Buscar

PROJETO BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS VIVENCIADAS POR MEIO DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID)

Prévia do material em texto

ISSN 2176-1396 
 
PROJETO BRINQUEDOTECA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
PRÁTICAS VIVENCIADAS POR MEIO DO PROGRAMA 
INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA (PIBID) 
 
Amanda Correa da Silva1 - UEL-PR 
Edméia Maria de Lima2 - UEL-PR 
Viviane Apª Bernardes de Arruda3 - CMEI LAURA VERGÍNEA 
Anilde Tombolato Tavares da Silva4 - UEL-PR 
 
Eixo: Educação da Infância 
Agência Financiadora: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 
Superior 
 
Resumo 
 
Considerando o quanto é importante relacionar a teoria e prática, subsídios fundamentais para 
a formação docente, este estudo buscou evidenciar nesse contexto, a importância do Programa 
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) de Pedagogia, para atuação docente. O 
trabalho desenvolvido em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) na cidade de 
Londrina-Paraná, que atende crianças de 0 a 5 anos, evidenciou a importância de vivenciar 
práticas na educação infantil, que contribuem para a formação e atuação docente, envolvendo 
nesta pesquisa, experiências vivenciadas por meio de brincadeiras no Projeto Brinquedoteca do 
CMEI em estudo, tendo como concepção de que a atividade lúdica é promotora do 
desenvolvimento infantil, na qual possibilita a socialização, a interação e a imaginação. Como 
metodologia foram realizadas pesquisas bibliográficas pautadas na Teoria Histórico-Cultural, e 
relatos de intervenções com as crianças participantes do Projeto. Deste modo, entende-se que a 
possibilidade de participar de um programa como o PIBID traz grandes contribuições para a 
 
1 Estudante do 4º ano de Graduação do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina. Bolsista do 
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. E-mail: amanndacorrea96@gmail.com. 
2 Estudante do 5º ano de Graduação do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina. Bolsista do 
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. E-mail: edmeialima6@gmail.com. 
3 Graduada em Pedagogia e Pós-graduada em Gestão Escolar pela Faculdade Catuaí- PR e Educação Especial: 
Atendimento às necessidades especiais pela Faculdade Iguaçu- PR. Professora da Rede Municipal de Londrina/PR 
e da Rede Municipal de Cambé/PR. Supervisora do PIBID Pedagogia UEL. E-mail: 
vivianebernardesarruda@gmail.com. 
4 Pós Doutora em Educação pela UNESP/Marília, Professora associada do Departamento de Educação da UEL. 
Pesquisadora da área de formação de professores para Educação Infantil. Coordenadora Programa Institucional de 
Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. E-mail: anildetombolato@gmail.com. 
 
22030 
 
 
formação do estudante do Curso de Pedagogia, relacionando em sua formação a teoria e prática, 
além de conhecer e planejar práticas voltadas à educação infantil, compreendendo a respeito do 
desenvolvimento infantil, o que certamente contribuirá para a atuação e qualificação docente. 
Este estudo traz uma reflexão acerca da importância da brinquedoteca para uma instituição de 
educação infantil, pois compreende-se que a brinquedoteca é um espaço favorecedor da 
imaginação e da brincadeira que possibilita a apropriação do mundo, além de contribuir para o 
desenvolvimento integral da criança, ou seja favorece o desenvolvimento de todas as suas 
potencialidades. 
 
Palavras-chave: Pedagogia. PIBID. Projeto Brinquedoteca 
Introdução 
Este artigo tem como objetivo, relatar as práticas vivenciadas na Educação Infantil por 
meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), tendo como foco 
principal a importância de tais práticas, com as crianças pequenas, para a formação profissional 
de futuros pedagogos. Para tanto, serão relatadas experiências vivenciadas em um Centro 
Municipal de Educação Infantil (CMEI), que atende crianças de 0 a 5 anos, localizado na cidade 
de Londrina, Paraná, relacionando o Projeto Brinquedoteca, existente neste espaço educativo. 
Além dos relatos de experiências, realizaram-se pesquisas bibliográficas de cunho 
qualitativo com levantamento de referencial teórico, por meio de livros, artigos, Leis e Decretos. 
De acordo com Lüdke e André (1986, p. 12), “o interesse do pesquisador ao estudar um 
determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades, nos procedimentos e 
nas interações cotidianas”. 
Este trabalho se justifica pela importância em relatar as práticas vivenciadas na 
educação infantil por meio do Projeto Brinquedoteca com as crianças pequenas, 
compreendendo que tais práticas são de suma importância para a formação docente das bolsistas 
do PIBID do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), além de 
contribuírem significativamente para o desenvolvimento infantil. De acordo com Oliveira 
(2010, p. 6) o “brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e construir o novo”, 
desse modo, a brincadeira é considerada uma atividade muito importante para a educação 
infantil tendo admirável relevância no processo de desenvolvimento das crianças, já que é por 
meio dela que o domínio da realidade se torna mais acessível a ela, favorecendo seu 
desenvolvimento psíquico e sua inserção social. 
Os dados foram coletados e estudados à luz do referencial da teoria Histórico-Cultural 
e ainda, autores que versam a respeito do brincar: CUNHA (2010); MAREGA; SFORNI, 
22031 
 
 
(2009); NAVARRO (2009); OLIVEIRA (2010); PASQUALINI; EIDT (2016), VIGOTSKI 
(2007), além de análises documentais como: Decretos, Leis e Diretrizes. 
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e atuação docente: 
Algumas considerações 
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), concede bolsas aos 
estudantes de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por 
Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede 
pública de ensino. Conforme o artigo 4º a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
nº 9.394/96), compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, em 
suas diferentes modalidades, ou seja, desta maneira o PIBID contempla todos os níveis da 
educação básica. É uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de 
professores para a educação básica. 
No contexto escolar, o bolsista do PIBID pode relacionar a teoria aprendida no curso 
com as práticas vivenciadas no dia a dia da escola. Desta maneira, o programa contribui de 
forma significativa para a formação de professores, uma vez que proporciona o contato do 
estudante de licenciatura com a escola. 
As bolsistas do PIBID desenvolveram no primeiro semestre do ano de 2017, 
intervenções voltadas para o Projeto da Brinquedoteca do CMEI em estudo. As intervenções 
tiveram duração de aproximadamente uma hora e ocorreram dentro da sala da Brinquedoteca, 
com crianças entre quatro e cinco anos. As intervenções aconteceram por meio de experiências 
envolvendo o brincar, neste espaço dividido por cantos. 
Portanto, o contato das bolsistas do referido programa, neste projeto junto às crianças, 
contribuiu para pensar o quanto o lúdico é importante nas práticas de ensino com as crianças, 
pois, segundo as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (BRASIL/2010), o aprender 
na educação infantil necessita acontecer por meio das interações e das brincadeiras, podendo 
assim explorar sua imaginação, desejo, descobrimento de si mesmo, suas capacidades perante 
as brincadeiras, jogos e brinquedos. 
Para Vigotski5 (2007), a criança ao nascer já está submersa em uma situação social e a 
brincadeira se torna importante para ela exatamente na apropriação do mundo, na internalização 
dosconceitos desse ambiente externo a ela. 
 
5 Levando-se em consideração as diferentes formas de escrita do nome do estudioso russo Lev Semenovich 
Vigotski (1896- 1934) – Vygotsky, Vigotsky, Vygotski, Vigotski, entre outras, destaca-se que, a forma usual neste 
trabalho será Vigotski, exceto as referências bibliográficas que serão escritas conforme grafia do texto original. 
22032 
 
 
Desta maneira, pode-se perceber a importância do PIBID para a formação e atuação 
docente, de forma que a teoria e prática juntas, contribuem para a apreensão e um contato maior 
com a realidade, além das estudantes bolsistas desse programa, poderem realizar intervenções 
pertinentes a cada faixa etária, em prol do desenvolvimento infantil e a apropriação da cultura, 
por meio de atividades que envolvam o brincar como promotor de aprendizagem e 
desenvolvimento. 
O brincar na Brinquedoteca 
A brinquedoteca é um espaço favorecedor de brincadeiras, da imaginação e da 
criatividade, neste sentido, para Cunha (2010, p. 36), brinquedoteca é: 
[...] um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a 
uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É 
um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar. Quando uma criança 
entra na brinquedoteca deve ser tocada pela expressividade da decoração, porque a 
alegria, o afeto e a magia devem ser palpáveis. 
Deste modo, a brinquedoteca necessita ser um ambiente utilizado para promover a 
aprendizagem e o desenvolvimento integral das crianças por meio do lúdico. Ao planejar as 
atividades a serem realizadas na brinquedoteca, o professor necessita pensar em atividades que 
promovam brincadeiras significativas neste espaço onde a criança vivencie situações do seu dia 
a dia, importantes para a sua aprendizagem e desenvolvimento integral. Segundo Oliveira 
(2010, p. 7), é no brincar que: 
[...] casam-se a espontaneidade e a criatividade com a progressiva aceitação das regras 
sociais e morais. Em outras palavras, é brincando que a criança se humaniza, 
aprendendo a conciliar de forma afetiva a afirmação de si mesma à criação de vínculos 
afetivos duradouros. 
Para Navarro (2009), o brincar é social, sendo assim, a criança não brinca sozinha, ela 
tem um brinquedo, um ambiente, uma história, um colega, um professor que medeia essa 
relação e que faz do brincar algo criativo e desafiador, ou seja, a forma como o brincar é 
mediado pelo contexto da escola é importante para que seja de qualidade e realmente ofereça a 
oportunidade de diferentes aprendizagens à criança. Para Pasqualini; Eidt (2016, p. 133): 
A Psicologia Histórico-Cultural defende que a brincadeira é um meio pelo qual a 
criança toma consciência do mundo que a circunda, pois, passa a compreender as 
relações entre os homens no interior da sociedade. Nessa perspectiva, a brincadeira 
tem a função de promover o desenvolvimento de capacidades psíquicas nas crianças. 
22033 
 
 
O artigo 9º das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil – DCNEIs 
(BRASIL, 2010) destaca que a educação infantil deve ter como eixos norteadores as interações 
e brincadeiras, assim, Oliveira (2010, p.6) reconhece que o “brincar dá a criança oportunidade 
para imitar o conhecido e construir o novo”. Desse modo, a brincadeira é considerada uma 
atividade muito importante para a educação infantil tendo incomparável relevância no processo 
de desenvolvimento das crianças, já que é por meio dela que o domínio da realidade se torna 
mais acessível à criança, favorecendo seu desenvolvimento psíquico e sua inserção social. 
 Entendendo isso, as instituições de educação infantil que respeitam os direitos e as 
necessidades das crianças não podem deixar de incluir o brincar em seu currículo e em sua 
Proposta Pedagógica, sendo assim as instituições organizam o seu currículo. Como afirma 
Oliveira (2010. p. 4) “O currículo busca articular as experiências e os saberes das crianças com 
os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e tecnológico da 
sociedade por meio de práticas planejadas”. Ou seja, o currículo deve articular as experiências 
e os saberes das crianças e da cultura tendo como princípios éticos, políticos e estéticos, e como 
objetivo o de proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento do seu bem estar 
contemplando em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e social, reconhecendo as 
crianças como um sujeito histórico e de direitos. 
Apesar da importância da brinquedoteca para o desenvolvimento da criança pequena, 
no ano de 2016, o Projeto Brinquedoteca era itinerante, atendendo as crianças em suas salas de 
referência ou nos espaços externos do CMEI. Após estudos referentes a importância desse 
espaço, neste ano 2017, a brinquedoteca ganhou um espaço apropriado para o seu 
funcionamento, atendendo à demanda da instituição. 
A Brinquedoteca foi organizada pela professora brinquedista e pelas alunas bolsistas do 
Pibid de Pedagogia/UEL. O espaço possui muitos brinquedos que antes eram guardados na 
secretaria da instituição, divididos por cantos como: canto da boneca, da maquiagem, do 
mercado, do escritório, da cozinha, dos jogos, das fantasias e entre outros. 
Durante o desenvolvimento das atividades no Projeto Brinquedoteca, foi possível 
perceber o entusiasmo das crianças nesse espaço dedicado ao brincar. Elas se divertem e 
aprendem de maneira prazerosa. Esse projeto é mediado pela brinquedista e pelas bolsistas do 
PIBID de Pedagogia da UEL. 
Considerando o brincar como promotor do desenvolvimento infantil, compreende-se 
que o Projeto da Brinquedoteca, assim como as propostas de atividades que ocorrem em seu 
22034 
 
 
espaço, contribuem para que as crianças aprendam e se desenvolvam de maneira prazerosa, se 
apropriando do conhecimento de mundo, da cultura, se tornando sujeitos de sua própria história. 
Relatos de experiências no Projeto Brinquedoteca 
As experiências vivenciadas por meio do PIBID no CMEI em estudo, aconteceram tanto 
no espaço interno, como no espaço externo desta Instituição de Educação Infantil, porém, serão 
relatadas neste trabalho, experiências que aconteceram em espaços internos: brinquedoteca e 
sala de referência, com os bebês. 
Dada a importância deste ambiente, Cunha (2010, p. 37), afirma que a brinquedoteca é: 
 
[...] um ambiente para estimular a criatividade, deve ser preparado de forma criativa, 
com espaços que incentivem a brincadeira de "faz de conta", a dramatização, a 
construção, a solução de problemas, a sociabilização e a vontade de inventar: um 
camarim com fantasias e maquilagem, os bichinhos, jogos de montar, local para os 
quebra-cabeças e os jogos. 
 
A partir das atividades realizadas no projeto Brinquedoteca foi possível constatar o 
quanto esse espaço é importante para criança, proporcionando momentos ricos em 
aprendizagens, que acarretam significados pertinentes ao desenvolvimento da criança pequena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Crianças brincando na Brinquedoteca 
22035 
 
 
 
Fonte: arquivo das autoras 
 
Nessa experiência, as crianças foram à Brinquedoteca e exploraram todos os cantos 
disponíveis, os mais explorados foram: cozinha, maquiagem e fantasia. 
 As crianças se divertiram muito, algumas brincaram sozinhas, outras brincaram com os 
colegas da turma, com as estudantes bolsistas e também com a professora regente. “[...] A 
brincadeira da criança está próxima da realidade e é a forma de ela se inserir como sujeito na 
sociedade em que vive[...]” (MAREGA; SFORNI, 2009, p. 7572). Sendo assim, a brincadeira 
é a atividade queatende as necessidades da criança, para satisfazer seus desejos em relação ao 
mundo no qual está inserida. 
Na imagem abaixo, percebe-se a exploração da imaginação, o brincar de faz de conta. 
O brincar por ser uma atividade prática é um momento que a criança constrói, transforma e 
redefine a realidade. Na teoria Histórico-Cultural é possível perceber que o jogo de papéis (faz 
de conta) surge na vida da criança depois de constituídas as coordenações sensório-motoras 
necessárias para a manipulação e atuação com os objetos, pois assim a criança já reconhece o 
verdadeiro uso do objeto. 
 
 
 
 
 
Figura 2: Crianças brincando na Brinquedoteca 
22036 
 
 
 
Fonte: arquivo das autoras 
 
Desta forma, entende-se que a criança se apropria do mundo concreto dos objetos 
humanos, por meio da reprodução das ações realizadas pelos adultos com esses objetos. Nas 
brincadeiras elas manipulam objetos que são utilizados pelos adultos, e dessa forma, toma 
consciência deles e das ações humanas realizadas com eles. 
Para Vigotski (2007) a imaginação é um processo psicológico novo para a criança que 
tem no brinquedo seu potencial de desenvolvimento, ou seja, é por meio das brincadeiras que 
as crianças se apropriam do mundo que o cerca. 
Como afirma Vigotski (2007, p. 35) o brincar é: 
 
[...] uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade 
interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de 
ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com 
outros sujeitos, crianças e adultos. 
 
Sendo assim, é pelo brincar que a criança se apropria da cultura, interagindo com outras 
crianças e com os adultos (pais, professores e adultos mais experientes). Desta forma, o 
professor enquanto mediador, necessita propor experiências que efetivem esta apropriação e 
interação social entre os sujeitos envolvidos. 
 
Figura 3: Bebês manipulando objetos 
22037 
 
 
 
Fonte: arquivo das autoras 
 
As atividades da brinquedoteca propostas para os bebês do berçário são realizadas na 
sala de referência. Na imagem acima, eles estão manipulando objetos diversos, interagindo com 
as bolsistas do PIBID. 
 De acordo com a teoria Histórico-Cultural, nessa etapa de desenvolvimento da criança, 
a atividade de comunicação com o adulto possibilita que as funções psíquicas do bebê se 
desenvolvam. “Nessa relação, o adulto não somente satisfaz as necessidades do bebê, mas 
organiza seu contato com a realidade” (PASQUALINI; EIDT, 2016, p. 114). 
 Mediante pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, o adulto é o responsável por 
apresentar o mundo à criança, oportunizando a ela o acesso aos objetos culturais produzidos 
historicamente pela humanidade. Sendo assim, cabe a ele estimular a manipulação, a exploração 
e a imitação dos objetos oferecidos à criança. Para Pasqualini e Eidt (2016, p. 117): 
 
A atividade conjunta entre bebê e adulto sobre os objetos cria condições para a 
formação e aperfeiçoamento da coordenação viso-motora e do ato preênsil. Ao 
apresentar objetos para o bebê, o educador suscita na criança a concentração visual e 
proporciona o exercício de direção psíquica dos movimentos das mãos, o que 
contribui decisivamente para a formação dos sistemas sensoriais (visão, audição, tato, 
olfato, paladar). 
 
 
22038 
 
 
 O uso adequado do objeto precisa ser intencionalmente ensinado à criança para que haja 
o desenvolvimento das capacidades psíquicas, ou seja, o professor deve mostrar as funções e 
os significados do objeto e nomeá-los, já que na primeira infância a atividade dominante é 
objetal manipulatória e é por meio dessa atividade que a “criança se apropria da função social 
do objeto, e de seu significado” (PASQUALINI; EIDT, 2016, p. 19). Na imagem analisada 
percebe-se a manipulação primária dos objetos, ou seja, os bebês apalpam, agarram e 
movimentam os objetos sem saber os modos e as ações socialmente elaboradas dos objetos. 
Sendo assim, o adulto é quem irá demonstrar como a criança deve manipular os objetos, 
auxiliando-a na realização dessas operações. 
Considerações finais 
No desfecho deste estudo, é possível afirmar o quão importante é o espaço da 
brinquedoteca para o desenvolvimento infantil, pois é um lugar favorecedor da imaginação e 
do brincar. Além do mais, é um espaço que deve ser mediado pelo professor com atividades 
intencionais e significativas à criança. 
Percebeu-se que as experiências realizadas no CMEI por meio do PIBID, favorecem o 
fazer pedagógico das estudantes bolsistas do Programa, possibilitando a práxis pedagógica, de 
suma importância para a formação docente e para o desenvolvimento infantil, considerando que 
é papel do professor criar situações significativas, que possam contribuir para o 
desenvolvimento das crianças, percebendo que o brincar se faz importante no dia a dia das 
mesmas. É primordial para a atuação dos futuros pedagogos se ter essa visão. 
As experiências vivenciadas pelas alunas bolsistas do PIBID no CMEI em estudo, 
juntamente com as crianças e professores, auxiliaram na formação acadêmica, oferecendo 
maiores subsídios para as discussões em sala de aula e futura ação enquanto pedagogas, além 
de possibilitar um olhar mais abrangente para o trabalho pedagógico, em relação aos desafios 
que possam vir a surgir na formação docente e ainda criar condições de articulação entre a teoria 
e a prática. 
Portanto, a atuação no ambiente escolar, já no curso de formação em Pedagogia, 
contribuiu significativamente para a apropriação de conhecimentos pertinentes à formação e 
atuação docente, neste sentido, o PIBID, destaca-se como um programa de extrema importância, 
fazendo com que por meio dele, as alunas bolsistas se apropriem da realidade, relacionando a 
teoria com a prática vivenciada. 
22039 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em: 07 mai. 2017. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares 
Nacionais para Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. 
CAPES. PIBID. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/educacao-basica/capespibid>. 
Acesso em: 07 de mai. 2017. 
 
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 4. ed. São Paulo: 
Aquariana, 2010. 
 
LÜDKE, Menga. ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Alfonso de. Abordagens qualitativas de 
pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso. In: LÜDKE, Menga. ANDRÉ, Marli 
Eliza Dalmazo Alfonso de. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: 
EPU, 1986. p. 11-24. 
 
MAREGA, Ágatha Marine Pontes; SFORNI, Marta Sueli de Faria. O faz-de-conta na idade 
pré-escolar: brincadeirinha de criança?. IX Congresso Nacional de Educação- EDUCERE, 
III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 26 a 29 de Outubro de 2009. 
 
NAVARRO, Mariana Stoeterau. O Brincar na educação infantil. IX Congresso Nacional de 
Educação- EDUCERE, III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 26 a 29 de Outubro de 
2009. 
 
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. Currículo na Educação Infantil: o que propõem as 
novas diretrizes nacionais? Anais do Primeiro Seminário Nacional: Currículo em 
Movimento. Perspectivas atuais: Belo Horizonte, 2010. 
 
PASQUALINI, Juliana Campregher; EIDT, Nadia Mara. Periodização do desenvolvimento e 
ações educativas. In: PASQUALINI, Juliana Campregher; TSUHAKO, Yaeko Nakadakari 
(Orgs.). Proposta pedagógica para educação infantil do Sistema Municipal de Ensino de 
Bauru Bauru. Bauru: Secretaria Municipal de Educação, 2016 
 
VIGOTSKY, Lev Semenovitc.A formação social da mente: o desenvolvimento dos 
processos psicológicos superiores.7ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Continue navegando