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6 PEÇA CONSTITUCIONAL RECURSO EXTRAORDINÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Processo nº ....
	ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ, já qualificada nos autos da ação em epígrafe que move em face da PREFEITURA DO MUNICIPIO DE CAICÓ E GUARDALUPE ADM LTDA, vem, respeitosamente, por meio de seu procurador abaixo assinado, inconformada com o r. ACÓRDÃO de fls..., a presença de Vossa Excelência , por está ser a melhor forma de direito, nos termos do artigo 102,III, ´´a´´ da constituição federal, e artigo 1.029 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor
RECURSO ESTRAORDINÁRIO
	 Que faz TEMPESTIVAMENTE nos termos do art. 1.003, § 5° e art. 186 do CPC contra decisão deste Egrégio Tribunal de Justiça, requerendo para tanto, que o recurso seja recebido e, após notificada a parte contrária, seja determinada a sua remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal, para que dele conheça e profira nova decisão.
	Requer-se a juntada das inclusas guias de preparo recursal e de porte de remessa e retorno.
Nestes termos,
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
ADVOGADO
OAB/N°
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… 
PROCESSO n.º… 
RECORRENTE: ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES UNIDOS DE CAICÓ
RECORRIDO: GUARARAPES ADM LTDA e PREFEITURA MUNICIPAL DE CAICÓ
RAZÕES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
Colendo Supremo Tribunal Federal, 
Colenda Turma, 
Eminentes Ministros:
DOS FATOS
	Tendo em vista a falta de manutenção da famosa ruina da cidade de Caicó, administrada pela empresa ré, Guadalupe ADM LTDA, por meio de contrato de convenio com a prefeitura do município de Caicó. A recorrente ajuizou AÇÃO CIVIL PUBLICA COM COMINAÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, em face das recorridas.
		Entretanto, o juiz de primeiro grau extinguiu a ação sem resolução de mérito, por entender que as partes que ocupam o polo passivo da ação são ilegítimas. A sentença foi publicada no dia 10/11/2017, com fundamento na repartição de responsabilidade entre os entes federativos prevista na Constituição Federal. O Juiz, sem julgar o mérito da demanda, extinguiu o processo por entender que as partes alocadas no polo passivo não possuíam legitimidade, aduzindo que a matéria é de competência comum da União, Estados e Municípios e, por isso, os três entes deveriam estar no polo passivo da demanda. Fundamentou a decisão no art. 23, incisos III e IV, da Constituição Federal.
	
	A recorrente apresentou recurso de Apelação ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, fundamentada no artigo 30 da Constituição Federal, que trata da competência do município, o qual foi recebida, porém negado provimento ao pedido de reforma da decisão com base nos mesmos fundamentos exarados na decisão de primeiro grau, conforme o v. acórdão recorrido, publicado no dia 05/03/2018, ato esse que fere o disposto no artigo 30 da ´´Carta Magna´´
	Frente a negativa de vigência ao referido artigo constitucional, restou a associação recorrer ao Supremo Tribunal Federal, guardião da constituição.
	Tal decisão, todavia, merece reforma, pelas razões adiante expostas.
DO DIREITO
 	As decisões anteriores ao v. acórdão recorrido, bem como o próprio acórdão em questão, violam diretamente o art. 30 da Constituição Federal. Por isso, cabível o presente recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, ‘a’ da Constituição Federal.
DA REPERCUSSÃO GERAL
	O mérito desse recurso, transcende a questão jurídica discutida, o qual evidentemente, afeta milhões de jurisdicionados e outros recursos também, por se tratar de repercussão geral é uma questão de grande relevância social e econômica para a população do Município de Caicó, e para o País como um todo.
	O presente recurso preenche o requisito previsto no art. 102, III, § 3º da CF e no art. 1.035 do CPC, eis que o objeto da demanda é a preservação de patrimônio histórico e cultural, logo evidente que a matéria tratada na demanda transcende o interesse das partes nela presentes. 
	Ademais, do ponto de vista jurídico, sua relevância se dá pela matéria de direito que se pretende seja revisada. Refere-se à repartição de competência constitucional dos entes federativos. Nestes termos, em razão de transcender o direito subjetivo das partes nela envolvidas e por estar demonstrada a repercussão geral no caso concreto, o presente Recurso Extraordinário merece ser conhecido.
 DO PREQUESTIONAMENTO
	Em observância às Súmulas 282 e 283 deste E. Supremo Tribunal, toda a matéria discutida no presente recurso foi ventilada no v. acórdão atacado.
	Portanto conforme citado nos fatos, consideram-se pré-questionados os dispositivos constitucionais invocados na apelação, ainda que o recurso não seja acolhido pelo corte de origem
DA VIOLAÇÃO AOS ARTS. 23, III e IV e 30, IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	A interpretação dada ao dispositivo constitucional, com a devida vênia, não merece prosperar. Entendeu o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará que, de acordo com a Constituição, como a se trata de uma competência comum, deveriam figurar no polo passivo da Ação Civil Pública proposta pela apelante, a União, o Estado do Ceará e o município de Caicó.
	Incorre em erro a referida decisão, fato de ser uma competência comum, não quer dizer que há a obrigatoriedade de todos os entes figurarem no polo passivo da ação, e sim que há a possibilidade de uma atuação conjunta. Segundo, porque o objeto da Ação Civil Pública proposta pela apelante é a proteção de patrimônio histórico cultural local, pertencente ao munícipio de Caicó, como demonstrado na petição inicial.
	Portanto, apesar do disposto nos incisos III e IV do art. 23 da Constituição Federal, necessário observar também o art. 30 da Carta, que trata da competência exclusiva dos Municípios. Referido dispositivo em seu inciso IX atribui ao ente municipal a competência para promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local. Sendo assim, o que se extrai do texto constitucional é que o exercício da competência de um ente não exclui a competência de outro no que tange a proteção do patrimônio histórico e cultural. Todavia, quando se tratar de um patrimônio local, a competência do município merece destaque.
	Nobres julgadores, é evidente então que o preenchimento do polo passivo da demanda foi feito corretamente em observância ao texto constitucional, não havendo nenhum fundamento que justifique a obrigatoriedade de incluir na demanda os outros entes.
	O v. acórdão que manteve a sentença de primeiro grau possui violação direta aos art. 23, III e IV e 30, IX da Constituição Federal, pelo que não merece prosperar, merecendo ser reformado por este E. Supremo Tribunal Federal, a fim de que se dê a devida interpretação e evite violação à Carta.
DOS PEDIDOS
	
Se intime os Recorridos para se quiser, apresentar as suas contrarrazões, nos termos do art. 1.030, do CPC/2015
requer-se a Vossas Excelências se dignem a conhecer o presente recurso.
 Requer que seja dado provimento, para reformar o v. acórdão, a fim de que fique reconhecida a legitimidade passiva da Prefeitura Municipal de Caicó e GUARARAPES ADM LTDA, determinando-se que outra decisão seja proferida, com a apreciação do mérito da causa.
Nesses termos,
Pede deferimento.
LOCAL, DATA
ADVOGADO
OAB/N°

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