urbano brasileiro, particularmente no crescimento das cidadesmédias e no surgimento de outras novas Regiões Metropolitanas, na Região mais industrializada. A recente globalização econômica pressupõe o desenvolvimento e expansão do capitalismo no mundo em novos patamares e fronteiras. Isto significa que as forças produtivas, o capital, a força de trabalho, a tecnologia e o mercado expandem-se em todos os lugares. A economia internacional e os mercados financeiros tornam-se cada vez mais integrados e unificados. Vale dizer que a urbanização deixa de ser um processo exclusivamente nacional para cada vez mais, tornar-se um processo mundial. Transformações Modernizadoras “...observam-se grandes modificações no espaço brasileiro...” Evolução no Transporte Evolução na Comunicação Evolução na Iluminação Pública Pag. 24 28 Compreender a formação social, econômica e política do Brasil, é um dos pilares de suma importância para o exercício da profissão no Serviço Social, portanto, requer uma retrospectiva na história. Através deste trabalho, tivemos a oportunidade assimilar melhor o cenário social e econômico do Brasil – Colônia, relembrando a trajetória deste país desde a presença da corte portuguesa onde imperou os interesses capitalistas, deixando claro as diferenças sociais, a vinda da Missão Artística Francesa, onde o artista francês Debret se destacou retratando fielmente em sua obra a vida e os costumes de uma nação ainda em formação. Conhecemos também, a transição de governo entre militares, o período de repressões onde a ditadura em que cidadãos brasileiros tiveram seus direitos violados, sofrendo humilhações e torturas cruéis, sendo impedidos de se manifestarem. Conhecemos também, um pouco do processo de modernização urbana no Brasil bem como sua evolução até aqui. <http://www.google.com.br/images?hl=pt- BR&q=debret+imagens&um=1&ie=UTF- 8&source=univ&ei=5WwZTImjMoL58AbA 7KHtDA&sa=X&oi=image_result_group &ct=title&resnum=4&ved=0CC4QsAQwA w>. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean- Baptiste_Debret Filme: Carlota Joaquina, a princesa do Brasil – Carla Camurati. www.brasilescola.com/historia/era_vargas www.infoescola.com/historia/guera-de- canudos www.historiabrasileira.com/brasil/republica/ republica-da-espada pt.wikipedia.org/wiki/constitui%c3%A7%C3 %A3obrasileira (enciclopédia livre) Wikipédia, a enciclopédia livre. Mourão, Olympio. Memórias de Um Revolucionário, L&PM. Muricy, C. Os Motivos da Revolução. 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