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Transtornos 
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Transtornos 
Alimentares 
 
 
 
Elaborado para você por 
Alessandra Coelho 
www.alessandracoelho.com.br 
 
Equipe de Nutrição: 
Alessandra Coelho 
Natália Bisconti 
Dyandra Santos 
Ana Paula Lopes 
Marianna Mendes 
 
 
 
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ÍNDICE 
Imagem Corporal.................................................................................................4 
O que são Transtornos Alimentares....................................................................7 
Tratamento Nutricional.......................................................................................13 
Comportamento Alimentar.................................................................................18 
Tratamento Medicamentoso..............................................................................20 
Qualidade de vida nos Transtornos Alimentares...............................................23 
Transtornos Alimentares na Adolescência........................................................25 
 
 
 
 
 
Este livro e o conteúdo são todos fornecidos para uso privado. Nenhuma parte deste ebook pode 
ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, 
gravação ou qualquer sistema de armazenamento de informação ou sistema de recuperação 
sem expressa por escrito, datado e assinado a permissão expressa do editor. 
 
AVISO LEGAL: 
Embora todas as tentativas foram feitas para verificar as informações prestadas nesta 
publicação, "LotCon"e / ou o autor não será responsável por quaisquer perdas, diretas ou 
indiretas, que são decorrentes do uso das informações contidas neste documento, incluindo mas 
não se limitando a erros, omissões ou imprecisões. 
Este livro não se destina a uso como Orientação Nutricional. Todos os leitores são 
aconselhados a procurar serviço especializado para acompanhamento individualizado e 
os leitores são advertidos a confiar em seu próprio julgamento sobre as suas condições 
individuais para agir em conformidade. 
 http://www.alessandracoelho.com.br Page 4 
 
IMAGEM CORPORAL 
O início da história da imagem corporal foi no século XVI, a partir de um 
cirurgião que percebeu a existência do “membro fantasma”, onde o indivíduo 
que perde alguma parte do corpo acha que este ainda está presente¹. Esta 
ocorrência comprovou que a visão que criamos de nós mesmos permanece 
mesmo em situações de dificuldade de sensibilidade¹. Mais tarde, Weir Mitchell 
demonstrou que a imagem que formamos de nós pode ser mudada sob 
tratamento ou em condições especiais¹. 
A partir de então, diversos estudos foram realizados sobre a imagem 
corporal nos aspectos neurológicos, fisiológicos e psicológicos¹. 
A imagem corporal é o modelo que construímos em nossa mente sobre 
o nosso corpo englobando o tamanho, a imagem, a forma e os sentimentos 
relacionados a estas características 1,2. Esta é influenciada por diversos fatores 
como estado emocional, crenças sociais, sociedade e principalmente nos dias 
de hoje, a mídia 1,2. 
 Além disso, pesquisas indicam que a exposição à televisão está 
relacionada com a insatisfação do corpo, desenvolvimento de distúrbios da 
imagem corporal e alimentar, devido a padrões de beleza apresentados, 
exigindo corpos perfeitos e estimulando práticas alimentares não saudáveis ¹, ³. 
Distorção da Imagem Corporal nos Transtornos Alimentares 
 
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Os transtornos alimentares como a Anorexia Nervosa (AN) e a Bulimia 
Nervosa (BN) são caracterizados pelo medo de engordar ou tornar-se obeso e 
distúrbios da percepção do formato corporal ¹. Este último é considerado o 
primeiro sintoma dos transtornos alimentares, onde o indivíduo faz uma auto-
avaliação, influenciada pelo peso e forma corporal ¹, 4. 
 É muito comum pacientes com este tipo de distúrbio terem as seguintes 
avaliações dos seus corpos: 4 
 Pensamento Dicotômico – muito crítico em relação a sua aparência; 
 Comparação Injusta – comparação da aparência com padrões extremos; 
 Atenção Seletiva – acredita que as pessoas pensam como ele em 
relação a sua aparência. 
 Os indivíduos que apresentam este tipo de distorção, mesmo 
extremamente magros avaliam os seus corpos como “gordos” ou podem se 
sentir magros, porém estar extremamente preocupados em engordar 5 
 
Body Shape Questionnaire 
 Nos transtornos enfatiza-se a mensuração das medidas corporais e é 
esquecido os comportamentos sociais, que por sua vez também influenciam as 
distorções. Por isso, foi desenvolvido o Body Shape Questionnaire (BSQ), um 
instrumento para detectar a insatisfação corporal, o qual considera a influência 
do meio social 2. 
O BSQ é composto de 34 questões, onde o avaliado aponta com que 
freqüência ele vivenciou os eventos propostos pelas alternativas4. Cada 
resposta tem uma pontuação que varia de 1 (nunca) a 6 (sempre) que quando 
somados formam o resultado, o qual é dividido em níveis de satisfação 4: 
< 80: Ausência de Insatisfação 
80 – 110: Insatisfação Leve 
110 – 140: Insatisfação Moderada 
> 140: Grave Insatisfação Corporal 
O BSQ fornece uma avaliação dos distúrbios alimentares tanto em 
população clínica quanto em não clínica e auxilia na análise deste distúrbio no 
tratamento da AN e BN 6. 
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Para o tratamento da insatisfação corporal é necessário 
acompanhamento de uma equipe multidisciplinar especializada (médico, 
psicólogo, nutricionista, entre outros), para que estes possam auxiliar o 
paciente na mudança da forma de visualizar a imagem de seu corpo. 
 
Referências: 
1. BARROS, Daniela Dias. Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. História, Ciências, Saúde, 
Manguinhos, p.547-554, 2005. 
2. BOSI, Maria Lúcia Magalhães et al. Autopercepção da imagem corporal entre estudantes de nutrição: um 
estudo no município do Rio de Janeiro. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, p. 108-113. jun. 
2006. 
3. SAIKAL, Carolina Jabur et al. Imagem Corporal nos Transtornos Alimentares. Revista de Psiquiatria 
Clínica, São Paulo, n. , p.164-166, 2004. 
4. NEVES, Clara Mockdece et al. Satisfação Corporal em Bailarinas Adolescentes da Cidade de Juiz de 
Fora – MG..: Acesso em: 13 fev. 2012. 
5. GIORDANI, Rubia Carla Formighieri. A Auto-Imagem Corporal na Anorexia Nervosa: Uma abordagem 
Sociológica. Psicologia e Sociedade, Paraná, n. , p.81-88, ago. 2006. 
6. FREITAS, Silvia; GORENSTEIN, Clarice; APPOLINARIO, Jose C. Instrumentos para a avaliação dos 
transtornos alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, n. , p.34-38, 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O que são Transtornos Alimentares? 
 Os Transtornos Alimentares são alterações no comportamento alimentar 
que podem levar ao emagrecimento extremo ou à obesidade e desenvolvem-se 
geralmente nos períodos da infância e da adolescência¹, ². Na infância, a maior 
preocupação não é a perda depeso e sim o desenvolvimento do transtorno, 
uma vez que estes em crianças são caracterizados por alterações da relação 
com a alimentação. Entre elas, podemos citar¹: 
Transtorno da 
alimentação da 
primeira infância 
Pica Transtorno de 
ruminação 
Dificuldade em se 
alimentar 
adequadamente levando 
a perda ponderal 
Ingestão de substâncias 
não nutritivas e não 
aceitas socialmente 
como barro, terra, 
cabelo e fezes de 
animais 
Episódios de 
“remastigação” repetidos 
 
 Por outro lado, é na adolescência que são verificados os transtornos 
propriamente ditos como a AN, BN e o Transtorno da Compulsão Alimentar 
Periódica (TCAP).¹ Segundo o Ambulatório de Bulimia e Transtornos 
Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (Ambulim), 
cerca de 0,5 a 4% das mulheres terá Anorexia Nervosa, 1 a 4,2% Bulimia 
Nervosa e 2,5% Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica². 
Os fatores psicossociais são as maiores causas de transtornos 
alimentares. Isto se deve ao estereótipo de beleza como a magreza adotada 
pela sociedade. Outros fatores importantes são profissões relacionadas com a 
comercialização da aparência e esportes que exigem leveza como ginastas, 
patinadores e bailarinas¹. 
 
Anorexia Nervosa 
 A AN caracteriza-se por uma procura insaciável pela magreza, um 
inexplicável medo de ganhar peso ou tornar-se obeso, mesmo estando abaixo 
do peso e distorções da imagem corporal, onde o portador utiliza de métodos 
extremos para emagrecer como longos períodos em jejum, exercícios físicos 
intensos, vômitos, laxantes e/ou diuréticos ²,³. Esta ocorre principalmente em 
mulheres jovens, com incidência maior aos 14 e 17 anos ¹. 
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O paciente que desenvolve AN vive em função da imagem corporal, do 
medo de engordar, do peso e da alimentação, por apresentarem insatisfação 
com o seu corpo. Com o tempo, acabam se isolando por falta de interesse em 
outros assuntos e o padrão alimentar vai se tornando secreto e muitas vezes 
caracterizado por rituais¹. 
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações 
Mentais (DSM – IV) e a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID 
– 10), os critérios para diagnóstico da Anorexia Nervosa, são: 
 
DSM – IV4: 
1 – Recusa de manter o peso dentro ou acima do mínimo normal 
adequado à idade e à altura. 
2 – Medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gordo, mesmo com 
o peso inferior. 
3 – Perturbações no modo de vivenciar o peso, tamanho ou formas 
corporais; excessiva influência do peso ou forma corporal na maneira de se 
auto-avaliar; negação da gravidade do baixo peso. 
4 – No que diz respeito especificamente às mulheres, a ausência de pelo 
menos três ciclos menstruais consecutivos, quando é esperado ocorrer ao 
contrário (amenorréia primária ou secundária). Considera-se que uma mulher 
tem amenorréia se os seus períodos menstruais ocorrem somente após o uso 
de hormônios; por exemplo, administração de estrógeno. 
Ainda, o classifica em 4: 
a) Restritivo: não há episódio de comer compulsivamente ou prática 
purgativa (vômito auto-induzido, uso de laxantes, diuréticos e enemas). 
b) Purgativo: existe episódio de comer compulsivamente e/ou purgação. 
 
 
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CID – 105: 
1 – Há perda de peso ou, em crianças, falta de ganho de peso, e o peso 
corporal é mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado. 
2 – A perda de peso é auto-induzida pela restrição de “alimentos que 
engordam”. 
3 – Há uma distorção na imagem corporal na forma de uma 
psicopatologia específica de um pavor de engordar. 
4 – Um transtorno endócrino generalizado é manifestado em mulheres 
como amenorréia e em homens como uma perda de interesse e impotência 
sexual (uma exceção aparente é uma persistência de sangramentos vaginais 
em mulheres anoréxicas que estão recebendo terapia de reposição hormonal, 
mais comumente tomada como uma pílula contraceptiva). 
 
Bulimia Nervosa 
 O termo Bulimia é a junção de termos gregos: boul (boi) ou bou (grande) 
e lemos (fome). É descrita como a necessidade de comer grandes volumes de 
comida com sensação de perda de controle, chamados episódios bulímicos. A 
preocupação excessiva com o peso e o corpo fazem com que estes episódios 
sejam seguidos de comportamentos compensatórios como vômitos, uso de 
laxantes, diuréticos e exercícios físicos abusivos ³,6. 
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações 
Mentais (DSM – IV) e a Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID 
– 10), os critérios para diagnóstico da Bulimia Nervosa, são: 
 
 
 
 
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DSM – IV 7: 
1 – Episódios recorrentes de consumo alimentar compulsivo – episódios 
bulímicos – tendo as seguintes características: 
a) Ingestão em pequeno intervalo de tempo, uma quantidade de comida 
claramente maior do que a maioria das pessoas comeria no mesmo tempo e 
nas mesmas circunstâncias; 
b) Sensação de perda de controle sobre o comportamento alimentar 
durante os episódios (sensação de não conseguir parar de comer e controlar o 
quê e quanto come). 
2 – Comportamento compensatório inapropriados para prevenir ganho 
de peso, como vômito auto-induzido, abuso de laxantes, diuréticos ou outras 
drogas, dieta restrita ou jejum ou, ainda, exercícios rigorosos. 
3 – Os episódios bulímicos e os comportamentos compensatórios 
ocorrem, em média, duas vezes por semana, por pelo menos três meses. 
4 – A auto-avaliação é indevidamente influenciada pela forma e peso 
corporais. O distúrbio não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia 
nervosa. 
Ainda, o classifica em: 
a) Purgativo: auto-indução de vômitos, uso indevido de laxantes e 
diuréticos, enemas. 
b) Sem purgação: sem práticas purgativas, prática de exercícios 
excessivos ou jejuns. 
 
 
 
 
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CID – 10 6: 
1 – O paciente sucumbe a episódios de hiperfagia, nos quais grandes 
quantidades de alimento são consumidas em curtos períodos de tempo (pelo 
menos 2 vezes por semana durante um período de três meses). 
2 – Preocupação persistente com o comer e um forte desejo ou um 
sentimento de compulsão ao comer. 
3 – O paciente tenta “neutralizar” os efeitos “de engordar” dos alimentos 
por meio de um ou mais do que segue: vômitos auto-induzidos, purgação auto-
induzida, períodos de alternação de inanição, uso de drogas tais como 
anorexígenos, preparados tireoidanos ou diuréticos. Quando a bulimia ocorre 
em paciente diabéticos, eles podem negligenciar seu tratamento insulínico. 
4 – Há uma auto-percepção de estar muito gorda, com pavor intenso de 
engordar, associado a exercícios excessivos ou jejuns. 
 
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) 
 
O TCAP é caracterizado pela ingestão de grandes volumes de comida 
em curto espaço tempo (até 2 horas), onde o indivíduo não tem controle sobre 
o quê ou o quanto come. Este pode ocorrer em indivíduos normais ou obesos e 
só é diagnosticado quando os episódios ocorrem pelo menos dois dias na 
semana nos últimos 6 meses 8. 
Mas, qual é a diferença entre o TCAP e a BN? O TCAP não é 
acompanhado de comportamentos compensatórios para perder peso e os 
pacientes apresentam IMC superior, diferente da BN que os pacientes alteram 
compulsões e restrições alimentares 8. 
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Pacientes com este tipo de transtorno sentem-se angustiados e 
envergonhados depois dos episódios, além de sentirem nojo de si mesmos e 
culpados. A maioria se desespera por causa da dificuldade de controlar a 
ingestão de alimentos e desistem de fazer dietas por causa de fracassos 
repetidos 8. 
 
 
 
Referências: 
1. APPOLINÁRIO, José Carlos; CLAUDINO, Angélica M. Transtornos Alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, 
São Paulo, p.28-31, dez. 2000. 
2. AMBULIM. Transtornos Alimentares. Acesso em: 18 jan. 2012. 
3. SAIKAL, Carolina Jabur et al. Imagem Corporal nos Transtornos Alimentares. Revista de Psiquiatria Clínica, São 
Paulo, n. , p.164-166, 2004. 
4. DIAGNOSTIC AND STATISTICAL MANUAL OF MENTAL DISORDERS. Anorexia Nervosa. Disponível aqui. 
Acesso em: 23 jan. 2012. 
5. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS. Anorexia Nervosa. Disponível aqui. Acesso em: 23 jan. 2012. 
6. CORDÁS, Táki Athanássios. Transtornos Alimentares: Classificação e Diagóstico. Revista de Psiquiatria Clínica, 
São Paulo, n. , p.154-157, 2004. 
7. DIAGNOSTIC AND STATISTICAL MANUAL OF MENTAL DISORDERS. Bulimia Nervosa. Disponível aqui. Acesso 
em: 24 jan. 2012. 
8. AZEVEDO, Alexandre Pinto De; SANTOS, Cimâni Cristina Dos; FONSECA, Dulcineia Cardoso Da. DULCINEIA 
CARDOSO DA FONSECA2. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, n. , p.170-172, set. 2004. 
 
 
 
 
 
 
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Tratamento Nutricional 
 Por ser uma doença que compromete o estado nutricional, os TA 
ganharam grande destaque na Nutrição. Entretanto, vale ressaltar que o 
tratamento de portadores de TA deve ser feito com uma equipe 
multiprofissional, a fim de modificar os comportamentos relacionados ao peso e 
à alimentação. Além disso, o apoio da família é fundamental, pois geralmente 
estes pacientes não reconhecem que estão doentes ¹ ³. 
 Os quadros clínicos da AN e da BN estão relacionados a problemas de 
nutrição como perda ou ganho de peso, distorção corporal e preocupação 
excessiva com a alimentação ². 
 O nível de assistência para este tipo de patologia é o terciário, uma vez 
que necessitam de cuidados especiais dietoterápicos e apresentam risco 
nutricional ². O estado nutricional varia de acordo com o tipo de transtorno. Nos 
casos de AN, o IMC é inferior a 15 kg/m² (desnutrição grau III) e na BN 
geralmente são eutróficos do ponto de vista antropométrico. Os sinais clínicos 
que eles podem apresentar são: 
Anorexia Nervosa Bulimia Nervosa 
Pele seca, cabelos finos e 
quebradiços, leve alopecia, aparência 
envelhecida, lanugo (pele pálida, 
seca, sem brilho e coberta por uma 
fina camada de pêlos), interrupção do 
ciclo Menstrual 
Rosto Semilua (pelo aumento das 
paratireóides) e amenorréia 
Ambos os sintomas citados podem ocorrer ou 
não 
 
 
 
 
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Avaliação Nutricional 
 Para avaliar o estado nutricional utiliza-se a anamnese, a qual é 
composta por perguntas sobre a atividade física, relação com os alimentos, 
comportamento gastrintestinal e medicamentos ². É importante avaliar os 
seguintes aspectos: 
 
 Atividade Física – tipo, horas e freqüência ². 
 
 Relação com Alimentos – tabus, mitos, crenças sobre alimentos, 
hábitos alimentares e distorção corporal. Para este também pode-se utilizar o 
recordatório de 24 horas ou registro alimentar ¹: 
 Recordatório de 24 horas: feito no primeiro atendimento, o profissional 
tentará extrair informações da alimentação do paciente das ultimas 24 horas. 
Também pode ser usado para confirmar os dados anotados no registro 
alimentar ¹. 
 Registro Alimentar: o paciente será orientado a escrever tudo o que 
ingerir em casa, relatando quantidades ingeridas, horário, local, percepção da 
fome e saciedade, mecanismos de purgação e sentimentos ¹. 
 Medicamentos: uso de medicamentos, laxantes, diuréticos e 
suplementos alimentares ². 
 
Avaliação Antropométrica 
 A Avaliação Antropométrica é realizada no primeiro atendimento e nos 
retornos. Nesta afere-se ¹: 
 Peso 
 Altura 
 Circunferência do braço 
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 Dobra Cutânea Triciptal 
 Dobra Cutânea Subscapular 
 Dobra Cutânea Suprailíaca 
 
 Entretanto, não podemos nos esquecer que estes pacientes apresentam 
uma preocupação muito grande com o corpo e compete ao profissional decidir 
o momento certo para fazer a avaliação nutricional das medidas mais 
invasivas¹. 
 Alguns detalhes fazem diferença no processo de medição corporal, 
como analisar o indivíduo no mesmo horário e optar por roupas mais leves. 
Muitas vezes estes pacientes vestem roupas pesadas e maiores para que seu 
peso seja superestimado ¹. 
 Uma forma menos invasiva de analisar a composição corporal destes 
pacientes é a partir do exame de Bioimpedância. Este avalia com alta precisão 
e rapidez a massa magra, massa gorda e água corporal total através de uma 
corrente elétrica de baixa intensidade. Pode ser utilizado para direcionar o 
acompanhamento e como medida comparativa do paciente entre os dados 
coletados. 
 
Conduta Nutricional 
 Síndrome da realimentação 
 Antes de estabelecer a terapia nutricional é necessário estar atento à 
síndrome da realimentação. Quando um indivíduo passa por longos períodos 
de depleção alimentar, seguida de reposição nutricional o organismo entra em 
estado anabólico (síntese) com conseqüente consumo intracelular de 
eletrólitos. A queda muito brusca destes pode resultar em complicações 
cardíacas e morte. Por isso a realimentação deve ser feita gradualmente e 
pode levar meses ³,4. 
 
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 Tratamento Nutricional 
Os objetivos do tratamento nutricional variam de acordo com o tipo de 
transtorno, veja abaixo ³: 
 
Anorexia Nervosa 
 
Bulimia Nervosa 
Restabelecer o peso 
 
Normalizar o padrão 
alimentar, da percepção da 
fome e saciedade 
 
Corrigir seqüelas 
psicológicas e biológicas da 
desnutrição 
 
Diminuir compulsões 
 
Minimizar as restrições 
alimentares 
 
Regular as refeições 
 
Variar os alimentos 
consumidos 
 
Corrigir deficiências 
nutricionais 
 
Estabelecer práticas de 
alimentação saudável 
 
De acordo com a APA (2000) as necessidades energéticas na AN 
variam de 30 a 40 kcal/kg/dia e recomenda-se ganho de peso de 900g a 1,3 
kg/semana para pacientes de enfermaria e 250g a 450 g/semana para 
pacientes de ambulatório². 
Na BN é muito importante explicar para o paciente as conseqüências do 
transtorno e conscientizá-lo que restrições alimentares levam a compulsões e 
por isso não devem ficar longos períodos sem se alimentar ². 
 O tratamento nutricional deve visar não somente as mudanças dos 
hábitos alimentares como também trabalhar o lado psicológico do paciente 
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para que este aceite seu corpo e reduza comportamentos compensatórios. 
Uma equipe multi e interdisciplinar é fundamental e o nutricionista que trata de 
pacientes com transtornos alimentares deve ter conhecimentos de psicologia e 
psiquiatria5. Vale ressaltar que o aumento de peso para estes pacientes deve 
ser programado e feito de forma gradativa e com monitoramento de eletrólitos, 
para evitar a síndrome de realimentação, principalmente nos casos de AN². 
 
 
Referências: 
1. SICCHIERI, Julianaet al. Manejo Nutricional nos Transtornos Alimentares. Disponível em: 
<http://www.fmrp.usp.br/revista/2006/vol39n3/8_manejo_nutricional.pdf>. Acesso em: 07 fev. 2012. 
 
2. LATTERZA, Andréa Romero et al. Tratamento Nutricional nos Transtornos Alimentares. Revista de 
Psiquiatria Clínica, São Paulo, p. 173-176. fev. 2004. 
 
3. BUSSE, Salvador de Rosis. Anorexia, Bulimia e Obesidade. São Paulo: Manole, 2003. 380 p. 
 
4. CARVALHO, Ana Paula Oliveira et al. Anorexia nervosa e síndrome de realimentação em adolescente: relato 
de caso. Rev Med Minas Gerais, Minas Gerais, n. , p.128-130, maio 2009.? 
 
5. FREITAS, Silvia; GORENSTEIN, Clarice; APPOLINARIO, Jose C. Instrumentos para a avaliação dos 
transtornos alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, Rio de Janeiro, n. , p.34-38, 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COMPORTAMENTO ALIMENTAR 
 Entende-se como comportamento alimentar todas as formas de convívio 
com o alimento. Este está relacionado com as decisões sobre o que comer, 
disponibilidade de alimentos, modo de preparação, utensílios utilizados, 
horários, número de refeições por dia, preferências e aversões, crenças, tabus 
e conhecimentos sobre nutrição ¹. 
 O aumento da obesidade na população tem contribuído para as 
mudanças no comportamento alimentar, uma vez que temos muito mais 
acesso à comida e o padrão qualitativo piorou. O cuidado da obesidade muitas 
vezes caracteriza obrigações e restrições alimentares para manter ou perder 
peso ². Outro caso em que ocorre este tipo de relação com a alimentação é nos 
transtornos alimentares, onde geralmente é restringido o grupo dos 
carboidratos e as gorduras, preferindo as proteínas ³. 
 As características dos comportamentos variam muito, devido aos 
diversos tipos de dietas divulgadas pela mídia. Os comportamentos mais 
comuns são ¹: 
 Realizar poucas refeições no dia. 
 
 Permanecer grandes períodos sem comer. 
 
 Picar em vários pedaços a comida antes de comer. 
 
 Deixar restos de comida no prato. 
 
Estes comportamentos podem ser divididos entre a AN e BN ³. 
 
 
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Anorexia Nervosa 
 
Bulimia Nervosa 
Esconder alimentos 
 
Dividir alimentos em pequenas 
porções 
 
Preparar pratos para outras pessoas 
e não provar 
 
Observar os outros comerem 
 
Evitar comer na presença dos outros 
 
Interesse por culinária e dieta 
Evitam alimentos “engordativos” 
 
Apresentam episódios de compulsões 
alimentares de alto valor calórico 
 
Comer grande quantidade de comida e 
pouco período de tempo 
 
Comer escondido 
 
 Muitas vezes os comportamentos apresentam-se de forma controversa, 
pois indivíduos que estão em restrição alimentar em situações normais, quando 
expostos a certas circunstâncias tendem a ingerir alimentos em excesso. Este 
fenômeno chama-se desinibição, onde uma situação experimentada desinibe o 
autocontrole imposto pelo indivíduo quanto ao comportamento alimentar ². 
 
 
Referências: 
1. DUNKER, Karin Louise Lenz; PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Hábitos e comportamentos alimentares de 
adolescentes com sintomas de anorexia nervosa. Revista de Nutrição, Campinas, p.51-60, mar. 2003. 
 
2. NATACCI, Lara Cristiane; FERREIRA JúNIOR, Mario. The three factor eating questionnaire - R21: tradução 
para o português e aplicação em mulheres brasileiras1. Revista de Nutrição, Campinas, p.383-394, jun. 2011. 
 
3. BUSSE, Salvador de Rosis. Anorexia, Bulimia e Obesidade. São Paulo: Manole, 2003. 380 p. 
 
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TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 
 O tratamento medicamentoso auxilia na abordagem psicológica e 
nutricional e seu objetivo irá depender do tipo de Transtorno Alimentar. Veja a 
tabela abaixo 1 : 
Transtorno Objetivo 
Anorexia Nervosa Ganho de peso acima do Índice de Massa Corporal 
(IMC) de 19kg/m² 
Bulimia Nervosa Regular o padrão alimentar e suspender a práticas 
compensatórias 
Transtorno da 
Compulsão Alimentar 
Periódica 
Reduzir os episódios bulímicos, diminuir o peso 
corporal e melhorar sintomas como depressão e 
ansiedade 
 
Anorexia Nervosa 
 O tratamento medicamentoso na AN é utilizado quando houver alguma 
comorbidade psiquiátrica e tem foco principal na perda de peso 1,2. Os 
medicamentos baseiam-se em três pontos principais2: 
 Transtornos da Imagem Corporal 
 Sintomas Depressivos 
 Alterações do apetite 
 
 Os medicamentos estudados são os antipsicóticos e os antidepressivos 
2. O primeiro usado no tratamento da AN foi a Clorpromazina, droga 
antipsicótica que bloqueia os receptores de dopamina. A resposta ao 
tratamento a partir desta droga foi positiva obtendo uma remissão total dos 
sintomas3. Além desta outros tipos de psicóticos são prescritos como a 
Pimozida e a Sulpirida2. 
 
 
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 Dentro dos antidepressivos incluem-se 3 : 
 Amiptilina 
 Clorimipramina 
 Maprotilina 
 Trazodona 
 Fluoxetina 
 Ciproheptadina 
Bulimia Nervosa 
 Na BN inicia-se com um tratamento não-farmacológico, mas se o 
tratamento psicoterápico não for positivo é prescrito o fármaco 1. O uso de 
antidepressivos tem auxiliado na redução dos episódios bulímicos e vômitos, 
além de reduzir sintomas de ansiedade e depressão 1. O tratamento é baseado 
em dois pontos principais3: 
 Compulsões Alimentares 
 Sintomas Comportamentais 
 
Além dos antidepressivos também podem ser utilizados2: 
Lítio - efeito placebo 
Fluvoxamine – reduz episódios de compulsões, fome e depressões 
Naltrexone – reduz episódios de compulsões 
Fenfluramina – reduz a ingestão alimentar e o consumo de carboidratos 
 
Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica 
Por ter sido descrita recentemente, os medicamentos da TCAP são 
derivados de estudos com pacientes bulímicos 3. Neste tipo de transtorno o 
tratamento farmacológico baseia-se em três pontos principais3: 
 Remissão ou redução das compulsões alimentares 
 Alterações psicopatológicas associadas 
 Controle da obesidade e comorbidades 
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No tratamento incluem-se: 
 Antidepressivos 
 Naltroxona 
 Agente antiobesidade 
 Topiramato 
 
Vale ressaltar que ainda estão sendo realizados diversos estudos para 
avaliar a utilidade dos medicamentos nos transtornos alimentares. 
 
 
 
Referências: 
1. SALZANO, Fábio Tapia; CORDÁS, Táki Athanássios. Tratamento farmacológico de transtornos. Revista de 
Psiquiatria Clínica, São Paulo, p.188-194, abr. 2009. 
 
2. BUSSE, Salvador de Rosis. Anorexia, Bulimia e Obesidade. São Paulo: Manole, 2003. 380 p. 
 
3. APPOLINARIO, Jose C; BACALTCHUK, Josue. Tratamento farmacológico dos. Revista Brasileira de 
Psiquiatria, Rio de Janeiro, p.54-59, 2002. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Qualidade de vida nos Transtornos Alimentares 
 A expressão Qualidade de Vida foi empregada pela primeira vez no ano 
de 1964 pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson e é utilizada 
atualmente por diversas áreas ¹ ². 
Nas especialidades da saúde, a qualidade de vida está associada à 
valorização de parâmetros mais amplos do que o controle de sintomas, 
diminuição da mortalidade ou aumento daexpectativa de vida¹. É adotada 
principalmente na área da oncologia, uma vez que inicialmente ocorreu um 
confronto entre as condições de vida do paciente e os tratamentos para 
aumentar sua sobrevida 1,2. Para este é importante que o paciente se sinta bem 
psicologicamente, tenha condições físicas, esteja socialmente integrado e 
funcionalmente competente ¹. 
Qualidade de vida e Transtornos alimentares 
 Pesquisas recentes demonstraram que a qualidade de vida em 
pacientes com transtornos alimentares está mais prejudicada do que em outras 
doenças psiquiátricas e em indivíduos sadios. Estes pacientes apresentam 
insatisfação quanto ao requisito social, relatando dificuldades de 
relacionamento com a família, amigos e trabalho. Os componentes que 
agravam sua qualidade de vida são3: 
 Comorbidades psiquiátricas 
 Depressão 
 Ansiedade 
 Gravidade do quadro alimentar 
 
 Estudos realizados pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de 
Ribeirão Preto, USP indicaram que os componentes mentais (vitalidade, 
aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental) dos pacientes com AN 
e BN são mais prejudicados que os físicos (capacidade funcional, aspectos 
físicos, dor e estado geral de saúde) 4. 
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 Portanto, sabemos que diversos fatores dos transtornos alimentares 
podem influenciar nas condições de vida dos pacientes, principalmente no 
aspecto social e emocional. Para minimizar os sentimentos de depressão, 
ansiedade, culpa e insegurança é necessário uma equipe multidisciplinar 
incluindo médicos, psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e o apoio da família. 
 
Referências: 
1. FLECK, Marcelo Pio de Almeida et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento de. Rev 
Bras Psiquiatr, Porto Alegre, p.19-28, 1999. 
 
2. SEIDL, Eliane Maria Fl e U Ry; ZANNON, Célia Maria Lana da Costa. Qualidade de vida e saúde:. Cad. 
Saúde Pública, Rio de Janeiro, p.580-588, mar. 2004. 
 
3. TIRICO, Patrícia Passarelli; STEFANO, Sérgio Carlos; BLAY, Sergio Luís. Qualidade de vida e transtornos 
alimentares: uma revisão sistemática. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, p.431-449, mar. 2010. 
 
4. COIMBRA, Anne Caroline; SANTOS, Manoel Antônio Dos; OLIVEIRA-CARDOSO, Érika Arantes de. 
Qualidade de vida de pacientes com transtornos alimentares. Disponível em: 
<https://sistemas.usp.br/siicusp/cdOnlineTrabalhoVisualizarResumo?numeroInscricaoTrabalho=582&numero
Edicao=18>. Acesso em: 20 fev. 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Transtornos Alimentares na Adolescência 
 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência compreende 
o período de dez aos dezenove anos de idade1. É definida como um período de 
transformação biológica e psicossocial, onde as mudanças ocorrem 
paralelamente com a constituição da personalidade. Nesta etapa o adolescente 
sofre alterações no corpo e no peso, as quais podem não ser aceitas, 
resultando em uma imagem corporal negativa de si mesmo2. 
No contexto atual, a supervalorização da beleza e da magreza faz com 
que as pessoas usem dietas abusivas, produtos dietéticos sem orientações e 
prática excessiva de exercícios físicos3. Essa ocorrência quando associada à 
baixa autoestima contribui para a insatisfação corporal e pode desenvolver 
comportamentos de risco para os transtornos alimentares 2,3. 
Em geral, os adolescentes apresentam grande preocupação com a 
aparência e o peso, os quais possivelmente estão relacionados com os 
transtornos alimentares e obesidade na adolescência2. Esse fato explica 
porque geralmente o início da AN ocorre neste período, principalmente no sexo 
feminino4. 
Comportamentos Alimentares 
Os adolescentes insatisfeitos com sua imagem corporal adotam práticas 
alimentares anormais e inadequadas para controle do peso como4: 
 Uso de diuréticos 
 Uso de laxantes 
 Indução de vômitos 
 Atividade Física Extenuante 
 Alguns comportamentos são comumente notados em adolescentes com 
AN e BN como sempre achar que estão gordos e contar calorias. O hábito 
alimentar é baseado em restrições e preferências, onde alimentos como 
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carnes, gorduras de adição, doces e sobremesas são excluídos, dando 
preferência para as frutas e hortaliças 5. 
Estes comportamentos indicam maior probabilidade de desenvolver 
transtornos alimentares quando comparado à adolescentes satisfeitos com a 
imagem corporal4. 
O conhecimento do perfil da alimentação dos adolescentes é de extrema 
importância para auxiliar a identificar os principais sintomas dos transtornos 
como a restrição alimentar, comportamentos compensatórios e compulsões. 
Algumas medidas preventivas devem ser feitas em escolas através da 
educação nutricional para promover práticas alimentares saudáveis e modificar 
associações errôneas entre os alimentos e o peso5. 
 
 
 
Referências: 
1- CONTI, Maria Aparecida; FRUTUOSO, Maria Fernanda Petroli; GAMBARDELLA, Ana Maria Dianezi. 
Excesso de peso e insatisfação corporal. Revista de Nutrição, Campinas, n. , p.491-497, ago. 2005. 
 
2- DUNKER, Karin Louise Lenz; FERNANDES, Cássia Peres Bonar; CARREIRA FILHO, Daniel. Influência do 
nível socioeconômico sobre. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, São Paulo, p. 156-161. set. 2009. 
 
3- FONSECA, Sara Lopes; RENA, Luiz Carlos Castelo Branco. Transtornos alimentares na adolescência:. 
Mosaicos: Estudos em Psicologia, Belo Horizonte, p.9-15, 2008. 
 
4- ALVES, Emilaura et al. Prevalência de sintomas de anorexia nervosa. Caderno de Saúde Pública, Rio de 
Janeiro, p. 503-512. ago. 2007. 
 
5- DUNKER, Karin Louise Lenz; PHILIPPII, Sonia Tucunduva. Hábitos e comportamentos alimentares de 
adolescentes com sintomas de anorexia nervosa. Revista de Nutrição, Campinas, p.51-60, mar. 2003.

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