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ZINCO
Histórico
As funções do mineral zinco começaram a ser entendidas ao final do século XIX, no ano de 1869 com Raulin, que descobriu a essencialidade do zinco para o Aspergillus niger. Após 40 anos, o pesquisador Mazé descreveu problemas no cultivo de milho pela falta de zinco. Todd, Evehjem e Hart, no ano de 1934, descobriram sua essencialidade para ratos, e 21 anos mais tarde, em 1955, Tucker e Salmon descobriram que a deficiência de zinco em seres humanos gerava lesões cutâneas. Diversos estudos seguiram demonstrando que a deficiência deste mineral pode ser revertida com suplementação da mesma. 
Características químicas
O zinco é um íon pequeno (0,065nm), com carga 2+ (Zn2+). Ele difere dos ouros metais de transição contidos na tabela periódica, pois ele possuem a cama eletrônica “d” completa, e assim ele não participa de reação redox, mas é um ácido Lewis forte, aceitando elétrons, o tornando um íon estável. 
Ele ocorre naturalmente como cinco isótopos (núcleo com números de nêutrons diferentes) estáveis: 64Zn, 66Zn, 67Zn, 68Zn e 70Zn. Normalmente ele se complexa com aminoácidos, peptídeos, nucleotídeos e tem afinidade com hidrogênio. Ele desempenha importantes papéis estruturais. Mais de 95% do zinco encontrado no organismo humano está no meio intracelular. 
Absorção, transporte, armazenamento e excreção
O zinco tem maior atividade de absorção no intestino delgado, no jejuno principalmente, como foi demonstrado em um estudo realizado por Lee et al. (1989) citado por Mafra & Cozzolino (2004), onde foi concluído que a absorção deste mineral depende da sua concentração no lúmen. Ele é absorvido por meio de transporte ativo (em condições de alta concentração) e transporte passivo. O zinco da dieta (exógeno) e o proveniente da secreção intestinal (endógeno) formam complexos com aminoácidos, como a cisteína e histidina principalmente, fosfatos e ácido cítrico. 
As proteínas transportadoras de zinco são: metalotioneína citoplasmática (rica em cisteína, que também pode se ligar ao cobre e outros cátions divalente; sua síntese é regulada pelo conteúdo de zinco proveniente da dieta e por hormônios esteroides) e a CRIP (proteína intestinal rica em cisteína, que se liga ao zinco com função carreadora intracelular, aumentando a velocidade de sua absorção. 
Há os inibidores da absorção de zinco da dieta, sendo eles: taninos, filatos, fibras, fosfatos, polifenóis, ferro, cobre, cálcio e selênio (estes três últimos, minerais, competem pelo mesmo sítio de absorção do zinco). A biodisponibilidade de zinco, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) varia de 10 a 50%, dependendo da relação entre filato e zinco na dieta. Em dietas ricas em cereais integrais e leguminosas, que contêm teores elevados de fitatos, a absorção de zinco é menor que 15% Os facilitadores da sua absorção são: proteínas do leite humano, aminoácidos como histidina e glutationa, atividade de fitase e ácidos orgânicos. 
O seu equilíbrio depende da quantidade ingerida e das necessidades individuais. O organismo humano contém de 2 a 3 gramas de zinco, distribuídos pelo músculo esquelético (57%) e osso (29%). A maior parte do zinco está ligada a metaloenzimas. Em situações de maior necessidade de zinco, um mecanismo eficiente de adaptação aumenta a biodisponibilidade do zinco exógeno, conservando o endógeno. Na gestação e lactação, época onde ocorre um aumento das necessidades de diversos nutrientes, observa-se o aumento da eficiência de absorção através do aumento do número de sítios receptores. 
O zinco se liga a albumina (proteína plasmática) após sua absorção, passando para os capilares mesentéricos, e transportado via circulação portal para o fígado para ser redistribuído aos diversos tecidos. No sangue, ele é encontrado no eritrócitos e leucócitos. As principais vias de excreção do zinco são as fezes, urina, descamação da pele, cabelo, sêmen e menstruação. As perdas fecais decorrem da descamação do epitélio da mucosa intestinal e de secreções do tubo digestório. 
As reservas corpóreas do zinco são escassas, por isso a deficiência deste mineral pode ocorrer rapidamente em situações de ingestão deficientes ou ausente. 
Função
Diversas enzimas e proteínas contendo zinco participam do metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos. Nas enzimas, o zinco tem funções catalíticas ou estruturais. Ele faz parte de aproximadamente 300 enzimas.
O zinco está envolvido na estabilização de membranas estruturais e proteção celular, prevenindo a peroxidação lipídica (proteção antioxidante). Esse papel fisiológico como antioxidante tem sido demonstrado por dois mecanismos: proteção de grupos sulfidrilas contra oxidação, como ocorre com a enzima ácido aminolevulínico desidratase, e na inibição da produção de espécies reativas de oxigênio (radicais livres) por metais de transição, como ferro e cobre. O zinco é indispensável para atividade de enzimas envolvidas diretamente na síntese de DNA e RNA, como por exemplo a RNA polimerase. 
Ele atua em uma variedade de funções celulares, incluindo transdução, transcrição e replicação. Ele também influencia a divisão celular, mostrando que defeitos na síntese ou prejuízo da função do RNA mensageiro parecem ser induzidos pela deficiência deste mineral. O papel do zinco no crescimento e desenvolvimento\integridade do sistema imune é bem conhecido. Influencia o sistema imune por afetar tanto a imunidade adquirida como a específica, o desenvolvimento de linfócitos T-citotóxicos, a hipersensibilidade retardada, a proliferação de linfócitos T, produção de interleucina-2 e morte programada de células de origem mieloide e linfoide. Há evidências de que a suplementação com Zn reduz o impacto de muitas doenças, pois promove melhora do sistema imune
O zinco é também importante na síntese, liberação e ligação de vários hormônios, incluindo insulina, testosterona, corticosterona e hormônio do crescimento (GH), entre outros. A deficiência do zinco pode explicar o retardo do crescimento, o hipogonadismo masculino e a redução da espermatogênese e esteroidogênese. 
Estudos têm sido desenvolvidos com relação à enzima conversora de angiotensina (ECA), que é uma metaloenzima contendo dois átomos de zinco, encontrada no endotélio vascular, que tem como função primária regular a pressão sanguínea pela conversão da angiotensina I em II, que é vasoconstritora.
A ECA também é encontrada nos testículos, porém neste caso, possui somente um átomo de zinco e não atua na regulação da pressão sanguínea. Os efeitos da deficiência de zinco, resultando na redução da atividade desta enzima, têm sido bastante explorados com relação à maturação testicular e fertilidade em geral. Estudos têm mostrado que ratos com dietas deficientes em zinco têm uma menor atividade da ECA nos testículos, onde expressam uma menor concentração de RNAm para esta enzima. Assim, o zinco está envolvido com o sistema reprodutivo e sua presença no testículo é fundamental à espermatogênese.
Deficiência e toxicidade
A deficiência de zinco ocasiona, e um primeiro momento, a mobilização das reservas funcionais de zinco no corpo, que são bem escassas, e com a deficiência prolongada, observa-se anorexia, retardo no crescimento, perda de apetite, lesões na pele como dermatite e alopecia, retardo na maturação sexual e esquelética, defeito no crescimento feral, cicatrização lenta, intolerância à glicose pela diminuição da produção de insulina, hipogonadismo, impotência sexual e atrofia testicular, restrição da utilização de vitamina A, resposta imunológica alterada, podendo ocorrer infecções intercorrentes, desordens de aprendizado e memória e diarreia. 
Os fatores que podem levar à deficiência de zinco são: consumo inadequado de zinco; deficiência de zinco pela nutrição parenteral total, consumo de fitatos e fibras que diminuem a biodisponibilidade de zinco; desnutrição energético-protéica; má-absorção; dietas vegetarianas restritas; insuficiência renal crônica e outras doenças. Sua ocorrência é mais provável em situaçõesde aumento de necessidades, como infância, adolescência e gestação. 
A toxicidade do zinco é rara, pois ele é considerado um micronutriente razoavelmente atóxico, quando se utiliza suplementos dietéticos em quantidades moderadas. O desequilíbrio nutricional e as interações causadas pelos suplemento isolado de zinco podem produzir toxicidade que não seria observada em dietas balanceadas com elevada biodisponibilidade de zinco. A administração de 150mg de zinco por dia pode induzir deficiência de cobre. É provável que a metalotioneína intestinal induzida pela grande quantidade de zinco sequestre o cobre de maneira preferencial, com sua perda nas fezes decorrente da descamação dos enterócitos. Os sintomas de toxicidade de zinco incluem: anemia (causada pela deficiência de cobre), vômitos, diarreia, depleção da função imune e lesão renal. 
Fontes alimentares
As principais fontes de zinco são encontradas em produtos de origem animal: ostras, fígado, carne de boi, carnes escuras de aves, carne de vitela, caranguejo e ovos.

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